FANFIC - MAD TEMPTATION - CAPÍTULO 4!


Olá Flores!!! Hoje vamos curtir o 4° capítulo de "Mad Temptation". Quer acompanhar a história desde o início? Clique aqui.



CAPITULO 4
– Aonde estava Bella? – Riley me olhava com curiosidade e corei violentamente.
– Eu...
Todos esperavam minha resposta e eu só conseguia os olhar com cara de tacho.
Ferrada era pouco para o que eu estava.
Pense Bella... pense. Caramba... por que não vinha nada à minha mente? Ah.. está certo. Porque eu só conseguia me lembrar de uma resposta, ainda que fosse impossível fornecê-la sem causar danos a todos: eu passei a tarde transando com seu pai, Rilley. Céus... estou perdida.
Olhei para os rostos de um por um sentindo o rubor me subir à face. Minha mãe, assim como o Riley estavam com olhares desconfiados. Meu pai profundamente irritado. E a mãe do Riley... bem... essa eu apenas olhei rapidamente. Tempo suficiente para confirmar que era linda e um sentimento incômodo tomar conta de mim. Não gostei de imaginá-la na cama com o Senhor Cullen.
–Então Isabella? Vai ficar aí parada?
–Ah... me desculpem. Senhora Cullen... eu não sabia que viria e...
–Apenas Irina querida. E como assim? O Riley não avisou que viríamos?
–Sim. Apenas não disse que a senhora viria e eu...
Riley me interrompeu com raiva.
–Onde estava Bella?
Eu também o encarei furiosa. Como se atrevia a falar assim comigo? Preparou esse teatro pra mim e ainda vinha agir como se fosse meu dono? Ah que vontade de falar a verdade pra ele. Mas eu não era tão ordinária assim e pra ser sincera... o Riley não tinha culpa de ter uma namorada safada. Safada... essa palavra me fazia lembrar DELE. Ah...pai...o que faço?
–Minha... moto deu problema....
Comecei a inventar a desculpa mais estapafúrdia que consegui pensar nesse momento.
–Não funcionava nada então liguei pro mecânico que foi até o estacionamento da escola.
–E por que não ligou avisando Bells?
–Ah pai... eu não imaginei que fosse demorar tanto. E depois acabei me distraindo.
Ele bufou e balançou a cabeça.
–Quantas vezes já falei pra não usar essa porcaria de moto? Além de ser perigoso é de segunda mão e...
–Charlie...
Felizmente minha mãe interrompeu o sermão.
–Essas coisas acontecem até com veículos novos. Vamos deixar que Bella tome um banho para que eu possa servir o jantar.
–Ah tudo bem. Pode subir Bells.
–Senhora... quer dizer Irina... desculpe-me mais uma vez. Não irei me demorar no banho.
–Oh... essas coisas acontecem. Não se preocupe querida. E se o Riley tivesse avisado com certeza você teria dado um jeito de voltar antes.
–Com certeza. Mesmo assim desculpe-me. Com licença...eu volto logo.
Subi as escadas correndo e entrei no meu quarto, cheirando minha roupa. O cheiro dele estava todo em mim. Merda. Entrei sob a ducha pensando no motivo de Riley ter trazido sua mãe. As coisas não estavam me cheirando bem. Com certeza ele não contou nada a ela sobre nossa transa a três. Ele sempre me disse que sua mãe ainda insistia em ficar com o pai, mesmo depois de divorciados. Ela sempre dava um jeito de se intrometer nos relacionamentos dele. Então... se ela soubesse de algo, com certeza não me olharia de forma tão amigável. Ou então era excelente atriz.
Sai do banho, vesti um jeans e camiseta e sequei rapidamente os cabelos com a toalha. Felizmente o cheiro dele não estava mais grudado em minha pele. Assim que desci minha mãe se levantou anunciando que iria servir o jantar. Sentei-me, completamente sem graça no sofá oposto ao que estavam Riley e sua mãe.
–Como tem passado Bella? Faz tempo que a gente não se vê.
–Ah é verdade. Andava meio atarefada com as matérias e o Riley vem se dedicando muito aos treinos também. Quase não sobra tempo.
–Sei bem como é. Mas podem me visitar nos finais de semana. É bom ter jovens por perto, não acha Charlie?
–Sim... principalmente para ficarmos de olhos atentos e não permitirmos que façam nenhuma besteira.
–Pai!
Esbravejei com o rosto em chamas. Essa situação estava desconfortável demais e eu não sei até que ponto eu agüentaria. Percebi que sou uma tremenda cara de pau mesmo. Com meu quase ex namorado do lado, minha “sogra”... e pensando o tempo todo no que fiz durante a tarde. A verdade é que trai duplamente: chifrei mãe e filho. Deus... que bela pilantra eu me saí.
Felizmente durante o jantar meus pais e Irina se limitaram a falar da infância dos filhos. Riley me olhava fixamente enquanto eu ouvia sua mãe dizer o quanto seu pai ficou feliz com seu nascimento e o quanto ele era apaixonado pelo filho. Nessa hora tive dúvidas se realmente Riley não tinha dito nada a ela. O senhor Cullen também hein? Belo safado. Ama o filho e come a namorada dele? Ah... tá... falou a santinha do pau oco. Se esbaldou com ele e queria mais e agora dava uma de ofendida. Nem eu mesma conhecia esse meu lado... Eu iria dizer meu lado safado, mas era impossível pensar nessa palavra sem sentir meu corpo estremecer.
Bastou pensar nisso para minha mente voar, lembrando-me dos momentos quentes e perfeitos ao lado daquele homem. Nem mesmo sabia qual era o assunto à mesa, apenas dava alguns sorrisinhos sem graça, engolindo a comida com dificuldade. Obviamente minha mãe percebeu. Geralmente eu me esbaldava na sobremesa e falava bastante enquanto comíamos.
–Bella, querida, você está bem? Está tão quieta.
–Estou sim, mãe. Só um pouco de dor de cabeça.
–Bom... vamos para a sala que irei servir um café.
–Boa idéia Renné. Meu filho tem um comunicado a fazer.
Ergui a cabeça no mesmo instante, os olhos arregalados olhando para Riley. O que aquele peste estava tramando? Atrevidamente ele sorriu e colocou a mão em cima da minha sobre a mesa.
–Comunicado?
Meu pai já fez aquela cara de quem queria matar um. Provavelmente estava pensando que eu estou grávida.


–Oh...sim. Nada demais Charlie, fique tranqüilo.
Meu pai ficou me encarando e eu apenas baixei a cabeça, engolindo em seco. Eu tremia visivelmente quando nos sentamos no sofá da sala enquanto esperávamos minha mãe com o café.
Levei minha mão à boca, roendo minhas unhas, o coração descompassado com medo do que viria. Sinceramente eu não sabia o que esperar. O que ele diria? Seria: Senhor Swan... descobri que sua filha é uma vadia que fodeu durante horas com meu pai? Putz... seria a minha morte na certa. Encarei Riley, tentando buscar em seus olhos a resposta que eu tanto precisava. Entretanto ele se limitou a passar os braços em volta dos meus ombros e segurou minha outra mão.
Rezei mentalmente para que minha mãe demorasse com o café, dando-me tempo para pensar numa saída estratégica. Um desmaio... uma cólica...sei lá. Eu não conseguia racionalizar direito então o melhor seria fugir. Mas para meu desespero minha mãe voltou rápido, servindo o café.
Irina mal tinha sorvido o primeiro gole e recolocou a xícara sobre a mesa, encarando meus pais.
–Bom... sei que devem estar curiosos sobre o “comunicado”. Na verdade não é bem um comunicado. Riley conversou bastante comigo e ambos concordamos que ele deveria fazer a coisa certa, do jeito que deve ser. Mas acho que ele mesmo deve tomar as palavras agora.
Fazer a coisa certa? Que merda toda era essa? No fundo eu pressentia que era algo relacionado ao nosso namoro. Por isso mesmo resolvi me antecipar.
–Riley eu acho que...
–Bells, deixe o rapaz falar.
Meu pai me interrompeu arqueando as sobrancelhas e encarando Riley. Ele pigarreou antes de me olhar e depois olhar para os meus pais.
–Senhor Swan... senhora Swan... como sabem Bella e eu estamos namorando há pouco mais de um mês. Sinto-me profundamente envergonhado uma vez que não agi da maneira correta. Eu deveria ter vindo aqui antes e pedido a permissão para nosso namoro. Deveria ter feito como o meu PAI fez com minha MÃE.
O peste frisou bem as palavras.
–Mas você já esteve aqui antes rapaz, e não o fez. Por que agora? O que mudou?
–Na verdade eu não vim pedi essa permissão. Como o senhor mesmo disse já estive aqui antes e não o fiz, apenas me apresentei como namorado dela. Entretanto as coisas tomaram rumos diferentes, quer dizer... nosso namoro é bem sério e acho que está na hora de firmarmos esse compromisso.
Eu arfei e arregalei os olhos. Ele não poderia estar querendo dizer o que eu estava pensando. Compromisso mais sério? Tipo... noivado... casamento? Era essa merda que ele estava insinuando?
–Compromisso? Defina essa palavra rapaz.
Percebi quando Riley levou a mão ao bolso do casaco e entendi que eu precisava agir. Principalmente por que uma voz rouca e sexy martelou em minha mente: Bem, o Riley é jovem, com certeza ele arranja outra safada pra foder, pois agora você é do papai aqui.
–NÃO! Riley... espere... precisamos conversar.
–Como é que é?
Meu pai me olhou bravo como sempre.
–Pai, por favor, creio que há um mal entendido. Eu preciso falar com o Riley um instante a sós.
–Bells...o que você anda....
Felizmente dessa vez minha mãe saiu do seu mundo de superestrela do pop e me socorreu.
–Charlie, calma querido. Acho que nossa Bella foi pega de surpresa.
–Pega de surpresa? Ele nem disse nada ainda.
Minha mãe rolou os olhos. Irina permanecia calada, interrogando Riley com os olhos.
–Pai, por favor...
Ele bufou e se recostou no sofá. Levantei-me e esperei por Riley.
–Vamos até a varanda Riley.
Afastei-me antes que ele tivesse tempo de tentar mais alguma artimanha.
Assim que chegamos à varanda eu me virei para Riley que me seguia e com os punhos fechados esmurrei seu peito.
–Seu estúpido, cretino... o que pretendia com isso?
–Pare com isso. Como assim? Eu é que pergunto... o que está acontecendo?
–Não se faça de engraçadinho. Você iria me dar um anel ou aliança não é?
–Sim. Quero que fiquemos noivos.
–Você bebeu? Ficou maluco? Olha Riley... pra ser sincera com você, eu... eu... quero pedir um tempo.
–Tempo? Tempo? Aquela historinha besta que costumamos inventar quando queremos terminar um relacionamento, mas somos covardes para admitir?
–Está me chamando de covarde? Quem foi covarde? Que eu saiba foi você.
Tentei reverter a situação,acusando-o.
–Ah... agora já entendi tudo. Está assim por causa do meu pai? Porque deu pra ele feito uma vadia?
Ergui a mão para esbofetear seu rosto, mas ele segurou minha mão.
–Fui vadia. E você foi o que além de corno? Um safado, um mal caráter que me deixou naquela situação e ainda se juntou a nós dois.
Ele arfou, o rosto vermelho e os olhos rasos d'água.
–Bella... desculpe-me. Eu não queria ter dito isso. Entenda-me...eu fiquei... louco de ciúmes. Admito que a principio a situação foi excitante, mas depois.... porra... eu não queria aquilo. Você é minha namorada e só quero que faça sexo comigo.
–Eu sei Riley. Eu também... não sei o que me levou a fazer aquilo, mas agora está feito. E eu estou desconfortável com essa situação. O melhor que temos a fazer é realmente darmos um tempo.
–Está desconfortável? Ou você está fazendo isso por causa dele?
Engoli em seco e baixei os olhos. Não sabia se seria capaz de mentir, se conseguiria ser convincente ao dizer que não queria o senhor Cullen. Bastava pensar em seu nome para meu corpo estremecer, então com certeza minhas palavras sairiam carregadas de tesão.
–Ah... sejamos razoáveis Bella. Acha mesmo que meu pai irá querer alguma coisa séria com você? Aquilo foi uma foda que não irá se repetir. Provavelmente uma das gostosas que ele está acostumado a pegar deu o cano nele naquele dia. Ele estava cheio de tesão... você deu bola. Mas foi só.
As palavras dele me feriam... principalmente porque poderiam ser verdade, exceto a parte do “uma foda que não irá se repetir”.
–Sabe... meu pai tem todas as mulheres que ele quer. Todas aos seus pés. Sempre mulheres glamourosas, lindas...
–Está me chamando de feia?
Eu perguntei erguendo a cabeça.
–Claro que não. Mas ele prefere mulheres maduras, Bella. Mulheres que lhe proporcionem horas de sexo gostoso e sem compromisso. Entendeu? Sem compromisso. Por isso ele jamais fica com a mesma mulher mais de uma vez. Muito raramente fica umas duas vezes justamente para não gerar intimidade. É isso o que quer? Viver sua vida sozinha? Uma solteirona? Porque você não terá nada com ele, além disso. Aposto meus dedos que a essa hora tem uma gostosa em sua cama.
Engoli meu orgulho, minha raiva e meu ciúme. Infelizmente quanto às mulheres Riley estava certo. Mas eu sei que o senhor Cullen ainda iria me “usar”. E mesmo que não fosse... eu jamais conseguiria ir pra cama com Riley novamente depois de ter passado pelas mãos experientes do seu pai.
–Você está enganado Riley. Eu não estou pensando em seu pai. O que aconteceu só me fez perceber que... eu não gostava o bastante de você. Ou então ainda estou envergonhada demais. Então, por favor... Dê-me esse tempo.

Ele engoliu em seco e tocou uma mecha dos meus cabelos.

–Então... não é por ele?

Bandida... além de desejar ardentemente o seu pai... eu ainda mentia descaradamente.

–Não. Não é por ele.

–Bella, pense bem... por favor... eu prometo que não irei tentar nada...hum...sexual com você.

Uma lágrima escorreu pelo seu rosto e por instantes meu coração ficou apertado. Eu estava fazendo a coisa certa? Mas e as palavras do senhor Cullen? Aquilo foi quase uma intimação para que eu terminasse com ele. Era isso que dava não segurar o fogo entre as pernas... estava completamente dividida. Riley era legal comigo, sempre foi. E sinceramente eu gostava dele. Mas o seu pai...ah meu Deus...o Senhor Cullen...virou completamente minha cabeça. Eu precisava senti-lo novamente, eu precisava tocá-lo, eu precisava..ah...eu precisava de qualquer coisa com ele. Por isso... continuei firme.

–Não dá Riley. Sinto muito.

Outras lágrimas se juntaram as primeiras molhando seu rosto bonito. E quando estendi a mão na tentativa de secá-las, a porta de entrada foi aberta e meu pai saiu carrancudo.

–Vão passar a noite ai fora?

Quando viu Riley tentando afugentar as lagrimas, seu olhar fechou-se sobre mim.

–O que andou aprontando?

–Eu? Nada... nós só...

–Pra dentro... os dois.

Riley entrou na frente já chamando pela mãe. Eu entrei logo atrás com meu pai.

–O que houve? Ah meu Deus... brigaram?

–Não mãe. Só estávamos conversando. Acho que fui precipitado.

–Alguém poderia me dizer o que está acontecendo?

–Eu queria oficializar meu namoro senhor Swan. Mas Bella tinha outros planos. Na verdade ela queria terminar comigo.

– O QUE?

– Pai...

Apressei-me em responder.

–Eu já estava pensando em conversar com o Riley sobre isso e...

–Por acaso já está gostando de outro?

–Não é isso. Só que quero me dedicar mais aos estudos. O senhor pode não perceber, mas isso as vezes atrapalha meu rendimento.

A expressão dele suavizou um pouco. Mentira das grossas...

–Isabella... nem sei o que dizer querida. Acho que Riley deveria ter conversado com você antes para que a situação não chegasse a esse ponto. Pensei que estivesse tudo bem entre vocês.

–E estava Irina. Eu gosto dele, mas acho que estamos novos ainda, precisamos pensar em nosso futuro. Sabe... iremos pra faculdade e eu preciso realmente me concentrar nisso. É só... um tempo.

–Fico feliz em saber que meu filho encontrou uma garota tão cabeça feita. Você está certa em tudo o que disse Bella. Como já falei, eu pensei que vocês tivessem conversado sobre um compromisso ainda mais sério.

Dessa vez ela olhou feio para o Riley. Ela não estava fingindo, mas não gostei de ouvir suas palavras.

–Vocês deveriam mesmo ter conversado Riley. Foi assim que seu pai e eu fizemos. Quando estávamos cientes de que nos amávamos... chamamos nossa família e comunicamos isso. É assim que deve ser.

–Bem... tanto Renné quanto eu estamos surpresos também. Mas realmente estão jovens ainda, tem muito tempo pela frente. Podem continuar o namoro sem ter que realmente ficar noivos ou coisa do tipo. Mas se preferem dar um tempo também... isso é com vocês.

–Er... será melhor assim senhor Swan. Realmente eu... me precipitei.

Sinceramente? Foi horrível. Eu não gostei do que fiz, não gostei de ver o Riley daquele jeito. Mas o que eu poderia fazer? Não seria mais honesto assim? Eu iria ficar com ele, mas sempre dando um jeito de me jogar nos braços do pai dele? Tudo bem que menti sobre o real motivo de terminar, mas era melhor assim. Não queria traí-lo novamente, embora de certa forma.... estivesse fazendo isso. Eu senti muito quando nos despedimos. Minha garganta ardia, estava seca e meus olhos também ardiam de tanto segurar meu choro. Assim que o carro de Riley se afastou eu entrei em casa e dei boa noite aos meus pais.

–Espere ai mocinha. Ainda precisamos conversar.

Virei-me para o meu pai que estava parado ao lado da minha mãe com as mãos na cintura.

–Bonito... qual foi o prazer em fazer o seu namorado de bobo na frente da sua família e da mãe dele?

–Como?

–Charlie querido... não é nada disso.

–Quieta Renné... nós sabemos muito bem como são os jovens não é mesmo?

Ele encarou minha mãe e eu percebi que havia uma indireta ali. Mas isso eu perguntaria pra minha mãe outra hora.

–Aposto todas as minhas fichas que Isabella está arrastando asa para outro rapaz.

–Pai! Que idéia faz de mim?

–Vocês estavam bem, Bells. E de repente muda assim, do nada? Tudo bem que nunca fui muito com a cara daquele rapaz. Sempre o achei meio vista alta, filhinho de papai demais. Mas até onde sei era respeitador. Você não tinha o direito de brincar assim Bells.

–Pelo amor de Deus, pai. Eu não brinquei. Eu falei sério.

–Ah... balela. Diga a verdade. Eu sinto que há algo mais aí. E digo mais... todo mundo merece respeito até que prove o contrário. E é por desrespeitar o rapaz e a mãe dele que a partir de hoje está de castigo.

–O QUE? Mas pai...eu fui honesta com ele. Você não pode...

–Está desafiando minhas ordens? A partir de hoje não sai a noite. E só vai e volta da escola acompanhada pela sua mãe.

–Não... isso não...

–Isso sim. Um mês assim Bells. Ai quero ver se não há mesmo outro rapaz na jogada. Agora vá dormir. Já tive aborrecimentos demais.

Girei meu corpo e subi as escadas batendo os pés com raiva. Ainda consegui ouvir minha mãe tentando fazê-lo mudar de idéia. Mas eu sabia que ela não conseguiria. Tranquei a porta e joguei-me na cama, colocando os braços sobre os olhos. Raiva do meu pai... Que mico eu iria pagar chegando na escola acompanhada pela mamãe! Sem contar que nem tão cedo veria meu Senhor. Aliás nem saberia como fazer isso a não ser que ele viesse novamente até mim. Depois do que Riley me disse... eu jamais teria coragem de procurá-lo. E se o encontrasse com outra? Céus... o que estava acontecendo comigo? Foi apenas uns dias de sexo, nada mais. Ou não?

**********

Meu humor estava péssimo. Cada dia pior. Vários fatores contribuíam pra isso. O primeiro deles sem duvida era esse castigo absurdo. Minha mãe tentou de todas as formas me ajudar, mas foi inútil. Chegar todos os dias acompanhada por ela e ainda ter que esperá-la na saída estava sendo demais pra mim. Outra coisa era ver o olhar magoado de Riley todos os dias e não poder fazer nada. Hoje eu não o vi, provavelmente não veio. Além disso havia Jéssica que me bombardeava todos os dias com perguntas tanto a respeito da novidade em relação a minha “carona” quanto ao meu namoro com Riley. Da última vez fui extremamente grossa com ela e falei que aquilo definitivamente não era da conta dela. Depois disso não perguntou mais nada, mas também não deixou de falar comigo.

E por último, claro, ELE. Quatro dias sem sequer poder ouvir sua voz. Eu não estava apenas queimando de desejo, eu estava sentindo o peito oprimido... de saudades. Merda... isso estava pior do que pensei. E como ele não me procurou... eu só podia pensar no que o Riley falou:já deveria ter outra esquentando sua cama. Pensar nisso quase me fez chorar de tristeza. Burra mesma... achava mesmo que um homem como aquele ficaria preso a uma garota de dezessete anos?

Bom... mas era seguir em frente. Mesmo sem o “papai” Cullen eu não poderia voltar para o Riley. Pelo menos não agora.

Assim que soou a campainha eu joguei a mochila sobre as costas e me afastei sem ao menos me despedir de Jéssica. Andrei apressadamente querendo chegar ao estacionamento antes que a maioria saísse. Assim que avistei minha mãe eu corri.

–Oi mãe.

–Oi lindinha da mamãe. Estive pensando...vamos dar uma volta?

–Aonde?

–Ah sei la....você escolhe. Podemos ir ao shopping, ao cinema, qualquer coisa. Estou cansada de ver essa carinha triste e...

Mas eu já não ouvia o que minha mãe dizia. Minhas pernas tremiam e eu suava quando percebi que naquele volvo que acabava de estacionar ao lado do nosso estava ninguém menos que o senhor Cullen. Desceu do carro elegantemente vestido num terno escuro, os lindos cabelos esvoaçando com o vento frio. Senti todo o ar me fugir quando ele se aproximou. Minha mãe se virou ao notar meus olhos arregalados e muito provavelmente minhas bochechas rosadas.

–Bom dia.

–Bom dia.

Minha mãe respondeu prontamente. E eu busquei forças do inferno para responder.

–Bom dia... senhor Cullen.

–Oh meu Deus... senhor Cullen? Então é pai do Riley?

–Sim. Creio que ainda não fomos apresentados senhora...

–Swan.. Renné Swan, mas pode me chamar apenas de Renne.

–Com certeza ainda é muito jovem para ser chamada de senhora.

–Ah... quanta gentileza...

Seu olhar cravou-se no meu e novamente senti minhas pernas fraquejarem.

–Como tem passado Isabella?

–Bem e o senhor?

Antes que ele respondesse a intrometida da minha mãe se enfiou na conversa.

–Ela poderia estar melhor se não fosse esse maldito castigo, mas fazer o que? O pai manda... tem que obedecer.

–Mãe...

–Castigo?

–Sim. Meu marido Charlie não gostou da forma como ela tratou seu filho sabe? Ele ficou muito chateado por Bella ter terminado o namoro justamente quando Riley resolveu assumir um compromisso mais sério.

Seu olhar estreitou-se e notei como seus olhos brilhavam, encarando-me.

–Hum... bem, é sobre isso que gostaria de conversar com Isabella... e meu garoto. Renne... você permitiria que eu a levasse para termos uma conversa? Eu prometo que os dois não ficarão a sós em nenhum momento e assim que terminarmos nossa conversa eu a levarei de volta.

Rezei silenciosamente para que minha mãe não aceitasse. O que eu iria dizer quando estivesse cara a cara com os dois? Mas eu já devia imaginar que a desmiolada da minha mãe iria permitir, afinal ela estava deslumbrada com o senhor Cullen.

–Ah...claro. Sei que talvez precisem conversar mais um pouco. Mas apenas peço que me liguem quando terminaram... eu irei buscar a Bella... é melhor assim.

–Mas mãe, meu pai pode...

–Deixe que com seu pai eu me entendo.

–Obrigado Renne... então Isabella? Podemos ir?

–Sim.

Respondi depois de uma última tentativa com o olhar para minha mãe. Ela sequer se deu conta disso. Sem outra opção eu aceitei a porta aberta pra mim e entrei no carro. Notei que o senhor Cullen ainda falou mais alguma coisa com minha mãe e depois entrou no carro dando a partida. Merda... conversa a três não iria prestar. Outro ménage eu não iria topar de jeito nenhum.

Eu torcia nervosamente as mãos sobre o colo, sem coragem de encará-lo. Ou aquele homem era louco ou eu mesma tinha enlouquecido, emburrecido, afinal não estava entendendo porra nenhuma do que estava acontecendo.

–Estamos indo pra sua casa?

–Sim. Meu garotão está sentindo sua falta.

–Eu não estou entendendo. O senhor mesmo disse que ele era meu Ex namorado e agora está me levando pra ele? Ele disse que sente minha falta?

Ele deu aquele sorriso torto que me fazia molhar instantaneamente.

–Não disse... meu pau não fala Isabella. Ele apenas baba e lateja só de pensar em você.

Eu arfei e arregalei os olhos, finalmente entendendo o que ele pretendia.

–Bobinha... pensou mesmo que eu fosse levá-la até o Riley? Você é minha Isabella, já disse.

Não pude deixar de vibrar por dentro ao ouvir isso. Esse safado, gostoso ainda me queria. E eu, claro, queria com a mesma intensidade. Mas ainda assim havia o Riley. E se ele chegasse la de repente?

–Mas...mas...o Riley... ele...ele...

–Argh... esqueça o Riley. Aproveite nossas horas. Não será o suficiente para eu liberar tudo o que tenho guardado pra você, mas por hora... terá que bastar.

Estremeci desde o último fio de cabelo até o dedão do pé. Esse homem ainda iria me matar, não me restavam duvidas.

Novamente enveredamos por aquele caminho cheio de verde por todos os lados até chegarmos à casa do pecado. Era assim que eu a via agora. Como não poderia deixar de ser, ele deu a volta abrindo a porta do carro pra mim. Fiquei parada, sem jeito, esperando por ele e imaginando que novamente iria me jogar nas costas como da última vez.

Para minha surpresa ele segurou delicadamente minha mão, olhando-me de forma estranha.

–Vamos?

Não encontrei voz para respondê-lo, apenas segui logo atrás. Ao chegarmos à sala ele foi tirando o paletó e a gravata, fazendo com que minhas pernas tremessem.

– Eu só vou trocar essa roupa e volto. Pode ficar à vontade... a casa é sua.

Como assim? Trocar de roupa? Eu pensei que ele já estava tirando a roupa para me jogar nesse sofá e possuir meu corpo. Hum... está virando uma ninfomaníaca Bella.

–Tu... tudo bem.

Ele deu um daqueles sorrisos de derreter geleiras e subiu. Eu, óbvio, acompanhei sua subida, admirando o corpaço perfeito que tantas vezes me levou ao céu. Eu só queria saber o que ele estava tramando, afinal ele sempre ia direto ao ponto. Essa de trocar de roupa realmente me surpreendeu.

Olhei ao redor admirando a sala luxuosa que até então não tinha tido oportunidade de reparar. Maravilhosa... de muito bom gosto. Gente... como não notei toda essa sofisticação? Da primeira vez pode ser porque estava muito escuro. E da segunda...também estava escuro, pois o tesão insuportável nublava minha mente e não me permitia ver mais nada.

–Gosta do que vê?

Quase deu um pulo de susto ao ouvir a voz atrás de mim. Virei-me e encontrei o senhor Cullen parado, os cabelos úmidos deixando que algumas gotas de água escorressem pelo seu peito nu. Usava apenas uma bermuda e o seu frescor denunciava um banho recente.

–É linda.

–Obrigado. Venha cá.

Como sempre estremeci quando sua mão tocou a minha. Ele se sentou no sofá com as pernas abertas e me puxou, colocando-me entre elas, mas sentada no sofá. Seus braços me envolveram e eu me arrepiei ao sentir seu calor. Ele estava realmente quente, apesar de o tempo estar frio.

–Então devo deduzir que tem a mesma idade do Riley?

Mordi meus lábios apreensiva. Aonde ele queria chegar?

–Sim. Tenho dezessete.

–Tem mesmo carinha de dezessete. Apenas “cara”.

Ele frisou bem.

–Seria indelicada se perguntasse a sua idade?

–Não. Tenho trinta e seis.

Girei um pouco o corpo e o encarei. Diabo de homem mais lindo... era uma perdição.

–Não daria mais que vinte e oito.

Ele deu um sorriso largo.

–Assim eu fico convencido.

–Estou falando sério.

–Bem... quer dizer que estava de castigo...

Ele mudou drasticamente de assunto e eu senti meu rosto pegar fogo. Admitir na frente daquele homem que eu realmente era uma garotinha que ainda ficava de castigo não era fácil.

–Sim. Meu... pai não gostou muito da forma como agi com o Riley.

–Quer dizer então que ele queria oficializar um compromisso?

–O senhor não sabia?

Ele me olhou de forma estranha novamente e tocou meu rosto.

–Olha só... deixe para me chamar de senhor quando estivermos na cama. Aqui é só Edward, entendeu?

Deus... eu tremia vergonhosamente, tanto que ele deve ter percebido e me estreitou em seus braços.

–Sim... Edward.

–Ótimo. E não. Eu não sabia. Aliás eu nem sabia desse castigo. Eu precisei fazer uma pequena viagem a negócios e voltei ontem à noite. Riley estava arrumando suas coisas e disse que passaria um tempo com a mãe.

Isso sim foi uma surpresa. Riley sempre disse que preferia morar com o pai do que com a mãe. Entretanto não era difícil descobrir o motivo dessa decisão.

–E... ele falou alguma coisa?

–Disse-me apenas que ele não tinha desistido ainda. Entendi que só poderia estar se referindo a você.

–E por isso foi atrás de mim...

–Não só por isso.

Ele tocou uma mecha do meu cabelo e esperou até que eu o encarasse.

–Eu estava com saudades de você.

Baixei meus olhos sem saber o que dizer. Saudades de mim ou do sexo? Essa era a minha pergunta, mas não tive coragem de formulá-la.

–O senh... você sumiu... eu pensei que...

–Eu sei bem o que pensou. Mas como disse precisei viajar a negócios.

–Qual o seu trabalho? Acho que o Riley nunca disse.

–Eu tenho uma concessionária de carros importados. Fica em Port Angeles. Pode ir visitá-la quando quiser.

Sorri e balancei a cabeça. Eu visitando aquele homem em seu trabalho? Seria histórico.

–Interessante.

Ele me apertou mais em seus braços e acabei deitando a cabeça em seu peito, sentindo seus lábios repousando em meus cabelos. Sinceramente... nunca imaginei esse tipo de situação com ele. Era sempre tanto fogo, tanto tesão que isso me parecia meio surreal. E tudo aquilo que me disse no carro no percurso até aqui? Cadê aquele fogo?

Ergui um pouco a cabeça e imediatamente seus lábios tomaram os meus. Não famintos como antes, mas ternos, embora meio possessivos. Suspirei e ele se afastou, voltando a colocar minha cabeça em seu peito.

–Então seu pai é um homem bravo não é?

–Muito. Chefe Swan realmente não é fácil.

–Então terei trabalho com ele... mas eu não me importo.

–Trabalho?

Ele não me respondeu, limitou-se a me fazer outra pergunta.

–O que você pensou que eu estivesse fazendo? Nesses dias que não apareci?

Dizer o que? Tudo o que o Riley comentou e me fez pensar? Poderia omitir essa parte e dizer apenas o que eu também pensei.

–Bom... pensei que estivesse se... divertindo... com alguém.

–Isabella...

Ele segurou meu queixo, forçando-me a olhar em seus olhos.

–Não nego que já tive mais mulheres do que possa imaginar. E garanto a você que todo o ciúme da minha ex esposa sempre foi infundado.

Sorri. Não era totalmente infundado. Quem não sentiria ciúme de um homem como ele? Eu mesma já estava me rasgando só por ouvi-lo dizer que já teve muitas mulheres.
Seus dedos longos deslizaram pelo meu rosto, os olhos brilhantes cravados nos meus.

– Escute bem: eu gosto de mulher, AMO sexo... mas eu costumo ser fiel quando tenho compromisso com alguém. E estou com você agora.

Meu coração palpitou, disparou, quase explodiu em milhares de pedaços. Ele estava comigo agora... isso queria dizer um compromisso? Quer dizer... ia alem do nosso sexo delicioso? Riley estava enganado a respeito de tudo o que falou sobre meu caso com o pai?

–Está comigo... e isso quer dizer...

Ele suspirou.

–Isso quer dizer o que achar melhor. De minha parte só digo que estou com você...minha pequena.

Não resisti e me arrastei um pouco sobre seu corpo enfiando meus dedos em seus cabelos.

–Temos um compromisso então?

Ele sorriu e eu continuei.

–Então é fiel a mim?

–Isabella... eu não tive mais ninguém desde a nossa primeira vez.

Soltei um gemido de prazer ao ouvir aquelas palavras. Não era como o Riley pensou... não era como eu pensei... ele me queria além do carnal. Nossos lábios se encontraram e novamente foi um beijo terno, carinhoso. Não havia aquele ardor, aquele furor sexual, mas posso dizer com toda a certeza que foi intensamente apaixonado. Percebi que ele ergueu o corpo, pegando-me no colo com extrema facilidade. Somente quando ele parou de me beijar eu percebi que ele entrava na cozinha.

–O que você...

–Aposto como minha pequena deve estar com fome. Tenho que cuidar direitinho ou o chefe Swan me mata.

Colocou-me sentada na cadeira e dei um beijo em minha cabeça antes de se afastar em direção à geladeira. Impressão minha ou as coisas realmente estavam mudando?

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