FANFIC - DESPERTAR DO AMOR - CAPÍTULO 04


Olá Flores!!! Hoje vamos curtir o 4° capítulo de "Despertar do Amor". Quer acompanhar a história desde o início? Clique aqui.




Capítulo IV


– Você está grávida?
Bella engasgou com o chá gelado.
Embora houvesse passado a noite toda esperando pelo momento em que o pai abordaria a questão de seu casamento com Edward, também esperava evitar esse aspecto da situação.
Edward inclinou-se para bater em suas costas.
– Espero que sim – disse, respondendo por ela. – Estamos ansiosos para começar nossa família, não é mesmo, amor?
– Sim, estamos – ela respondeu sufocada.
– As crianças são uma bênção – disse a sra. Swan com um sorriso de aprovação. – Bella sempre foi a razão de nossas vidas.
– No momento, ela é a razão de nossas preocupações – acrescentou o pai.
– Charlie, por favor... – Renée Swan pediu.
O xerife deu um soco na mesa, fazendo tremer os talheres.
– Não me venha com censuras – disparou furioso. – A cidade toda está comentando sobre seu casamento. A vergonha que sua prima nos fez passar não foi o bastante? Não aprendeu nada com a experiência? Não foi forçada a sacrificar seus estudos para colaborar com o pagamento da dívida?
– Sinto muito, pai, mas....
– Não diga nada! Como delegado desta comunidade, devo dar o exemplo através de minha família. E que tipo de exemplo posso oferecer, se minha filha comporta-se como prostituta? Primeiro sua prima foge da cidade levando todo o dinheiro da igreja, e agora você foge para Las Vegas e se casa com um... um caubói! Como teve coragem?
– Tem alguma coisa contra caubóis? – Edward perguntou, tentando atrair a ira do homem sobre si mesmo e livrar Bella do bombardeio. – Ou o problema sou eu?
– Não posso ter nada a favor de homens que cospem tabaco, perseguem mulheres e arriscam a vida enfrentando animais selvagens.
Bella apoiou as mãos sobre a mesa, o rosto vermelho expressando frustração e revolta.
– Pode julgar-se no direito de falar comigo usando esse tom ofensivo, mas não permitirei que insulte meu marido. Vamos embora, Edward.
Aliviado por vê-la enfrentar o pai, Edward segurou sua mão e a fez sentar-se.
– Ele tem o direito de dizer o que pensa. E eu tenho o mesmo direito.
– Mas, Edward...
– Sr. Swan, esta manhã disse que Bella e eu não seremos de fato marido e mulher enquanto não nos casarmos na igreja.
– Foi o que disse, e é o que penso. Sem a bênção da igreja e a minha aprovação, seu relacionamento com minha filha é pecaminoso.
– Nesse caso, quero retificar a situação. E gostaria de confirmar nossa união na  igreja.
Charlie levantou-se.
– O quê?
– Marque o dia e a hora, e Bella e eu repetiremos os votos para que todos possam ouvi-los. – E pôs-se em pé, puxando a mão da esposa para que ela fizesse o mesmo. – Obrigado pelo jantar, sra. Swan. Há muito tempo não aprecio uma refeição caseira.
Incrédula, Renée aceitou o cumprimento com o rosto corado.
– Obrigada, Edward.
Ele se virou e, depois de lançar um aceno rápido na direção do dono da casa, conduziu a esposa aturdida até a porta.
– Por que disse aquilo? – Bella perguntou furiosa enquanto caminhavam pela calçada.
– Aquilo o quê?
– Por que sugeriu um novo casamento? Já somos casados! – Sim, eu sei. Mas o propósito de minha presença aqui é convencer seu pai de que somos marido e mulher. E a maneira mais rápida e segura de convencê-lo é repetirmos os votos diante do pastor.
– Isso não é justo!
– Por que não?
– Combinamos que você se casaria comigo. Já estamos casados, e agora temos de fazer tudo outra vez!
– Não me lembro de termos discutido os detalhes do acordo.
Ela se virou e cruzou os braços, olhando para a rua escura sem disfarçar a ira.
Edward começou a rir.
– O que é tão engraçado?
– Não viu a cara dele quando o convidei para organizar o casamento?
Apesar da raiva, Bella não conseguiu conter o riso ao recordar a expressão de espanto do pai.


– Você o acertou em cheio – reconheceu.
– Eu sei. – Passando um braço sobre seus ombros, levou-a de volta, à loja.
Enquanto andavam em silêncio, Bella pensava na situação que Edward havia criado.
– Aprecio o que está tentando fazer, mas não tem de sacrificar-se para resolver um problema meu.
Edward balançou a cabeça. Há doze horas teria concordado e agarrado a chance de escapar, mas as circunstâncias se haviam tornado pessoais para ele, graças à atitude de Charlie Swan. E Edward Cullen nunca fugia de uma boa briga, especialmente quando sentia que devia defender uma vítima oprimida.
– Agora é tarde. Estou envolvido nesta história até o pescoço, e não sairei dela antes do final.
– Mas não foi isso que combinamos!
– Não? Como disse há pouco, não acertamos os detalhes.
– Juro que não o julgarei se decidir ir embora agora.
E como ela poderia julgá-lo, se nem o conhecia?
– Esqueça.
– Edward, sei que é um homem honesto e honrado e...
– Ei, espere um minuto! Você não sabe nada sobre mim.
– É claro que sei! Se não fosse generoso, não teria aceito meu pedido de casamento. E se não fosse bondoso, não teria encomendado aquele buquê em Las Vegas. E se não fosse honrado, não estaria discutindo comigo. Em resumo, sei mais do que imagina.
Era bom vê-la expressar os sentimentos com tanta firmeza. Já havia imaginado que Bella os mantinha guardados como o ar em uma panela de pressão. E ela era ainda mais linda quando se deixava dominar pelas emoções.
Os olhos castanhos brilhavam, o rosto ganhava um encantador tom de rosa, os seios arfavam... Era difícil resistir ao ímpeto de tocá-la.
Mas não era uma pena que ela também fosse estúpida?
E cega! Edward Cullen, honrado? Edward Cullen, generoso? Edward Cullen, bondoso? De jeito nenhum.
Mas Bella era tudo isso, e estava disposto a fazer tudo que pudesse para ajudá-la a convencer o pai e todos os habitantes de Forks de que era uma mulher casada. De que ele era o pai do bebê que crescia em seu ventre.
– Aonde vamos?
– Para casa, é claro! – ela respondeu irritada.
– Só se desta vez eu puder ficar embaixo. Na noite passada, eu fiquei em cima.
Assustada, Bella olhou em volta para certificar-se de que ninguém ouvia a conversa por trás das janelas fechadas.
– Será que pode falar baixo? Os vizinhos começarão a ter idéias erradas...
– Somos casados, lembra-se? O que pode haver de errado em um homem dividir a cama com sua esposa?
Mas eles não dividiram a cama naquela noite. Assim que chegaram ao apartamento de Bella, Edward anunciou que teria de partir a fim de chegar a tempo para o rodeio em Pecos.
Bella o viu preparar tudo, atribuindo às lágrimas que queimavam seus olhos às oscilações emocionais que faziam parte da gravidez.
E quando ele parou ao lado da caminhonete e escreveu o número de seu celular em um pedaço de papel, dizendo que deveria procurá-lo assim que Charlie Swan marcasse a data do novo casamento, Bella sentiu-se grata pela escuridão que a ajudava a esconder o pranto.
Pranto que rolou com abundância quando as luzes dos faróis desapareceram na estrada.
Chorava por saber que ele era tudo que havia imaginado. Bondoso. Generoso. Honrado.
Mas, acima de tudo, chorava porque já sentia saudade dele.

Edward estava deitado na cama do trailer, ouvindo a chuva que caía lá fora, incapaz de dormir. Olhou para o telefone celular ao lado do colchão, pegou-o e deixou-o onde o encontrara.
Não ligaria para Bella. Não tinha motivo algum para chamá-la. Procurá-la seria o mesmo que sugerir um relacionamento que não existia. Não podia existir.
Temendo fraquejar, decidiu conversar com alguém e discou o número de Emmett. O amigo atendeu ofegante depois do terceiro toque.
– Emmett? O que estava fazendo? Correndo?
– Estava fazendo flexões – ele respondeu rindo. Depois gritou. – Ei! Por que me bateu? É Edward!
– O que foi que disse?
– Nada. Não estava falando com você. Rosalie, por favor, não fique zangada.
– Acho que interrompi alguma coisa.
– Pode apostar nisso – Emmett respondeu debochado. – Rosalie, quer fazer o favor de parar de me bater?
– Escute, eu telefono mais tarde.
– Não, não desligue! Já estragou tudo mesmo. Rose trancou-se no banheiro. Ela vai levar uma hora para acalmar-se e permitir que eu me aproxime novamente. Mulheres! Bem, agora que já estragou minha noite, importa-se de dizer por que ligou?
– Só queria saber como vão as coisas por aí. Tem falado com Jasper?
– Não, mas ele pode passar quanto tempo quiser longe do rancho. Tenho tudo sob controle por aqui.
– Tudo, exceto Rosalie.
– Ela é sensível demais, só isso. Não quer que ninguém saiba que estamos vivendo em “pecado” sob o teto de Jasper. Por causa de seus alunos. Já disse a ela que vamos nos casar, mas...
Edward sentou-se na cama.
– Vai se casar?
– Só estou esperando que Rosalie marque a data. Mas sabe como são as mulheres. Querem planejar todos os detalhes, até mesmo o número de pétalas nas flores do buquê.
Edward pensou em Bella parada na recepção da capela em Las Vegas, o queixo trêmulo e os olhos cheios de lágrimas, balançando a cabeça cada vez que a funcionária sugeria algo diferente para a cerimônia simples.
– Uma mulher merece que o dia de seu casamento seja especial – disse.
– O quê? Estou mesmo falando com Edward Cullen? Desde quando tornou-se especialista nas necessidades femininas?
– Desde ontem, quando me casei.
– Você... o quê? Com quem?
– Não é um casamento de verdade. Estou apenas emprestando meu nome a uma mulher em apuros.
– Afinal, Edward, você se casou, ou não?
– Sim, eu me casei.
– Com quem?
– Ninguém que conheça. É só uma mulher que conheci em um restaurante.
– Casou-se com uma mulher que conheceu num restaurante? Onde você está, Edward? Vou buscá-lo agora mesmo.
Se não estivesse tão infeliz, teria rido do pânico na voz do amigo.
– Não precisa vir buscar-me, Emmett. Estou bem.
– Casou-se com uma desconhecida, uma mulher que encontrou num restaurante, e quer que eu acredite que está bem?
– Eu não a encontrei. Foi ela quem me encontrou. Está grávida e...
– Grávida! Você perdeu o juízo?
– Não é o que está pensando, Emmett! Ela precisava de um nome para o filho. O pai dela é xerife numa pequena cidade e...
– Xerife! Casou-se com uma jovem grávida, filha de um tira! E nem é o pai do bebê? Onde está, Edward? Juro que vou buscá-lo!
– Será que pode me ouvir por um minuto?
– Ouvi-lo? Estou a um passo de um infarto, e você quer que eu continue escutando suas tolices? Rose! Venha até aqui! Não vai acreditar nisso!
– Não diga nada a Rosalie – Edward implorou, fechando os olhos ao ouvir o amigo repetindo a história do outro lado da linha.
– Edward?
Ele suspirou ao ouvir a voz feminina.
– Sim, sou eu.
– O que Emmett acaba de me contar é verdade?
– Sim, mas não é como Emmett está imaginando. Não fiquei maluco.
– É claro que não! Emmett é um estúpido insensível, e você é a criatura mais generosa e fascinante que este mundo já abrigou.
– Ei, não comece a fazer de mim algo que não sou. Estou apenas prestando um favor a uma mulher.
– Favor ou não, você é especial, Edward Cullen.
Embaraçado, Edward deu o assunto por encerrado.
– Preciso desligar. Pode dar um recado a Emmett, por favor?
– É claro que sim.
– Diga a ele que conquistei o segundo lugar esta noite. Parece que minha sorte está mudando, afinal.

Edward passou os dias seguintes carregando o celular no bolso traseiro da calça, verificando se a bateria estava carregada e o aparelho, ligado. Temia perder o telefonema de Bella anunciando a data do casamento na igreja.
O medo era tão grande, que pagou dez dólares a um caubói para convencê-lo a segurar seu telefone enquanto competia no rodeio em Mesquite no sábado à noite.
O telefone não tocou durante a prova, mas, apesar da falta de concentração, Edward conseguiu derrubar o novilho em menos de seis segundos. Era um forte candidato à vitória, caso ninguém o superasse nas competições do domingo.
Inquieto, decidiu partir sem esperar pelo resultado final, e chegou em casa antes da meia-noite. Depois de soltar o cavalo no pasto perto do celeiro, subiu a escada da varanda, abriu a porta da sala... e recuou um passo ao sentir o cheiro de mofo.
Resignado, respirou fundo e entrou. Há pouco tempo, a casa não permanecia escura até sua volta e os cheiros que encontrava ao chegar eram sempre agradáveis. Tortas no forno, carne assada... Pratos que a avó preparava como ninguém. Ela costumava ficar na cozinha, olhando pela janela, e ia recebê-lo na varanda com os braços abertos. Depois o levava até a cozinha e ouvia suas histórias enquanto servia fatias generosas de torta de abricó, sua favorita.
Emocionado, Edward voltou ao pasto onde havia deixado Spartacus. Com a lua cheia iluminando todo o rancho, ele apoiou um pé na cerca e observou o animal que se havia reunido aos outros cavalos. Uma égua o cercava insistente, roçando o focinho no dele. Um beijo de boas-vindas, certamente, ele pensou invejoso.
Jamais beijara Bella. Nem depois da cerimônia de casamento em Las Vegas, nem antes de partir para Pecos, apesar de ter experimentado um forte desejo de beijá-la nas duas ocasiões. A imagem do rosto triste acompanhando seus movimentos enquanto preparava a partida o assombrava. Ela parecera tão perdida, tão abandonada... Sentira-se tentado a tomá-la nos braços.
Mas não o fizera.
E agora estava inquieto e irritado, desejando deitar-se naquela cama minúscula e sentir o calor do corpo a seu lado. Podia lembrar o perfume com perfeição. Rosas. No ar do apartamento, no travesseiro onde apoiara a cabeça, no sabonete que usara no banho. Ainda podia sentir o cheiro de Bella. E desejava poder repetir cada minuto do que vivera, porque dessa vez a beijaria. Sentiria a pele suave do ombro delicado sob seus dedos e tocaria os seios macios.
Mergulharia em seu corpo e afastaria aquela urgência que ela despertara em sua alma.
Percebendo, o significado dos próprios pensamentos, virou-se de costas para o pasto e praguejou em voz alta. Pelo amor de Deus! Qual era o problema com ele? Não tinha o direito de alimentar fantasias eróticas com Bella. Ela era uma mulher admirável. Uma dama. Apesar das circunstâncias em que a conhecera, sabia que era honesta. Não estava interessada em estabelecer um relacionamento com ele, e a recíproca era verdadeira. Bella precisava de um nome, e tudo que fizera fora ajudá-la. Fim da história.
Então, por que sentia aquele ímpeto de telefonar e ouvir a voz dela?'
Como gostaria de poder conversar com a avó. Ela saberia ajudá-lo a entender o que sentia por Bella. Sensata e perspicaz, sua avó teria analisado a situação com clareza e encerrado o dilema.
Mas não podia conversar com ela. Não tinha ninguém. Nem mesmo os companheiros de viagem. Tudo que tinha era uma esposa. Uma esposa em nome, somente, alguém que precisava dele, mesmo que só por alguns meses.
Esperando não estar cometendo um engano, pegou o telefone no bolso da calça e discou o número que havia decorado nos últimos dias.
Ela respondeu com a voz abafada.
– Bella? Estava dormindo?
– Edward? É você?
– Sim, sou eu. Como vai?
– Eu... bem. E você?
– Também. Venci a prova desta noite. Acho quê minha sorte decidiu retornar, afinal.
– Que ,boa notícia! – O entusiasmo da resposta era sincero.
– Talvez conquiste o prêmio máximo, se ninguém superar meu tempo na competição de amanhã.
– Ainda está em Pecos?
– Não. O rodeio em Pecos terminou ontem a noite. Fiquei em segundo lugar. Hoje competi em Mesquite, e decidi voltar para casa logo depois da prova. Cheguei pouco antes da meia-noite e... Oh, Bella! Não devia ter ligado tão tarde.
– Oh, não! Gostei de receber sua ligação.
– Gostou?
– Sim. E também estou feliz por ter se saído bem no rodeio.
Naquele momento, Edward decidiu que o dinheiro que ganhara não representava nada comparado ao orgulho na voz de Bella.
– Está deitada? – perguntou, tentando não pensar na camisola discreta e no ar inocente e sonolento.
– Eu... sim. Você não?
– Não.
– Onde está?
– Em casa. Acabei de chegar. A lua está linda, e vim respirar um pouco de ar puro e ver Spartacus flertar com a égua. Ela. finge ignorá-lo.
Bella riu, e o som provocou uma reação tão intensa que ele estremeceu.
– Aposto que ele está feliz por ter saído do trailer e reencontrado os companheiros.
– Tenho certeza que sim, embora Spartacus não se incomode com as viagens.
– E você? Ainda não se cansou de tanto movimento?
– Eu não saberia o que fazer fora da estrada.
– Não tem nenhum hobby?
– Não.
– Deve haver algo que goste de, fazer, além de laçar novilhos.
– Não. Vivo ocupado demais com os rodeios para pensar em qualquer outra coisa. E você? O que faz quando não está na loja?
– Muitas coisas. Leio, bordo, cuido do jardim, cozinho... – De repente ela parou embaraçada. – Céus! Nunca havia parado para pensar em como minha vida é aborrecida!
– Gosta de todas essas coisas que mencionou?
– Sim, gosto muito.
– Então, suponho que não as considere aborrecidas.
– Não. Mas, comparada à sua, minha vida deve parecer muito sem graça.
– Sem graça? – ele riu. – Não me lembro de um único momento aborrecido durante todo o tempo que passei com você. E esqueceu de mencionar o jogo. É uma jogadora e tanto.
– Sorte de principiante.
– Deve ter me emprestado parte dessa sorte. Ganhei dinheiro em todos os rodeios de que participei desde que a conheci.
– É bom saber disso. Depois de tudo que fez por mim, você merece toda a sorte do mundo.
O tom de voz o fez lembrar o acordo.
– Bella?
– Sim?
– Você nunca disse nada sobre o pai do bebê.
– Não há muito a dizer.
Irritado com a resposta, sem saber por que, ele disparou: – Deve haver alguma coisa. Afinal, está esperando um filho do sujeito. – Ao ouvir as palavras frias, quase ofensivas, lamentou tê-las pronunciado. – Desculpe-me. Não tinha o direito de dizer tal coisa.
– Oh, sim, você tem todo o direito de perguntar sobre o pai do bebê. Deu seu nome à criança, não? Algo que o pai verdadeiro recusou-se a fazer. – Bella respirou fundo como se reunisse coragem. – O nome dele é Jacob Black e ele vive em numa reserva indígena. Eu o conheci quando éramos crianças. Jacob é mecânico. Tivemos um romance.
– Não precisa me dizer nada – Edward interrompeu, odiando-se por tê-la forçado a desenterrar lembranças dolorosas.
– Eu acho que preciso. – Havia ressentimento e determinação em sua voz. – O romance durou pouco mais de oito meses, e só tivemos certas... intimidades três vezes. Tomamos precauções, mas acabei engravidando mesmo assim. O resto da história você já conhece.
Três vezes em um período de oito meses? Era difícil acreditar que duas pessoas apaixonadas se satisfizessem com um relacionamento tão esporádico.
– Você o ama?
Não sabia de onde surgira a pergunta, ou por que a formulara. Só sabia que temia ouvir a resposta.
– O que sinto por ele não importa – Bella respondeu ríspida. – O fato é que estou esperando um filho dele, e Jacob não quer saber do bebê ou de mim.
– Mas...
– Estou cansada, Edward. Acho melhor encerrarmos a conversa por hoje.
– Mas, Bella...
– Boa noite, Edward.
Antes que ele pudesse pedir desculpas mais uma vez, houve um som metálico e o ruído que indicava o final da ligação. Edward segurou o telefone por mais um instante, e depois, furioso, fechou-o e atirou-o longe.

0 comentários:

Postar um comentário

Deixe aqui o seu comentário sobre o post: