Olá Flores!!! Hoje vamos curtir o 5° capítulo de "Despertar do Amor". Quer acompanhar a história desde o início? Clique aqui.
Capítulo V
Edward levou mais de uma hora para encontrar o telefone na escuridão. O
único motivo que o levou a continuar procurando pela grama alta foi a certeza
de que Bella só poderia entrar em contato com ele através do celular. E sabia
que não voltaria a ligar. Não depois de como ela desligara.
Furioso por tê-la interrogado sobre o homem com quem ela tivera um
romance, pegou um saco de dormir na caminhonete e seguiu para o celeiro,
optando por dormir lá a enfrentar as dolorosas lembranças da casa.
Foi preciso algum tempo para acalmar-se o suficiente para dormir, e nem
assim conseguiu descansar realmente, assombrado por sonhos incômodos. O
conteúdo desses sonhos era variado, mas a essência permanecia inalterada.
Neles, estendia a mão para Bella, chegava quase a tocá-la, mas ela escapava do
contato e desaparecia numa nuvem vaporosa.
Depois outras imagens brotaram do inconsciente, essas mais familiares e
sombrias, levando-o de volta a um tempo que queria esquecer.
– Mamãe? – O menino tocou o ombro da mãe. – Mamãe, estou me sentindo mal.
Sem obter uma resposta, a criança rastejou pelo banco do carro e
ajoelhou-se ao lado da mãe, pousando a mão em seu ombro.
– Mamãe! – chamou mais alto, engolindo em seco para superar a onda de
náusea. – Mamãe, eu vou vomitar!
A cabeça da mãe caiu inerte para o lado, os olhos cerrados e a boca
aberta. A mão escorregou do volante e caiu sem vida sobre o assento, roçando
seu joelho esfolado. E mesmo assim, ela não respondeu. Sentindo a náusea mais
forte, o garoto estendeu o braço para a porta e tocou a maçaneta. Depois de
olhar para a mãe uma última vez, saltou do carro e fechou a porta.
Trôpego, deu cinco ou seis passos, esperando alcançar a casa ou o
celeiro, mas caiu de joelhos, segurando entre as mãos a cabeça que latejava
enquanto esvaziava o estômago sobre a grama seca.
As imagens sucediam-se como num filme em ritmo acelerado. Edward agitava-se
no saco de dormir ensopado de suor, tentando escapar do pesadelo.
– Edward!
O garoto encolheu-se no meio do feno, tremendo ao ouvir a voz furiosa.
– Edward!
Fechando os olhos com força, a criança escondeu-se entre os fardos,
deixando correr algumas lágrimas silenciosas.
A mão pesada caiu sobre seu ombro magro, os dedos ferindo a carne e
arrancando-o do esconderijo.
– Onde está sua mãe?
– Eu... não sei – mentiu, tentando afastar-se do avô.
A bofetada o atingiu no rosto, fazendo zunir o ouvido. Soluçando, o
garoto buscou refugio na mão que o segurava.
– Onde ela está! – O avô gritou irado enquanto o sacudia. Sabendo que
recusar uma resposta seria inútil, o pequeno abaixou a cabeça num gesto
derrotado.
– No carro... perto do riacho – acrescentou chorando. Resmungando, o
velho o arrancou do celeiro para o sol brilhante, os passos largos e zangados
levando ao riacho, a mão conduzindo a criança chorosa e aflita.
O homem ergueu a cabeça ao aproximar-se do carro, identificando o som do
motor.
– Que diabo ela pensa estar fazendo com meu precioso combustível? – Os
dedos feriam o ombro delicado do menino. – Aposto que está ouvindo aquele lixo
de música! Pois ela vai pagar caro por isso. Desta vez, aquela vadia que pus no
mundo vai se arrepender!
Ao alcançar o carro, ele abriu a porta do lado do motorista. Depois
recuou um passo, praguejando ao ver o corpo sem vida cair na grama a seus pés.
O menino gritou, tentando escapar da mão que o mantinha cativo.
Soluçando, atirou-se sobre o corpo inerte.
– Mãeeeeee!
Edward sentou-se no saco de dormir, o peito arfando e o suor lavando seu
rosto. Gemendo, cobriu os olhos com as mãos. Aquilo nunca teria um fim? Jamais
escaparia dos pesadelos e da culpa? Respirou fundo uma vez, duas, três...
Depois baixou as mãos e olhou para a janela do celeiro.
O sol penetrava pela abertura, servindo de palco para o balé silencioso
das partículas de poeira.
Não havia sido capaz de ajudar a mãe, mas, por Deus, faria tudo que
pudesse para ajudar Bella. Decidido, levantou-se, enrolou o saco de dormir e
levou-o para a caminhonete. Depois acomodou Spartacus no trailer.
Por que tivera a idéia de bisbilhotar no passado de Bella? Por que
perguntara o que ela sentia pelo sujeito? Por que ligara para ela? Por que não
esperara pelo telefonema, como planejara?
Sem examinar seus motivos com maior profundidade, entrou na caminhonete e
bateu a porta. Girou a chave na ignição, mas desligou o motor em seguida e saltou,
caminhando até sua casa. Quando voltou à varanda, levava uma sacola com as
roupas que sua avó sempre reservara para as ocasiões mais importantes. Deviam
servir para um casamento.
Isto é, se Bella telefonasse para informar quando a cerimônia aconteceria.
Bella subiu a escada que levava ao apartamento com passos cansados,
abalada com a visita do pai. No domingo, logo depois do serviço, ele dissera.
Pressionando a mão contra a testa dolorida, abriu a porta e caiu sobre o sofá.
Depois de tirar os sapatos e apoiar os pés inchados sobre o baú, inclinou a
cabeça para trás e fechou os olhos.
Quase uma semana se passara sem nenhuma notícia de seu pai. Não que
houvesse esperado uma visita ou um telefonema. O silêncio era o castigo que ele
utilizava mais freqüentemente quando estava zangado com ela.
Tinha de ligar para Edward e informá-lo sobre as novidades. Mas não
queria telefonar para ele. Não depois da última conversa. As perguntas haviam
causado sentimentos desagradáveis e passara dias sentindo-se tola e deprimida.
Oh, o que ele devia estar pensando a seu respeito! Entregar-se de forma
tão desprecavida a um homem inescrupuloso como Jacob Black! Qualquer idiota
teria sido capaz de enxergar a verdadeira personalidade do homem por trás do
exterior e da aparência bem-humorada.
Mas não Isabella Swan, a inocente e protegida filha do xerife! Mergulhara
no romance de olhos fechados, certa de haver encontrado o homem de seus sonhos,
alguém que os pais aprovariam e de quem se orgulhariam. Mas, tarde demais, descobrira
ter sido apenas um desafio para Jake. Mais uma conquista. Um nome a mais na
lista do mecânico.
Se não ligasse para Edward, teria de mentir para o pai mais uma vez.
Seria forçada a dizer que o marido não poderia chegar a Forks para a cerimônia,
que trinta e seis horas não representavam antecedência suficiente para que ele
empreendesse a viagem. E podia imaginar como o Sr. Swan reagiria diante do
comunicado!
Sentada, abriu os olhos ao ter uma idéia. Talvez Edward não pudesse mesmo
chegar a tempo! Ele já havia dito que vivia na estrada, seguindo os rodeios
numa agenda alucinante, sem tempo sequer para dormir. Talvez estivesse em
alguma cidade distante, longe o bastante para não chegar em Forks nos próximos
dias. E então não teria de mentir, afinal.
Olhou para o relógio, tentando adivinhar onde estaria Edward às seis da
tarde de uma sexta-feira. Munida do número do celular, estendeu o braço para
pegar o telefone sem fio de sua base sobre o baú que servia de mesa. Ansiosa,
esperou pelo primeiro toque.
O som foi interrompido antes mesmo de chegar ao fim.
– Alô? Bella? É você?
Surpresa com o tom assustado da voz dele, e mais ainda por ele ter
adivinhado quem estava ligando, Bella respondeu hesitante.
– Sim... sou eu.
– Aconteceu alguma coisa? Você está bem? Quero dizer, não há nada de
errado com você ou o bebê, não é?
Era difícil conter as lágrimas emocionadas provocadas pela preocupação
contida nas perguntas aflitas. Mais uma vez, lamentou não ter se apaixonado por
alguém como Edward, em vez de envolver-se com um insensível egoísta como Jake.
– Estamos bem – respondeu.
O suspiro aliviado soou alto do outro lado da linha.
– Graças a Deus! Não tenho notícias suas desde que... desde a última
semana, quando conversamos, e estava certo de que seu pai já havia marcado a
data e o horário para a cerimônia. Mas você não ligou, e então comecei a
imaginar se havia acontecido alguma coisa, ou... – Não confessaria que temera
nunca mais ouvir a voz dela. – É bom saber que está tudo bem.
– Não precisa se preocupar conosco, Edward. Minha família está aqui. Se
algo acontecesse, eu ligaria para eles.
– Ah...
– Mas aprecio sua preocupação. De verdade.
– Se precisar de alguma coisa, não hesite em telefonar. Estarei aí em
algumas horas.
– A propósito, onde está?
– Kansas. Mas partirei esta noite para Seattle. Vai acontecer um rodeio
no Lazy E em Guthrie. Prometi a Carlisle, um velho amigo meu, que estaria lá.
Já falei dele antes? Não? Bem, Carlisle também laça novilhos, como eu. Prometi que
iria vê-lo competir, mas decidi participar e aproveitar a maré de sorte.
– Entendo.
– Bem, se tudo vai bem por aí... por que ligou?
– Oh, sim... – Era difícil conter o nervosismo. – Papai esteve aqui há
pouco. Ele quer realizar a cerimônia no domingo, depois do serviço religioso.
– No próximo domingo?
Sabia que ele estava tentando encontrar uma desculpa para escapar do
compromisso.
– Não quero que mude seus planos por minha causa – disse apressada. – Explicarei
a meu pai que já tem um compromisso inadiável para esse dia e...
– Não. Estarei aí no domingo.
– Francamente, Edward, não é necessário. Você estará em Seattle no sábado
à noite. Não vai conseguir chegar aqui no domingo.
– Aposto que vou. À que horas termina o serviço religioso?
– Por volta do meio-dia. A menos que o pastor fique empolgado, é claro.
Quando isso acontece, os sermões tornam-se mais longos.
– Posso imaginar – ele respondeu com tom seco.
Bella começou a rir, mas engoliu a gargalhada ao pensar no esforço físico
que Edward teria de fazer para chegar a tempo.
– Realmente, não precisa...
– Eu sei que não. Mas quero ir.
Com os olhos vermelhos por conta da falta de sono, quase embriagado por
ter passado onze horas com os olhos fixos na estrada, Edward lutava contra o
cansaço que ameaçava roubar-lhe a concentração.
– Só mais alguns quilômetros, e estará em casa a tempo – disse a si
mesmo.
Bem, não exatamente, pensou, olhando para o relógio no painel. A menos
que o pastor se empolgasse e prolongasse o sermão. Nesse caso, ninguém notaria
o atraso de quase uma hora.
Mas, se o homem não estivesse inspirado, Edward teria de pagar o preço do
atraso. E o primeiro credor seria o próprio delegado.
Concentrado, pisou mais fundo no acelerador e seguiu pela primeira saída
para Forks. Minutos mais tarde parava diante da igreja, notando aliviado que o
estacionamento ainda estava cheio. Olhou mais uma vez para o relógio e decidiu
esquecer o terno pendurado atrás dele, não tinha tempo para detalhes.
Saltando do automóvel, correu pela calçada e saltou os degraus, certo de
que encontraria a igreja repleta de fiéis compenetrados, balançando a cabeça e
cochichando sobre como a pobre Bella fora deixada no altar por um caubói
insensível. Mais uma mancha negra sobre o nome já tão enlameado dos Swan.
Disposto a poupar Bella de mais uma humilhação, empurrou as portas com
força suficiente para jogá-las contra a parede do templo. Depois parou, o peito
arfando enquanto todos os olhos se voltavam em sua direção. Olhos chocados.
Além deles, o Sr. Swan mantinha um pulso cerrado e erguido no ar. A túnica
negra e o colarinho branco do pastor completavam a imagem criada pelo homem
sobre o púlpito, onde ele pretendia desferir um soco antes de ser interrompido
pela entrada explosiva de Edward.
A cena parecia ter sido tirada de um filme de quinta categoria. E ainda
tinha de considerar o estado lamentável de sua aparência.
Botas marcadas e sujas de lama da arena onde competira na noite anterior.
A mesma terra avermelhada marcava a parte traseira da calça jeans e um
cotovelo, as primeiras partes do corpo que haviam tocado o chão depois de um tombo
violento. O chapéu manchado de suor escondia os cabelos desalinhados e os olhos
vermelhos. Sem mencionar o rosto encoberto pela barba por fazer.
Lembrando-se das maneiras que aprendera com a avó, tirou o chapéu e olhou
para os bancos da igreja, engolindo o pedido de desculpas que quase formulara
por ter se atrasado. E foi então que viu Bella sentada no primeiro banco. Ela
se levantou e começou a caminhar em sua direção, a testa marcada por uma ruga
de preocupação.
O vestido que usava era simples e largo, certamente para esconder a curva
arredondada do ventre. E nem era branco.
Uma noiva grávida não podia seguir a tradição.
De repente sentiu a mão sobre a dele e ouviu a voz doce.
– Edward? Você está bem?
A congregação acompanhava a cena com uma mistura de interesse e surpresa.
O Sr. Swan permanecia imóvel, e o pastor permaneceu com o punho erguido e o
rosto sério. O regente do coro baixou os óculos para demonstrar sua
desaprovação.
– É ele! – uma voz exclamou em algum ponto do templo.
– O homem que diz ser marido de Bella!
Edward desviou os olhos para a terceira fileira à direita e viu Jessica
Stanley cochichando com a vizinha de banco.
Bella afagou sua mão.
– Aconteceu alguma coisa?
– Eu... pensei que estivesse atrasado. O rodeio foi mais longo do que eu
esperava, e não consegui sair cedo como planejei. Você disse que o serviço
terminava ao meio-dia. É quase uma hora.
– Edward, tem certeza de que está bem?
– É claro que sim! Por que pergunta se eu... – E então ele compreendeu. –
O fuso horário! Esqueci que existe uma diferença entre Forks e Pecos. – Suspirando,
olhou para o Sr. Swan.
Se um olhar pudesse matar, Edward sabia que estaria caído no chão. Certo
de que a única alternativa era comportar-se da melhor maneira possível e tentar
salvar a situação, inclinou a cabeça num cumprimento respeitoso.
– Lamento, Sr. Swan. Pensei estar atrasado para o casamento.
– Se não se importa, gostaria de terminar meu sermão – o pastor respondeu
zangado.
Edward sorriu e sentou-se em um banco vazio na última fileira, puxando a
mão de Bella para acomodá-la a seu lado. Respirando fundo, colocou as mãos
unidas sobre sua coxa e deixou escapar um suspiro aliviado ao ver o pregador
retomar o sermão.
Se houvesse uma sabatina em seguida, Edward teria sido reprovado, pois
não ouviu uma única palavra do que o pastor dizia. Só conseguia pensar no calor da mão de Bella,
no conforto, na pressão do ombro delicado, no perfume de rosas que o inebriava.
Olhou para ela durante a bênção, quando devia estar com a cabeça baixa e os
olhos fechados, e descobriu que ela também o fitava. A doçura da expressão, a
intensidade com que o estudava, roubou-lhe o fôlego e provocou uma dor como
jamais sentira, antes..
Deus o ajudasse... estava se apaixonando por Bella.
– Com o poder em mim investido por Deus e pela igreja, eu os declaro marido e mulher. Pode beijar a noiva.
Com os olhos fixos nos de Bella, Edward hesitou, sem saber se devia tirar
proveito da oportunidade criada pelo pastor, certo de que não tinha esse
direito, por maiores que fossem os poderes do religioso. Bella não era sua
esposa. Não de verdade. Nem mesmo depois de ter prometido amá-la e respeitá-la
até que a morte os separasse. E cortaria o próprio braço antes de fazer
qualquer coisa que pudesse embaraçá-la ou causar algum desconforto.
Mas, enquanto vacilava, ela se ergueu na ponta dos pés e esperou pelo
beijo. Com o coração disparado, Edward aproximou os lábios dos dela, disposto a
manter o beijo casto e inocente. Mas, ao sentir o sabor daquela boca, não foi
capaz de conter-se e tomou-a nos braços, aprofundando o beijo.
A sensação foi muito parecida com a que experimentara ao laçar e derrubar
o primeiro novilho. Era como se o tempo houvesse parado, como se o mundo
girasse mais devagar, como se o sangue incendiasse suas veias. Como se pairasse
sobre a humanidade, mesmo sabendo que teria de voltar ao chão em breve.
Aos poucos tomou consciência das risadas, dos aplausos, dos comentários.
Lembrando-se dos paroquianos que haviam permanecido para testemunhar o
casamento, Edward interrompeu o beijo e encarou-a com o coração nos olhos e o
peito em brasa. Os olhos que encontraram os dele eram luminosos, cintilantes,
quentes... Só com muito esforço conseguiu resistir ao ímpeto de abraçá-la e
beijá-la novamente.
A sra. Swan havia preparado um bolo de casamento e uma grande vasilha de
ponche, iguarias que foram servidas no salão da igreja para aqueles que haviam
ficado para assistir à cerimônia. Edward permanecia ao lado de Bella na porta,
apertando as mãos dos convidados que, perfilados, cumprimentavam os noivos e
faziam perguntas, algumas impertinentes, outras apenas curiosas.
Foi com alívio que ele viu o último convidado aproximar-se da mãe de Bella
para cumprimentá-la.
– Volto num minuto – ela avisou. – Vou ao banheiro.
Edward assentiu distraído enquanto afrouxava a gravata que colocara pouco
antes do casamento, um complemento indispensável para as roupas de domingo.
Flexionando o pescoço, usou um dedo para criar algum espaço por onde o ar
pudesse passar com mais facilidade.
– Bem, eu não sei – a sra. Sawn dizia hesitante. – Edward?
Ele a encarou.
– Sim, senhora?
– Vai se mudar para Forks?
– Oh, não, senhora. Tenho uma casa no Texas. – Vendo a expressão alarmada
da pobre mulher, compreendeu que ela devia estar pensando que a filha partiria
para o Texas e tratou de acalmá-la. – Mas Bella ficará aqui. – A resposta
provocou reações surpresas e olhares curiosos. Sem saber como pudera cometer
uma gafe tão grande, tentou retificar-se. – Passo a maior parte do tempo na
estrada, e seria tolice levá-la para o Texas. Bella ficaria muito sozinha, mas
aqui em Forks poderá contar com a companhia da família e dos amigos.
– Na estrada?
Edward olhou para a mulher que criara toda a confusão ao perguntar onde
ele e Bella pretendiam viver.
– Sim, senhora. Sou caubói profissional e viajo por todo o circuito dos
rodeios, o que significa que passo muito tempo fora de casa.
– Realmente? Tenho um sobrinho que monta em touros. Ele compete no nível
universitário.
– É um bom lugar para conseguir experiência. Assim ele estará bem
preparado para as provas profissionais, caso decida seguir carreira como
caubói.
– Meu marido e eu apreciamos as competições. Vamos assistir às provas
sempre que podemos. Vai participar de alguma etapa nesta região?
– Não no futuro próximo. Partirei esta tarde para o rodeio em Durango, e
depois seguirei para o Texas a fim de cuidar do meu rancho e verificar como vão
as coisas em casa.
– Bella irá com você?
– Aonde? – ela perguntou sorrindo, juntando-se ao grupo.
– Edward estava dizendo que partirá esta tarde para o rodeio em Durango,
e depois irá passar alguns dias em sua casa no Texas. Estava perguntando se
você vai acompanhá-lo.
O sorriso desapareceu de seus lábios. O pânico invadiu seus olhos,
indicando que ela não havia antecipado o que aconteceria depois que repetissem
os votos.
– Bem... não... – gaguejou.
– É claro que você vai com ele! – a sra. Swan protestou desanimada. – São
recém-casados!
– Mas tenho a loja para administrar. Não posso simplesmente fechá-la por
uma semana.
– Eu cuido da loja, querida. Já diz isso antes. Além do mais, o lugar de
uma mulher é ao lado do marido. Concorda comigo, Edward?
O que devia dizer? O que Bella esperava que dissesse? Sem saber a
reposta, decidiu seguir a própria intuição.
– Sim, senhora. O lugar de Bella é a meu lado.
Depois de uma hora de viagem num silêncio tenso, Edward olhou para Bella e
viu que ela continuava olhando pela janela do passageiro, os braços cruzados
sob os seios.
– Posso levá-la de volta, se quiser – sugeriu.
– Não, obrigada. Os cidadãos de Forks já têm muito sobre o que falar. – E
encarou-o. – Eu sinto muito.
– Por quê? – Era ele quem devia estar pedindo desculpas por tê-la
colocado em uma posição tão delicada. Tentara protegê-la, e tudo que havia
conseguido fora deixá-la sem outra alternativa se não acompanhá-lo.
– Depois de tudo que fez, ainda tem de suportar minha presença por uma
semana.
Suportar sua presença? Teria rido da ironia do comentário, não fosse seu
ar sério.
– Não considero sua companhia um fardo. Na verdade, é bom ter alguém com
quem conversar. Viajar sozinho não é uma experiência muito agradável.
– Mesmo assim...
– Bella, podemos continuar discutindo este assunto até o final da
jornada, ou podemos simplesmente aceitar as circunstâncias e tirar proveito
delas. De minha parte, pretendo desfrutar de sua companhia. E você?
Ela o encarou por um instante. Depois encolheu os ombros.
– Também.
– Ótima escolha. E agora que resolvemos esse aspecto da questão, há mais
alguma coisa que queira discutir?
– Não. Só quero que saiba que vou ficar fora do seu caminho. Não pretendo
interferir em sua... em sua...
– Em minha o quê?
– Em sua vida íntima.
Era difícil conter o riso. Com esforço, buscando energia na certeza de
que a embaraçaria ainda mais com suas gargalhadas, permaneceu sério.
– Se está preocupada com as mulheres que fazem parte de minha vida,
esqueça. Elas não existem.
– Não? Nenhuma?
– Nenhuma. As únicas pessoas que podem ser afetadas por sua presença em
minha caminhonete são Emmett e Jasper, porque terão de se comportar melhor com
uma mulher por perto.
– Eles se juntarão a nós?
– Não. Emmett está no rancho de Jasper, cuidando de tudo enquanto Jasper está
em Seattle, tentando convencer a esposa a voltar para casa. Seremos somente nós
e Spartacus. Já esteve em Durango antes?
– Não. E nunca estive em um rodeio.
– O quê? Uma americana que nunca esteve um rodeio? – Ela riu e encarou-o,
mais a vontade que antes.
– Não que eu não tenha sentido vontade, mas meu pai... Bem, pode imaginar
suas razões, não?
– Ele a manteve sob vigilância constante, suponho. – Sim, o que é
compreensível, considerando a encrenca em que minha prima meteu-se.
– Encrenca pela qual seu pai a faz pagar.
– Não. Nunca tive a sensação de estar sendo punida pelos erros de minha
prima, Pelo menos, não intencionalmente. Papai só quer proteger-me. Deve
sentir-se responsável pelos erros da filha, como se lamentasse não ter
interferido e proibido o romance de minha prima com Marshall a tempo de impedir
o lamentável desdobramento do caso.
– Ninguém pode impedir uma pessoa de agir como julgar conveniente e fazer
aquilo que quer.
– Talvez. Mas não culpo meu pai por tentar proteger-me. Ele tem seus
defeitos, mas jamais duvidei de seu amor por mim.
O comentário fez a admiração de Edward crescer ainda mais. Não conseguia
pensar em ninguém capaz de tanta generosidade.
– Há quanto tempo tudo isso aconteceu? – perguntou curioso.
– Há dez anos. Eu tinha treze, e minha prima havia completado dezenove.
– Ainda tem contato com ela?
– Céus, não! Apesar de todos os erros cometidos por minha prima, papai pediu
ajuda de uns amigos policiais para localizá-la e foi a Dallas a fim de tentar
convencê-la a voltar para casa, mas ela se recusou a segui-lo. Ela e Marshall estavam
casados e haviam gasto quase todo o dinheiro que roubaram da igreja.
– E como ela conseguiu escapar da lei?
– Não conheço os detalhes da história, mas deve ter sido porque o
dinheiro roubado pertencia à igreja. Papai conversou com os diáconos e prometeu
devolver até o último centavo, desde que eles não envolvessem a polícia no
caso. Ele pagou até pelo trabalho do auditor contratado para examinar os livros
fiscais da igreja.
– Com o dinheiro que deveria ter sido usado para pagar seus estudos.
– Sim, mas não tenho nenhum ressentimento por isso. O dinheiro nunca foi
meu; As economias pertenciam a meus pais, e eles tinham o direito de usá-las
como julgassem conveniente. E eles fizeram o que devia ser feito... o que era
melhor para toda a família.
Como uma mulher de coração tão puro e generoso fora se envolver com um
homem egoísta e cruel a ponto de abandonar o próprio filho? Um homem que
deixara uma mulher como Bella grávida e sozinha?
– Edward? – Hum?
– Eu o amei.
– Quem? – Bella conseguira ler seus pensamentos? – Jake. Pelo menos
pensei amá-lo. Agora não tenho tanta certeza. Espero que me desculpe por ter
sido tão rude naquela noite em que conversamos pelo telefone.
– Não precisa pedir desculpas. Eu não tinha o direito de interrogá-la.
– Tem todo o direito de perguntar sobre o homem cujo filho terá seu nome.
– Ele não é o pai do bebê. Não como realmente importa.
– Suponho que esteja certo. Não quero que pense que... que sou o tipo de
mulher que se entrega ao primeiro homem que conhece.
– Eu nunca pensei isso. Reconheço que questionei sua capacidade de
escolher companhias, mas foi só.
– Também questionei minha habilidade de julgar o caráter humano. Tive
muito tempo para pensar em meu relacionamento com Jacob, e não me orgulho das
descobertas que fiz sobre mim mesma.
– Todos nós cometemos enganos. Tenho certeza de que a até seu pai errou
algumas vezes.
– Não que ele admita...
– Provavelmente não. Mas ele é humano, o que significa que deve ter
cometido alguns erros..
– Tenho vergonha de admitir, mas fui a única responsável pelo
envolvimento com Jacob.
– Um envolvimento só acontece quando duas pessoas estão dispostas a
aceitá-lo.
– Sim, mas agora compreendo que estava procurando por um relacionamento.
Curiosa até. Eu tinha vinte e três anos de idade, era virgem e inexperiente...
Queria apaixonar-me, casar-me, ter um marido de quem minha família pudesse
sentir orgulho, gerar filhos!
Edward queria dizer que não precisava ouvir aquelas coisas, que não
desejava conhecer os detalhes de seu relacionamento com o homem que a
abandonara, mesmo sabendo que ela esperava um filho. Mas sentia que Bella precisava
falar, e era a única pessoa disponível para ouvi-la.
– Jake era atraente – ela continuou pensativa. – Inteligente, sedutor. E
ardente. Conhecê-lo e estar com ele foi o que aconteceu de mais excitante em
minha vida. Quando estávamos afastados, tudo que fazia era pensar nele, sonhar
com ele, planejar meios de vê-lo novamente. Vivia esperando por seus
telefonemas. Passava noites acordada, lembrando nossas conversar, analisando
cada palavra, cada suspiro. E quando estávamos juntos... Bem, nosso
relacionamento progrediu rapidamente na esfera física. Estava apaixonada, e
tinha certeza de ser correspondida. Quando descobri que estava grávida, fiquei
apavorada, apesar da alegria que acompanhou a descoberta. Esperava que Jake
também ficasse entusiasmado depois do choque inicial, e cheguei a sonhar com o
casamento. Saber que ele não queria ser pai foi um golpe terrível. Brutal.
Humilhante. Assustador. Afinal, estava sozinha.
Edward percebeu que um tremor a sacudia e imaginou que o último confronto
havia sido devastador.
– Está melhor sem ele – disse com tom seco, desejando ter cinco minutos a
sós com o homem que a abalara tão intensamente. Faria Jacob pensar duas vezes
antes de seduzir outra jovem inocente e levá-la para sua cama.
– Sim – ela murmurou. – E mais experiente também. Mais esperta. – Sentiu
a mão sobre a dela e fitou-o com ar surpreso.
– Algumas lições são mais duras que outras – Edward afirmou antes de
olhar para a estrada novamente. – Mas não se torture por ter confiado em um
homem que não merecia sua confiança: Ele é o tolo. Não você.
5 comentários:
A fic é ótima, mas você deve prestar atenção no que escreve para não confundir o leitor. Neste capítulo Edward diz a Bella que estará em seattle, mas quando chega na igreja, deixa subentendido que estava em Pecos e por fim, na cermonia o pastor diz que tem o poder concedido pelo estado do Novo México, mas Forks fica em Washington. No primeiro capítulo você diz que bella é morena e tem olhos castanhos, depois quando ela conversa com Edward diz que é lora de olhos azuis. Releia os caítulos antes de postá-los, pois sua estoria é ótima.
Nós repassaremos seus comentários para a autora da fic. Confesso que não vi os erros aludidos. Obrigada.
é ótima a fic!!!!!!!
A fic é realmente ótima. Uma delícia de ler muito envolvete, a historia; da vontade de ler sem parar. Mas, achei o comentario que se refere a certas contradições muito pertiniente. O que mas me chamou atenção foi fato dequê: uma aprima de Bella foi quem ivergonhou sua familia,de.pois a irmã, como assin gente? ou o pai de Bella é tambem pai da prima ou isto não é uma familia é uma gang.
Eh otima a fic to amando a cda dia .. Bjs
Postar um comentário
Deixe aqui o seu comentário sobre o post: