Olá Flores!!! Hoje vamos curtir o 6° capítulo de "Despertar do Amor". Quer acompanhar a história desde o início? Clique aqui.
Capítulo VI
O local do rodeio estava escuro quando chegaram, mas Edward encontrou o
caminho até os inúmeros galpões de metal que abrigavam as cocheiras. Caminhões
de todos tamanhos e cores enchiam o estacionamento, muitos deles atados a
trailers vazios. Homens reuniam-se em grupos, rindo e conversando. Alguns
acenaram, certamente reconhecendo a caminhonete de Edward.
Depois de estacionar ao lado de um galpão, ele desligou o motor e abriu a
porta.
– Vou acomodar Spartacus em uma das baias, e depois encontraremos um
lugar para passarmos a noite.
Bella assentiu e bocejou. Em seguida desceu do automóvel, aliviada por
terem concluído a viagem. Enquanto alongava costas e braços, ela viu Edward cuidar
do animal.
– Quer caminhar conosco? Spartacus precisa de um pouco de exercício – ele
convidou.
– É claro.
Andaram em silêncio por alguns minutos, até alcançarem uma área cercada
que servia para o aquecimento dos animais antes das provas. Edward levou Spartacus
para o interior da arena e, antes de fechar o portão, indicou:
– Espere aqui. Vou deixá-lo correr um pouco.
A cena era simplesmente fascinante. O cavalo corria sob a luminosidade
dourada das lâmpadas de segurança, mas era em Edward que Bella mantinha os
olhos fixos. Forte, másculo, imponente. Havia ao menos uma dúzia de adjetivos
para descrevê-lo, mas nenhum que fizesse justiça ao homem que conhecia melhor a
cada dia. Ele era bondoso, gentil e atencioso, características que um
observador casual talvez nem notasse, mas que Bella percebera desde o início.
– Boa noite, senhora!
Assustada com o cumprimento entusiasmado, ela se virou e viu um homem
caminhando em sua direção. Não podia ver seus traços na escuridão, mas sabia
que era tão alto quanto Edward... e provavelmente vinte quilos mais pesado. O
tamanho era suficiente para intimidá-la, e Bella recuou um passo numa reação
nervosa.
– Boa noite – respondeu perturbada.
– Vejo que não anda em boa companhia. – Ele olhava para o cercado.
– Deixe a moça em paz – Edward gritou do interior da arena. – Ela está
comigo.
– Era justamente o que eu queria dizer – insistiu o caubói. – E como um
cavalheiro, sinto que é meu dever moral resgatá-la, antes que ela arruíne sua
reputação desfilando com alguém como você.
Bella não sabia o que fazer. Devia correr e tentar fugir, ou seria melhor
pular a cerca e ir buscar refúgio ao lado de Edward? Antes que pudesse decidir,
ele abriu o portão e saiu da arena puxando Spartacus.
– Se você é um cavalheiro – disse –, eu sou o presidente dos Estados
Unidos.
– O que seria mais um motivo para salvar a pobre moça de suas garras. – Rindo,
o caubói bateu nas costas de Edward. – Estava me perguntando se você chegaria a
tempo.
– Eu disse que viria.
– É verdade. E então, vai me apresentar a essa encantadora jovem, ou não?
– Bella, este é Carlisle, um dos piores peões que já conheci. Carlisle,
esta é Bella, minha esposa.
Por que a apresentava como esposa? Não precisavam manter a farsa fora de Forks.
Mas era tarde demais para correções. Carlisle emitiu um grito alto o bastante
para fazer um surdo tremer.
– Esposa! Quer dizer que essa coisinha adorável cometeu a tolice de
casar-se com um lobo como você?
– Parece que sim.
– Ei, rapazes! – Carlisle gritou para um grupo de caubóis.
– Edward se casou! Venham conhecer sua esposa!
Edward deixou a mochila no chão e jogou a mala de Bella sobre a cama.
– Sinto muito – disse com um suspiro cansado. – Mas não podia pedir dois
quartos. Carlisle e os rapazes estavam por perto, atentos a tudo... Não pensei
que eles também se hospedariam aqui. Normalmente dormem nos trailers estacionados
na arena. Lamento que tenham surgido no saguão justamente quando eu ia pedir
quartos separados.
– Tudo bem. Sei que não teve culpa.
– Vou dormir no chão. Você fica com a cama.
– Não seja ridículo. Já dormimos na mesma cama antes e não tivemos problemas.
Tenho certeza de que desta vez não será diferente.
Uma hora mais tarde, Bella questionava a afirmação. Estava exausta, mas
não conseguia dormir, e Edward parecia estar sofrendo do mesmo mal, ou não
teria se virado quatro vezes nos últimos dez minutos.
– Edward?
– Hum?
– Está confortável?
– Sim. Por quê?
– Só queria saber.
– E você?
– Estou bem, obrigada. Edward?
– O que é?
– Não é incômodo dormir usando uma calça jeans?
– Muito, mas tudo bem.
– Pode despi-la, se quiser. Não me importo.
O colchão se moveu e ela soube que estava sendo analisada no escuro.
– Tem certeza?
– Absoluta. – E fitou-o para oferecer um sorriso confiante.
– Bem, se está certa disso – Edward murmurou enquanto se levantava.
Ao ver que ele levava as mãos ao zíper da calça, Bella cravou os olhos no
teto e engoliu em seco. Ouviu o ruído do fecho e o farfalhar do tecido
amolecido pelo uso constante. Incapaz de resistir ao impulso, deu uma espiada a
tempo de vê-lo libertando a primeira perna. Apesar da escuridão, era possível
discernir o formato perfeito. As costas largas; os ombros fortes, a cintura
marcada pelo elástico da cueca, o quadril estreito, as coxas grossas...
Sem se dar conta, fez uma rápida comparação com Jacob e decidiu que Edward
era mil vezes mais atraente. Musculoso, ele tinha o tipo físico que mais a
atraía, uma característica a mais para ser acrescentada à lista de pontos a
favor de Edward Cullen.
Perturbada, sentindo o rosto quente e o coração disparado, prendeu o
fôlego quando ele se deitou a seu lado.
– Melhor agora? – indagou, tentando esconder o tremor da voz.
– Muito melhor. Obrigado.
– Acha que vai conseguir dormir? – Esperava que sim, pois não seria capaz
de fechar os olhos enquanto ele estivesse acordado.
– Creio que sim. E você?
– Provavelmente.
– Quer que eu fale enquanto você tenta adormecer? – Ela sorriu ao
detectar o tom de provocação.
– Obrigada, mas acho que desta vez posso resolver o problema sozinha.
Ficou deitada e imóvel, a mente ocupada pela imagem do homem a seu lado,
do corpo musculoso coberto apenas por uma cueca e pelo lençol. O calor ameaçava
sufocá-la, uma onda crescente que brotava do ventre e se espalhava em todas as
direções.
– Bella?
– Sim?
– Lamento ter cometido o deslize de apresentá-la como minha esposa.
– Eu entendo.
– Por outro lado, não sei como poderia ter evitado o título sem pôr em
risco sua reputação. Os rapazes pensariam que é uma dessas garotas que vão aos
rodeios tentando conquistar os caubóis.
Sorrindo, seguiu um impulso e tocou o rosto sério.
– Nesse caso, acho que devo agradecer por ter defendido minha honra.
Rindo, ele segurou sua mão e colocou-a sob o rosto ao virar a cabeça em
sua direção.
– Você fala como se eu fosse um cavaleiro medieval. Um cavaleiro! – E
fechou os olhos enquanto bocejava.
Bella o observou em silêncio, notando a mudança no ritmo de sua
respiração. Edward era um verdadeiro cavaleiro, pensou, encontrando conforto no
contato do rosto com a palma de sua mão e no calor dos dedos entrelaçados.
Salvara sua família da desgraça associada a ter uma filha mãe solteira, e
também salvara seu filho do estigma de nascer fora dos laços do matrimônio.
Sim, Edward era um cavaleiro.
Seu cavaleiro branco.
– Você pode assistir a tudo dali. – Edward apontou para o canto mais
distante da arena. Depois ajustou a sela sobre Spartacus. – Quando chegar o
momento da prova do laço, nós entraremos por aquele portão – acrescentou
apontando – e seguiremos para o outro lado, onde aguardaremos nossa vez de
competir. Quando a prova terminar, virei encontrá-la aqui no trailer.
Bella assentiu, imaginando como ele poderia estar tão calmo. Estava tensa
só de pensar que ele montaria em seu cavalo e tentaria laçar e derrubar um
novilho de muitas toneladas.
Sentindo seu temor, ele riu e passou um braço sobre seus ombros,
guiando-a para longe da arena e puxando o cavalo.
– Por que essa cara assustada? Sou eu que vou competir, não você.
– Tem razão – Bella respondeu, respirando e tentando relaxar,
envergonhada da própria covardia. – Felizmente, porque eu não teria coragem
para subir em um cavalo, muito menos para pular de cima dele depois de laçar um
novilho.
– Ei, precisa acreditar mais em sua força. Aposto que adoraria a
excitação de agarrar um novilho pelos chifres.
Bella riu.
– Tome cuidado, está bem? Não quero que se machuque.
– Não vou me machucar. Prometo.
– Ei, vejam só isso! – Uma voz soou atrás deles. – Se não é Edward Cullen
num momento romântico com sua esposa.
Bella sentiu a tensão no braço apoiado em seus ombros.
– Onde a encontrou, Edward? Roubou-a de outro homem?
Podia sentir a raiva que emanava do corpo a seu lado.
Quem seria aquele sujeito, e que história haveria entre eles? E sabia que
havia uma história. Podia pressenti-la pela reação contida de Edward.
– Ela parece ser doce demais para estar envolvida com um canalha ladrão
como você – gritou o desconhecido. O que fez, afinal? Arrastou-a para a cama a fim
de deixá-la sem outra alternativa se não aceitá-lo como marido?
Edward virou-se e pôs as rédeas do cavalo na mão de Bella.
– Espere aqui – ordenou com tom ameaçador.
– Por favor, não!
Mas era tarde demais. Ele já se aproximava do oponente com os braços
flexionados nas laterais do corpo como um pistoleiro do Velho Oeste. O homem
que lançara o insulto mantinha-se ao lado de um trailer, uma das botas apoiadas
sobre o pneu e um palito de dentes na boca. Ao ver Edward caminhando em sua
direção, ele cuspiu o palito e ergueu o corpo.
– Fique longe de minha esposa, Aro.
– O que vai fazer se eu não acatar sua ordem, Edward? Vai mandar a lei
atrás de mim outra vez?
– Não. Desta vez resolverei o problema pessoalmente.
O sujeito moveu o punho, mas Edward antecipou o golpe e abaixou-se,
erguendo o braço para amortecer o ataque. Rápido, girou o punho de Aro e o
obrigou a virar-se, imobilizando-o.
– Vai ter de pedir desculpas à minha esposa.
– Não vou pedir desculpas àquela sua...
– Não se atreva a dizer o que está pensando! – ele gritou, empurrando o
adversário contra o trailer. – Não ouse pronunciar a palavra que está em seus
lábios, ou vou...
– Ei, Bella! Onde está Edward?
Ela se virou ao ouvir a voz de Carlisle.
– Oh, graças a Deus! Precisa deter aqueles dois antes que alguém se
machuque!
– Deter quem? – Carlisle perguntou olhando em volta. Ao deparar-se com a
cena, praguejou em voz alta e lançou-se na direção dos dois oponentes. – Benjamim!
Alistar! Ajudem-me aqui!
Os dois caubóis que conversavam perto da arena correram ao serem
chamados.
Carlisle passou um braço em torno do peito de Edward.
– Pare com isso, homem! Ele não vale um dedo arranhado. Solte-o!
– Não enquanto ele não pedir desculpas a Bella.
Alistair e Benjamin colocaram-se ao lado de Aro, segurando-o contra o
trailer enquanto tentavam arrancar o braço de Edward do pescoço do inimigo. Mas
ninguém conseguia dominar a força gerada pela ira.
– Edward, por favor – Bella gritou atrás dele. – Solte-o! Não me importo
com o que ele diz.
– Vamos, peça desculpas! – Edward gritou furioso, aumentando a pressão
até que os olhos de Aro se arregalassem.
– Des... desculpe-me – o homem gaguejou com voz sufocada. Depois
dobrou-se ao meio arfando ao ser solto.
– Não quero vê-lo perto dela. E se o pegar novamente... – Edward deixou a
ameaça pairando no ar. Depois pegou a rédea de Spartacus e a mão de Bella. – Vamos
sair daqui.
– Quem era aquele homem? – ela perguntou, correndo para acompanhar o
ritmo dos passos largos.
– Ninguém.
Bella estava parada onde Edward a deixara, protegida por Benjamin,
esperando que o locutor anunciasse o nome do próximo competidor. Os joelhos
ainda tremiam, resultado da tensão provocada pela briga.
Nunca imaginara que Edward pudesse ser tão violento. E esperava nunca
mais ter de testemunhar sua ira. Mas o que mais a preocupava era o fato de ele
ter se recusado a dizer quem era o homem e por que haviam brigado.
– Benjamin?
– Sim?
– Quem era aquele homem com quem Edward brigou há pouco?
– Aro. E ele é um homem mau.
– Os dois já tiveram problemas antes?
Benjamin assentiu; a testa franzida e os olhos fixos na arena.
– Muitas vezes. Aro costumava surrar a esposa, especialmente quando
bebia. Certa noite, Edward ouviu os gritos da mulher e foi ver o que estava
acontecendo. Aro a jogara no chão e a surrava com violência. Edward só
conseguiu contê-lo com a ajuda de dois homens fortes. Alguém chamou a polícia,
e Aro passou vinte dias preso. A esposa dele passou duas semanas no hospital.
– Bem, além da polícia e de Edward, dois outros homens estiveram
envolvidos no conflito. E Aro parece culpar apenas Edward.
– Porque ele continuou envolvido. Edward foi visitar a mulher no
hospital, levou-a para seu rancho e hospedou-a lá durante o período de recuperação.
Depois emprestou a ela o dinheiro necessário para o processo de divórcio. Aro jamais
o perdoou por isso.
– Eles tiveram... um romance?
– Oh, não! Ele só queria ajudar aquela pobre-coitada a escapar de um
marido violento. Edward é um bom homem.
O grupo de competidores já entrava na arena, e Bella o viu montado em Spartacus,
ao lado de Carlisle. Era horrível perceber que o rosto ainda exibia sinais da
tensão que o dominara pouco antes.
A cena ainda estava nítida em sua cabeça. Os gritos de Aro, a crueldade
com que a ofendera, a reação de Edward... Nunca alguém a defendera. E embora
sentisse vergonha de admitir, havia sido excitante descobrir que ele a
considerava importante a ponto de lutar por sua honra.
Por outro lado, nunca conhecera um medo tão intenso. E se o homem tivesse
uma faca, ou um revólver, e houvesse usado a arma contra Edward?
Ele podia ter sido morto tentando defendê-la! Abalada com o pensamento,
uniu as mãos em torno da boca e gritou:
– Edward!
Ele olhou em sua direção e cavalgou até a cerca.
– O que é?
– Eu... só queria desejar boa sorte. Chegue mais perto para que eu possa
beijá-lo. Dizem que um beijo sempre atrai boas energias.
Edward atendeu ao chamado esperando um beijo no rosto, algo casto e
inocente, mas ela o segurou e beijou-o na boca, usando a língua para entreabrir
seus lábios.
– Nosso próximo competidor é do Texas. Edward Cullen!
Ao ouvir o locutor anunciando seu nome, ele interrompeu o beijo e cravou
os olhos cinzentos nos dela. Havia estranheza e desejo em sua expressão.
– Vou torcer por você – ela murmurou.
– Obrigado.
– É melhor apressar-se, caubói! – Benjamin indicou.
– Sim, já vou indo... – E fitou-a por mais alguns instantes antes de ir
tomar seu lugar na arena.
Bella agarrou-se à cerca e esperou ansiosa. O novilho estava trancado em
um compartimento do outro lado do cercado, e Edward conduziu seu cavalo para um
segundo cubículo no extremo oposto. Um tiro anunciou o momento de abrir os
portões, e cavaleiro e animal correram para o centro da arena.
– Meu Deus, por favor, proteja-o! – ela orou, cobrindo o rosto com as
mãos, incapaz de assistir ao combate desigual e perigoso.
Quando abriu os olhos, Edward estava caído no chão, os braços agarrando
os chifres do novilho, as botas levantando nuvens de poeira enquanto ele tentava
obter o apoio necessário para sustentar a força descomunal. Spartacus corria em
círculos, a rédea caída ao lado do pescoço e a sela vazia.
Incapaz de continuar assistindo à luta, fechou os olhos novamente para
voltar a abri-los segundos depois, apavorada com uma exclamação da platéia. Edward
continuava caído, imobilizado pelo peso do corpo do novilho que,
desequilibrado, caíra sobre ele.
– O que aconteceu, Benjamin?
O homem fez o sinal da cruz.
– O novilho conseguiu acertá-lo no rosto.
– Meu Deus! Ele está ferido?
– Ainda não sei.
Desesperada, Bella viu Edward soltar os chifres do animal e rolar sobre
si mesmo, apoiando-se sobre as mãos e os joelhos. Gotas de sangue caíam sobre a
terra seca, causando nela um terror como jamais sentira antes.
– Edward! – gritou, tentando saltar a cerca.
Benjamin a segurou pelo braço.
– Eles vão cuidar dele.
– Preciso ajudá-lo! Ele está ferido!
– Veja, Edward já está se levantando. Não é tão sério quanto parece.
Carlisle correu ao encontro do amigo e segurou-o com firmeza, ajudando-o
a deixar a arena. Bella não conseguiu conter um soluço.
Aflita, correu para o portão a fim de encontrá-los. Quando conseguiu
passar pela massa humana aglomerada em torno da arena, Carlisle já havia
deitado Edward sobre uma pilha de feno. Ele mantinha os braços abertos e os
olhos fechados, e estava pálido como se fosse desmaiar. O sangue brotava de um
corte na sobrancelha esquerda, ensopando a camisa.
Bella ajoelhou-se no chão a seu lado e segurou a mão dele. O contato o
fez abrir os olhos.
– Qual foi meu tempo?
– Seu... tempo?
– Sim. Eu derrubei o animal. Qual foi meu tempo?
– Quatro ponto dois, companheiro – Carlisle respondeu. Mas acho que o
novilho vai reclamar pelo menos dois desses segundos, já que também conseguiu
uma proeza e tanto.
– O desgraçado me acertou.
– Sim, ele o pegou de jeito – Bella confirmou. – E você não cumpriu o que
me prometeu.
– Que promessa?
– Prometeu que não ia se machucar.
– E não estou machucado. – Ele mantinha o olho esquerdo fechado para
impedir que o sangue o invadisse. – Foi só um arranhão. Onde está meu cavalo.
Tenho de ir assistir a prova de Carlisle. – Tentou levantar-se, mas caiu
novamente sobre o feno e gemeu. – Só preciso de um minuto para recuperar o
fôlego.
– Precisa de um médico – Bella argumentou com firmeza.
– Tem razão. E ele já está aqui – Carlisle anunciou, afastando-se para
permitir que o doutor se aproximasse.
– Dessa vez foi pego de jeito, não é, Edward? – o médico perguntou
enquanto examinava o corte. – Ele quase acertou seu olho...
Enjoada, Bella levou a mão à boca para tentar conter a náusea.
– Está passando mal? – Carlisle quis saber.
– Não. Eu só... – Levantou-se depressa, e pontos coloridos dançaram
diante de seus olhos. Ouviu um grito, sentiu a vertigem... e depois tudo
escureceu.
– Tem certeza de que está bem?
Edward tentava ampará-la, mas ela ainda não conseguira decidir quem devia
ajudar quem a subir a escada.
– É claro que sim – respondeu irritada. – Foi você quem se feriu.
– E você desmaiou.
– Eu não desmaiei. Apenas... perdi a consciência por uns instantes.
– Dez minutos. E quase me matou de susto.
– Você me assustou primeiro.
Pararam no alto da escada, no segundo andar do hotel, e respiraram fundo.
Depois fitaram-se. Sentindo as lágrimas queimando em seus olhos, Bella tentou
contê-las.
– Acho que nunca senti tanto medo em toda minha vida – sussurrou.
Ele a abraçou.
– Nem eu.
– Não temi por mim. Foi por você que tive medo!
– Ei, acalme-se! Foi só um pequeno corte.
– Um pequeno corte? Você levou doze pontos! Quase perdeu o olho!
– Mas não o perdi. – Passando um braço sobre seus ombros, levou-a para o
quarto. – E você quase enlouqueceu o médico com aquela história sobre não
deixar cicatrizes. Pensei que Carlisle teria de arrastá-la para longe dele.
– Estava preocupada com seu bem-estar – Bella respondeu com tom
mal-humorado, jogando a bolsa sobre a cama. – E ainda estou. Trate de deitar-se
e dormir um pouco, está bem? O analgésico receitado pelo médico deve estar
fazendo efeito.
Tonto e sonolento, Edward caiu deitado sobre a cama e fechou os olhos.
– Levante os pés.
– Ei, posso tirar minhas botas sozinho!
– Não quando está fraco como um gato recém-nascido.
Sem forças para discutir, Edward entregou-se aos cuidados exagerados de Bella,
obedecendo a todas as ordens.
– Tire a roupa!
Confuso, ele se sentou e abriu o zíper do jeans, baixando-o com a ajuda
dos polegares. Depois deitou-se novamente, incapaz de superar a tontura.
Parada aos pés da cama, Bella engoliu em seco, os olhos fixos no jeans e
na cueca jogados no chão. Dissera a ele para tirar a roupa, mas não se havia
referido a todas as peças!
Lentamente, deixou os olhos subirem pelas pernas até as coxas. A junção
entre elas permanecia oculta sob a camisa longa de tecido espesso. Sem querer
pensar no que havia sob o pano, deu um passo hesitante na direção da cama.
Edward havia adormecido.
Era um sono agitado, ele se moveu em busca de uma posição mais
confortável. Um braço cobriu os olhos, o outro pousou sobre o abdome... e o
movimento desfez a tênue cobertura que escondia a porção mais íntima de seu corpo.
Jamais tivera uma chance de ver outro homem tão exposto. Jacob sempre
apagara as luzes antes de fazer amor e vestira a calça do pijama imediatamente
depois do ato.
Amor.
O que faziam era sexo. Ele a desejara e seduzira, mas nunca a amara.
Nunca a protegera, nunca brigara por ela, nunca sacrificara nada em prol do
bebê que crescia em seu ventre.
E Edward fizera todas essas coisas.
Invadida por uma imensa ternura, decidiu ajeitá-lo na cama, apesar do
constrangimento causado por sua nudez.
– Edward, deite-se sob as cobertas – disse, tentando mover seus pés.
– Humm?
– Deite-se sob as cobertas. Não pode dormir com as pernas penduradas para
fora da cama.
Ele gemeu, mas atendeu à sugestão, embora mantivesse os olhos fechados.
Movendo-se como um sonâmbulo, estendeu-se na cama e apoiou a cabeça no
travesseiro.
Sorrindo, Bella o cobriu com o lençol e ajeitou-o sobre seu peito. Ao ver
a mancha deixada pelo sangue seco em sua camisa, foi tomada de assalto por uma
nova onda de terror, como se a cena se repetisse diante de seus olhos. Tentando
apagar as terríveis lembranças, tocou o primeiro botão, abriu-o, tocou o
segundo...
– Bella?
Assustada, encarou-o e descobriu que ele a fitava.
– Sim?
– Por que está chorando?
Fingindo um enorme interesse pelos botões, ela deixou que os cabelos
escondessem seu rosto molhado.
– Não estou chorando.
– Está. – E segurou a mão dela. – Não chore, meu bem. Não aconteceu nada
comigo.
– Eu sei que você está bem, mas podia ter se machucado de verdade.
– Mas não me machuquei. – E abriu os braços. – Venha cá.
Chorando, ela aceitou a oferta de conforto e aninhou-se em seu peito,
sentindo que ele puxava o lençol para cobri-los.
– Não deve se preocupar comigo. Já enfrentei coisas bem piores e
sobrevivi.
– Não desde que o conheci. – E o enlaçou pela cintura, como se assim
pudesse protegê-lo de outros males.
– Tem razão. Bem, e se eu prometer que não vou mais me machucar?
– Vou fazer com que cumpra a promessa.
– Combinado. Agora feche os olhos. Você precisa descansar.
Bella ficou deitada ao lado de Edward, sabendo que ele precisava do
repouso mais do que ninguém, mas incapaz de afastar-se da fonte de calor e
conforto. Minutos depois sentiu o peso da mão em suas costas, ouviu a
respiração profunda e soube que ele havia adormecido.
Devagar, tomando cuidado para não acordá-lo, ergueu a cabeça para fitá-lo
e sentiu uma nova onda de emoção. Desde quando ele passara a ser tão
importante? E o que faria com todos aqueles sentimentos quando a semana
chegasse ao fim?
3 comentários:
Aii to amando essa fic!!! Quero mais!!
Muito boa quero mais também!
Esses dois o dia em qe eles asumirem o qe senti pelo outro o chao vai tremer kkkk bjs to asiosa pelo proximo capitulo
Postar um comentário
Deixe aqui o seu comentário sobre o post: