FANFIC - BELLA PROBLEMA X EDWARD SOLUÇÃO - CAPÍTULO FINAL

Olá Amores!!! Hoje vamos curtir o 49° capítulo de "Bella Problema x Edward Solução". Quer acompanhar a história desde o início?Clique aqui.



Autora : Lunah
Contato : http://www.facebook.com/marie.nunes.750?fref=ts
Classificação: +18
Categorias: Saga Crepúsculo
Gêneros: Aventura, Comédia, Drama, Lime, Romance
Avisos: Álcool, Linguagem Imprópria, Drogas, Heterossexualidade, Violência, Homossexualidade.





4ª Fase: Capítulo 14 - Final





Bella´s POV



Havia se passado pouco mais de uma semana desde minha apresentação no Hippy Shake. Até podia ser um Sábado divertido se o pânico, a histeria e o caos não tivessem se instalado no ambiente. O que aconteceu? Simples. O tal viado Max estava divulgando um desfile na loja dele com direito a 10 por cento de desconto em sua mercadoria, no mesmo dia do desfile de inauguração da grife e boutique BEM DOIDA. Super golpe sujo para acabar com a concorrência! As garotas e a bichona tinham decorado um galpão que serviria de cenário para um grande evento com direito a buffet e DJ. O problema é que agora corriam o risco de ficar a ver navios, por conta da sacanagem da bicha loira.



Os rapazes e eu ficamos sentados dentro de uma tenda montada atrás da passarela, observando os obcecados por moda terem um colapso nervoso.



Marius´s POV



Senti a brisa no meu rosto. Abri um só olho e vi Alice me abanando com um folheto. Fechei novamente o olho e prendi a respiração. Eu ia me suicidar ali mesmo!



– Marius, acorda! Não é hora para passar mal! – A sebosa se esgoelou.



Quando eu soube que a boneca de Vodoo estava tentando boicotar minhas chances de subir na vida, as estrelas piscantes da minha galáxia se apagaram. Se o cambalacho da grife não emplacasse, eu ia acabar como uma bicha totalmente falida vendendo Avon de porta em porta.



De repente, fui atingida por um pó branco infernal no meio das fuças. Pó químico! ESTAVAM USANDO A PORRA DO EXTINTOR DE INCENDIO EM MIM! ÓDIOOOOO!



– ACORDA, SEM PREGAS! – Berrou meu bonequinho.



Sentei, já o fuzilando com meu olhar matador calibre 50.



– Oh, graças a Deus! – A raxa pequeno polegar me abraçou.



– Êpa, errei o alvo, o fogo dele é no rabo. – Meu macho das cavernas zombou, só cuspindo no prato em que um dia comerá.



– Vou papocar a mão na sua cara, seu... seu... delicioso! – Rosnei. – Morra!



– Gente, não estão exagerando? – Falou Bella.



– Ô raxa burra, eu hein?! Ainda preciso explicar? Aquela naja, chamada Max, já dominava o babado quando chegamos aqui. Ela vai usar toda a força do caneco dela para boicotar nosso desfile. Não vai vir ninguém, acreditem!



– Então, convençam as pessoas a virem. – Disse o pinoquinho madeirudo, como se aquilo fosse fácil.



– Marius tem razão. Daqui a algumas horas, as modelos chegarão e não haverá ninguém para vê-las. Dois eventos na mesma cidade? Hanover é pequena demais para tamanha concorrência. – Lamentou Alice.



– A propaganda é a alma do negócio. – Comentou meu bonequinho, comendo amendoins.



Edward´s POV



Encaramos Emmett. Quando foi que ele ficou tão esperto?



– O que foi? – Perguntou confuso.



– Ele tem razão. Vocês ainda têm algumas horas, façam algo para chamar a atenção do público. Precisam de boa jogada de marketing. – Incentivei.



Os olhos das garotas brilharam e estranhamente começaram a festejar de mãos dadas.



– O que você disse de tão especial? – Perguntou Bella tocando meu braço.



– Não faço idéia.



– Muito bem, precisamos gravar o comercial agora. – Anunciou Rose.



– Hã? – Enruguei a testa.



– Você e Bella farão um comercial para nós, como fizeram para a campanha do Toicinho. – Alice bateu palmas, feliz. – São celebridades, todos amam vocês!



– DE JEITO NENHUM! – Esbravejei. Só podiam estar curtindo com minha cara. – Nunca mais vou participar daquele site idiota, não agüento mais as chacotas na faculdade por causa da droga daquele pirulito. – Me alterei. – Acham que gosto de ouvir toda hora: Edzinhu chupei seu pirulitinho?! – Riram, não me levando a sério.



– Calma, cabeçudo. O estoque acabou. – Disse Emmett. Respirei fundo, tentando recuperar a calma. Se burrice doesse, meu irmão só vivia gritando. O imbecil achou que não o ouvi sussurrar para Jazz. – Já providenciei mais algumas caixas.



Gemi, puto da vida. Queria esfolar alguém vivo.



– Como? Com que direito fez isso? Quem te deu permissão?



Ele apontou para Bella. A encarei, incrédulo. A pirralha olhava para o teto, fingindo estar alheia à discussão.



– Diz que é brincadeira! – Murmurei.



– O quê? Qual o problema? Uma garota não pode ganhar a vida explorando o namorado gostoso?



Gesticulei nervoso, sem saber o que responder.



– Foco, mundiça, foco! Precisamos do comercial agora!



– Não vamos participar disso, chega de nos expor! Isso está virando uma bola de neve. – Reclamei em voz alta. – Além disso, Bella nunca vai topar... – Apontei para meu frango. – ...ela tem princípios!



– Quanto vou ganhar nisso? – Swan deu um passo à frente.



FALA SÉRIO!



Bella´s POV



– Vocês precisam fazer isso por mim. – O viado bateu o pé no chão. – Me devem muito!



– Me recuso. – Meu Cullen cruzou os braços, carrancudo.



– Nem vem que não tem, pitel. Quem te ajudou a procurar a draga sumida, semana passada? Eu, a fabulinda! – Marius apontou para si mesmo. Depois, fitou o bisonho. – Quem ajudou na campanha do porco carente? Quem deu a vocês a honra de me conhecer? Estão nessa comigo até o talo!



– Gente... – Alice suspirou. – Não sabemos mais o que fazer. Talvez isso do comercial no site nem dê certo, mas precisamos tentar ou perderemos todo o trabalho e esforço que tivemos. Investimos tudo que tínhamos nesse projeto.



Bufei, depois puxei Edward até um canto para ter uma conversinha particular.



– Está muito bravo? – Esperta, alisei o peitoral dele. O cabeçudo deu de ombros, relaxando. – Sabe por acaso quanto estou faturando com esse lance do site e O Romance do Poço?



– Não.



Me aproximei ainda mais de seu corpo e sussurrei.



– O suficiente pra comprar duas passagens para Miami. Ou seja, eu e você, próximo final de semana, quarto de hotel e nenhuma roupa.



– MUITO BEM, VAMOS GRAVAR! – Anunciou virando-se para o pessoal, incrivelmente animado.



Duas horas depois...



Todos, incluindo Esme, Carlisle e Nessie, nos reunimos no meio do galpão para assistir ao vídeo produzido pelo serial killer no note book.



– Posso colocar? – Perguntou Emmett.



– Coloque todinho, coloque gostoso... HU!...OHOHOHOHOHO!



O bisonho deu um tapa na nuca do viado, que se estatelou no chão.



Chateada, tratei de apertar o play eu mesma.



# COMERCIAL #



A primeira a aparecer no vídeo fui eu, tristonha, varrendo o chão do galpão, com um lenço velho na cabeça, vestido largo e óculos fundo de garrafa. Mais parecia uma retirante!



De repente, surge quem? Edward, todo galã, de óculos escuros, passeando despreocupado por ali. O encaro com a boca escancarada, e é aí que vem minha primeira fala:



– Psiu...psiu!



Olhou para mim, fingindo surpresa.



– Pega eu! – Pisquei o olho.



– Está louca, sua feiosa? Vê se me erra! – Disse grosseiro, saindo de cena.



Meu rosto desolado ficou em foco. Tremi o lábio inferior, retirei do bolso um colírio e apliquei rapidamente sobre os olhos. Em seguida, desabei no chão aos prantos.



– AAAAAAAIIIIIIIIIIII...COMO EU SOFRO! RÃ,RÃ,RÃ. – É, eu arrasei na interpretação!



– O QUE ESTÁ FAZENDO, ISABELLA? – Esbravejou Esme se aproximando. – Por que não está limpando esse chão? – Colocou as mãos na cintura, toda mandona. Alice e Rosalie ficaram atrás dela.



– Madrasta, eu só estou descansando. – Fiquei de joelhos, puxei o lenço da cabeça e me assuei alto e pra valer. – Me desculpe.



– Isso não tem desculpas, sua malcriada! Irá limpar tudo novamente! –Jogou uma esponja em mim.



Rose e fofolete riram maquiavélicas. Aliás, exageraram!



– Pobre Belinha! – Debochou minha prima.



– Trabalha, sua mula! – Disse a sebosa.



As três foram embora e novamente caí em prantos.



– RÃ, RÃ, RÃ! AI, AI, AI, AI – Fingi chorar mais que solteirona vendo o final de Titanic.– Preciso de ajuda, preciso de uma fada madrinha... – Gesticulei na direção onde a fada deveria aparecer e nada. – ... eu disse... PRECISO DE UMA FADA MADRINHA! – Nada. Emputei! – CADÊ O BAITOLA DA FADA MADRINHA?



Então, Marius veio correndo todo aflito, tentando tirar o colan que entrava na sua retaguarda.



– Tou chegando, tou chegando!



Jasper colocou uma música estranha exigida pelo lunático metido a estrela. Não sei explicar como ainda não me matei!






O viado estacionou à minha frente, soltando o bafão no meu rosto. – Sou sua fada madrinha, criança. – Jogou um punhado de glitter na minha cara, a maior parte entrou na minha boca. – Qual seu problema?



Tossi antes de dizer:



– Ninguém quer me pegar. Sou muito feia! – Choraminguei.



– Vamos combinar que feia é bondade, HU!...HOHOHOHOH! Você mais parece uma periquita mal lavada!



– Ah, qual é?! Ele pode dizer isso? – Cruzei os braços, irritada, esperando que os produtores meia boca resolvessem a parada.



– Espero que ele esteja falando de um pássaro. Então, continuem. – Carlisle rindo, não apareceu no vídeo, mas a sua voz ficou registrada no comercial.



– Nada de improviso! – Enfiei o dedo na cara do cretino de rosa cintilante.



Impossível ser profissional assim.



– O que posso fazer por você, periquita uÓ?



– Meu sonho é ser uma princesa. – Me mantive dentro do roteiro escrito por Alice.



– Princesa? HU!....HOHOHOHOHOHOH! – O maldito estava rindo de verdade. – Sou uma fada, não um Photoshop.



Desisti do profissionalismo e apelei.



– Juro que se não fizer isso direito, vou te enfiar esse cabo de vassoura. –Ameacei.



– Não tente me agradar agora. – Balançou a varinha de condão em ameaça. – Acha que gosto de gravar esse vídeo? Eu podia tá matando, eu podia tá roubando, me prostituindo, você sabe, essas coisas divertidas. Mas estou aqui ralando feito uma operária para piscar na galáxia. Então, baixe sua bola!



– Você é a pior fada do mundo todo! – Praguejei. Nós já havíamos saído totalmente do roteiro.



– Sem drama, isso não é novela mexicana. Vou te ajudar.



– Oh, obrigada, querida fada. – Ironizei. Respirei fundo e tentei voltar ao personagem. – Me toque com sua varinha de condão, por favor.



– Viiiixi... não toco minha varinha numa raxa desde ...NUNCA! Assim não rola! Sou alérgica a essas coisas, você vai ter que se conformar com meus conselhos.



– Que conselhos?



– Não precisa de mágica, o que precisa é ir à boutique BEM DOIDA dar um trato no visual. Ficará fabulinda em instantes e conquistará todos os corações. –Jogou novamente um punhado de glitter na minha cara com toda força.



Ia cuspir glitter pro resto da minha vida.



– Mesmo? Essa loja fará tudo isso por mim?



– Sim e muito mais. Olha, como você está muito desesperada, vou usar meus super poderes e vesti-la com um dos maravilhosos modelitos da BEM DOIDA. Vou tocar em você com a minha varinha, mas não se acostume não, hein? Vou sair daqui toda empolada! – Fez um caretão.



– Sim, sim...faça sua magia acontecer. – Abri os braços.



Marius, parecendo enojado, deu uma varada na minha cabeça.



– Aiiiiii! – Gemi.



Graças à edição de vídeo, meu visual gata borralheira foi substituído instantaneamente por uma versão sexy de Cinderela da savana, pois o vestido curto que usava era adornado com penas de pavão. Aquele era o vestido principal da coleção, a capa do catálogo deles.



– Oh, estou linda! – Girei, dando ênfase à roupa que nem era tão feia assim.



– Viu só? Quem precisa de fada madrinha quando se tem a grife BEM DOIDA?



– Você tem toda razão!



Nesse momento, Edward retornou à cena e fingiu paralisar diante de mim.



– Ei, psiu... pega eu! – Me cantou abobalhado.



Fitei a câmera e pisquei um olho, sorridente.



– Meu príncipe! – Corri para seus braços.



Ficamos abraçados enquanto Marius marketeava pesado.



– Viram só? – Falou para a câmera. – Tudo é possível quando se veste um BEM DOIDA! Venha para a inauguração da boutique no galpão central da Rua Flames, as 19:30h, assistir ao maior e melhor desfile que o Estado já viu e compre tudo que quiser com vinte por cento de desconto! É apenas hoje, mundiça, aproveitem! – Deu um sorriso sórdido.



– Pensando bem... – Me afastei de Edward e tomei a varinha das mãos de Marius. – ...quando se é fabulinda, pra quê homens? – Dei uma varada em Edward que, graças aos truques de edição, magicamente se transformou no porco.



– Isso é que é ser BEM DOIDA! – Marius deu um tapa na minha bunda.



#FIM#



Os créditos idiotas começaram a rolar.



Há essa altura, minha família passava mal de rir.



– Ei, Emmett, você vai reeditar esse vídeo antes de divulgar na net, certo? Está muito louco. – Falou minha irmã.



– Aham! – Assentiu segurando o riso.



Até parece que ele ia perder a oportunidade de nos fazer passar vergonha.



Edward´s POV



Bella se arrumava para irmos à inauguração da tal grife e Ge...Nessie e eu esperávamos, sentados no sofá da sala.



A ex-mini-delinqüente estava carrancuda porque a obrigaram a usar um vestido.



– Odeio isso! – Resmungou.



– Um dia irá gostar. – Sorri.



– Porque não posso ir de macacão?



– Porque Marius te chamaria de mini-mundiça na frente de todo mundo.



Ela finalmente riu.



– Ia ser radical!



– Por que não foi para o galpão com minha mãe e Carlisle?



– Quero ir com vocês. Quero andar de moto! – Sorriu, mostrando a janelinha que recentemente se abriu entre seus dentes. – Posso te perguntar uma coisa? – Tamborilou os dedos no queixo, estudando-me.



– Sim.



– Quais são suas intenções com a minha Bella?



– Sua Bella? – Franzi o cenho.



– É! Na televisão, os namorados casam, têm filhos e vivem felizes para sempre. O que você está fazendo de errado? – Fechou a cara, mais implacável que Carlisle quando descobriu meu relacionamento com a pirralha.



Precisei tomar um gole do vinho que estava sobre a mesinha de centro. Depois, gaguejei sem querer.



– Er...eu...eu...



– Não minta para mim, Edward Cullen!



Uau, agora ela estava falando como a minha mãe!



– Relaxa, Nessie. Isso é coisa de adulto, você não entende.



– Não! – Cruzou os braços, ranzinza. – Vou te dizer o que deve fazer! Peça Bella em casamento, compre uma casa com um jardim bem grande e um cachorro. Depois, me leve para morar com vocês e... ah, claro, arranje um quarto para o Emmett e o Toicinho morarem lá até morrerem.



Era para eu ter rido, mas ela falou tão séria que me assustei.



– Isso é algum tipo de teste? Meu frango te mandou falar isso?



– Não. – Revirou os olhos. – Deixa de ser burro, Edzinhu, você tem que fazer a parada acontecer. Não seja molenga!



Afastei-me quando ela enfiou o dedo na minha cara, toda mandona.



– Ok, você está me assustando. Qual o problema?



Relaxou no sofá, cabisbaixa.



– Não quero morar com Esme e Carlisle.



– Por quê?



– Aqui é tão mais divertido, tem sempre alguma doidice acontecendo. Aquela Forks é chata!



– Eles vão ser seus pais, precisa se acostumar com isso.



– Por que não posso ficar com vocês? Por que não se casam?



Tentei simplificar para que a mente infantil dela compreendesse.



– Bella e eu somos muitos jovens, temos muito para viver antes de decidirmos casar. As coisas têm que acontecer no seu tempo certo.



– Mas você vai pedir ela em casamento? – Me encarou com os olhos esperançosos.



– Claro que sim, é uma das coisas que mais quero, só que agora não. Ainda nem terminei a faculdade.



– Então quando?



– Daqui a alguns anos.



– E eu?



– Hum... – Fingi ficar indeciso, só para deixá-la apreensiva. – ...vamos fazer trato. Você mora com minha mãe e Carlisle agora e daqui a um tempo, vem morar conosco.



– Promete? – Me estendeu a mãozinha, alegre.



– Prometo! – Apertei sua palma selando nosso acordo. – Mas não pode contar nada para Bella. Nem toque nesse assunto de casamento.



– Por quê?



– Não vamos estragar a surpresa dela, né?



– E se ela não quiser casar com você?



– Aí nós a sequestramos e a obrigamos a casar comigo em Las Vegas. Viu só? Eu já tenho tudo armado.



– Isso! Hora da dancinha da vitória! – Chacoalhou, elétrica.



– Ei! – Me espantei. – Quem te ensinou isso?



– O bisonho.



Só podia. Eu precisava ensinar ela direito, não estava fazendo certo.



Bella´s POV



Finalmente, estava pronta. Meu visual me agradou, o vestido branco foi presente de Alice para que eu usasse especialmente hoje. Então, caprichei na maquiagem, tentando agradá-la e economizar o sermão que devia estar preparando para mim.



Ao chegar à sala, encontro meu Cullen dançando com a mini-mim.



– O que estão fazendo? – Indaguei, confusa.



Me fitaram, surpresos, depois riram.



– Nada. – O cabeçudo desconversou se recompondo.



Edward aproximou-se de mim e sussurrou em meu ouvido.



– Eu já disse que adorei seu novo visual? Você está extraordinária.



– Já... umas cinco vezes. – Exagerei na resposta, mas ele ficava sexy, quando envergonhado.



Edward olhou para Nessie e falou:



– Fecha os olhos!



Ela o obedeceu. Então, seus dedos percorreram a curva do meu pescoço até a nuca, fazendo minha pele reagir ao seu toque. Ofeguei quando sua boca aproximou-se da minha, seus lábios roçaram sutilmente nos meus. Em expectativa, abri a boca ansiando por sua língua, que, para meu delírio, satisfez meu desejo. Desfrutamos de um beijo delicioso até ouvirmos:



– Que vergonha. – Murmurou mini-mim, rindo, ainda de olhos tapados.



Nossa concentração foi para o espaço. Rir foi inevitável.



– É melhor irmos logo. – Pedi e meu namorado concordou.



Minutos depois, chegamos ao galpão. Logo na entrada, bestifiquei com a quantidade de gente que lotava o local. Havia até uns sujeitos da imprensa cobrindo o evento. Pois não é que o lugar estava mesmo animado?! Eu não conhecia nada do mundo da alta costura, mas a grife estava cheirando a sucesso.



Peguei duas taças com o garçom que passava por perto e dei um gole em cada bebida, tentando controlar o nervosismo de ser fotografada. Aliás, estavam fotografando tudo.



Edward deixou Nessie com Esme, e me puxou para os bastidores, onde tínhamos esperanças de estar mais calmo.



Logo que entramos na tenda, tentei fugir, mas meu Cullen não permitiu. Aquilo mais parecia um campo de concentração nazista. Tinha pessoas esqueléticas com pouca roupa para todo lado.



– EU JÁ DISSE PARA SAIR DAQUI! – Berrou minha irmã, batendo em Emmett com um vestido, tentando o expulsar.



– O que você fez? – Edward perguntou para o irmão.



– Ele estava escondido atrás das cortinas secando as modelos! – Respondeu Rose, apontando para um tipo de provador improvisado.



As modelos pareciam não se importar, mas minha irmã estava uma fera. Estaria com ciúmes?



– TODOS OS CULLENS, PARA FORA DAQUI AGORA! – Gritou Alice super estressada.



Edward me deu um breve beijo e saiu arrastando Emmett, antes que a Fofolete mostrasse seu lado homicida.



– CINCO MINUTOS, CINCO MINUTOS! – Marius apareceu gritando no meio da tenda, causando um alvoroço.



Não sei como isso aconteceu, mas acabei no meio da muvuca entre roupas, sapatos e acessórios. Fiquei pequena no meio de tanta mulher alta, na verdade, me perdi ali. Os gritos e excesso de spray para cabelo me deixaram tonta. Nunca vi nada igual, era um campo de batalha. Será que eu sobreviveria? Não tinha certeza de quanto tempo fiquei presa naquele parangolê, mas ouvi a voz de Rosalie no microfone, apresentando o desfile.



– Raxa! – Marius agarrou meus ombros, me fazendo parar de girar pela tenda. – Segure isso! – Enfiou um vestido em minhas mãos. – É a peça chave da coleção, guarde como se fosse a sua vida.



– Hã? – Arregalei os olhos, enquanto ele se mandava. – Como assim?



De repente, alguém me cutucou.



– Te achei! – Era a mini-mim com o porco famoso.



– O que está fazendo aqui?



– Cansei de ver aquelas mulheres andando no palco.



– É passarela.



– Tanto faz. Vamos pôr o Toicinho pra desfilar também. – Pediu chacoalhando o animal.



A idéia era quase irresistível.



– É melhor não.



– Vamos sim! – Saiu correndo em direção aos degraus que levavam à passarela.



FERROU!



– NÃO, NÃO, NÃO! – Gritei correndo atrás dela. – Segura isso! – joguei o vestido para uma funcionária do buffet, então, pude agarrar Nessie.



– Droga! – Resmungou em meus braços.



– Não apronte. Você, por acaso, quer ver o Marius enfartar?



– Sim!



É, ia ser engraçado.



Só quando falei o nome dele é que me lembrei do vestido. Olhei para os lados e nem sinal da funcionária.



OPA!



Marius vestia uma modelo quando o abordei, aflita.



– Aconteceu um pequeno incidente.



– Não me torre a paciência, periquita.



– Perdi o vestido. – Murmurei.



– AAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHH!



Digamos que ele não encarou a situação muito bem.



– Como assim, perdeu o vestido? – Questionou Alice que ouvira minha confissão.



– PÁRA, PÁRA, PÁRA TODO MUNDOOOOOO! – Berrou a bichona possessa.



Viramos estátuas diante da histeria dela. Foi nesse momento que vi a funcionária tentando sair de fininho da tenda.



– ALI, ALI! – Apontei desesperada. – ALGUÉM DETENHA AQUELA MULHER!



Duas modelos se colocaram na frente da saída, impedindo a cretina de se mandar.



Ela nos encarou. Marius, então, reconheceu Max por debaixo da peruca e maquiagem.



– É A BONECA DE VODOO! EU TE PEGO, SUA ESCROTA!



Marius disparou em direção ao seu rival que tentou escapar na maior cara de pau. Só faltava isso para completar a putaria. O pavão chegou bem perto de pegar Max. Infelizmente, tudo o que conseguiu foi tropeçar e cair no chão levando consigo a peruca do intrometido. Que bicha escorregadia!



Pensei que o loiro estava encurralado na tenda, porém, quando o vi correr em direção à passarela, a única saída liberada, percebi que a situação ia piorar.



– ALGUÉM DETENHA AQUELA BICHA PERTURBADA! – Marius estendeu as mãos como se estivesse partindo para o além.



Foda!



Me livrei dos sapatos e corri o mais rápido que pude, adentrando a passarela onde Max já havia causado uma comoção. Sua fuga foi atrasada pelas modelos lesadas que se amontoaram sem saber para onde ir. Peguei impulso e, na frente dos flashes, luzes coloridas e uma multidão, me joguei com tudo em cima do safado.



Pela minha visão periférica, vi algumas modelos desabarem da passarela, pequena demais para tanta confusão. Montei em Max, o imobilizei e falei satisfeita:



– Foge agora, seu queima rosca!



Rose, Fofolete e Marius se aproximaram, chocados e revoltados.



Tirei meus cabelos do rosto, o que me possibilitou ver o que não deveria: os expectadores me encarando embasbacados.



Engoli seco e sorri amarelo, saindo de cima de Max, lentamente. Inutilmente, me escondi atrás de Alice e avistei Emmett já filmando tudo.



– PERFEITO! PERFEITO, SAMARA! – Subiu na passarela armado com aquela porra de câmera. – Quando eu acho que já fez tudo, você vem e... BUM! Me surpreende. – Aquilo era o inferno para mim e o paraíso para ele.



Max se levantou, só que, antes de conseguir dar um passo, o Pavão o pegou pelos cabelos, dizendo:



– Devolva meu vestido, sua ladrona!



– Ô bicha burra! Quem rouba é ladra, não ladrona. – O loiro retrucou, arrancando risos dos expectadores.



– É mesmo, dona estudada?! Quem ladra é cachorro! E você, meu amor, é uma cachorrona!



– Não quero esse vestido pavoroso. Ele é ridículo! – O jogou no chão.



Rosalie pegou o vestido, extremamente constrangida.



– Legal, agora se matem! – O bisonhento aproximou a câmera dos viados.



– Menina, que homem viril é esse? – Max tocou o braço de Emmett.



– Bicha, não se engane não, eu acho que ele é mais mulher que nós duas juntas. – Marius empinou o nariz. Novamente, as pessoas riram. Aquilo estava ficando cada vez mais bizarro.



– ÊPA! – O serial killer fez cara feia, tentando meter medo neles.



– Alôôô! Esse Max está acabando com nosso desfile. – Fofolete estava chateada.



– E eu não sei? Tou aqui me tremendo todinha. Vou é dar na cara dessa bicha horrorosa do cão, criatura mal feita! – O lado gladiadora de Marius aflorou.



– Não venha forte não! – Max se desvencilhou.



– Você é uma carniça, pistoleira, uma alma sebosa! – O pavão estava com a macaca.



Ui, muitos animais para meu vocabulário.



– Bicha, vamos fazer as pazes. – A ladra tentou persuadir Marius, alisando seu ombro. – Amigas?



– BEEEEEEEEEM DOIDAAAA! – O sem pregas deu um tabefe federal na criatura.



– AAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHH! – Ela ou ele... eu não sei, gritou irada.



– PORRADA! – Emmett pulou feliz.



Até eu achei que a pancadaria ia ser violenta, mas nós tivemos que assistir os dois ridículos chacoalharem as mãozinhas. Só a ponta dos dedos se tocavam, nem devia estar doendo, mas berravam como se estivessem travando uma batalha épica.



– Nós usamos os tecidos mais nobres, criamos os modelos mais ousados e agora o que resta? Uma briga gay?! – Minha irmã falou alto, irada. – Nada vai nos impedir de chegar ao sucesso! – Ela empurrou Marius para o lado e deu um tapa super forte em Max. Ele praticamente voou para fora do palco, depois saiu correndo.



O desfile tinha ido por água abaixo, nada restava além de olhares espantados em nossa direção. Fitei as meninas e elas estavam totalmente desoladas.



De repente...



– BRAVO! BRAVO! – Um cara com pinta de gay, aplaudiu de pé fervorosamente. – QUE INOVADOR E MODERNO! MODA E ARTES CÊNICAS, QUE EXTRAORDINÁRIO! MUITO VISIONÁRIO! BRAVO!



– Quem é esse doido? – Sussurrei para Alice.



– O editor de uma importante revista de moda. Esme mexeu uns pauzinhos e conseguiu trazê-lo. – Murmurou pelo canto da boca.



O figurão continuou aplaudindo. Como muita gente ali acompanhava o Romance do Poço, começaram a achar que a confusão fazia parte do desfile, um tipo de espetáculo e também nos ovacionaram.



– Rápido, dêem as mãos. – Pediu Rose.



Nós a obedecemos e nos inclinamos em um cumprimento.



– É melhor encerramos o desfile por aqui. – Alice alertou.



Acenamos sorridentes e algumas modelos trouxeram buquês de flores e ofereceram para os três estilistas mais loucos do mundo.



– Que doido! – Emmett ficou confuso.



Quanto mais tempo passávamos ali, mais aplausos surgiam.



– RAXAS, NÓS ESTAMOS PISCANDO NA GALÁXIA, SOMOS ESTRELAS! – A bichona jogou as mãos pro alto.



(...)



* ALGUNS MESES DEPOIS...*



# Sábado 8:40h #



– EDWARD, EU TE ODEIO! – Gritei com o resto de fôlego que me restava.



Forcei minhas pernas a correrem ainda mais rápido. O sol daquela manhã de verão brilhava intenso no céu, o vento morno refrescava meu rosto, enquanto gotículas de suor escorriam por minha testa. Dobrei a esquina, quase caindo na calçada escorregadia. Saltei por cima de um vira-lata, mas mantive o ritmo.



– Vem pegar pirralha, vem! – Debochou, chacoalhando meu boné velho.



O cretino continuou a maratona até chegarmos à frente do casarão. Mesmo com uma vontade danada de bater no meu Cullen, eu estava feliz por estarmos de volta à Verona.



Minhas férias estavam sendo diferentes das do ano passado. Muita coisa havia mudado. Meu pai e Esme compraram uma casa no nosso bairro em Hanover e lá firmaram os alicerces de nossa nova família. O casal estava fazendo todo o possível para se manter ao lado de seus filhos e eu admirava isso. Carlisle insistiu para que eu voltasse a morar com ele, mas eu estava começando a andar com minhas próprias pernas e curtia isso. Porém, sempre que podia, estava lá com ele e Nessie. Por causa dela, Esme e eu acabamos nos aproximando. Havia coisas sobre a mini-mim que somente nós compreendíamos, nossas experiências de vida tornaram-se úteis durante o processo de adoção, no qual a pequenina teve que relembrar algumas coisas ruins do seu passado. Ela já não queria ser chamada de Faith, o nome que seu pai, um presidiário violento lhe dera. Por isso, Edward e eu tomamos a liberdade de escolher seu novo nome. Agora, a mini-mim chamava-se Renesmee Cullen Swan. O problema é que ninguém conseguia parar de chamá-la pelo apelido. A mosca nada morta passou bastante tempo comigo, pois juntas ajudamos Nessie a se adaptar a escola e nos revezávamos nos ensaios do grupo de teatro infantil, do qual, agora, ela participava. Com o tempo, minhas conversas com Esme se tornaram agradáveis e eu pude conhecer facetas daquela mulher que nunca imaginei existir. A paz estava estabelecida entre nós e isso se refletia em quase tudo à nossa volta. Talvez Esme não soubesse, mas lhe era grata, pois se ela não tivesse surgido em nossas vidas, eu nunca teria conhecido Edward.



– Qual o problema, maninha? Já cansou? – O cabeçudo ainda me provocava.



Sem conseguir falar, apenas mostrei-lhe o punho cerrado em ameaça.



– Você é uma fracote, Bella. Só faz uma hora que estamos correndo.



– Vou te mostrar quem é a fracote!



Bastou eu fechar a boca pra ele correr em direção a casa, comigo em seu encalço. Passamos por debaixo de uma mesa que os funcionários do buffet ergueram, tentando decorar o jardim para a cerimônia e festa que logo ocorreria ali.



Dentro da casa, Edward parou. Tentei tomar meu boné, mas ele o colocou em sua cabeça e me jogou em seu ombro. Me debati em vão, o cara me segurava firme.



– PAI, ME AJUDA! – Gritei para Carlisle, sentado tranqüilo no sofá.



– Não dá, Bella, Edward é mais forte que eu. Quem sabe, na próxima. – Riu sem tirar os olhos do jornal.



– Esme, socorro!



– Estou pesada demais para levantar. – Passou a mão no barrigão. Ela já estava com oito meses de gestação.



O Cullen subiu as escadas, praticamente me sequestrando. No corredor, próximo ao quarto do suposto maconheiro, ouvimos alguns barulhos incomuns. O maníaco por limpeza já não era tão obcecado. Na verdade, parecia que sua nova obsessão era sexo. O que deixava a Fofolete com um humor impecável.



Será que agora deveria chamá-lo de suposto taradão?



Edward levou-me para seu quarto. Depois, fechou a porta com o pé e me jogou na cama.



– Você vai sofrer! – Estreitei os olhos.



– Hum, sei. Não disse isso ontem? – Deu um sorriso pretensioso. Fingi nem notar seus olhares maliciosos. – Banho, maninha?



– Não sou assim tão fácil. – Virei o rosto.



– Ok! – Tirou a camiseta e foi para o banheiro.



– Na verdade, sou sim! – Saltei da cama animada. O alcancei antes que atravessasse a soleira. – Não fique convencido, ainda te odeio. – O agarrei, mantendo a mentirinha já manjada de nosso velho joguinho de gato e rato.



– Você sabe que também te odeio, meu frango. – Puxou minha camiseta para cima, tirando-a.



Como diria Emmett: e é bom!



Edward pressionou-me contra os azulejos, beijando-me com o mesmo fogo desconcertante que mantinha nossa relação ousada e maluca.



(...)



# 10:00h #



Eu estava no quarto de Rosalie. Ambas olhávamos para o teste de gravidez em cima da escrivaninha.



– É melhor você olhar. – Murmurei.



– Não! Foi você quem comprou o teste, é seu!



Enruguei a testa sem saber o que fazer.



– Mas...



– Sem mas, Bella, verifica logo isso! – Se aborreceu.



Eu tinha feito um draminha por causa daquilo, agora tinha que encarar. Peguei o teste e esperei mais alguns segundos, até que estivesse no ponto de verificar. Suspirei, tensa. Aquilo tudo era tão estranho!



– Muito bem. – Inspirei o máximo de ar que pude. Oh, Deus! – Arregalei os olhos.



– O quê?



– Deu positivo! – Nos encaramos. – Rose, você está grávida!



– Não pode ser! – Tomou o teste de minhas mãos.



– O troço aí está vermelho. Sim, está grávida!



– AAAAAAAAAAHHHHHHHHHHH! – Pôs as mãos na cabeça.



– Tem certeza que é uma boa hora para enlouquecer? Precisa mesmo gritar?



– Você ainda não entendeu? – Gesticulou nervosa. – Estou grávida do Emmett!



Coloquei as mãos na boca, chocada.



– Nossa! Então grite à-vontade!



– AAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHH!



Dez minutos depois...



– AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHH!



Minha irmã continuava a se descabelar. Precisei dizer ao meu pai que era um exercício para cordas vocais, pois ele já estava ficando preocupado.



Abanei-a com uma revista, tentando visualizar a cara de Carlisle quando soubesse.



– Meu Deus, o que vou fazer? – Choramingou.



– Quanto tempo sua menstruação está atrasada?



– Algumas semanas. Não tenho certeza.



– Ei, garota, talvez isso não seja tão ruim quanto parece. – A sentei na cama. – Ninguém está mais preparada para passar por isso do que você.



– Acha mesmo?



– Sim! – Fui sincera. – É a mais madura de nós, está em uma boa fase com todo o sucesso da grife. Acho que vai tirar isso de letra. E se tiver alguma dificuldade, Alice e eu estaremos do seu lado.



Enxugou as lágrimas, pensativa.



– Nunca me imaginei como uma mãe.



– Eu também não, e agora, olha como estou apegada à Nessie. Acontecem coisas na nossa vida que não esperamos, mas acabam sendo presentes maravilhosos. – Afaguei seu cabelo. – Rose, vai dar tudo certo. Você é a mais forte da família. Pode fazer qualquer coisa.



– E Emmett? Ele é um idiota!



Rimos.



– O que rola entre vocês?



– Às vezes, ficamos juntos às escondidas. Ele é muito gato, bom de cama, mas é um babaca, brigamos o tempo todo. Tem horas que quero matá-lo!



Ergui as sobrancelhas, tendo a leve impressão de que já vira aquela história antes.



– Estou até imaginando a cara do Bisonho quando souber.



– É, eu também. – Passou as mãos no rosto. – O cara vai ser um péssimo pai.



– Não sei, não. Tudo bem que o Emmett é bem burro, mas veja como ele é louco pelo Toicinho. Faz tudo por aquele porco e é só um animal. E com a Nessie?! Estão sempre juntos. Tenho certeza de que o bisonho será o pai mais carinhoso, atencioso, divertido e surtado do mundo.



Rosalie me encarou, absorvendo os lados positivos da situação.



– É, talvez você tenha razão.



– Sempre tenho. – Pisquei o olho.



– Então é isso... – Minha irmã suspirou, aceitando a novidade. – ...vou ter um bebê! – Me estendeu os braços com um largo sorriso.



– Sim! – A abracei. – Estou ficando velha, vou ser tia! – Brinquei, divertindo-a.



– Bella, se estivesse no meu lugar, como daria a grande notícia para o papai?



– Bem...eu...er...



Nessie´s POV



Marius me pagou 50 pratas para vestir o Toicinho de menina. Ele estava todo rosinha, cheio de lacinhos e florzinhas. Eu queria muito mostrar o porquinho mona pra todo mundo. Corremos pelo corredor. Quando eu já estava indo descer as escadas, olhei para trás e nem sinal do danadinho. Pois não é que ele estava fuçando a porta do quarto da sebosa?!



Fui buscar ele antes que se desarrumasse. Cheguei bem pertinho e peguei o fujão. Percebi que o Toicinho fez a porta abrir um pouquinho e vi Bella e Rose conversando. Prestei bem atenção quando minha mãe 2 disse:



– ...não planejei isso, mas estou grávida. Vou ter um bebê e vou cuidar muito bem dele.



NOOSSAAAAAAAAAAAA!



Bella vai ter um bebê! Que iradooo! A galera tem que saber!



Corri para a sala bem rápido, gritando:



– BELLA VAI TER UM BEBÊ, BELLA TÁ GRÁVIDA! VAI TER UM BEBÊ!



Bella´s POV



Quando ouvi os berros da mini-mim me segurei em minha irmã para não desmaiar.



– Faz alguma coisa! – Rose se desesperou.



Corremos para a sala onde Nessie gritava sem parar. Nunca desci aquelas escadas tão rápido. Ao ver meus familiares, gelei dos pés à cabeça.



– Respire, Edward, respire! – Jasper batia nas costas do irmão, engasgado com a própria saliva.



Todos, exceto Marius, que não estava presente, me analisaram, espantados.



– Bella vai ter um bebê. – Para meu terror, mini-mim continuou repetindo.



O bisonho olhou para meu Cullen e disse:



– Eita, se ferrou, Zé Ruela!



– Bella, você... – Meu pobre pai, nem sabia o que dizer.



– Shhh! – O interrompi. – Não estou grávida.



– N-não... está? – Edward estava mais branco que papel. Eu tenho que confessar, hilário! Até tive vontade de levar o mal entendido adiante, mas estava preocupada com Rose.



– Não estou.



– Tem certeza? Porque... hã, só estou surpreso, mas vou reagir melhor daqui a pouco. – O cabeçudo estava tão nervoso!



Carlisle lançou um olhar assassino para seu protegido.



– Não estou grávida! – Quantas vezes ia ter que repetir aquilo?



– Bella está falando a verdade. Quem vai ter um bebê sou eu. – Rosalie confessou, corajosa. – E o pai é o Emmett.



Bastou ela terminar de falar para ouvirmos o baque. O serial killer tinha caído durinho no chão.



Quinze minutos depois...



– Essa não era minha idéia de união familiar quando os trouxe para Verona. Vocês se envolveram uns com os outros e eu sou sempre o último a saber? – Meu pai pareceu meio bravo.



Meu pai era muito ingênuo. Ele queria que fôssemos irmãos, mas acabou todo mundo se comendo. Hilário!



– Eu não me envolvi com ninguém... – O bisonho já estava meio lúcido, eu acho. – ...só dei umas bimb... – Edward precisou tapar a boca do irmão ou Carlisle ia virar o Dr. Morte.



– É até difícil de acreditar. Emmett, você engravidou a minha filha!



– E você engravidou a minha mãe, estamos quites!



Dá para acreditar que ele falou isso?



– Parem de agir como se eu não estivesse aqui! – Rose estava chateada.



Carlisle respirou fundo e percebi que ele tentou manter a calma. Devia estar pensando: que droga, meus enteados estão se aproveitando de minhas filhas!



Emmett finalmente pareceu se dar conta da seriedade do assunto e disse:



– A bandida e eu já estamos mesmo numa rôla-enrola, então, vamos ter esse neném juntos e dar a ele um nome bem bacana. – Passou o braço em volta de Rose. – Gente, perguntinha. – O fitamos confusos. – Vamos ter que casar?



– DE JEITO NENHUM! – Minha irmã vetou a idéia. – Nem pense nisso, seu bimbador de uma figa.



– Ei, mais respeito comigo, agora sou um pai! – Ajeitou a gola da camisa, todo esnobe.



– É melhor resolvermos isso no meu escritório. – Carlisle os conduziu. Aquele vão era um tipo de confessionário e câmara de tortura dos rapazes. Com certeza, meu pai ia passar aquele sermão sobre responsabilidade nos dois.



# 13:00h #



Após o almoço, eu, as garotas e os irmãos Cullen ficamos no jardim, observando uma equipe de profissionais darem os últimos retoques na decoração do casamento.



– Se o bebê nascer com sua cara, eu me mato! – Ranzinza, Rosalie discutia com o pai de seu filho.



Eles haviam combinado de falar sobre a gravidez só após o casamento. No entanto, não paravam de discutir. Edward os estudava, como se nos enxergasse ali.



– Será que éramos assim? – Cochichou em meu ouvido.



– Não... – Vi minha irmã dar um tapa no bisonho. O doido falou que ela ficaria barriguda, lógico que ela interpretou barriguda como gorda. – ...tínhamos mais classe.



Tínhamos nada! Até rolamos no chão discutindo. Sem falar no festival de palavrões.



– Ainda somos os melhores brigando. – Passou o braço pela minha cintura. – Esse título ninguém nos rouba.



– Com certeza!



– QUE BAFÔ É ESSE AQUI? SAIO UMAS HORINHAS E JÁ ESTÃO BATENDO NO MEU PICACHÚ? – Pronto, só o que faltava era Marius chegar, acompanhado por seu assistente-escravo.



– É melhor não contarem a novidade para ele. – Sussurrou o suposto maconheiro.



– Lady Rô... – Virou-se para o gay moreninho. Ele vestia um terninho rosa cintilante da grife BEM DOIDA, que, aliás, era sucesso. – ...agende uma hora para eu dar na cara dessa ralé.



– Pode deixar, magnânima. – Respondeu fanhoso e rabiscou na agenda. O capacho sempre anotava quase tudo que o Pavão falava.



– Marius, precisamos conversar. – Minha irmã pediu, cautelosa.



O tal Rô correu e tomou a frente de Marius, impedindo que Rose se aproximasse.



– Você tem hora marcada com a magnânima? Acho que não, imundícia! Ele não está disponível agora.



– Quantas vezes eu tenho que dizer que não é imundícia, e sim, MUNDIÇA?! – Marius deu uma bolsada em seu assistente. – Gente, que viado uÓ! Que viado uÓ!



– Desculpa, magnânima. – Choramingou. – Eu sou meio lerda.



– Lady Rô, não me decepcione! Eu odeio essas bichas que não arrasam. Desse jeito, vou ter que tirar o seu título de Lady.



– NÃO, MARIUS! – Se jogou nos pés dele. – Não faz isso comigo, tudo menos isso! Meu sonho é piscar na galáxiããã! – Se agarrou às pernas do Pavão.



– Que...bicha... fuleragem! Eu não agüento! – Marius o empurrou para longe. – Vai embora da minha vida, vai, fanhoso uÓ!



– Não! Nunca! – Choramingou outra vez. – Quem vai marcar os seus encontros? Quem vai apanhar por você? Bicha, nós arrasa!



Marius revirou as olhotas.



– Tá bom, mas não apronte, Lady Rô. Eu sou uma Pop Star da alto costura, você tem que se sentir honrada em ser minha assistente e discípula.



– Eu me sinto, magnânima. É nóis, bicha, bate!



Bateram na palma um do outro, depois, deram uma rodadinha.



EU TINHA MESMO QUE ASSITIR AQUILO?



– Rose, o que você queria falar? – Marius questionou, erguendo uma sobrancelha.



– Vi a roupa que usará no casamento e é maravilhosa. – Minha irmã sacou que não era uma boa hora para contar sobre a gravidez. Afinal, o viado lunático podia arruinar tudo.

– Lógico que é! Eu mesma desenhei. Mesmo assim, fiquei com pena da noiva e vou tentar não ficar tão fabulinda HU!...OHOHOHOHOHO!



– Marius, tem um senhor aqui querendo falar com você. – Meu pai se aproximou acompanhado por um sujeito engravatado.



– FOI ELE! – Empurrou o Lady Rô para os braços do homem.



– Não estou aqui para te acusar de nada. – O coitado até ficou assustado.



– Ufa! – A bichona enxugou a testa.



– Faz um tempo que tento contatá-lo, mas só agora consegui te localizar.



– Qual o problema, bofe?



– Sou advogado da sua avó. Estou aqui para te dizer que, infelizmente, ela morreu.



– De novo? – Não consegui segurar a língua.



– Tem certeza que ela morreu bem morrida? Não estou a fim de vê-la ressuscitar novamente. – O sem vergonha empinou o nariz.



– O enterro foi há duas semanas atrás. Sinto muito. Aqui está o atestado de óbito. – Estendeu o papel para o Pavão, que surpreendeu a todos ao beijar o óbito.



– Acho que vou chorar... – Marius pegou um lencinho no bolso. – ...de felicidade.



– Quando vai querer tratar da herança?



– Que herança? – Arregalou os olhos. – A véia me baniu de seu testamento há tempos.



– Ela fez outro, nesse você é o único herdeiro.



– AAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHH! – Ele pirou. Pulou agarradinho com seu escravo.



– Tem um porém. Existe uma cláusula importante no testamento.



– Como assim?



– Você só poderá herdar a fortuna se estiver casado com uma pessoa do sexo feminino.



Um som de espanto escapou de nossas bocas. No entanto, a reação de Marius foi a pior das piores.



– AAAAAAAAAHHHHHHH! QUE ÓDIO! É POR ISSO QUE VOCÊ ESTÁ AÍ, SUA VELHA HIPÓCRITA! – Berrou para o chão como se sua parenta estivesse no inferno. – QUEIME! QUEIME! – Depois, desabou nos braços de Edward, em prantos.



– Com licença... – Rose se aproximou do advogado. – ...de quanto estamos falando?



Ele deu uma rápida olhada na pasta em sua mão e respondeu:



– Fora as propriedades, em espécie, são oito milhões de Euros.



PUTS!



Rosalie puxou o viado para si rapidinho, então, anunciou:



– Marius, prepare seu vestido de noiva, porque em breve, vamos casar!



– O QUÊ? – A indagação veio de todas as direções.



DEIXA EU RECAPITULAR!



MARIUS É APAIXONADO POR EMMETT, QUE ENGRAVIDOU ROSALIE QUE SE CASARÁ COM MARIUS? ALGUÉM ME EXPLIQUE QUE TIPO DE TRIÂNGULO AMOROSO É ESSE?



– É AGORA QUE EU TIRO O PÉ DA LAMA! – Nunca vi um gay pular tanto.



– Claro que você vai ter que se comprometer em investir trinta por cento da bolada na nossa grife. – A sebosa não dava ponto sem nó.



– Raxa, tou nem aí. Não vou ser mais pobre, vou é investir 50 por cento. AGORA, AGUENTA CONCORRÊNCIA!



Aquilo era o tipo de coisa que não se via todo dia: dois viados e duas loucas berrando e rindo de felicidade. Nossa!



Edward´s POV



# 18:00h #



Eu já estava impecavelmente vestido para a cerimônia. Como padrinho, tinha que ajudar a recepcionar os convidados que, em breve, chegariam. Procurei Bella e o pessoal pela casa e nem sinal deles. Fui para o jardim e os avistei na calçada.



Atravessei o local correndo e me aproximei de Swan, silenciosamente. Então, a abracei, beijando sua tatuagem, exposta graças ao penteado que usava.



– O que estão armando? – Indaguei.



– O assistente do Marius quer se matar.



O idiota estava deitado no meio da rua esperando um carro passar por cima dele. Infelizmente, nenhum veículo apareceu.



– O que aconteceu? – Fiquei confuso.



– O Pavão retirou o título de lady dele.



Quanta babaquice!



– Eu nem te ligo, sabia? – Marius fingiu indiferença, lixando as unhas.



– Não quero mais viver! – Falou com sua voz fanhosa, muito engraçada. – Magnânima, você é maquiavélica!



– Repito! Tiro de novo seu título. Olhe! – O psicótico rasgou um papel imaginário, depois o jogou no chão, pisando em cima. Rô abriu o berreiro.



Cansei de assistir os retardados brigando e passei a admirar meu frango. Ela estava linda com um vestido longo bege perolado. Tudo bem que o vestido das madrinhas eram todos semelhantes, mas nela ficou especial.



– Está encantadora. – Sussurrei em seu ouvido.



Bella estava ruborizando? Era o que parecia. Beijei levemente sua orelha até que o imbecil do meu irmão berrou na nossa cara:



– E VIVA O ROMANCE DO POÇO!



– Emmett, esqueça isso, seu mané. Nós já saímos do fundo desse poço faz tempo. – Bella respondeu de imediato.



– Irrite-a mais! – Cochichei para meu mano e Swan ouviu.



– Qual é o seu problema? – Chateou-se.



– Você! – Sorri. – Sempre é o meu problema e minha solução.



Percebi que ela se esforçou para não sorrir também, preferiu não dar o braço a torcer. O mais estranho é que eu adorava isso nela.



– Edward, você está com as alianças? – Indagou Jazz.



– Ah, sim... – As tirei do bolso do paletó. – ...não tem chance de elas saírem de perto de mim. Não quero correr o risco de perdê-las.



Coloquei a caixinha na palma da minha mão, a exibindo para os padrinhos e madrinhas.



– Legal, será que cabe em mim? – Sem que eu esperasse, Emmett me tomou as alianças.



– Ei! – Tentei recuperar e não consegui.



– Hum, que biju barata! – Marius roubou as jóias do meu irmão vacilão.



– Me dá aqui, joga para mim! – Pediu Rose erguendo as mãos.



– NÃÃÃOOO! – Surtei tendo que ver a caixinha girar no ar.



Bella´s POV



Meu namorado realmente pirou quando usamos a caixinha das alianças como peteca. Ela passou de mão em mão enquanto ele, inutilmente, tentava recuperá-la.



De repente...



– AAAAAAAAHHHHHHH! UM CAMINHÃO! – Lady Rô berrou, correndo para a calçada ao ver o veículo se aproximando.



Nesse exato momento, Alice jogou as alianças para mim. O cabeçudo saltou para interceptá-la. A caixinha bateu na mão dele e ricocheteou para a rua, literalmente voando até a caçamba de um caminhão de lixo.



– NÃÃÃÃOOOOOOOOOO! – O grito de desesperado saiu em coro.



Fizemos o que qualquer pessoa NORMAL faria. Corremos desembestados atrás do caminhão, o qual continuou seu curso. O seguimos até uma movimentada avenida, depois, se tornou impossível continuar.



– Alguém me mate. – Meu Cullen murmurou, exausto.



– Ainda vai ter bolo, certo? – Nessie foi uma das últimas a chegar até nós.



– Talvez Carlisle e Esme não se importem. – Jasper tentou consolar o irmão.



– Ficou louco? – Rose retrucou. – Impossível! A magia da cerimônia é a troca de alianças. Esse é um dos dias mais importantes da vida deles, acham que vão simplesmente ignorar o fato de que jogamos as alianças no lixo? Vão acabar com a nossa raça!



Edward se apoiou nos irmãos, nitidamente passando mal. Alice começou a soluçar e Nessie abraçou o porco.



– Vou dizer o que vamos fazer. Só temos uma hora antes do casamento, os convidados logo vão chegar, então, Alice, Jasper, Mini-mim e Rô vão ficar para manter as aparências, enquanto o restante de nós vai a um shopping, caçar um par de alianças semelhantes às que perdemos. Carlisle e Esme não podem sonhar com o que está acontecendo. Então, se virem!



– É uma boa idéia. – Meu namorado concordou, dando sinal para um táxi.



– Se não voltarmos em uma hora... – Suspirei. – ...fujam do país!



No táxi, Edward ficou no banco da frente, enquanto eu, Rose, Emmett e Marius nos amontoamos atrás. O viado teve que ir no meu colo, mas, a todo instante, fingia cair, só para desabar nos braços de seu bonequinho.



Vinte minutos depois, chegamos ao maior shopping da cidade. Lá, existiam duas joalherias de grande porte, o tipo de lugar granfino demais até para mim. Na primeira loja, não achamos nada parecido com o que perdemos. Já na segunda,...



– É essa, eu tenho certeza! – Edward apontou para a jóia dentro do balcão de vidro. O atendente de meia idade, todo delicadinho e esnobe, pegou as alianças como se estivéssemos mendigando.



– Essas alianças são feitas de ouro branco com um fio de ouro dourado contornando-a. Excelente escolha.



– Pelo amor de Deus, embrulhe logo isso! – Me impacientei. Afinal, estávamos correndo contra o tempo.



– Vão querer gravar os nomes?



OPA!



Trocamos olhares, confusos.



– O que tinha gravado nas alianças? Só o nome deles? – Minha irmã perguntou.



Essa era uma resposta que ninguém sabia.



– Quanto tempo vai demorar para gravar os nomes? – Edward estava aflito.



– 48 horas.



– Fedeu! – Serial killer resmungou.



– Vamos levar assim mesmo, quando eles notarem, já estaremos a léguas de distância. – Disse-lhes.



– Como os senhores pretendem pagar? – O maldito vendedor já estava me dando nos nervos.



O silêncio pairou. Ninguém ali tinha dinheiro suficiente para comprar algo tão caro. O vendedor percebeu isso e tratou de nos humilhar.



– Peço que se retirem da loja. Se não vão comprar, não vou ficar aqui perdendo meu tempo.



– Ei, bicha jurássica... – Marius abriu caminho por entre nós e ficou cara a cara com o vendedor. – ...o buraco aqui é mais embaixo! Com quem você pensa que está falando? Eu tenho o rabo cheio de dinheiro, então passa essa droga no cartão! – Retirou, do bolso do paletó, um cartão de crédito que até brilhava.



Graças à boutique, o viado agora tinha até crédito na praça. Loucura!



Eram 18:40h e nós ainda estávamos longe de casa. A cerimônia estava marcada para as 19:00h. O que aconteceria se não chegássemos a tempo? Sinceramente, eu não sabia.



Do lado de fora do shopping, mais uma vez bateu o desespero por não encontrarmos nenhum táxi vago. Era um dia de grande movimento por ali.



– E agora? Carlisle está uma fera porque não estamos lá. – Informou Emmett, que acabara de falar com Alice pelo celular.



– Mantenham a calma, nós vamos chegar a tempo. O pior já passou. – Edward tentou nos tranqüilizar.



– Qual é! Acordem! Não vai dar tempo. Precisamos agir! – Marius correu para o meio da rua, acenando para um táxi. O seguimos e tivemos que ver o carro passar por nós, já ocupado.



QUEM EU TERIA QUE ESPANCAR PARA CONSEGUIR CHEGAR NESSE CASAMENTO?



Foi nesse momento que um ônibus parou bem na nossa frente. Ficamos sem ação quando as portas se abriram e avistamos o motorista.



– Vão para Veneza?



Oh, Deus...era a Valentina Três Oitão.



– NÃO! – A resposta foi coletiva. Não havíamos esquecido o que ela nos fez passar.



– Têm certeza, senhores? Posso levá-los onde quiserem. – Sorriu simpática.



– Não vou entrar nesse ônibus de jeito nenhum! – Falou Edward, encarando a sapata.



– Ah, pela hora da morte! E temos escolha? – Fui a primeira a subir no ônibus do terror.



Como era uma emergência, a galera me seguiu. O veículo, por dentro, continuava o mesmo pardieiro. NOJO! Edward disse o endereço à Valentina e as portas se fecharam.



– RÁPIDO, MULHER, SÓ TEMOS ALGUNS MINUTOS PARA CHEGARMOS A ESSE CASAMENTO! – O bisonho berrou no ouvido dela.



– APERTEM OS CINTOS! – Ela gritou.



– Que cintos? – Olhei para as poltronas velhas.



A cretina acelerou a todo gás e fomos ao chão, em uma espécie de efeito dominó. Quase morri com tanto peso em cima de mim.



– PAREEEEEEEE! – Rose vociferou.



– CALADOS! NINGUÉM GRITA NA PORRA DO MEU ÔNIBUS!



Merda! Tinha esquecido que a maldita era bipolar.



Com esforço, ficamos de pé. E para quê? Só pra cairmos novamente. Dessa vez, um solavanco nos jogou para o lado esquerdo. A três Oitão fez uma curva e lá vamos nós voando para a direita.



– BANDIDA! – Emmett correu para socorrê-la, pois ela batera a cabeça. Ele a ajudou a se levantar e a colocou sentada no banco.



– Estou bem. – Murmurou esfregando a testa.



– Tem certeza? – Se ajoelhou próximo a ela.



– Sim, não foi nada. Não se preocupe.



– Não vou mais te deixar cair. – O bisonho colocou os braços nos dois lados da poltrona, criando uma proteção para Rose.



– Obrigada. – Afagou o rosto do cara.



Tive que assistir a troca melosa de olhares entre eles, concentrados demais para perceberem a enrascada em que estávamos metidos.



– E o bebê? – Emmett pôs a mão na barriga da grávida.



– Está bem. Repito, não precisa se preocupar.



– É claro que me preocupo! O que eu vou fazer se você se machucar? Não suportaria.



Não sei se os hormônios já estavam afetando a garota ou se ela vira nos olhos do Bisonho um homem diferente do que julgava, mas minha irmã simplesmente o beijou.



Edward me cutucou e rimos baixinho. Só que, havia uma coisa ali da qual havia me esquecido: Marius.



Procurei a bichona e ela estava no fundão, perto do velhote sinistro, parente de Valentina.



Marius estava com as mãos no rosto e olhos esbugalhados.



– Bebê? – Murmurou estarrecido.



– Marius, não considere isso uma traição. Não planejei, apenas aconteceu. – Rose se levantou.



O Pavão ficou paradão, atônito. Aproximei-me e passei minha palma rente à face dele. O maluco nem piscou.



– Acho que está catatônico.



Nesse momento, o buzão chacoalhou e caí sentada no colo do velho fantasmagórico.



– Há quinze anos que eu moro nesse ônibus.



– Cala a boca! Já ouvimos essa história! – Esbravejei levantando-me.



– Ei, conheço vocês! – Retirou os óculos escuros.



– Não brinca! – Ironizei.



De repente, sem mais nem menos, Marius sobe em um banco, abre a janela e põe a cabeça para fora berrando:



– ATIREM EM MIM, MEU MUNDO CAIU! ATIREM!



– Saí daí, seu viado idiota! – Vociferei. Só o que faltava era um barraco do cretino.



– AAAAAAAAIIIIIIIII! – O pavão gritou quando foi atingido por uma latinha de coca vazia, jogada por algum espertinho na rua.



– Deixa ele! Não vamos atrapalhar, né gente? É falta de educação. – Emmett falou satisfeito.



O ônibus fez uma curva bem fechada, nos jogando contra a lataria e empurrando a bichona para mais perto da morte.



– SOCORRO, SOCORROOOOOOOOO! – Berrou, preso na janela com a maior parte do corpo do lado de fora. – ME TIREM DAQUI, ESTÃO JOGANDO COISAS EM MIM!



Me recompus e fui salvá-lo. Edward e eu o puxamos com força pelas pernas, só que ele estava mesmo entalado na pequena janela. Rose discutia com Valentina tentando fazê-la parar o ônibus. Já Emmett, bem... esse não estava nem aí.



Foi preciso um novo solavanco para, milagrosamente, arrancarmos o Pavão dali. Nós três fomos ao chão, exaustos.



– Droga! – Resmungou o serial killer. – Meu sonho quase se realizou!



Marius caiu em prantos espalhafatosos e em soluços abaitolados.



– ODEIO VOCÊ, VOCÊ, VOCÊ E VOCÊ! – Apontou como se sentenciasse a todos nós.



– Querido, se acalme. – Rose interveio.



– Sua loira sebosa, falsa e traidora! Nunca mais fale comigo! Vamos casar, vou pegar minha grana e sumir pelo mundo. Vou criar uma nova grife e esmagar a sua!



– Que é isso, Marius? É assim agora? E nossa parceria e amizade? Vai deixar um homem acabar com tudo isso? – Minha irmã pareceu mesmo magoada.



A bichona virou o rosto, mesquinha.



– Morra, bruxa do mar!



– Não acredito nisso! Quando não tinha nada, eu te ajudei. Agora que tem o bolso cheio e uma herança, age assim? Vou ter um bebê com Emmett, talvez até fique com ele. Já você, precisa aprender a conviver com isso. Nesse momento, está sendo egoísta. E te digo mais, não está piscando nem um pouco na galáxia!



O viado colocou a mão no peito, chocado. Depois, fez biquinho.



– Eu pisco!



– Não pisca!



– Eu pisco!



– NÃO PISCAAAAAAA!



(...)



Valentina nos escorraçou para fora do ônibus em frente à nossa casa. Edward pagou a corrida, mesmo com vontade de processá-la. Enfileirados, em frente ao portão, observamos o jardim cheio de convidados. Pudera, já eram 19:20h.



Não havia motivo para reclamar, estávamos atrasados, mas safos. Rosalie e Marius continuavam brigados. Vira e mexe, se xingavam.



– Edzinhu, as alianças estão contigo e descascamos todos os abacaxis, certo? – Chequei só por segurança.



– Certo. – Respondeu, enfiando as mãos nos bolsos do paletó. Eu estava bem até ele dizer... – ÔPA!



Desesperado, ele buscou as alianças em todos os bolsos.



– Não me diga que... .



– Acho que perdi. – Ele engoliu em seco.



– O QUÊ? – berrou Rose.



– Não sei, não está comigo. Deve ter caído no ônibus com tantas quedas e confusão. – Passou as mãos nos cabelos, descontrolado.



Olhei para o jardim lotado e minha barriga embrulhou.

Ninguém conseguiu falar mais nada, afinal, ferramos o casamento.



10 Minutos depois...



Desolados, ficamos sentados na calçada do outro lado da rua, apenas observando o movimento em frente ao casarão. Quase fritamos nosso cérebro em busca de uma solução rápida e prática. Infelizmente, não tinha mais saída. Éramos, sem sombra de dúvida, os piores padrinhos e madrinhas do mundo.



– Já enrolamos demais, vamos entrar. Eu conto para Carlisle o que aconteceu. – Edward se pronunciou.



Levantei-me, sacudindo o vestido para me livrar da poeira e foi nesse momento que o inacreditável aconteceu. O caminhão de lixo passou bem na nossa frente.



– EEEEEEEEIIIIII! – Meu coração quase saiu pela boca.



A maratona do desespero recomeçou. A qualquer momento, podíamos ser internados, pois,... que tipo de gente com roupa de gala sai correndo atrás de um caminhão de lixo? O que éramos agora? Vira-latas?



Graças aos céus, os rapazes gritaram alto o suficiente para que o motorista parasse. Nos amontoamos em frente à porta e Edward falou, ofegante.



– Precisamos revirar seu lixo.



Óbvio que o homem se assustou.



– Vocês são loucos?



O pior é que a resposta era sim.



– É uma emergência, bofe feio. Precisa deixar eles subirem lá atrás. – Disse Marius.



– Nem pensar. – O sujeito não queria colaborar.



– Tem certeza, mundiça? – O novo ricaço do pedaço balançou uma nota de 50 Euros para o motorista.



O homem pegou o dinheiro e nos deu cinco minutos para procurar as alianças.



De frente para a caçamba, perguntei:



– Ótimo, quem vai querer ser o primeiro a mergulhar no lixão?



– Não temos tempo e isso vai ser como procurar uma agulha no palheiro. Quero todo mundo em cima desse caminhão agora! – Meu Cullen foi o primeiro a subir.



– Merda! – Murmurei.



– Samara, usa seu poder sobrenatural do Chamado. – Emmett ainda tirou sarro de mim.



Edward me ajudou a subir e, morrendo de nojo, comecei a revirar o lixo com um pedaço de pau.



Aquilo era uma das coisas de que nunca me esqueceria na vida. O que me deixou mais furiosa foi o fato de Marius e Rosalie simplesmente terem sumido. Na verdade, evaporaram, deixando eu, Cabeçudo e Emmett na maior roubada.



(...)



Lá estávamos nós, na sala, sendo colocados em uma fila organizada pela Cerimonial. Alice e Jasper seriam os primeiros a passar pelo tapete vermelho. Logo atrás deles, iriam Rosalie e Emmett. Eu fiquei para trás, a fim de conduzir o noivo. Edward, provavelmente, estava esperando a noiva no andar superior.



– Que cheiro horrível é esse? – Indagou Carlisle, confuso.



Balancei a cabeça, me fazendo de desentendida. Emmett olhou para trás e riu ao dizer:



– Samara, o que você comeu?



Meus familiares riram.



ÓDIO!



– Senhores, vamos contornar o atraso. Os padrinhos já podem ir. – Informou a cerimonial.



Fiquei nervosa ao vê-los atravessar a porta. O estranho é que meu pai parecia muito tranqüilo.



– Então... – Suspirei. – ...chegou a hora. Preparado?



– Estou. – Carlisle envolveu seu braço no meu.



Demos dois passos e eu estagnei.



– Espera!



– Algum problema, Bella?



Segurei firme sua mão e nossos olhares se encontraram. Existiam milhares de coisas que desejava lhe falar naquele momento, mas uma frase resumia todas elas.



– Pai, eu te amo.



– Também te amo, Bella. – Notei que ele ficou emocionado.



Nos abraçamos.

– Só tem mais uma coisa que gostaria de te pedir, pai. ,



Ele se afastou um pouco para me encarar. Ergui a mão bem fechada e ambos a observamos. Aos poucos, meus dedos foram cedendo até que minha palma se abrisse por completo. O brilho que radiava do colar de minha mãe encheu-me de paz.



Carlisle sabia o que eu queria e, sem falar nenhuma palavra, pegou o colar. Virei-me, erguendo os cabelos. Então, ele pôs meu amuleto, passado e esperança em volta do meu pescoço.



Pela primeira vez na vida, sentia-me digna de usar aquele colar, pois acreditava que havia me tornado uma pessoa de quem minha mãe se orgulharia.



Olhei para meu pai e sorrimos. Me vi refletida em seus olhos e soube, dentro de mim, que ambos havíamos encontrado um caminho para a felicidade.



– Dr. Carlisle... – Ajeitei o nó da gravata de seu meio fraque. – ...está na hora de casar.



Juntos, caminhamos porta afora. Poucos metros depois, chegamos ao local da cerimônia. Ignorei os flashes e observei os convidados inquietos, tapando o nariz. Estava um fedor incomum no ambiente, mas, nem isso foi capaz de arrancar a alegria estampada na face do meu pai. Caminhamos um pouco devagar até chegarmos ao Juiz de Paz. Dei um beijo na testa de Carlisle e fui para o lado direito do púlpito, onde já estavam a Fofolete e Rose. Do outro lado, ficaram os padrinhos.



Tudo estava lindo, tornando o momento ainda mais encantador. Os convidados eram poucos, cerca de cem. Entre eles, os amigos de trabalho do meu pai e alguns parentes de Esme. Marius, sentado na primeira fila, segurava o Toicinho, o qual usava uma gravatinha borboleta e cartola. Até Lady Rô estava presente, já preparando o lencinho para seu chefe chorar rios.



De repente, os violinistas começaram a tocar e os convidados se levantaram. A noiva estava chegando.



Ao longe, avistei Nessie, muito fofa como uma daminha de honra, jogando pétalas de rosas pelo caminho. Esme e Edward caminhavam logo atrás dela. Minha madrasta estava com um vestido de noiva diferente do que me mostrou, era um modelo novo criado pelas garotas, para que ficasse confortável, mesmo com aquele barrigão. Meu Cullen, lindo ao lado de sua mãe, a conduzia com satisfação.



Por um momento, esquecemos o fedor e apenas vislumbramos os noivos. A mosca nada morta radiava beleza e contentamento. Ela parecia combinar com a decoração e, principalmente, com o noivo.



Não demorou até que Edward entregasse formalmente sua mãe aos cuidados de meu pai. Eles trocaram um aperto de mão cheio de significados e o padrinho juntou-se a seus irmãos.



A cerimônia correu tranquilamente. O Juiz de Paz falou palavras que emocionaram a todos, principalmente os noivos. Nunca havia participado de um casamento e me surpreendi com a beleza de tal.



Os votos foram breves e sinceros. Logo em seguida, trocaram as alianças. Nós, madrinhas, fitamos os padrinhos e prendemos o riso. Lá estavam as benditas, as alianças do lixão. Fizemos um pacto de silêncio, levaríamos a história do caminhão de lixo pro túmulo.



Após a famosa frase: eu os declaro marido e mulher, senti que uma fase de minha vida estava indo embora. Eu não sabia o que o futuro me reservava, mas estava feliz por ter vivido tão intensamente.



(...)



Enquanto Carlisle e sua esposa cumprimentavam os convidados e encaravam as formalidades, Emmett, Edward e eu fomos para dentro da casa, tomar banho e trocar de roupa. Alice me cedeu seu vestido de madrinha, semelhante ao que eu usava antes, e escolheu um das dezenas de vestidos da grife para si.



Participamos de tudo, fotos, bolo, primeira dança do casal, etc... Então, chegou um momento especial: o brinde dos padrinhos aos noivos. Como éramos muitos, meses atrás, sorteamos entre nós quem faria o brinde. Jasper e Rosalie foram os sorteados. As palavras deles sobre família, amor e futuro foram realmente tocantes, no entanto, me sentia inquieta. Olhar para os recém casados mexia comigo de tal forma que eu precisava partilhar o que estava sentindo. Assim que minha irmã terminou seu brinde, sem que ninguém esperasse, me levantei da mesa.



– Com licença. – bati levemente o garfo na taça de cristal. – Sei que não estava programado, mas gostaria de dizer apenas algumas palavras. – Todos me fitaram, curiosos. Respirei fundo e tentei expressar, da melhor forma possível, meus pensamentos. – O que é amor? Sério, alguém sabe? – Meus olhos percorreram as mesas, analisando o rosto de alguns convidados. – Essa palavrinha de quatro letras é tão usada, reinventada e banalizada que, para enfatizar um sentimento profundo, a maioria das pessoas usa a expressão verdadeiro amor. Se não é verdadeiro, não é amor! Chega a ser irônico como é difícil acreditar que exista esse sentimento que alguns idealizam. Eu não sei vocês, mas passei muito tempo ridicularizando todos os significados de amor. Só que ano passado... – Involuntariamente encarei Edward. – ...percebi que algumas de minhas crenças estavam erradas. – Voltei a olhar para os convidados. – Por favor, se perguntem o que é o amor! Acho que todos aqui concordam que existem vários tipos de amor, por exemplo; entre irmãos... – Sorri para Rosalie. – ...parentes. – Alice piscou para mim. – ...amigos... – Encarei Jazz, Emmett e Marius. – ...entre homem e mulher. – Edward tocou levemente meu braço. – E existe até aqueles que se encaixam em quase todas as categorias. – Meu foco agora estava em Nessie, Carlisle e Esme. – Para mim, amor é... nunca desistir do outro. É saber que não importa o que aconteça, sempre estará lutando para ficar ao lado de quem é importante para você. E daí que cometa erros durante o percurso? Se não desistir, ainda é amor, e amor atrai esperança. O que estou tentando dizer essa noite é que Carlisle e Esme passaram por muitas dificuldades e até por algumas sabotagens, mas não desistiram. Por isso, ergo minha taça hoje e brindo à persistência deles, a qual podemos chamar de... amor.



Bebi meu champanhe, enquanto ainda era aplaudida. Todos brindaram ao casal, mas principalmente ao amor e às várias facetas que meu discurso subitamente trouxe à tona.



Marius´s POV



O discurso da draga me comoveu. Chorei!



Maldita periquita uÓ!



Olhei para a bruxa do mar e meu bonequinho, sentados tão pertinho que quase virei a mulher gato só para arranhar eles.



– Você está bem, magnânima? – Perguntou Lady Rô, me estendendo o vigésimo lencinho da noite.



– Mais champanhe! – Ergui a taça para que ela enchesse. Bebi tudo de uma vez e falei, chamando a atenção de todos à mesa. – Sebosa, quem vai encher a cara com você quase todas a noites? Quem vai ficar te ajudando a provar os vestidos caros até o dia amanhecer? Quem irá contigo comprar as revistas de bofes pelados?



– Marius...



– Shhh! – A interrompi. – Estou apaixonado por você, sua loira nojenta!



Bella cuspiu champanhe para todo o lado e os outros me encararam, perplexos.



– Ô gente burra! Quantas vezes preciso dizer que sou alérgica a uma perseguida? Estou apaixonado pela personalidade gananciosa, superficial, fashion, biriteira e tarada dela, pois me identifico total! Somos as melhores amigas do mundo e não quero que isso acabe porque meu Bonequinho não sabe manter seu memetizinho dentro das calças.



– Marius, também não quero que nossa amizade termine.



Nos desfizemos em lágrimas, nos abraçando feito menininhas.



– Amo vocês! – Lady Rô tentou se juntar a nós.



– Viado, a conversa ainda não chegou na loja de 1,99! Fique na sua, tá?! – O afastei. – Rose, tem um problema. Vai ser difícil ver você com meu bonequinho.



– Nós podemos dividir! – Ela sugeriu.



– O QUÊ? – Emmett largou o porco e nos deu atenção. – NADA DE DIVIDIR! NADA DE DIVIDIR!



– Nunca dividi meus brinquedos, mas acho que vai ser tudo de bom! HU!...HOHOHOHOHOHO!



– ISSO! Você não boicota o meu lance e eu não atrapalho o seu! – A bruxa do mar ficou feliz.



– NÃO! NÃO! NÃO! – O gostoso esbravejou, furioso. Ambas colocamos a mão próximo ao rosto dele, o ignorando.



– Raxa, isso é muito bem pensado. Já que vamos casar, tudo que é meu será seu e tudo que é seu... – Encaramos Emmett.



– Puta que pariu! – Ele saiu chutando as cadeiras.



Todo mundo na mesa riu.



Lógico que eu não ia abandonar meus bofes italianos, afinal, nem só de um peitoral definido e um tanquinho, se vive uma bicha... e sim, de dois, três, quatro...UI! Porém, o bonequinho ia ser sempre meu muso, disso eu não abria mão.



(...)



Bella´s POV



Puxei Edward para a pista de dança e ele estranhou.



– Nossa, você querendo dançar? Estou chocado.



– Por que não? Pedi que o DJ tocasse uma música especial.



– Qual?






Não precisei responder, ele reconheceu a canção assim que ela começou a tocar.



– Se lembra, Edzinhu?



– Claro! Ela tocou durante nossa aula de dança, antes da festa à fantasia. Poxa, você era horrível dançando. – Riu.



– Oh, obrigada. – Me fingi de ofendida.



– Estou sendo sincero.



– Então? – Abri um pouco os braços. – Vai me dar a chance de mostrar como melhorei?



Ele pôs as mãos em minha cintura e colou meu corpo ao seu. Passei meus braços em volta de seu pescoço e fechei os olhos. Fomos envolvidos pelo ritmo que ditou cada um de nossos movimentos. Ficamos um tempo em silêncio, apenas curtindo o momento, então, indaguei:



– O que você acha que vai acontecer agora?



– Ao que exatamente está se referindo?



– Tudo, entende? Agora que nossos pais estão casados e todos estão tocando suas vidas, acha que finalmente teremos uma rotina? Uma vida tranqüila quando voltarmos para Hanover?



– Está brincando? Não conhece nossa família? Atraímos confusões, não dá para evitar!



Olhei para a mesa onde eles estavam reunidos e observei Emmett, empurrando o Toicinho para os braços do suposto maconheiro. Nessie usava um estilingue para jogar docinhos nos vestidos das garotas, as quais gritavam como se fosse o fim do mundo e Marius dava bolsadas em seu assistente fanhoso.



– É... – Sorri. – ...acho que tem razão.



O abracei com vontade, gostava das coisas como eram, imprevisíveis e loucas.



– Sou incrível! – Falei inesperadamente ao me dar conta de que tinha exatamente o que queria: ele.



– Quando ficou tão metida? – Perguntou pasmo.



Dei de ombros rindo.



– Está se achando, mas não esqueça que foi você quem ficava arrumando desculpas para invadir meu quarto, só para me ver pelado. – Se vangloriou.



– Olha só quem fala! Quem inventou aquela baboseira de aulas para me dar uns amassos?



– Só estava tentando acabar com sua fobia de trovões!



Parei, o encarando de boca aberta.



– Sério? E qual desculpa vai inventar para não admitir que é tão louco por mim que até se vestiu de mulher, hein? Loira furacão!



A expressão de espanto em seu rosto era indescritível.



– Como sabe disso?



– Emmett! – Sorri.



Se recuperou rapidinho e rebateu:



– Ainda estou ganhando, afinal, foi você quem torrou uma grana preta para me comprar em um certo leilão. Oh, tão ciumentinha! – Apertou minha bochecha.



Já fazia um tempo que Edward tinha descoberto minha aventura constrangedora na calourada, tudo graças a um tênis perdido.



– Não sou ciumentinha! – Resmunguei. – Além disso, não fui eu que tive SAD.



Ele gemeu revirando os olhos. Seus irmãos ainda faziam piada com aquilo.



– Nem sei do que está falando.



– Edzinhu tá com SADade, Edzinhu tá com SADade. – Cantalorei na maior.



– Tudo bem, eu confesso, pirralha. Sou viciado em você!



Abri um sorriso enorme.



– Mesmo?



– Sim.



– Então, EDZINHU... – Mordi o lábio sedutoramente. – ...vou te fazer ter uma overdose hoje.



(...)



Emmett´s POV



– Vai agora! – Empurrei o Toicinho para o voador.



– Nem morto! Você esperou todos esses meses só para me cobrar essa aposta idiota? Vai ver se eu estou na esquina, Emmett! – Esbravejou irritado.



– Eu queria que fosse em um momento especial, para que todos vissem seu amor incondicional por meu camarada. Agora, aproveita a musiquinha romântica e deslize pelo salão.



– Aposta é aposta! Você se comprometeu a dançar e beijar o porco se ele ganhasse as eleições. – Falou a Bandida.



Meu mano a fitou, irado.



– Não vou dançar com esse poço de bactérias.



– VAI AGORA OU ESFREGO A BARRIGA DELE NA SUA CARA! – Me levantei irritado.



Jazz rosnou e, contra vontade, pegou o rei de Dartmouth, cheio de nojinho. Pode?! Toda a minha irritação foi embora quando vi a cara contorcida do mané segurando o Toicinho.



– Vocês formam um lindo casal. HU!...OHOHOHOHOHOHO! – Comentou o sem pregas.



– Vai lá e arrasa, amor! – Minha cunhada incentivou, zoando.



Tratei de empurrar meu mano para o meio da pista de dança, enquanto gritava para o povão se afastar.



– Emmett, você vai me pagar por essa. – Ameaçou, todo gay.



– Vai com calma que é a primeira vez dele. – Gargalhei.



Nesse momento, o Cabeçudo e a Samara se aproximaram, chocados.



– Não acredito! – Edward murmurou.



– Hora de bailar, voador! – Ordenei.



Ele me lançou uma olhar de morte, então, cedeu. Manteve o Toicinho o mais longe possível, enquanto suas pernas mexiam para lá e para cá.



– Estou emocionada. – Bella zombou. – Será que o Jasper vai desmaiar?



Meu amigão chacoalhava as patinhas, feliz da vida.



– Eu não agüento! Chega, misericórdia! – O voador clamou quando o Tocinho roncou para ele.



– Falta a bitoquinha. – Tive que exigir, implacável.



– Sem bitoquinha! – Arregalou os olhos.



– Eu preciso ver uma bitoquinha! – Samara estava em êxtase.



– Cara, quanto mais rápido acabar com isso, mais rápido tomará um banho de álcool. – Cabeçudo ajudou.



Jasper, farto, aproximou a boca devagar da cabeça do meu porco. Então, quase chorando, o beijou.



ISSO!



Os convidados sem futuro, aplaudiram e riram do momento meigo. Já meu mano, largou o Toicinho e saiu correndo, cuspindo e esfregando a boca. Toicinho, não satisfeito, o seguiu rapidinho. Ele devia estar adorando se vingar do mané.



(...)



Bella´s POV



Meia hora depois do inesquecível momento zoofilia na pista de dança, eu já havia bebido muitas taças de champanhe e acabara de dançar com meu pai. Me preparava para abandonar de vez a pista quando meu Cullen apareceu, todo animadinho querendo um repeteco. Ele tinha afrouxado o nó da gravata e parecia super relaxado. Estava tão lindo e feliz que foi impossível dizer não. Dançaria com ele por horas seguidas, bastava ele manter aquele sorriso de tirar o fôlego.



Os demais casaizinhos que a viagem de meu pai formou, também dançavam, próximo a nós.



De repente, a música cessou sem mais nem menos. Olhamos para o pequeno palco, montado pra o DJ e meus olhos não creram no que viram.



– HERMANOS! – O bisonhento berrou.



CARA, ATÉ AQUI?



Um deles mantinha o DJ longe, o intimidando com o olhar. Já o outro, tagarelou no microfone:



– Compadres, desculpe por el retraso. Trouxemos la tequila. – Ergueu a garrafa.



Não agüentei.



– QUEM CONVIDOU ESSES... – Será que eu devia falar narcotraficantes em voz alta? – ...COLOMBIANOS?



Minha pergunta era tão idiota quanto a minha cara.



– Mamãe deixou eu convidar uns amigos. – Emmett se defendeu.



– Hablando de amigos, chamamos algunos. Nuestros hermanos y hermanas pueden participar? – O narco líder, perguntou no microfone.



Olhamos para um Carlisle despreparado e confuso. Emmett fez cara de pidão e o bobão do meu pai cedeu:



– Eu...acho que sim. – Ele não sabia onde estava se metendo.



– Legal! – O serial killer festejou, mostrando os polegares para os amigos.



Então, para o nosso terror, o hermano gritou bem alto:



– AMIGOS, PUEDEN ENTRAR, ES LIBERADO!



Em menos de um minuto, cerca de trinta latinos invadiram o jardim. Muitos deles estavam na festa que rolou na casa dos narcos, na rua da bala perdida.



– Esconda a carteira. – Murmurei ficando atrás de Edward. Nós já havíamos sido assaltados por eles antes.



– Oh, meu Deus, quanta mundiça! – Marius colocou as mãos na cabeça. – É muito pobre por metro quadrado!



Os mal encarados lotaram a pista de dança, fazendo os convidados refinados de Carlisle se assustarem.



– É AHORA QUE LÁ FIESTA VAI COMEÇAR! – O novo DJ colocou uma música para tocar.



Meus parentes me olharam assim que reconheceram a música.






Foda!



A princípio, só os latinos dançavam, mas o ritmo logo foi se espalhando pelo ambiente e, aos poucos, os convidados foram se soltando. Os mal encarados, festejavam a valer, se aproveitando da boca livre. Eles ofereciam tequila até para as velhinhas conservadoras.



Eu não sei que tipo de magia existia na tal Macarena para fazer quase todos correrem para a pista de dança, a fim de se esbaldar na coreografia.



Olhei à minha volta e lá estavam Rose, Emmett, Alice, Jasper, Marius e Lady Rô no meio da muvuca, liberando total.



Edward sinalizou com a cabeça para que eu me juntasse a eles.



– Nem morta! – Fechei a cara.



Ele sorriu, e sem que eu esperasse, fez a famosa coreografia bem na minha frente. Caí na gargalhada.



– É um clássico! – Se justificou. – Não seja estraga-prazer.



– Sem vídeo dessa vez? – Ergui a sobrancelha.



– Sem vídeo! – Prometeu sério.



QUER SABER? QUE SE DANE!



Puxei Edward para o meio do salão lotado e nos juntamos aos farristas.



Eu nunca pensei que faria aquilo novamente, no entanto, lá estava eu, arrasando na macarena.



Dale a tu cuerpo alegria, Macarena

Heeeeeeeeey Macarena!



A todo instante, eu tinha crises de riso, porém, o inacreditável foi ver meu pai e Esme se juntarem a nós. Eu podia jurar que a música já havia contagiado a todos ali.



– FIESTA! FIESTA! ARIBA, MUCHACHOS! – Berrou o narco, agitando geral.



Ao lado dele, estava o outro hermano, trocando olhares com o safado do Marius. Como ele foi parar ali tão rápido?



Sem interromper a coreografia, perguntei em voz alta:



– Alguém sabe ao menos o nome desses colombianos?



Meus parentes pararam e encaramos uns aos outros, pensativos. Ficamos cerca de cinco segundos nisso, então, voltamos à Macarena.



Foi nesse momento que olhei para Esme e a vi com a mão na barriga. O chão abaixo dela estava molhado.



– Mãe, você se mijou! – Emmett alarmou.



– Isso não é bom! – Edward olhou para Carlisle.



– É a bolsa. – Meu pai colocou sua esposa nos braços.



(...)



– AAAAAAAAAAAAAHHHHHHHH! – Minha madrasta gritou em meus braços, no banco de trás do carro de Carlisle. Ainda não sabia direito como fui parar ali, tentei ajudar e acabei presa entre o banco e a grávida prestes a dar a luz. Eu estava apavorada!



– Não dá para ir mais rápido? – Perguntei, nervosa.



– Estou fazendo o que posso. – Edward se justificou, atrás do volante.



Ao lado dele, meu pai falava ao telefone, avisando à maternidade que estava levando sua esposa para lá. Graças a seu diploma e prestígio, eles permitiram que ele mesmo realizasse o parto em suas instalações.



Olhei para trás e vi os faróis do Jipe de Emmett. O restante do pessoal nos seguia apreensivos.



– AAAAAAAAAHHHHHHHHH! ESTÁ DOENDO! – Esme suava e se contorcia.



– Respire, amor, respire! – Meu pai olhou para trás, tenso. – Bella, ajude-a a respirar!



– Como? – Eu não sabia o que fazer.



– O período entre as contrações está muito curto, ela dará a luz em breve. – Meu pai falou baixinho para Edward. – Não era para acontecer agora, só daqui a algumas semanas. Acho que toda a agitação do casamento... – Ele se interrompeu ao perceber que Esme e eu podíamos ouvir. Dei graças a Deus, afinal, aquele não era o momento para explicações e, sim, para amenizar as dores da grávida.



– CARLISLE! – Ela gritou chorando com a mão na barriga.



Meu Cullen olhou para trás, temeroso. Eu precisava fazer alguma coisa.



– Esme, olhe para mim! Olhe para mim! – Pedi com seriedade e ela me fitou. – Vai dar tudo certo, não entre em pânico, ok? Você está preparada para isso, só fique calma. Segure minha mão.



Ela segurou firme e respirou fundo, antes de soltar um grito estridente.



– AAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHH! – O berro escapou de nós duas. Ela, sem querer, estava torcendo meus dedos. Agora, eram duas mulheres se esgoelando naquele carro.



– DROGA, EDWARD, FAZ ESSA PORCARIA ANDAR MAIS RÁPIDO!



Se Esme tivesse outra contração, nós duas íamos estourar os tímpanos dele. A mulher não soltava mais minha mão.



A pressão psicológica ajudou e meu Cullen deu um jeito de aumentar ainda mais a velocidade. Só que isso não impediu a grávida de ter mais algumas contrações e, consequentemente, me fazer gritar de dor junto com ela.



(...)



Já passavam das 2:00h da manhã e nós ainda esperávamos notícias de Esme em uma sala. O clima tenso mantinha o ambiente silencioso e isso só servia para me deixar ainda mais nervosa.



De repente, meu pai entra na sala, nos fazendo levantar em expectativa. Percebi que ele estudou o rosto de cada um de nós, antes de puxar a máscara cirúrgica e falar:



– Nasceu. É um menino! – Pelo sorriso enorme no rosto dele, notava-se que tudo correra bem.



– Eu sabia. – Emmett murmurou com os olhos marejados.



Corri para os braços de Carlisle e lhe dei um forte abraço. Subitamente, o clima de celebração encheu a sala. As garotas e os Cullens riram, aliviados. Depois, cumprimentaram meu pai com a mesma empolgação que eu.



Um bom tempo depois, Carlisle cumpriu sua promessa e nos levou para o quarto onde sua esposa descansava. Assim que ela nos viu atravessar a porta, sorriu, mostrando que mesmo inchada e com o semblante exausto, estava feliz.



– Bella, desculpe por quase quebrar seus dedos. – Murmurou, constrangida.



– Tudo bem. Não está mais doendo.



Carlisle se colocou ao lado dela, então, Esme falou com satisfação:



– Queridos, conheçam seu irmão. – Apontou para o berço de maternidade a meio metro dela.



Fechamos um círculo em volta do berço. Óbvio que ninguém ousou tocar no bebê, mas eu podia ver nos olhos do pessoal, um misto de admiração, espanto e contentamento.



– Eu quero ver, quero ver! – Nessie não estava conseguindo enxergar e Edward a pôs nos braços.



– Uau! Ele é tão...



– Enrugado. – O bisonho completou.



– Os bebês são assim mesmo, idiota. – Retrucou Jasper.



– Ele quase não tem cabelo. – Mini-mim colocou as mãos na boca, tapando o riso.



– Tão lindinho. – Fofolete chorou.



– Acho que ele parece bastante com Carlisle. – Meu Cullen comentou.



Até aquele momento, eu havia olhado para a criança apenas de relance, distraída com as diversas reações da galera. Decidi parar de dar importância aos comentários bobos e fixei meus olhos no bebê.



Seus cabelos ralos eram loiros como os do meu pai, o nariz, no entanto, me pareceu semelhante ao de Esme. Eu me preparava para fazer meu primeiro comentário sobre sua aparência engraçadinha quando ele abriu vagarosamente os olhos. Ao contrário do que imaginei, seu olhar não era sem foco ou disperso. Eu podia está ficando doida, mas o bebê parecia estar olhando diretamente para mim.



Involuntariamente, sorri. Foi nesse momento que realmente tomei consciência de que aquele era meu irmão. Por meses, não o consegui intitulá-lo como tal, porém, ao observar seus olhos inocentes, algo dentro me mim mudou. Ele era tão pequeno e indefeso, que me arrependi de ter temido aquele momento. Um sentimento novo rompeu dentro de mim, liberando os últimos vestígios de preconceito que existiam. Não foi difícil me ver como uma boa irmã mais velha.



– Que nome vão dar a esse enrugadinho? – Alice quis saber.



– Ele se chamará Christian. – Meu pai informou.



Chris? Gostei!



Ficamos conversando um pouco com nossos pais sobre o bebê e o parto, até que chegou o momento do pequeno Chris mamar e tivemos que nos retirar. Nos despedimos com a promessa de que, em breve, voltaríamos para uma nova visita. Como fui a última a sair, segurei a maçaneta e dei uma última olhada no quarto.



A visão dos recém casados e seu bebê não me torturou. Não me senti excluída ou roubada, pois percebi que meu pai não tinha formado uma nova família, e sim, adicionado novos membros à nossa. Vê-los felizes me deixou feliz, não havia como lutar contra aquilo, nem motivo.



Sorri e fechei a porta lentamente.



Depois que saímos da maternidade, meus irmãos voltaram para casa. Edward e eu ficamos para trás, vagando de moto por uma Verona quase vazia. O céu, púrpura e laranja de Domingo tornava a cidade mais bonita. Não tinha certeza de que horas eram, mas estava próximo do nascer do sol.



Aquela era uma cidade antiga, com uma grande arquitetura e muita história. A minha, no entanto, era só mais uma das milhares de histórias anônimas ali, porém, não permitiria que se perdesse.



Acabamos indo parar na ponte Pietra, o local de nosso primeiro beijo. Ela estava mais linda agora do que naquele dia. Talvez as circunstâncias moldassem sua beleza.



Ficamos um tempo agarradinhos, apenas observando a paisagem. Quanto mais o sol se aproximava do céu, mais se aproximava o momento que esperei o dia todo para que chegasse, um momento de iniciativa e risco.



Edward´s POV



A pirralha estava meio tensa e não entendi por que.



– Está tudo bem? – Questionei.



– Edward... – Virou-se para mim e deu um passo atrás. – ...tem algo que estou planejando te perguntar faz algum tempo. E acho que esse é o momento perfeito para isso.



– Para o quê?






Ela respirou fundo, puxou um pouco a barra do vestido e se ajoelhou bem na minha frente. Fiquei atônito, minha voz ficou presa na garganta.



Bella puxou do decote um saquinho de veludo e eu pensei o que qualquer um pensaria no meu lugar: a garota vai me pedir em casamento?



Só quando ela colocou o conteúdo do saquinho em sua palma, foi que percebi que não eram alianças.



– Sei que isso não é convencional... – Começou nervosa. – ...sei que sou irritante, provocadora e meio maluca, mas você é o homem da minha vida e não posso deixá-lo escapar. Então... você quer se comprometer comigo completamente? Dos pés à cabeça?



Mostrou-me os anéis de compromisso feitos de aço.



Ri abobalhado. Eu já não estava?



Felizmente, logo compreendi as intenções dela. Minha garota queria algo além de um namoro, queria garantias de um futuro juntos.



– Sim, meu frango! – Respondi com convicção.



Sorrimos. Então, Bella pôs um anel em meu dedo. A coloquei de pé e tomei-lhe o outro anel. Depois, foi minha vez de me ajoelhar perante ela.



– Meu frango... – Pigarreei. – ...sei que sou meio chato, implicante e metido, mas você é a pirralha da minha vida e não posso deixá-la escapar. – Fechei os olhos. – ...você quer se comprometer comigo completamente? Dos pés à cabeça? – Abri os olhos e vi uma lágrima escorrer pelo rosto de Bella.



– Eu já disse o quanto te amo? – Murmurou.



– Isso é um sim?



– É, Edward, é um SIM!



– Obrigado. – Delicadamente, coloquei o anel no dedo dela.



Fiquei de pé e enxuguei a lágrima do rosto da minha linda com os lábios. Deslizei minha boca da bochecha até os olhos, depois, nariz e, finalmente, alcancei sua boca entreaberta. Feliz, murmurei contra ela:



– Também te amo.



Em um ímpeto, roubei seu fôlego ao lhe beijar com gana e paixão, selando nosso compromisso. Eu até podia estar machucando ela com a força com que lhe agarrava, só que Bella não reclamou, pelo contrário, entrelaçou seus dedos nos meus cabelos, pressionando desesperada minha boca contra a sua.



Naquele momento, senti que não existia mundo longe dos braços da minha Pirralha.



Bella´s POV



Descolamos a boca quando se tornou impossível mantermos a respiração. Eu estava tão feliz que mal conseguia me conter.



– Nossa! – Ofeguei. – Será que já aprontamos todas as loucuras que podíamos? – brinquei.



– Não sei, talvez ainda falte algumas coisas, como fugir. – Riu.



A idéia soou tão boa, que nos encaramos sérios.



– Seria bom passar uma semaninha longe das trapalhadas da nossa família. – Sugeri.



– Acho que nossos pais não se importarão. Podemos ligar para eles depois.



Mantivemos os olhos um no outro enquanto refletíamos por cerca de três segundos. Então, aos poucos, foi surgindo em nossa face um sorriso de cumplicidade.



– Vem, Bella! Vem!



Meu Cullen puxou minha mão e, rindo, corremos pela ponte com o Sol do novo dia sendo testemunha de nossa inesperada fuga.



Uma vez, Edward me falou que estarmos juntos era como desafiar o destino. Na época, nos perguntamos se o venceríamos.



Agora...sabíamos a resposta.





FIM





Marius´s POV



PÁRA, PÁRA, PÁRA COM TUDO!



Gente, preciso contar o que aconteceu seis meses depois, não aguentoooo!



Euzinha, piscante e magnânima.



Finalmente, coloquei as minhas mãos na fortuna da minha avó. Com a grana, abrimos três filiais da minha boutique. Com dinheiro e glamour, não pára de chover pepino na minha hortinha.... Se é que você me entende! HU!...OHOHOHOHOHOH! Mesmo com todos os bofes escândalo da minha lista do “Peguei” ainda continuo babando por meu bonequinho. Desistir? JAMAIS! HU!...HOHOHOHOHO!



Por causa de minha performance nos vídeos do Romance do Poço, recebi o convite de uma rede de Tv para ser o apresentador e estrela única de um talk show. Não dei ainda minha resposta, estou pensando no caso da ralé.



Já o viado uÓ que se autodenomina Lady Rô, fugiu com metade das minhas roupas babado de grife. A maldita enlouqueceu quando lhe tirei outra vez o título de Lady. O que eu fiz? Coloquei a polícia atrás da safada! A vaga de assistente-escrava está em aberto.



Estou sempre entre Hanover e Paris, desfrutando do melhor da vida. Alice, às vezes, pergunta se eu não gostaria de sossegar o faixo e ter uma vida menos corrida. Sempre respondo da mesma forma: BEM DOIDA!



Vincent



Ano passado, Edward participou de um racha com o bofe, na intenção de perder e fazer o rapaz voltar à sua antiga popularidade. Por causa disso, Vincent, que não é besta, aceitou as desculpas dele e hoje, eles têm uma quase amizade. Quem diria, hein?



Jake e Lucy

Não temos notícias desses dois faz um bom tempo. O boato é de que estão na Austrália promovendo rachas e fazendo suas vidas por lá. Mistério total!



Hermanos



Ainda não sabemos o nome deles.



Eles continuam foragidos. Se os virem por aí, não liguem para o disque denúncia.


Carlisle e Esme



O Doutor sonso e sua esposa estão felizes da vida com o bebê que já está crescidinho. Bella passa bastante tempo com eles, por causa de Nessie e do Chris. Esme e a Draga hoje são grandes amigas e confidentes. Loucura, né?



Nessie



A ex-mini-mundiça continua aprontando todas. Semana passada, ela passou cola na porta do quarto de Jasper, ele ficou preso lá com o Toicinho por cerca de duas horas.



A carnicinha é bem apegada à Bella e Edward. Passa quase todo seu tempo livre no apartamento de ambos. O único problema é que ela continua se recusando a se vestir como uma criança fashion, a nojenta da Bella ainda a apóia. Pode um negócio desses?



Jasper e Alice



O pinoquinho está todo diferente, abalando geral com seu visual intelectual sexy. Eu até o seduziria, já que ouvi dizer que ele é um tigrão na cama, mas... como eu sou boazinha, não quero fazer a pequeno polegar chorar.



Ela está criando vários modelos de arrasar para o BEM DOIDA, é o coração de nossa equipe. Quando algo sai mal, sempre tem uma palavra de incentivo que nos põe para cima.



Tá, eu amo ela. Pronto, falei!



Toicinho Cullen



É um sucesso em Dartmouth. Dizem que graças a ele, o time ganhou o título estadual que não conquistava há seis anos. Esse povo acredita em cada coisa...



Não é normal um leitão gostar tanto de se fantasiar. Está sempre com roupinhas diferentes. O bicho nasceu para o show business.



Falei para Emmett que isso é coisa de gay, agora o burro está procurando, desesperado, uma namoradinha para seu porco.



Rosalie e Emmett



Ai, ai, ai... esses dois! Nem sei o que falar.



Brigam e fazem as pazes o tempo todo. Agora que a bruxa do mar está em uma fase avançada da gravidez, deita e rola, fazendo de meu bonequinho seu escravo. O pior é que o maldito gosta. ÓDIO! MORRA, EMMETT!



Ele continua usando o site “Eu odeio Bella Swan” para atormentar a vida de Bella e Edward. A diferença é que agora está lucrando muito com as camisetas, agendas, chaveiros e um monte de quinquilharias.



Seu novo objetivo é convencer Bella a deixá-lo organizar um fã clube para ela. A catiroba está quase cedendo. Coisa boa daí é que não vai sair.



Rose é a mulher do dinheiro! É ela que tem tomado de conta das finanças da BEM DOIDA e está sendo super mão fechada. MORRA TAMBÉM!



Nós continuamos casados até hoje...



Ok, ok...



Amo eles também! PRONTO, FALEI (parte II). SATISFEITOS?



Edward e Bella



Durante as férias, o casal fujão passou uma semana inteira sumido! Só Carlisle e Esme sabiam o paradeiro deles e se recusaram a nos contar. uÓ TOTAL! Bem depois foi que soubemos que se esconderam em Paris.



O caçador já é um estagiário, ele fica sexy de jaleco. FATO! Vira e mexe, participa de alguns rachas organizados por Vincent, apenas por diversão ou para provocar a namorada, que muitas vezes, é uma das competidoras.



O vocalista da banda de que a Bella participa, recebeu uma proposta para um trabalho solo. Com isso, a raxa assumiu o vocal principal e a liderança do grupo. Graças às suas composições, a banda está chamando a atenção de algumas gravadoras.



Uma das coisas que me deixa mais intrigada é a capacidade desses dois de provocarem um ao outro. Talvez seja isso que mantenha o fogão da paixão deles aceso. E quando me refiro à fogão, quero dizer labaredas gigantescas, porque em todos os meus anos rodados de vida, nunca vi duas criaturas se amarem tanto.



Não sei se ouvi direito, mas parece que eles estão economizando para comprarem seu primeiro apartamento. Se fosse eu, abria o bocão e pedia ao papi rico, mas os pobretões curtem esse lance de independência.



Blá, blá blá...



Queria contar mais, só que cansei! PRONTO, FALEI! (parte III)



Não gostou? Só tenho uma coisa a lhe dizer:



BEM DOIDAAAA!



Agora sim, pode soltar o “Fim”.



FIM

13 comentários:

Anônimo disse...

nossa to tremendo quase chorando,lindooooooooooooooooooooooooooooooooo

Anônimo disse...

a melhor q já li

marylloulovyou disse...

Kkkkk ...foi uma história BEM DOIDA ....Kkkkk...muito legal . Amei .

Unknown disse...

Parabéns conseguiu desenvolver bem, toda a estória. Amei.






Anônimo disse...

A-M-E-I ESSA FANFIC FOI MTO LGL .AMO AS FANFICS PQ CONTA HISTORIAS COM OS PERSONAGENS Q AMOOOO PRINCIPALMENTE EDWARD E BELLA

Val RIBEIRO disse...

amei

Anônimo disse...

Amei. A melhor que já li.

Anônimo disse...

AMEIIII TUDO..
ADOREI O MARIUS,BEM DOIDA KKKKKKKKKKK
BOM DEMAIS!!
PARABÉNS DRAGA uÓ PELA FANFIC OTIMA!!
BJUUS

Isa disse...

Nunca havia lido uma FIC de humor... foi demais... parabéns!
Bjos.

Unknown disse...

Garota tu escreve muito bemmm, adorei a história, como ela se desenvolveu!!! Parabéns!!!!

Bells disse...

Hu! Ohohohoh!
BEM DOIDA!
MUITO BOM....chorei ri muito,até quase engasgar....amei o desenrolar da história.os personagens,os lugares. ...
Digno de ser um livro para logo mais um Filme
Vc sabe prender os leitores,levei 2 dias pra ler o FIC inteiro pois estava muito animada pra saber sempre mais...
Esta de Parabéns Lunah!
Esse Fic pra mim é um dos melhores q li
Primeiro lugar na minha lista!
Deveria ter o segundo né o que acha?
Kkkkk HU! Oh! Ohohohoh

Unknown disse...

Desde p principio ate o fim,tudo se encaxou perfeito, VC e uma ótima escritora, teve. De tudo na ficou, romance,aventura, comedia e drama....perfeito RAXA. Kkkkkkkkk

Unknown disse...

nossa que tudo eu amei essa estoria eu queria um dia viver assim 😍😉

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