FANFIC - PASSADO DISTORCIDO - CAPÍTULO 17

Olá Amores!!! Hoje vamos curtir o 17° capítulo de "Passado Distorcido". Quer acompanhar a história desde o início?Clique aqui.


Um legado deixado em uma carta. Até onde Edward iria para vingar o sofrimento e a morte de Sebastian? Encontrar aquela mulher, Isabella, era o seu objetivo de vida e o destino a entrega de bandeja.

Porém, as verdades absolutas de Edward se rompem quando os caminhos da vida mostram quem é Isabella. E quem Sebastian foi. Afinal, o passado não é, exatamente, aquilo que sempre pareceu ser.

Autora : whatsername
Contato : kellydomingoss (skype)
Classificação : +18
Gêneros: Romance, Universo Alternativo, Hentai, Drama
Avisos: Álcool, Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo


Capítulo 17 - Love the way you lie.




POV Edward



Dias depois...



Exatamente quatorze dias. Quatorze dias vendo seu rosto bonito todas as manhãs, jogando conversa fora depois do almoço, dividindo a cama. Quatorze dias de completa confusão.


Eu odiava não saber o que acontecia comigo a cada vez que ela sorria, a cada vez que ela reclamava da bagunça de seu cabelo pela manhã, ou, simplesmente, quando ela dizia que estava com vontade de comer doces.


E hoje ela não estava assim. Seu semblante beirava a tristeza, os olhos longes e os pensamentos mais ainda.


“Bella, você não quer realmente conversar?” Falei pela enésima vez. Nenhum de nós dois tinha saído da cama.


“Eu já disse que não!” Bella disse fraquinho.


“Hmm, foi alguma coisa que eu falei ou fiz?” Questionei-a, pois eu não encontrava motivos para o seu estado.


“Não é com você, Edward!” Ela disse e ficou de costas.


Bella conseguia ser irritante quando queria, eu estava usando toda minha paciência para tentar ajudá-la. Eu estava realmente preocupado.


“Quer conversar com Alice?” Propus, eu sabia que Alice ajudaria Bella. Ela faria o que eu não estava conseguindo.


“Edward, não fale mais nada, por favor!” Ela pediu sem alterar a voz.


Eu sabia que tinha uma merda muito grande acontecendo com ela. Eu queria tirar a dor e trazer o sorriso.


“Eu posso ficar aqui pelo menos?” Perguntei, arrastei meu corpo para o dela, não tinha contato, mas eu precisava ficar perto.


Ela não me respondeu, mas girou o corpo para ficar de frente para o meu. “Fique, por favor!”


Eu não tinha entendido o que ela queria pretendia com aquele pedido, mas mesmo assim eu o fiz.


Movi discretamente para sua direção, nossos joelhos se tocando. Assim como ela pediu, eu não disse nada.


Ela estava tão mal, tão quebrada. Eu via a lamentação em seus olhos. Ela vagava os olhos, às vezes, ela olhava para mim.


Minha vontade era tocar sua bochecha e dizer que tudo ficaria bem, que ela não combinava com tristeza, que ela era bonita demais para ficar triste. Não me permitir nenhuma dessas ações, apenas deixei meus olhos parados nos dela.


“Seu olho é tão verde!” Bella sorriu um pouco, ela parecia cansada.


“Quando eu nasci eles eram azuis, Esme até hoje se pergunta o motivo deles terem mudado de cor.” Respondi sorrindo também, feliz por ela ter falado alguma coisa.


Bella analisou meus olhos por uns segundos. “Com certeza você foi uma graça quando bebê!”


“Eu era careca e gorducho!” Falei, eu me lembrava de algumas fotos de quando eu era bebê.


“Sério?” Bella perguntou surpresa. “Eu acho que eu era uma bebê normal!” Ela concluiu.


“Dizendo que eu era um bebê anormal, então?” Coloquei com diversão, Bella sorriu um pouquinho mais.


“Você é tão bobo, Edward!” Ela disse e rolou os olhos. Eu adorava quando ela rolava os olhos e principalmente quando vinha acompanhado do característico rubor em suas bochechas.


“Estou tentando te fazer sorrir!” Falei despretensiosamente.


Ela soltou uma respiração pesada. “Desculpe por descontar isso em você!”


“Não se preocupe, não é sempre que estamos em dias bons!” Falei procurando seus olhos.


“Obrigada por me entender!” Ela pediu um pouco corada.


“Quer falar sobre alguma coisa?” Coloquei vagamente. Poderia ser qualquer conversa; economia mundial, se Deus existe, viagens, raças de cachorros... Eu só queria que ela esquecesse a tristeza por alguns instantes.


“Tem muito tempo que você usa óculos?” Bella perguntou sem muita vontade. Ela tinha assuntos completamente aleatórios.


“Já dever ter uns dez anos!” Falei depois de fazer uma conta mentalmente e aproveitei para pegar os óculos na cabeceira da cama.


“Você já salvou quantas pessoas?” Bella moveu o corpo antes de perguntar, era incrível como eu gostava de reparar nos detalhes de seu rosto.


“Muitas?” Falei surpreso, eu nunca tinha quantificado.


“Nenhum caso em especial?” Bella sugeriu.


Eu gostava de tudo que envolvia crianças, então, eu amava saber que eu as salvei; seja por causa de um simples engasgo, ou por um incêndio, ou por trazer-lhes à vida.


“Já tem um tempinho, mas eu já fiz um parto de emergência!” Eu disse orgulhoso, os olhos de Bella saltaram.


“Um parto?” Ela repetiu estupefata.


“Não deu tempo de a mãe chegar ao hospital...” Minha memória era de peixe, eu nem me lembrava se fora um menino ou uma menina.


Bella, repentinamente, pegou minhas mãos com as suas. “Estas mãos? Estas mãos trouxeram um bebê?”


Ela analisou meus dedos, Bella conferiu cada nó, a palma. “Eu não posso acreditar, Edward!” Ela disse ainda surpresa. Algumas lágrimas se juntaram nos cantos de seus olhos.


“Ei, por que está chorando?” Perguntei preocupado.


“Isso é tão bonito!” Ela disse massageando os nós de meus dedos. “Você deve ser muito orgulhoso disto!”


“E eu sou!” Falei por fim. “Não precisa chorar, tudo bem?”


“Hmm, eu só queria ser útil para alguém, ter do que me orgulhar, essas coisas...” Ela disse secando as lágrimas.


“Bella, você tem me ajudado nesses últimos dias, eu não sei o que seria de mim sem você!” Falei e toquei, com as pontas dos dedos, sua bochecha úmida pelo choro.


Ela sorriu sem jeito, e deu espaço para eu correr meus dedos até sua têmpora. “É por isso que você está tão distante hoje?” Perguntei com medo de minha intromissão.


“É tanta coisa!” Ela disse depois de uma longa respiração.


“Pode me contar se quiser.” Falei e, sinceramente, pedi para que ela confiasse em mim.


“Uh, hoje faz três anos que meus pais morreram!” Ela disse com os olhos baixos, as lágrimas se formaram de novo.


Eu era péssimo para confortar as pessoas; mas eu queria, a todo custo, tirar a tristeza dela. “Eu sinto muito Bella, desculpe-me por ter te importunado!” Corri meus dedos para secar as lágrimas. “Eu sinto muito, muito mesmo. Diga-me o que eu posso fazer para você ficar melhor.” Pedi.


“Nada vai me deixar melhor, eu só quero eles de volta!” Ela disse com os olhos marejados.


“Ei, eles estão te protegendo! São eles quem estão guiando seus passos, pode acreditar!” Falei convicto.


“Você não pode entender a dor que é!” Ela disse meio cética.


“Eu sei que não, nada que eu diga vai minimizar o que está se passado dentro de você, mas você é tão bonita, tão inteligente e doce, você tem que seguir com sua vida!” Eu disse tudo atropelado.


As duas piscadelas que Bella deu fizeram as lágrimas descerem mais rápidas. “É o que eu mais faço, Edward! Eu quero muito me livrar de tudo isso e seguir com minha vida!”


“Ei, fique calma, ok?” Pedi baixinho. “Quer que eu traga alguma coisa para você beber?” Propus, eu sabia que logo seu choro se tornaria ininterrupto.


“Apenas fique aqui comigo!” Bella me respondeu sem olhar diretamente para mim.


Em outra situação eu ficaria incomodado em ver alguém chorando, talvez porque eu nunca chorava; mas ver Bella naquele estado fazia meu peito se contorcer.


“Acho que eu já posso dirigir, se quiser, eu posso te levar ao túmulo de seus pais!” Falei concentrado nas reações de Bella, meus dedos continuaram subindo e descendo por sua bochecha úmida.


O jeito que Bella sorriu, o sorriso mais forçado que eu já tinha visto, me fez ficar preocupado.


“Nem isso eu posso fazer, Edward!” Ela disse melancólica, as lágrimas rolaram de novo.


“Por que não?” Perguntei ignorando o fato de eu ter sido completamente inconveniente.


“Eu não sei onde eles estão!” Bella disse fungando um pouquinho.


Aquilo tinha ficado estranho. Os pais dela tinham morrido e ela não sabia de nada? Nem de onde tinha sido o sepultamento?


“Bella, me explique, por favor! Agora eu não entendo mais nada!” Falei meio perdido, tinha ficado muita informação para uma pessoa só.


Ela me olhou sob os cílios castanhos, meio perdida também. “É muito complicado!”


Eu não merecia nenhum voto de confiança, mas eu queria muito saber o que tinha acontecido. “Se quiser me contar, estou aqui, está bem?” Falei quase inaudível.


Era fácil ouvir o choro baixinho de Bella, eu não queria incomodá-la. Era um momento só dela. E se ela decidisse por não me contar o que tinha acontecido eu não a culparia.


Nós permanecemos em silêncio, Bella me olhava e desviava os olhos para longe logo depois. “É tudo culpa minha!”


“Oi?” Respondi por reflexo.


“Tudo é culpa minha, Edward! Tudo!” Bella disse mais enfática, seus olhos marrons pararam nos meus.


Meu cérebro pedia socorro, pois nada que ela falava fazia sentido. “Ei, não fale isso, ok?”


“Como não me sentir culpada?” Ela perguntou quase com ironia. “Quem me mandou ser uma menina idiota?”


“Isabella, você não é idiota!” Disse e massageie sua têmpora, eu odiava quando ela se subestimava tanto.


“Edward, pode ter certeza, se eu não fosse tão idiota, meus pais estariam aqui e minha vida não teria virado um inferno!” Ela disse me encarando, eu podia ver tudo em seus olhos. A tristeza, a lamentação, a sinceridade.


“Bella, olhe para mim, ok?” Pedi sério. “Você não é idiota e pare de falar que é!” Circulei a pele abaixo de sua orelha. “Eu preciso saber o que aconteceu para te ajudar!”


Ela sorriu docemente para mim, quase envergonhada. “Eu não sei se eu quero que você saiba!”


“Eu não vou te julgar, ok?” Falei firme, eu não poderia negar que a curiosidade estava me dilacerando.


Bella tinha os olhos nos meus. “Eu estou com vergonha!” Ela disse com o rosto corado.


“Ei, não fique!” Pedi baixinho.


Ela puxou o ar algumas vezes, bastante vacilante. “Sebastian e eu nunca não dermos bem!”


Pisquei algumas vezes para ver se aquilo era real, por que cargas d’água o nome de meu irmão estava naquela conversa?


“Seu ex-namorado, certo?” Perguntei superficialmente.


“Ele mesmo!” Bella respondeu evasivamente.


“O que tem ele?” Questionei-a.


Ela estreitou os olhos para mim. “Ele fodeu com a minha vida!” As palavras não saíram carregadas de raiva, elas vieram sem emoção.


Eu podia sentir a inquietação tomando conta de meu corpo, aquilo estava tão estranho, tão sem sentido.


“Quer me contar?” Dei-lhe a opção.


Bella, inesperadamente, moveu para ficar quase colada ao meu corpo. “Eu confio em você, Edward!”


“Seja sincera comigo, por favor!” Pedi e tracei, novamente, sua bochecha. Eu já tinha perdido as contas de quantas vezes eu tinha tocado seu rosto bonito.


“Eu já te falei, né? Eu o conheci com dezessete!” Bella disse baixinho. “Sabe, ele ficou no meu pé a festa inteira e eu acabei beijando-o!”


Ela riu sem graça depois. “Qualquer garota faria isto, certo?”


Eu me permiti sorrir também. “Comportamento normal, Bella! Não queira saber o que eu fazia aos dezessete!”


Bella arqueou a sobrancelha para mim. “Conte-me sobre você depois?”


“Depois, Bella! Agora é sobre você!” Falei delicadamente.


“Então, acho que ele nunca gostou de mim, aliás, ele gostou de ninguém!” Bella deu sequência.


Era completamente incompatível ouvir aquilo, Sebastian não era a pessoa mais amorosa do mundo, mas não amar ninguém era radical demais.


“Nosso namoro não era saudável...” Ela disse quase inaudível. Vi a umidade acumulando em seus olhos.


“Por que não?” Apenas coloquei.


“Eu gosto da minha liberdade, de ter meus amigos... E Sebastian era demasiado possessivo, irracional e bruto. A gente nunca daria certo!” Ela disse buscando meus olhos.


“Eu sabia que deveria terminar com ele, mas eu tinha medo das conseqüências...” A voz de Bella era cheia de lamentação.


“Conseqüências, Bella?” Perguntei um pouco mais alto.


“Sebastian nunca foi a pessoa mais flexível. Ele sempre dizia que eu só era dele, que eu não poderia deixá-lo...” Bella disse sem vontade.


Um pensamento confuso roubou minha linha de raciocínio. Sebastian nunca fora uma pessoa apegada, então, não fazia nenhum sentido toda aquela possessão.


“Ele poderia estar apaixonado, não?” Perguntei meio vacilante.


Bella sorriu em deboche. “Se isso é estar apaixonado, espero que ninguém se apaixone por mim novamente!”


“Uh, então vocês continuaram namorando...” Coloquei apenas para Bella não perder sua linha de raciocínio.


“Era meio óbvio, mas eu descobri que eu não o amava, nem ele me amava. Ele só me fazia sofrer e, aos pouco, eu fui percebendo que esse era o hobbie dele!” Bella deixou sua mão cair entre nossos corpos, minha vontade era pegá-la.


“Hobbie?” Perguntei encarando seus olhos marrons.


“Ele tinha prazer em me ver chorar ou sentir dor, ele era doente!” Ela disse enfática, com certeza.


A última palavra dita por ela fez meu estômago revirar. Doente? Sebastian não era doente!


“O que ele fazia com você?” Perguntei mascarando minha curiosidade.


“Você não precisa saber, Edward!” Ela disse desviando o olhar, eu vi o rubor cobrindo suas bochechas.


“Ei, olhe para mim, Bella! Eu disse que não vou te julgar!” Repeti minha promessa.


“Posso não olhar para você?” Ela pediu me encarando.


“Por que não?” Perguntei por reflexo.


“Edward, sério, eu não gosto de falar dessas coisas!” Ela disse baixinho.


Bella juntou seu corpo no meu, seu rosto próximo ao meu peito. Eu quase tive uma sincope quando ela afundou o rosto na curva de meu pescoço.


“Ele me fez fazer coisas que eu não queria!” Ela disse perto de minha pele cheia de barba. “Ele era nojento!”


Procurei sentido naquela afirmação, não encontrei. “Explique-me, por favor!”


Ela riu baixinho, porém não era seu sorriso alegre. “Você nunca me entende!”


Eu ri também. “Desculpe, nunca é minha intenção!”


“Hmm, eu sabia que mais cedo ou mais tarde eu iria parar na cama de Sebastian, ele deixava bem claro as intenções que tinha...” Bella disse abafado.


“Ele foi o único cara com que você transou, não foi?” A pergunta saiu completamente invasiva. “Você disse que nunca era bom para você, ele não era cuidadoso?”


“Nenhum pouco cuidadoso, ele me forçava a fazer tudo!” Ela disse baixinho, mesmo sem ver, eu sabia que ela logo estaria chorando de novo.


Eu não sabia como meu irmão tratava as mulheres que ele saia, mas eu supunha, no mínimo, que ele era responsável.


“Forçava?” Perguntei, pois para mim aquilo estava intrinsecamente relacionado com estupro.


“Edward?” Ela subiu o rosto para o meu, seus olhos fuzilaram os meus. “Não me faça dizer as palavras, por favor!”


Meu corpo tremeu, eu não podia acreditar naquilo. Bella tinha sido estuprada por meu irmão? Ela que agora me olhava de um jeito estranho tinha sido violentada?


“Bella.” Minha voz saiu vacilante. “Não me diga que você foi estuprada!” A última palavra saiu sem certeza.


Ela me olhou cheia de tristeza. “Não tenha nojo de mim, por favor!”


Eu não sabia o que dizer, meu peito martelava e minha cabeça, explodia. Aquilo não poderia ser real. Não poderia.


Bella deitou o rosto em meu peito, suas lágrimas caiam e marcavam minha camisa de pijama. “Sabe, eu sei que você vai me olhar torto!”


“Bella, não fale isso!” Eu disse simplesmente, eu não conseguiria articular mais nada.


Um silêncio se instaurou, não era desconfortável, mas também não era bem vindo. A respiração pesada de Bella preenchia o quarto.


“Doía tanto, era tanta humilhação, Edward!” Ela disse ainda entre as lágrimas.


Eu queria saber o que dizer, saber se eu poderia acreditar nela, saber porque meu irmão tinha feito aquilo, se é que tinha feito.


“Seus pais não sabiam de nada?” Perguntei subitamente.


“Meus pais não gostavam muito de Sebastian, mas o respeitava. Se eu contasse alguma coisa, eu não saberia dizer o que meu faria com ele!” Ela disse fungando.


“Seu pai era muito protetor?” Perguntei novamente de supetão.


Ela riu baixinho sobre meu peito. “Muito! Mas eu não me importava, gostava, na verdade!”


Lembrei da foto que eu tinha visto do pai de Bella, eu me lembrava do bigode escuro. “Charlie, não é?”


“Charlie Swan!” Ela disse com a voz mais quente.


“Uh, desculpe perguntar, mas você não me disse o motivo de não saber onde seus pais estão sepultados...” Voltei ao primeiro tópico de nossa conversa.


“Ainda vamos chegar lá!” Ela disse meio melancólica.


“Quem sabia o que acontecia com você?” Perguntei, meus dedos foram para os cabelos que caiam sobre o rosto de Bella.


“Apenas Alice, era ela curava meus machucados, quem disfarçava as marcas em meu corpo...” Bella me respondeu com um sorriso doce nos lábios.


“Alice é tudo para você, não é?” Não precisava ser uma pergunta, aquilo era óbvio.


Ela subiu o rosto para o meu, e sorriu de uma maneira carinhosa. “Ela é!”


“Bella, vocês se preveniam, certo?” O pensamento era pertinente, todo mundo sabia das mil e umas doenças que se pode contrair.


“Hmm, eu me entupia de pílulas do dia seguinte, e comprava anticoncepcional escondido...” Ela parecia envergonhada em dizer aquilo.


“Bella, tem as doenças...” Minha voz saiu meio desesperada, eu era um cara responsável; camisinha era mais que obrigação.


“Sebastian, pelo jeito, se prevenia com as outras putas que ele tinha! Ele simplesmente gostava de me deixar desesperada após cada sessão de tortura.” Ela falava de modo não afetado, como se aceitasse aquela situação.


“Isso aconteceu até ele morrer?” Até ele se matar? Completei mentalmente.


“Uh, não! Quando eu estava quase fazendo dezoito, eu conseguir me livrar dele!” Bella me respondeu com um tom estranho.


“Foi quando você foi para o Havaí?” Apenas ajuntei os fatos.


“Exatamente, mas assim que nós voltamos, tudo aconteceu!” Ela disse baixinho, não passou despercebido por mim, seus dedos fazendo linha imaginarias em meu peito. O toque era quente e delicado.


“Tudo aconteceu?” Refazer as últimas falas de Bella já tinha ficado irritante.


“Estava tudo indo bem, entende? Apesar de tudo eu estava feliz, meus pais estavam mais felizes, estava tudo em ordem.” Bella disse me olhando sob os cílios, eu vi a umidade se formando novamente.


“Não chore, por favor!” Pedi e passei meus dedos logo abaixo de seus olhos.


“Então, ele os matou!” Bella não conseguiu conter o choro, as lágrimas desceram sem pausa por suas bochechas.


E não foi um choro fingido, era fácil notar o quão quebrada ela estava, o quão sozinha era ela. Os soluços rapidamente preencheram todo espaço. “E os vi, Edward! Tinha tanto sangue!” Bella disse trincando os olhos.


“Bella, fique calma!” Pedi sem saber o que dizer. “Quem matou seus pais?”


“Sebastian...” O nome trouxe mais choro, e um soco em meu estômago. Que merda toda era aquela? Meu irmão não mataria os pais de Bella. Ele nunca faria isso!


Meu cérebro iria explodir, eu sabia disto. Então os últimos quatro de Sebastian fora aquilo? Então, por que daquela carta? Por que daquele pedido?


Nada fazia sentido. A carta era objetiva, Sebastian queria vingança. Bella estava sendo sincera, os últimos quatro anos dela tinham sido um inferno.


“É tão horrível! Eles estavam tão sem vida, eu posso me lembrar de tudo. A pele pálida, os lábios roxos, o sangue escorrendo, o escárnio de Sebastian...” As palavras de Bella ecoaram no quarto, eu só tentava assimilar tudo que ela dizia, tentava colocar sentido em suas palavras.


“Sabe o que é pior?” Bella disse entre lágrimas. “É não poder saber onde eles estão, poder levar flores, ou, simplesmente, visitá-los!”


“Bella, por que você não o denunciou?” Perguntei o óbvio.


Ela sorriu debochada. “Se eu abrisse minha boca, Alice seria a próxima. E eu não poderia perder Alice, ela foi a única que me restou!”


Permiti-me ficar em silêncio, eu precisa processar tudo aquilo. Eu tinha que encontrar razão naquilo. Eu tinha que fazer meu peito parar de contorcer.


Olhei para Bella. Seu rosto continuava descansando sobre meu peito, ela estava tão triste. Nossos joelhos se tocavam de um jeito casto, eu ainda me perguntava o porquê dela despertar tanta coisa em mim.


Ela era tão doce e bonita, sua inteligência era algo a parte. Ela era encantadora. E sua modéstia era quase irritante, alguém deveria dizer o quão incrível ela era.

“Alguma coisa errada, Edward?” Bella perguntou docemente para mim.


“Não!” Respondi prontamente. “Você continuou com Sebastian até ele morrer?” Esforcei para não colocar muita emoção no nome de meu irmão.


“Eu fui obrigada!” Ela disse com desdém.


“Ele continuou fazendo o que ele fazia?” Perguntei com medo da resposta.


“Fazendo ainda pior!” Bella disse simplesmente.


“Quer me contar?” Propus.


“Hmm, era nojento, Edward!” Ela disse sem me encarar.


“Ele fodia com outras na minha frente, me amarrava e fazia o que bem entendia, me fazia sangrar...” Bella disse chorando de novo.


Era um pensamento ridículo para a situação, mas eu fiquei triste por ela ter uma visão negativa sobre sexo. Era fodidamente tão bom estar dentro de uma mulher. E Bella tinha um corpo tão incrível, ela merecia o melhor de um homem, ela merecia tudo.


“Não precisa continuar, ok?” Falei e alisei os cabelos cor de mogno.


“E como ele morreu?” Aquela pergunta já tinha resposta.


Bella me olhou vacilante. “Ele se matou na minha frente!” Sua voz foi mais baixa que um ruído.


“Na sua frente?” Devolvi rapidamente. Por que Sebastian faria aquilo?


“Ele estava descontrolado, ele pegou uma arma e acertou o próprio ouvido!” Bella disse imersa em memórias.


“Por que ele fez isso?” Era a resposta que eu precisava, a que eu sempre busquei.


“Eu não sei, Edward! Ele era um doente!” Ela disse baixinho.


Então era isso, Isabella era quem tinha todas as respostas e, no final, ela sabia tão pouco quanto eu.


Eu tinha duas opções e nenhuma parecia plausível. Confiar em meu irmão e em uma carta, a carta pedia vingança. Mas vingar o que? Bella não tinha feito nada para meu irmão. A outra era confiar em Bella, mas eu sabia que meu irmão não faria nada daquilo, mas eu também tinha certeza que Bella não estava mentindo.


“Pensando em que?” Bella rolou para ficar ao meu lado.


“Em nada!” Virei meu rosto para o dela. “Eu posso ficar um pouco sozinho?”


Ela me olhou de um jeito engraçado. “Claro! Estou na sala, se precisar!”


Bella deu um salto da cama, o pijama de hoje era branco de listrinhas azuis. Antes de passar pela porta ela me olhou.


“Obrigada por me ouvir, Edward!” O sorriso que ela me deu foi como um raio de sol. Iluminado e quente.


O quarto ficou em silêncio por um bom tempo, minha cabeça estava pensando em nada especificamente. Eram como flashes, eu em Chicago; Sebastian, eu e meus pais durante um almoço qualquer; Bella sorrindo; Bella e eu conversando bobeiras; tudo que ela me causava.


Meu peito batia desenfreado, eu nunca pensava muito em mim. Minha preocupação sempre fora os outros e, ultimamente, meu irmão. A resolução já era mais que clara. Ele tinha morrido, e nada que eu fizesse o faria voltar. E mesmo me vingando, o que isso mudaria? Quem queria vingança era meu irmão e não eu. E o que Bella tinha com tudo isso? Eu poderia arriscar a dizer que eu gostava do jeito que Bella mentia, eu não me importava se ela fosse mesmo a víbora, eu não estava sendo nenhum pouco descente nessa história também.


Bella. O nome não poderia ser mais condizente. O que aquela menina fazia para me encantar tanto? O que exatamente ela me causava? Por que eu ficava tão perdido sem ela por perto, por exemplo, agora?


Eu precisava ficar imune a ela, não deixá-la me afetar tanto, não me deixar levar. Era simples.


Sai da cama para trocar minhas roupas, era bom encontrar as roupas perfeitamente organizadas. Bella merecia um agradecimento.


Eu já estava em perfeito estado, ela sabia disso. O médico tinha dito que eu estava bem, minhas contusões estavam curadas e os pontos da testa foram quem os tirei. A verdade era que eu não precisava mais de Bella, mas eu queria protelar sua partida até o último instante.


Olhei-me no espelho, eu não era nenhum pouco narcisista, mas era fato que eu precisava fazer minha barba e cortar o cabelo. Tracei minha mandíbula com a ponta dos dedos, deveria ter bichos fazendo ninho em minha barba.


Decidi por fazê-la. Procurei no armário o aparelho de barbear e despejei uma boa quantidade de creme de barbear em meu rosto. Estava com preguiça para cavanhaques e afins, então tirei tudo.


O resultado tinha ficado bom, não que eu fosse um cara bonito, mas eu estava pelo menos mais apresentável.


Escolhi as primeiras roupas que vi no guarda-roupa. Bermuda jeans e camisa pólo dada por Esme.


Quando passei pela sala vi Bella vendo televisão tranquilamente, ela parou os olhos em meu rosto por um bom tempo.


“Fez a barba?” Ela disse com as bochechas tingidas de vermelho.


“Estava precisando!” Falei displicentemente. “Prefere com ou sem barba?” Perguntei e me juntei a ela no sofá.


O jeito com o qual Bella me olhou foi divertido, seu rosto parecia um tomate de tão vermelho. “Han?”


Então percebi que minha pergunta tinha sido complemente jocosa. Que diabos tinha me dado para fazer uma pergunta daquelas?


“Hmm, barba, você prefere com ou sem?” Fui obrigado a repetir.


Bella abriu e fechou a boca alguma vezes, meio incerta. “Sei lá, Edward!” Ela disse sorrindo. “Eu não tenho barba!”


“Sorte a sua!” Falei e dei atenção para o que passava na televisão.


“Uh, vou trocar de roupa, ok?” Ela disse saindo do sofá. “Vai pensando no que quer para o café da manhã!”


Antes de eu falar para ela ficar de pijamas o dia inteiro ela já tinha ido para o quarto. Rumei sem animo para a cozinha, estava tudo tão limpo.


Eu já estava comendo normalmente, então decidi que eu faria nosso café da manhã. Eu não tinha perícia na cozinha, mas café e pão na chapa eram as minhas especialidades.


Preparei tudo rapidamente, me perguntei se eu deveria arrumar a mesa, Bella nunca comia na mesa.


“O que você está fazendo, Edward?” Ouvi a voz doce atrás de mim.


“Hmm, nosso café!” Falei como se não fosse uma novidade.


Ela me olhou assustada, mas ainda divertida. “Muitos dotes culinários, Edward?”


Eu sorri para ela verdadeiramente. “Nenhum deles!”


Bella sentou-se na cadeira, ela mantinha os olhos no jornal que pairava sobre a mesa. Um pouco perdida.


“Alguma coisa errada, Bella?” Perguntei e ao mesmo tempo servi-lhe um pouco de café.


“O dia continua não sendo um dos melhores!” Ela me respondeu antes de beber o líquido escuro.


“Eu estou te importunando, não estou?” Perguntei e me juntei a ela na mesa.


Bella, delicadamente, me olhou; os olhos pararam nos meus de forma penetrante. “Você está sendo uma boa companhia, Edward!”


Eu tinha ficado desconcertado com aquilo, mas não deixei transparecer minha inquietação. Concentrei em meu café, eu podia ver Bella me fitando sob seus cílios.


“Edward, as coisas não vão ficar estranhas entre mim e você, certo?” Ela perguntou sem me olhar diretamente.


Eu não sabia como responde-la, tudo estava estranho entre mim e ela há muito tempo.


“Digo, agora você sabe de tudo, e, por favor, não me olhe feio!” Bella disse baixinho, o rubor tomou conta de seu rosto.


“Eu não estou te olhando feio!” Respondi-lhe prontamente.


Ela riu sem vontade. “Mas eu sei que você está pensando mil coisas. Como ela pode ser tão idiota? Por que ela não fugiu?...”


Eu não estava pensando em nada daquilo. Meus pensamentos, quando organizados, apenas buscavam uma conexão sobre tudo que ela disse.


“Sério, Edward; eu não tinha escolha!” Bella disse baixo novamente.


“Não?” Perguntei antes de tomar de meu café.


“Você não sabe o que é viver com um monstro!” Ela me respondeu sem emoção.


A indiferença de Bella me assustava, ela falava de um não tão não afetado. Ela não odiava meu irmão, tampouco o amava.


“Uh, ele bebia, se drogava...?” Perguntei de modo repentino, talvez tais ações justificassem as atitudes que Bella descrevia.


“Por incrível que seja ele era quase abstêmio!” Ela disse prontamente e ela não estava mentindo, Sebastian raramente bebia.


“Você o odeia, não é mesmo?” Perguntei ansioso pela resposta.


Bella sorriu fraquinho, olhos marrons se encheram de uma emoção desconhecida. “Eu não costumo odiar as pessoas!” Ela me respondeu pensativa.


“Como você consegue ser tão boa?” Questionei-a, afinal ela tinha todos os motivos para odiar Sebastian.


“Eu sou meio boba às vezes!” Bella disse e saiu da mesa, ela voltou com mais um pedaço de pão.


“O pão está bom?” Perguntei maneando para seu prato.


Ela deu uma boa mordida. “Excelente, Edward!” Bella disse depois de engolir.


“Obrigado?” Falei meio surpreso.


“É bom você ir praticando cozinhar sozinho...” Bella falou com tom baixo, os olhos estavam do mesmo jeito.


Eu sabia o que aquilo significava, ela estava me deixando. Eu tinha poucos dias com ela, exatamente sete. Uma semana. Uma mísera semana.


“Pois é, você daqui a pouco volta a trabalhar, né?” Perguntei sem vontade.


“Uhum!” Ela disse ainda mais sem ânimo. Por que ela estava tão corada?



Um celular tocando nos tirou de nossa conversa matinal.


“É o meu!” Bella disse e correu para buscá-lo.


“É Alice!” Ela disse e sentou-se novamente ao meu lado.


Alice e Jasper tinham voltado na última semana, eles estavam no apartamento de Jasper. Bella conversava com Alice diariamente, eu sempre me perguntava por que ela terminava as conversas terrivelmente envergonhada e me olhando como se eu fosse um aliem.


“Alice, eu estou bem, não se preocupe comigo!” Bella disse rolando os olhos.


“Hoje? Que horas?” Bella perguntou interessada.


“Isso vai ser ótimo! A gente precisa conversar, tem tanto tempo que não o fazemos!” Bella disse sorrindo.


“Uh, sério? Novidade?” Ela perguntou visivelmente curiosa.


Bella rolou os olhos mais uma vez, para meu completo delírio. “Alice, isso é injusto! Conte-me, por favor!”


“Ok Alice! Conte-me mais tarde então, mas saiba que você me deixou completamente frustrada!” Bella falou meio debochada.


“Beijo, até logo então!” Bella desligou em seguida.


“Uh, eu vou almoçar com Alice hoje.” Bella disse me encarando, ela me falava como se pedisse minha permissão.


“Isso é bom, espero que aproveite!” Falei com a voz quente. “Jasper está bem?”


“Alice disse que ele está ótimo!” Bella respondeu também mais enérgica.


“Alice tem que contar alguma coisa?” Perguntei soando totalmente inconveniente.


Bella sorriu para mim. “Hmm, Alice adora me deixar curiosa, mas eu vou descobrir!”


“Conte-me depois!” Falei brincando.


Ela sorriu ainda mais abertamente. “Se for uma conversa de meninas não poderei contar para você!”


“Conversa de meninas? Pensei que só as adolescentes as tinham.” Falei despretensiosamente e como resposta ganhei um par de bochechas coradas.


“Edward, eu posso não ser uma adolescente, mas continuo sendo uma menina, oras!” Bella disse fingindo irritação.


Menina o caralho! Ela era uma mulher, mulher demais para ser sincero.



“Certo então, Bella!” Falei rindo. “Tenha uma boa conversa de meninas!”


“Edward, você é tão bobo!” Bella disse e retirou os pratos da mesa.


“Eu sei que sim, você está sempre repetindo isso!” Falei e me levantei.


Bella me olhou envergonhada, era fodidamente encantador ver suas bochechas vermelhas.


“Eu falo isso brincando, você sabe disso, não sabe?” Ela perguntou me olhando por debaixo dos cílios.


“Eu sei, Bella! Eu não me importo!” Respondi-lhe rapidamente.


POV Bella


O dia estava sendo estranho. Meu peito doía pela saudade, por não ter sido forte o suficiente para protegê-los, protegê-los dele. Eu tentava não pensar no nome, nem no rosto.


Em contra partida, tinha Edward. Não sabia o que tinha dado em mim para contá-lo o que tinha acontecido. Era demasiado desconfortável contar tudo aquilo, principalmente, os detalhes. Ele, mantendo sua promessa, não me julgou e não fez nada do gênero, mas era impossível não perceber que ele tinha ficado inquieto com tudo aquilo.


“Um centavo por seus pensamentos!” Edward disse divertido.


Sai de meu transe e voltei a calçar meus sapatos. “Você teria que ter uma pequena fortuna então!”


“Engraçadinha, você!” Ele disse e se sentou na ponta da cama, ao meu lado.


“Você é meio alucinada por salto alto, não é?” Edward perguntou encarando a sandália azul marinho.


Eu corei com aquilo. “Eu sou baixinha e passar muito tempo com Alice dá nisso!”


Levantei e peguei minha bolsa, eu já estava muito atrasada para encontrar Alice. “Uh, eu já vou indo!”


“Divirta-se, mande saudações para Alice!” Edward disse correndo os dedos pelos cabelos.


“Eu não demoro, ok?” Falei antes de passar pela porta.


“Bella, não se preocupe comigo, aproveite seu almoço!” Edward segurou meu olhar, os olhos verdes estavam bonitos demais.


Tinha tempo que eu não dirigia, a sensação era ótima, embora as avenidas de Nova Iorque fossem assustadoramente lotadas.


Antes de entrar no restaurante pude ver Alice sentada numa mesa afastada, ela estava sorrindo sozinha. Alice estava radiante, era notório.


“Conte-me o que te faz rir assim agora!” Falei assim que me coloquei em seu campo de visão.


“Bella, que saudade monstro de você!” Alice me abraçou forte, mas forte mesmo, quase como Emmett.


“Eu também, Ali!” Falei e me desvencilhei de seus braços. “Tem tempo que você chegou?”


“Não, cheguei há pouco!” Ela disse e voltou para a cadeira, eu puxei uma para mim também.


Alice tinha os olhinhos brilhando, a felicidade estava exalando de seu corpo.


“Conte-me tudo, Alice!” Falei sorrindo, eu estava feliz por vê-la feliz.


“Eu amo Jasper, eu quero uma vida inteira com ele!” A intensidade das palavras me assustou, Alice parecia convicta.


“Bella, eu quero acordar todo dia ao lado dele; conversar sobre meu dia; fazê-lo sorrir... Eu quero tudo com ele!” Alice falou quase emocionada.


“Alice, isso é incrível!” Foram as únicas palavras que eu consegui pronunciar.


“Você vai me achar louca, mas eu quero me casar com Jasper e ter uma ninhada com ele!” Alice disse um pouco corada.


“Casar?” Eu repeti meio estupefata.


Ela sorriu genuinamente antes. “Eu o amo, Bella! Eu quero tudo que seja sobre mim e Jasper!”


Meu Deus, era completamente complicado assimilar tudo que Alice dizia! Minha melhor amiga iria se casar?


“Eu estou muito feliz, Alice; só não sei o que realmente dizer!” Falei sincera.


“Apenas diga que eu não estou sendo louca!” Ali disse sorrindo.


“Você não está sendo!” Respondi-lhe divertida.


“Uh, eu não vou me casar amanhã, nem semana que vem; mas Jasper já me propôs.” Alice disse e colocou sua mão sobre a mesa, o anel brilhava mais que o sol.


“Alice, é lindo!” Toquei o cristal delicadamente.


“Bella, eu estou tão feliz!” Ela me disse completamente extasiada.


“Essa que era a grande novidade?” Perguntei logo depois.


“Uh sim, mas temos que conversar outras coisas e principalmente sobre você!” Alice disse presunçosa.


“Não temos que falar nada sobre mim!” Coloquei rapidamente.


“Não senhora, temos muito que conversar sobre você!” Ela replicou com ar de desafio. “Mas primeiro temos que discutir outro ponto...”


“Qual seria?” Perguntei interessada.


“Nosso apartamento, acho que você pode ficar com ele. Jasper me convidou para morar com ele...” Alice disse meio receosa.


“Alice, você não pode fazer isso! Aquele apartamento é seu, é claro que eu vou te pagar o aluguel!” Falei séria.


“Bella, não seja boba! Eu quero que você fique com ele, você é minha melhor amiga, nada mais justo!” Alice disse mais séria ainda.


“Eu posso pensar sobre?” Perguntei meio rendida.


“Não tem o que pensar, Bella. Os documentos estão quase prontos, daqui a pouco aquele apartamento vai estar em seu nome!” Ela disse sorrindo vitoriosa.


“Você não presta!” Falei quase gargalhando.


Nossos pedidos chegaram rápidos, nós duas tínhamos optado por massa. A sobremesa logicamente seria torta de chocolate.


“Então, como Edward está?” Alice perguntou depois de um silêncio confortável.


“Bem, praticamente recuperado!” Falei e voltei a atenção para o meu prato.


Alice riu baixinho. “Vou melhorar minha pergunta: Como você e Edward estão?”


“Não seja idiota, Alice!” Falei simplesmente.


“Bella, quem você quer enganar? A cada ligação sua eu tinha mais certeza que você está completamente apaixonada por Edward!” Alice disse me encarando.


Eu quase cuspi minha comida! Eu não estava apaixonada por Edward. Não mesmo!


Deus, ela não sabe o que diz!



“Alice, não fale bobagens!”


“Bella, você sabe que dia é hoje, não sabe?” Ela me olhou fixamente. Eu acenei positivamente.


“Bella, eu juro que pensei que você chegaria aqui aos prantos, pedindo meu colo, mas não, você está feliz! Eu arrisco a dizer que tudo isso é por causa de Edward!”


A explicação de Alice me deixou tonta, aquilo não fazia sentido.


“Alice, eu não estou apaixonada por ele, eu só estou tentando me levantar e esquecer essa merda toda!” Falei enfática.


“Tudo bem, Bella!” Alice disse sorrindo. “Vamos dar tempo ao tempo!”


Ignorei aquela última fala. “Hmm, Edward sabe sobre Sebastian...” Coloquei vagamente.


“Sério, o que ele disse?” Alice perguntou interessada.


“Nada!” Falei rapidamente. Edward não tinha esboçado nenhuma reação muito significativa.


“Como nada? Ele não ficou puto, enojado, querendo matar Sebastian?” Alice parecia indignada.


“Uh, não! Eu também não contei muita coisa...” Falei e bebi do suco.


“Ele é de fato muito estranho!” Ela disse por fim.


“Ele é engraçado, Alice!” Falei quase por reflexo.


Ali sorriu para mim. “Conte-me mais sobre as qualidades de Edward Cullen!”


Minhas bochechas queimaram com aquilo. Eu poderia dizer que ele era bonito com ou sem barba? Que ele era um exímio beijador de pescoço? Que ele tinha uma puta ereção? Que, quando bêbado, ele era a coisa mais quente e doce? Que ele fazia o melhor pão na chapa do mundo?


“Ele só é engraçado mesmo, ele é tão bobo!” Falei, minhas bochechas queimavam.


“Ele é tão bobo!” Alice fez uma imitação barata de minha voz. “Sabe como isso soa, Bella?”


“Não, Alice; eu não sei!” Falei e esperei pela resposta.


“Isso soa como uma menininha apaixonada!” Ali disse triunfante.


Ela iria voltar naquele ponto?



“Que tal mudarmos completamente de assunto?” Propus.


“Uh, amanhã, Jasper e eu estávamos querendo fazer alguma coisa à noite. Venha conosco, poderíamos chamar Rose e Emmett também!” Alice propôs animada.


“Estão pensando em ir onde?” Perguntei já interessada no programa noturno.


“Dançar, talvez! Um pouco de tequila também!” Alice sorriu abertamente para mim.


“Eu vou!” Falei por fim.


“Ah, convide Edward, Jasper ficará feliz em vê-lo!” Alice colocou com avidez.


“Convido sim!” Falei, mas sabia que Edward não iria.


Quando as tortas chegaram foi impossível não se deleitar com o chocolate. Era difícil dizer quem comia com mais vontade, eu ou Alice.


“Eu tenho que ir!” Falei olhando o relógio, já passava das três.


“Uh, eu também, Jasper está me esperando!” Alice foi a primeira a se levantar.


“Para quando está pensando em se mudar? Posso te ajudar a empacotar suas coisas, os móveis...” Perguntei disposta à realmente ajudá-la.


“Não se preocupe, pode ficar com eles também! Vou mobiliar todo o apartamento de Jasper!” Ela disse alegre.


Eu ri internamente quando imaginei Alice arrumando todas as roupas de Jasper por cor, trocando todos os móveis de lugar.


“Ligue-me para confirmar sobre amanhã!” Pedi depois de abraçá-la.


“Claro, Bella!” Ela beijou minha bochecha. “Até amanhã!”


A volta para o apartamento de Edward fora tranquila, decidi pelas escadas para compensar as calorias do almoço. No final eu estava bufando como uma sedentária.


Edward não estava na sala, procurei por ele na cozinha e também não o encontrei. O quarto parecia a última opção.


Quando passei pela porta tive a visão mais bonita dos últimos tempos. Eu queria fotografar aquilo.



POV Edward


“Edward, o que você está fazendo?” A voz de Bella me fez tirar os olhos da tela e jogar o controle do vídeo game para o lado.


Ela me olhava de um jeito estranho, ela queria sorrir, mas não o fazia.


Eu estava tão envergonhado, senti o calor subindo para minhas bochechas. “Um pouco de vídeo game não faz mal a ninguém, certo?”


Bella não me respondeu, apenas entrou no quarto e encarou a televisão. “Vídeo game, Edward?” Ela tinha um sorriso bonito no rosto.


“Pois é, não tinha nada para fazer!” Falei constrangido.


Pedi para que Bella não me observasse por muito tempo, pois eu estava parecendo um adolescente nerd. Calça de moletom, edredom jogado nas costas, sem camisa, e um copo de coca em cima do criado mudo.


Peguei o controle e pausei o jogo. Eu gostava de jogos de carrinhos, e meu vídeo game estava um tanto ultrapassado.


“Atrapalhei seu jogo, não é?” Bella perguntou sentando-se na cama.


“Lógico que não! Foi bom você ter chegado!” Falei sem filtrar as palavras.


“Então, como Alice está?” Perguntei mudando de assunto.


“Está ótima. Edward você não vai acreditar!” Bella disse feliz.


“Acreditar em que?” Perguntei logo depois.


Ela me olhou antes de responder. “Alice e Jasper vão se casar!”


“Sério?” Minha voz saiu estrangulada e surpresa. Por que diabos Jasper se casaria?


“Eles se amam e casais apaixonados se casam!” Bella me respondeu com as bochechas coradas.


“É difícil de acreditar!” Falei por fim.


Bella veio para o meio da cama, tirou as sandálias e a bolsa. “Alice está radiante!”


“Presumo que sim!” Fale me lembrando de Alice, ela sorria por tudo.


Ela me olhava de soslaio, de um jeito desconhecido. “Edward?” Bella chamou um pouco alto.


“Hum?” Respondi-lhe evasivamente.


“Posso jogar com você?” A pergunta saiu completamente doce, eu não conseguiria lhe negar nada.


“Claro, isso vai ser divertido!” Falei sorrindo. “Espere só um instante, vou pagar mais um controle!” Saltei da cama e conectei mais um cabo.


“Eu não sou muito boa nessas coisas!” Bella disse corada. “Então, deixe eu ganhar pelo menos uma rodada, ok?”


“Quantas você quiser, Bella!” Falei, novamente, sem filtro.


Bella era não ruim, ela era um desastre no vídeo game. Eu estava gargalhando das manobras que ela fazia, nem dando o meu pior ela conseguia ganhar.


“Edward, você ganhou todas!” Bella disse manhosa.


“Bella, desculpe-me, mas você é muito ruim!” Falei jogando os controles para o lado dela. Nós tínhamos jogado pelas últimas três horas.


“Quero revanche!” Ela disse mordendo os lábios.


Eu ri com aquilo. “Bella, preserve sua dignidade! Você quer perder novamente?”


“Até parece que você é tão bom assim!” Ela disse com falsa arrogância.


“Bella, eu sou bom e não tem mais discussão!” Falei e sai da cama para pegar uma camisa.


“Você só fica sem camisa quando eu não estou aqui, né?” Bella perguntou de repente.


“Uh, normalmente eu não uso camisa, mas não é muito certo ficar sem camisa na sua frente!” Falei envergonhado e sem saber muito bem de onde tinha vindo aquela resposta.


“Edward, essa casa é sua! Fique à vontade!” Bella disse com os olhos estreitos.


À vontade? Isso significa dormir apenas de cueca e, durante o dia, ficar apenas de calça de moletom, também sem cueca!



“Bella, está ótimo assim!” Falei para encerrar aquela conversa.


“Ah, Alice vai sair amanhã, acho que para dançar, ela te convidou também!” Bella disse despretensiosamente.


“Você vai?” Perguntei interessado.


“Acho que sim, Rose e Emm também estão indo!” Ela me respondeu.


Ponderei sobre aquilo, tinha tempo que eu não saia e seria bom ver Emm e Jasper. “Eu vou também!”


“Sério?” Bella não conseguiu mascarar sua surpresa.


“Oras, por que eu não iria?” Perguntei atropelado.


“Uh, sei lá!” Bella me deu uma resposta fática.


Eu sorri de sua falta de jeito com as palavras.

(...)

“Estou absurdamente cansada!” Bella disse depois de se jogar na cama ao meu lado.


“A conversa de meninas te deixou tão cansada assim?” Perguntei me virando para ela.


Ela riu de um jeito fofo. “Jogar vídeo game a tarde inteira também cansa, ok?”


“É porque você ainda é amadora! Uh, e sua conversa de meninas, pode ou não ser dividida comigo?” Perguntei apenas para irritá-la.


Bella pareceu pensar, as bochechas coravam cada vez mais. “Hmm, não pode!”


“Você sabe que eu vou ficar curioso, não sabe?” Perguntei e movi meu corpo para o dela.


“Essa é a melhor parte, Edward!” Ela me lançou de modo atrevido.


“Seu hobbie é me deixar curioso?” Devolvi-lhe.


“Meu hobbie é igual ao seu!” Bella mordeu os lábios fortemente.


“Então o meu hobbie é te deixar curiosa?” Perguntei sorrindo para ela. “Curiosa em relação a que?”


“Em relação a tudo, tudo sobre você!” Bella respondeu corada, bonita pra caralho.


“Minha vida não é muito interessante!” Falei displicentemente.


“Com certeza é mais interessante que a minha!” Ela refutou com energia.


“Ei, pare de falar que sua vida é uma droga, ok?” Pedi, Bella deveria parar urgentemente de denegrir a vida que tinha.


“Depois de tudo que eu te disse, você ainda acredita que minha vida não é uma droga?” Ela perguntou quase cética.


E então nós voltamos ao assunto que eu evitava. Minha cabeça ignorava aqueles pensamentos.


“Bella, você não mentiu para mim, certo?” Perguntei, mas eu sabia que ela tinha sido sincera comigo.


Ela me olhou sob os cílios. “Edward, eu nunca mentiria sobre algo tão sério!”


Então era aquilo, eu estava entre a carta e pessoa mais doce e encantadora desse mundo.


“Boa noite, Bella!” Desejei-lhe.


“Obrigada, para você também!” Ela disse docemente.


Não demorou em o sono nos atingir.


Meu sono estava leve, então quando Bella começou com os característicos gritos logo acordei. Aquilo fazia meu peito doer intensamente, eu queria tirar aquela lembrança da mente dela, independente de qual lembrança que fosse.


O corpo de Bella chicoteou na cama, os gritos se tornaram altos demais e o choro, ininterrupto.


“Bella?” Chamei sob seu rosto. “Bella, acorde!” Balancei-lhe delicadamente o ombro.


Ela despertou ainda perdida, as lágrimas desceram por suas bochechas.


“Volte a dormir, sim?” Pedi baixinho e deitei seu corpo na cama.


Bella me olhava meio perdida, às vezes, ela chorava.


“Pode dormir, ok? Eu vou estar aqui com você!” Falei perto de seu rosto, perto demais, perto o suficiente para beijar-lhe a testa.


Bella não demorou a dormir, pedi que ela tivesse sonhos bons ou, simplesmente, não sonhasse com nada. Eu queria qualquer coisa, menos aquele pesadelo.


Fiquei ali a olhando dormir. Eu queria saber tudo que ela pensava, tudo que pensava sobre mim, sobre meu irmão.


Os pensamentos pareciam dançar em meu cérebro, eu precisava chegar a um denominador comum para aquele bagunça.


O denominador comum não foi alcançado, mas pela primeira vez em muito tempo eu pensei, exclusivamente, em mim.


Eu nunca tinha me importado com os meus sentimentos, eu sempre os mascarava. Era fácil escondê-los, pois eles não eram tão fortes como são agora. Passei boa parte de minha vida negligenciando tudo o que eu sentia, o que as pessoas me causavam. E, agora, era impossível esconder qualquer coisa. Cada atitude de Bella me deixava tonto e, estranhamente, contente. Era ela a causadora de tudo, de tudo que eu não conseguia esconder. E não que meu irmão não fosse um complicador nisso tudo, meu amor por ele permanecia intacto, mas as palavras de Bella eram tão claras e sinceras. E se ela estivesse mentindo, eu não me importaria. Eu estava gostando demais daquela mentira, eu estava acreditando nela.




Continua...




5 comentários:

Val RIBEIRO disse...

"EDWARD é tão estranho"....só falta ela falar dos pesadelos...

Anônimo disse...

amei esta linda estorioa espero que logo logo eles fique juntos poruqe ai ainda vem muitos comflitos e os dois estando juntos e mais facio beijos e uma linda noite para vce

Anônimo disse...

aiinnnnn que lindo !! por favor que eles fiquem juntos logo!!!!! amando akie !!!

Anônimo disse...

Espero que role muito clima na saída dos casais. Os 2 estão apaixonados mas tem medo de expor o sentimento. O pior é q uma hora ou outra bella ira descobrir sobre o edward ser irmão do sebastian. Acho q ela vai achar o bilhete q ta na agenda. Nao quero nem pensar, coitadinha já sofreu tanto.bjs

Anônimo disse...

Nossa amo essa fic tanto.... ela ja ta ate contamdo pra ele.
.. bj jannayra

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