FANFIC - A PENA DO ANJO - CAPÍTULO 21

Olá Amores!!! Hoje vamos curtir o 21° capítulo de "A Pena do Anjo". Quer acompanhar a história desde o início?Clique aqui.



Autora : ValentinaLB
Categorias: Saga Crepúsculo
Classificação: +18
Gêneros: Drama
Avisos: Sexo





Capítulo 21



... - Tio Thomas, este é Edward Cullen, meu marido.


Levantei-me e estendi-lhe a mão.


– É um prazer conhecê-lo, Sr. Thomas – falei.


Ele me olhou assustado.


– Edward Cullen? Edward Anthony Masen Cullen? – Perguntou-me, como se já me conhecesse.



– Sim – respondi, esperando que ele se explicasse.


– Meu Deus, Bells, Charlie não me contou esta incrível coincidência. Você se casou com o cara que a encontrou naquele galpão? Meu Deus!!! Foi graças ao seu depoimento e ao retrato falado que fez aquela noite – falou empolgado, virando-se para mim - que conseguimos prender o estuprador. Como seu pai não me conta uma história linda dessas? – Perguntou, olhando para uma Bella em choque. – Então você se casou com o anjo que a salvou naquele dia??


Bella me olhou mortificada e senti o chão sumindo sob meus pés.


Era o início do fim.


Olhei para Bella sem saber o que dizer. Para falar a verdade, nada que eu dissesse naquele momento faria algum sentido para ela. Seus olhos estavam vazios e distantes.


Bella se levantou e saiu da mesa sem falar nada com ninguém, deixando eu e seus tios atônitos com sua atitude.


– O que foi que aconteceu com a Bells? Eu falei algo que não devia? – Thomas perguntou meio desorientado, completamente alheio ao estrago que tinha feito.


– Com licença, – falei, já em pé – vou ver o que houve com Bella. Não se preocupem se não voltarmos. Pedirei a ela para que ligue para vocês assim que melhorar. – Sabia que estávamos cometendo uma grosseria sem tamanho, mas a situação dispensava protocolos.


– Edward, tudo isso tem a ver com o que eu disse? – Era óbvio que ele sabia que tinha, não adiantaria negar.


– Sr. Thomas esta história é mais complicada do que pode imaginar. Realmente eu tenho de ir ver Bella. Não se preocupem, ela contará tudo a vocês assim que se sentir melhor. Foi um prazer conhecê-los. – Despedi-me. Eu não via a hora de sair dali e descobrir como Bella estava. Se bem que eu já fazia uma ideia. Bella estaria estraçalhada emocionalmente.


Saí correndo do restaurante deixando para trás os dois confusos e sem graça. Já a encontrei entrando no hotel.


Segurei seu braço e a fiz se virar para mim. Seu olhar me atravessou, como se eu fosse uma fantasma.


– Bella, pelo amor de Deus, fale alguma coisa – implorei.


– Era isso que você ia me contar naquela hora? – Enfim ela perguntou. Sua voz mal podia ser ouvida.


– Era, meu amor. Vamos para o quarto para que possamos conversar. Eu tenho tanto para te explicar.


Ela continuou andando, sem deixar claro se tinha ou não concordado em falar comigo. Simplesmente a segui, sentindo meu coração aos pedaços. Eu tinha mergulhado num inferno sem precedentes.



Assim que entramos Bella foi para o banheiro e fechou a porta. O pânico me invadiu, imaginando o que ela podia tentar fazer lá dentro. Estava agindo tão estranhamente que era impossível prever suas atitudes.


Se tentasse se matar por minha causa eu literalmente preferiria morrer a viver com essa dor e culpa.


Alguns infindáveis segundos depois ela saiu de lá. Seu rosto e a parte da frente dos cabelos estavam molhados.


– O que queria me contar, Edward? – Perguntou secamente.


– Senta aqui comigo, Bella – disse, apontando a cama.


Ela sentou-se na ponta do colchão e ficou me encarando.


Independente de estar preparada ou não, agora não tinha outra solução senão contar-lhe tudo.


– Bella, aquela vez que nos encontramos no alto daquele prédio, não foi, na verdade, a primeira vez que te vi. Por alguma razão inexplicável (as razões eram explicáveis sim, mas eu não tinha autorização do anjo para contar-lhe a nossa verdadeira história) o destino já tinha me colocado no seu caminho por outras duas vezes, e sempre para salvá-la – comecei a falar, sentindo que cada palavra que saía de minha boca aumentava mais ainda a distância entre nós.


Não houve sequer um movimento nos músculos de seu rosto. Ele parecia coberto com uma máscara de cera.


– A primeira vez que estivemos juntos – continuei – foi no dia em que foi estuprada. Eu estava passando na frente daquele galpão e quase atropelei um homem que saiu correndo de lá. Já estava longe quando algo me fez voltar. Era como se uma força que eu desconhecia de onde vinha me puxasse para aquele lugar... E eu voltei.


– Foi então que te encontrei deitada naquele chão imundo. Pensei até que estivesse morta, mas para minha felicidade você estava viva. Pedi socorro e enquanto eles não chegavam, sentei-me ao seu lado e segurei sua mão. Você era apenas uma criança... Eu não consegui deixá-la sozinha. Fiquei ao seu lado até a polícia e os paramédicos chegarem. Depois disso nunca mais tive notícias suas, nem seu nome eu soube qual era. Estranhamente, três anos depois eu me vi novamente olhando para o seu corpo quase sem vida. Por outra razão que só Deus pode explicar, eu passei na frente de sua casa e vi a ambulância da minha equipe na porta. Era minha folga, mas mesmo assim eu desci e fui ver o que tinha acontecido. Um ímã nos atraía Bella, era mais poderoso que nós, que nossa própria vontade. O universo conspirava para que nos encontrássemos. Eu tentava entender por que meus caminhos me levavam a você, mas não entendia nada. Quando eu entrei naquele banheiro você já tinha sido dada como morta, mas eu não podia aceitar aquilo. Naquele momento a única coisa que eu queria era te devolver a vida... E, com as graças do céu, consegui.


Olhei para ela e a mesma expressão petrificada ainda estampava sua face. Se não fosse o movimento sutil da sua respiração preocupantemente lenta, eu diria que ela estava morta.


Achei melhor ir falando tudo, a despeito de estar sendo ouvido ou não. Já tinha me calado por tempo demais.


– Eu queria ter ido te visitar, - prossegui - mas soube que estava com depressão e fiquei com medo que minha presença a fizesse se sentir pior. Dessa vez eu fiquei sabendo seu nome e sua idade. Deixei passar alguns dias e fui te visitar em sua casa, mas vocês tinham se mudado e não deixaram o novo endereço. Pensei que nunca mais nos veríamos, mas mesmo assim eu continuava te procurando nos rostos que passavam por mim. Mais uma vez você sumiu da minha vista, mas se negava a sair da minha cabeça. Foi assim até o dia em que eu entrei naquele bar, exatamente dois anos depois.


Bella continuava impassível. De certa forma aquilo estava me ajudando, pois eu não tinha de ficar dando explicações, podendo ater-me apenas a narrar nossa inacreditável e celestial história de amor.


– Lembra a carta de despedida que escreveu para seus pais, Bella? Pois bem, quando a jogou no lixo ela na verdade caiu ao lado do meu pé e, curioso, eu li. Quase não acreditei que estava acontecendo de novo. Era a terceira vez que sua vida estava em minhas mãos e te deixar morrer não era uma coisa que eu pudesse fazer. Te proteger se tornara quase uma missão para mim. Eu fiquei quase louco enquanto a procurava, até que te vi subindo o elevador daquele prédio. Eu sabia qual era sua intenção. Por sorte eu cheguei a tempo. Quando te perguntei se tinha um isqueiro, na verdade eu estava desesperado, apenas queria chamar sua atenção para que não pulasse. Foi então que nossos olhos se cruzaram pela primeira vez e eu percebi que a energia que nos atraía era mais forte do que eu imaginava... Porém, Bella, eu já não tinha mais forças para lutar por sua vida, você parecia tão decidida a se matar que eu desisti – falei, percebendo meu sentimento de culpa ficar maior ainda com esta constatação. Como eu pude pensar em deixá-la morrer?


Era difícil acreditar que alguém conseguisse ouvir tudo aquilo sem esboçar a menor reação, mas Bella conseguia.


– Desta vez foi você que veio atrás de mim, Bella, e o resto da história você já conhece – falei, passando a mão em seus cabelos.


– Eu só não te contei antes porque não queria que você me ligasse a essas lembranças dolorosas. Queria que se livrasse de seus traumas primeiro. Eu não sei se fiz certo ou errado, Bella, só o que eu sei é que fiz o que eu achei ser o melhor pra você. Perdoe-me se eu errei. Nunca tive a intenção de te enganar.


Ela se levantou, me deixando na dúvida se tinha realmente ouvido o que eu tinha contado.


– Edward, vou dormir no meu quarto hoje. Preciso ficar sozinha. Não me peça para falar nada agora porque eu não tenho condições. Outra hora a gente conversa – falou mecanicamente.


Bella entrou em seu apartamento e eu fiquei apenas olhando ela se afastar. Não houve beijo, nem boa noite, nem nada... Apenas um silêncio fúnebre e massacrante.


Eu tentava me iludir que na manhã seguinte tudo se ajeitaria e que voltaríamos a ser o casal apaixonado e feliz que éramos antes, mas algo dentro de mim insistia em temer o pior... Perder Bella não era algo que eu suportaria. Minhas forças não iam até esse ponto.


Não conseguia ouvir nada vindo do outro lado da parede. Por diversas vezes pensei em bater na porta para ver como ela estava, mas achei melhor deixá-la sozinha, como pediu.


A noite demorou a passar e nem sei bem quando foi que o sono me dominou, mas já era bem tarde.


Acordei assustado. Eram sete horas da manhã. Em segundos tudo o que aconteceu me veio à cabeça. Fui ao banheiro rapidamente e depois bati em sua porta, chamando-a.


– Bella, posso entrar? – Perguntei.


Não houve resposta.


– Bella? – Bati várias vezes na porta. Meu coração começou a disparar freneticamente.


– BELLA! – Gritei, não querendo nem pensar na possibilidade dela ter feito alguma loucura contra sua vida.


Girei a maçaneta e, para meu espanto, a porta se abriu. Bella não estava no quarto. Corri para o banheiro desesperado. Estava vazio também. Sua mala estava sobre a bancada com suas roupas dentro.


Se Bella tinha ido tomar café-da-manhã sem me chamar era porque ela estava muito magoada comigo. Aquela possibilidade me fez sentir uma dor aguda.


Liguei na portaria e perguntei se ela tinha descido.


– A Sra. Cullen saiu por volta da meia noite e não voltou mais, Sr. Cullen.


– Como? – Não tinha lógica no que ele estava falando.


– Como já disse, Senhor, eu a vi saindo por volta da meia noite. Ela levava apenas uma bolsa e não conversou comigo. Quer que eu avise a polícia sobre seu sumiço? – Perguntou, preocupado.


– Não, por enquanto não – murmurei, arrasado.


Onde Bella poderia ter ido? Por que não levou suas coisas? Onde tinha dormido?


Todas estas perguntas se embaralhavam na minha cabeça e eu mal conseguia raciocinar.


Comecei a procurar algo em suas coisas que me dessem uma pista de seu paradeiro. O telefone do quarto tocou no mesmo instante eu que eu vi os frascos de seus remédios em cima da pia do banheiro. Ela não tinha levado seus medicamentos!


Quase surtando, atendi o telefone.


– Bella? – Perguntei ansioso, imaginando que era ela. Minha cabeça começou a latejar.


– É da recepção, Sr. Cullen. Eu fiz uma investigação e descobri que sua esposa pegou o avião que saiu na madrugada, o que leva o correio aéreo. Ele vai para vários lugares. A passagem que ela comprou era para Chicago – falou, com um certo tom de orgulho na voz por ter me ajudado.


Ter vindo passar a lua de mel em uma cidade com pouco mais de três mil habitantes tinha seus méritos. Provavelmente a população inteira já sabia que eu tinha sido abandonado por minha esposa.


– Obrigado, agradeço sua ajuda. Poderia conseguir um táxi aéreo para me levar a Chicago o mais rápido possível? – Pedi.


– É claro, senhor, providenciarei agora mesmo.


Arrumei minhas coisas e as dela. Nada fazia sentido para mim. Parecia que tudo era apenas um pesadelo e que logo eu acordaria com ela em meus braços.


Eu tinha esperado todo tipo de reação de Bella, mas ir embora era completamente surpreendente para mim. Queria que ela estivesse ali me xingando dos piores nomes, batido em minha cara, feito o que quer que fosse... Mas a queria ao meu lado, onde pudesse protegê-la.


Liguei em seu celular, mas estava desligado. Disquei então o número de Renée e perguntei por Bella. Para meu desgosto ela não tinha falado com a filha. Diante de sua estranheza com meu telefonema, tive de contar tudo o que aconteceu.


– Meu Deus, Edward, onde está minha filha? – Perguntou desesperada, começando a chorar. – Você acha que ela pode tentar se... ?


Ela não teve coragem de continuar e muito menos eu tive coragem de responder. Era enlouquecedor pensar naquela hipótese, mas no fundo eu sabia que havia sim uma possibilidade. Bella estava magoada e decepcionada comigo. Eu tinha falhado completamente com ela. Não era fácil para ela lidar com este tipo de frustração. Emocionalmente ela ainda era muito instável, principalmente sem os remédios.


Pedi a Renée que ligasse para os meus pais e colocasse todo mundo em alerta, à procura de Bella.


Depois de arrumar as malas, devolver o carro e fazer o check-out no hotel, fui para o aeroporto pegar o avião que me levaria de volta a Chicago.


Eu ainda estava em choque. Parecia que nada do que estava acontecendo era real. A dor me anestesiava, me deixando meio “passado”.


Já tinha ligado para o celular de Bella mais de cem vezes e a cada segundo eu verificava se não havia ligação sua. Quando o piloto pediu que eu desligasse o telefone foi um verdadeiro martírio. Ficar incomunicável e não poder atendê-la, caso ligasse, me deixou à beira da loucura.


Quando pousamos eu tinha esperança que sua ligação estivesse gravadas em minhas “chamadas não atendidas”, mas não havia nada ali. Bella não queria falar comigo.


Por volta de duas horas da tarde abri a porta do novo apartamento e entrei, sentindo a solidão me dilacerar. Não era assim que eu tinha planejado voltar para nosso lar. Eu queria estar passando por aquela porta com Bella em meus braços, felizes como todos recém-casados são.


Não demorou muito e a campainha tocou. Antes mesmo que eu me animasse, ouvi a voz de Alice me chamando.


Ela me olhou com os olhos cheios de pena. Eu devia estar horrível... Foi o bastante para atirar-me em seus braços e chorar feito criança. Não sei como aquela baixinha conseguiu suportar meu peso e me levar até o sofá, mas assim que sentamos eu coloquei a cabeça em seu colo e deixei toda a dor que estava dentro de mim se transformar em lágrimas. Ela apenas passava as mãos em meus cabelos, sem dizer nada. O que ela poderia falar numa hora daquelas? Que a culpa não era minha? Claro que era... Eu era o único responsável por aquela situação e por uma possível tragédia que viesse a acontecer.


– Tente descansar agora, Edward. Papai e Charlie estão cuidando de tudo. O Peter foi colocado a par de tudo o que aconteceu e nos manterá informado se houver alguma emergência que se pareça com o perfil de Bella. Ele já pediu às outras equipes para avisá-lo sobre seus atendimentos com garotas nessa faixa etária. Tem muita gente procurando-a. Vamos achá-la pra você. No fundo eu acho que Bella deve saber o que está fazendo. Quando se sentir melhor ela volta, tenha fé.


– A polícia foi avisada? – Perguntei, um pouco mais calmo.


– Eles não aceitaram o caso dela como desaparecimento, Edward. Como ela comprou a própria passagem, eles acham que ela fugiu por livre e espontânea vontade e que sua fuga não requer uma investigação. Nem sequer abriram a ocorrência – Alice falou, magoada.


Era horrível constatar que aquilo era a mais pura verdade. Bella estava fugindo de mim. Ela simplesmente não queria mais me ver.


Respirei fundo e me sentei. Limpei o rosto meio sem graça por ter desabado daquela forma na frente da minha irmã.


– Desculpe-me, Alice, não sei o que deu em mim.


– Você foi humano, Edward, apenas isso – falou carinhosamente, passando as mãos em meus cabelos.


Humano... Aquela palavra me fez lembrar meu amigo anjo. Ele bem que podia me ajudar numa hora dessas. Ele devia conhecer o anjo da guarda de Bella e assim saber onde ela estava, mas eu não fazia a mínima ideia de como encontrá-lo. Na igreja, talvez... Não, ele não era alguém que se pudesse encontrar. Ele aparecia quando queria. Eram tão surreais aqueles pensamentos... Queria poder conversar sobre isso com Alice, mas eu não podia.


Quando minha irmã foi embora, saí para a rua a procura de minha esposa. Andei sem rumo até de madrugada, parecendo um louco pela cidade. Voltei para o apartamento arrasado. Nem sinal de Bella!


Não consegui pregar o olho. Às seis da manhã eu já estava de pé. Liguei para a agência e pedi que mandassem as empregadas. Se Bella voltasse, não queria que encontrasse nosso apartamento sujo e bagunçado. Deixei dinheiro para que abastecessem a dispensa e saí novamente.


Meu celular não parava de tocar, mas nunca era ela, apenas pessoas da minha família e Renée, pedindo notícias novas e preocupadas comigo. A cada chamada eu sabia que podia ser uma notícia boa ou ruim. Tudo o que não queria ouvir era a voz de Peter.


Só parei de procurá-la às quatro da tarde. Como não tinha comido nada, a fraqueza estava me deixando meio tonto. Voltei para o apartamento para comer alguma coisa, tomar um banho e então sair novamente.


A geladeira estava lotada de comida e o apartamento todo arrumado. As moças já tinham ido embora. Fiz um sanduíche e enquanto comia só conseguia pensar se Bella estava bem.


Onde teria dormido? Tinha se alimentado? Estava passando mal com a falta dos remédios? Tinha feito alguma loucura? Onde ela estava, meu Deus?... Eram tantas perguntas sem respostas.


Subi as escadas que levavam ao jardim, ao “nosso jardim”. Ele já não era mais tão lindo sem Bela junto comigo.


Sentei numa poltrona entre as folhagens e deixei as lágrimas caírem mais uma vez.


– Eu não me lembro mais como era a sensação de dor, mas parece ser ruim. Não entendo como pode ter escolhido viver essas emoções humanas de novo... – A voz do anjo ecoou pelo jardim.


Levei tanto susto que pensei que colocaria todo o sanduíche para fora.


– Eu preciso tanto da sua ajuda! – Falei chorando. Já não me importava mais em me comportar como uma criança. Nem dignidade mais eu tinha.


– Eu sei, Edward, por isso estou aqui – falou, com uma voz acolhedora.


– Onde Bella está? – Perguntei. - Eu sei que você sabe; por favor, me leve até ela. – Meu lamento saiu entre soluços.


– Não posso interferir na vida terrena, meu irmão. É seu coração que irá te levar até ela.


– Então peça para que seu anjo da guarda cuide bem dela. Que não deixe nada de ruim lhe acontecer. Ela já sofreu tanto... Não merecia passar por mais isso.


– Edward, o anjo da Bella é você... Ainda que na forma humana.


– Ela não tem outro protetor? – Perguntei estarrecido.


– Especificamente, não tem.


– Como assim? – Que brincadeira ela aquela!


– Você fez uma opção no passado, Edward. Quando quis ser o homem da Bella, deixou de ser seu anjo. Bella é protegida sim, como todos os filhos Dele são, mas o anjo da guarda é como um amigo que conhece intimamente seu protegido. A capacidade deles de ajudar é bem mais intensa que a dos outros anjos. Sua esposa não tem mais este apoio. Ele agora vem apenas de você, por isso precisa achá-la o mais rápido possível. Ela está precisando muito de sua ajuda.


Olhei pra ele indignado.


– Você está me dizendo que por causa dos meus desejos carnais eu condenei Bella a viver sem um anjo da guarda? – Não tinha como nada ser pior do que isso.


– Vendo por este prisma, é isso mesmo. Mas seu amor por ela compensou a falta desta proteção em diversas vezes, Edward. O problema é quando você fica longe dela.


– Então tudo o que aconteceu com ela é minha culpa? Ela foi estuprada porque eu não estava ao seu lado para protegê-la? – Naquele segundo eu descobri que a pior dor que existia no mundo era a da culpa.


– Não é bem assim. Mesmo como anjo você não pode evitar que as coisas aconteçam. O livre arbítrio não pode sofrer interferências. A única coisa que poderia ter sido diferente foi a forma como Bella enfrentou sua dor. Até você aparecer na vida dela, faltou-lhe o amparo que um anjo da guarda poderia lhe dar. Nunca se perguntou por que seus traumas são tão intensos, Edward?


– Meus Deus!! – Exclamei, colocando a mão na boca. - Mas se a escolha foi minha, porque foi ela quem teve de pagar? Fazê-la sofrer por minha causa é tão injusto. Por que não eu? Que Deus é esse?? – Eu estava transtornada com aquela revelação.


– Não O julgue, Edward. Nossas referências são outras. Não encaramos o sofrimento da mesma forma que vocês. O que chamam de dor nós chamamos de oportunidade. É a falta de fé que os fazem encarar os problemas e provações como algo ruim. Bella será recompensada por tudo o que passou, na hora certa você vai entender.


– Então esta era uma das conseqüências da minha decisão em me tornar humano? – Perguntei, sem necessidade de uma resposta.


– Sim, Edward. Você assumiu, sem saber, ou melhor, sem querer saber, a responsabilidade de proteger Bella, mesmo sendo humano. Seu lugar é ao lado dela. O amor que une vocês é tão forte e poderoso que surpreendeu até mesmo Ele. Juntos vocês são perfeitos e serão felizes sempre, mas separados...


– MAS EU FALHEI!!!... – constatei desesperado. – Bella está sozinha e desamparada agora, por minha culpa. Sofrendo por uma mentira minha, por uma decisão errada que tomei!! – Desabafei, afogado em uma mar de angústia.


– Então vá onde ela está! Pare de ficar tendo pena de si e pense, homem! Onde mais ela estaria? – O anjo perguntou com um pouco de irritação.


– NÃO SEI ONDE ELA ESTÁ!! MEU DEUS, EU NÃO CONSIGO ENCONTRÁ-LA!! EU NÃO TENHO MAIS PODERES!– Enfiei minhas mãos nos cabelos arrancando um grande punhado de fios. Quem sabe a dor física amenizasse o sofrimento do meu coração. Quanto mais tempo ela estivesse sozinha, mas desesperada ficaria.


– Por favor, - falei, olhando dentro de seus olhos que mais pareciam o céu - me deixe ser o anjo dela novamente. Tira a minha vida e devolva minhas asas. Eu não fui capaz de fazê-la feliz como homem... Eu te imploro, peça a Deus que me atenda, por favor. Bella se sacrificou por mim, sem que eu lhe desse escolha, agora é minha vez de sacrificar-me por ela. – Aquelas palavras saíram do fundo da minha alma. Era tudo o que eu mais queria naquele momento.


– Tem certeza do que está pedindo, Edward? – Ele me perguntou, sério.


– Tenho! Deixe-me morrer para que eu possa protegê-la de novo...





Continua...


10 comentários:

marylloulovyou disse...

Hoje não deu ...pra ....segurar ....:'( :'( :'(...:'( :'( . Nem consigo ...enxergar .....só chorar ...!!!!"

Anônimo disse...

ai sera que edward vai morrer sem ter chance de viver seu amor com bela e formar uma familia e muito triste se isso acontecer eles formao um casal tao lindo estarei anciosa por mas um capitulo beijos e uma boa noite

Anônimo disse...

Anem..eu sei que ele é pelo bem dela .mais se ele morrer nao ten graça. Cap triste..chorei muito aqui. bjs jannayra

Isa disse...

Angustiante :'(

Isa disse...

Angustiante :'(

Anônimo disse...

eles merecem uma chance de ser felizes por favor se ele morrer vai ser muito triste

Unknown disse...

Eu tbm chorei !!!!!!!!! estou sofrendo c a dor do Edward !

Anônimo disse...

Se acontecer do protagonista da estória morrer finalizou a Fanfic. A estória tem tudo pra dar certo,está faltando uma pitada de alegria, entusiasmo, esperança, pois a fé está presente.

Unknown disse...

Sinceramente, n mata o Edward nn, ele merece viver um amor com a Bella, na minha opinião

Bells disse...

Aaa não Edward morrer não sem chances!

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