FANFIC - PASSADO DISTORCIDO - CAPÍTULO 28

Olá Amores!!! Hoje vamos curtir o 28° capítulo de "Passado Distorcido". Quer acompanhar a história desde o início?Clique aqui.


Um legado deixado em uma carta. Até onde Edward iria para vingar o sofrimento e a morte de Sebastian? Encontrar aquela mulher, Isabella, era o seu objetivo de vida e o destino a entrega de bandeja.

Porém, as verdades absolutas de Edward se rompem quando os caminhos da vida mostram quem é Isabella. E quem Sebastian foi. Afinal, o passado não é, exatamente, aquilo que sempre pareceu ser.


Autora : whatsername
Contato : kellydomingoss (skype)
Classificação : +18
Gêneros: Romance, Universo Alternativo, Hentai, Drama
Avisos: Álcool, Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo





Capítulo 28 - Covardes vão para o inferno.





POV Edward



Existia uma grande diferença entre ouvir um eu amo você vindo de meus pais e um dito pela mulher que eu amava.



Fora doce e sofrido, as palavras de Bella ecoavam em minha mente. Eu me lembrava dos olhos marejados, um reflexo dos meus. Ninguém tinha sido tão direto comigo, eu gostava disto em Bella, o jeito que ela deixava transbordar suas emoções, fossem elas simples, ou demasiadas complexas.



Eu a amava com todas as forças, embora eu fosse covarde para admitir, eu sabia que eu a amava, de um jeito que não era igual ao que eu sentia por meus pais. Era amor de verdade, entre um homem e uma mulher, em que há cumplicidade, proteção, lealdade. Ouvir aquelas três bonitas palavras tinha feito meu coração vir à boca, e me deixar completamente feliz. Feliz como nunca.



A felicidade se misturava a outros sentimentos, eu a queria, mas eu sabia que não poderia tê-la daquela forma. Os flashes dos últimos acontecimentos surgiam gradativamente, eu bebendo como um louco naquela boate, não era o lugar ideal, mas ele me lembrava a Bella. Depois, meu dia de merda na corporação, e, por último, eu encostado-se àquela porta e a pergunta.


Era a pergunta mais fácil de ser respondida, mas era melhor Bella ficar sem ela. Eu pude ver os grandes olhos marrons despencando à medida que minhas palavras não saiam. Eu não gostava das lágrimas que escorreram pelas bochechas coradas, era quase o retrato da decepção. Decepcionada comigo.



Quando o vôo para Chicago foi anunciado, saquei minha bolsa que estava na poltrona ao lado. Eu não gostava de aviões, muito medo para ser sincero. Eu me sentia absurdamente lento, os analgésicos por causa da dor de cabeça interminável ainda corriam dentro de mim.



O saguão estava cheio de pessoas, eu não olhava para nenhuma delas. A poltrona acolchoada foi um alívio para meus músculos, o avião preparou-se para decolar e, conseqüentemente, minha testa suou e suou.



As longas duas horas demoraram a passar, obviamente. Estar em Chicago era estranho, de um jeito ruim. Meu rosto cansado avivou-se quando eu sorri lembrando-me de minha viagem com Bella para casa de meus pais, tinha sido tão surreal aquele fim de semana, o jeito que ela dirigiu meu carro, a empatia que ela teve por minha casa. Tudo, tudo me fazia sorrir e me lamentar.



O desembarque em O’Hare foi completamente mecânico, quando me dei conta que estava sem meu carro, peguei o celular em meu bolso, eu praguejei baixo ao ver o nível de bateria.



“Mãe?” Falei, minha voz saiu rouca e, talvez, incerta.



“Oi Edward!” A resposta saiu enérgica, não o suficiente para melhorar meu humor.



“Uh, acabei de chegar, você pode me buscar no aeroporto?” Perguntei ainda com a voz estranha. Eu sabia que Esme já estava roendo as unhas por causa de minha aparição repentina.



“Edward, por que você está em Chicago? Por que não nos avisou? Bella está com você?” As perguntas vieram como um pequeno bombardeio. Eu encostei-me a uma pilastra para encontrar equilíbrio.



“Mãe, apenas me leve para casa, por favor.” Falei abafado, meus olhos queimaram por causa da umidade e eu desliguei sem esperar algum tipo de réplica.



Ao ver o carro preto estacionando de qualquer jeito, meu peito esquentou e vibrou, a presença de Esme me acalmaria até no inferno. Minha mãe bateu a porta também de qualquer jeito, os olhos claros fuzilaram os meus.



E então ela me abraçou, tão forte que fiquei assustado. Esme murmurou algo baixo demais, meus braços enlaçaram-lhe as costas. E quando ela me olhou diretamente, ela percebeu que eu estava fodidamente quebrado. Em cacos.



“O que há com você, filho?” A voz que sempre fora calma saiu absurdamente cortada e nervosa, os olhos marejaram.



A sensação de estar estragando tudo me atingiu violentamente. Estragando a vida de Bella, deixar minha mãe preocupada, fazendo todos ficaram tristes.



Eu sorri completamente sem vontade. “Eu estraguei tudo, mãe. Tudo.”



Talvez Esme tivesse entendido meu ponto, pois ela não disse mais nada. O percurso até minha casa foi estritamente silencioso. Minha mãe me pegava fungando às vezes, eu não sabia por que ou por quem eu realmente chorava.



“Seu pai ainda não chegou.” Minha disse assim que passamos pela porta, o sofá parecia o melhor lugar para eu desmontar.



Minha cabeça pendeu para trás, senti todos os nódulos de tensão protestando. Tão calmamente, Esme dedilhou meus cabelos. “Edward, eu preciso saber o que aconteceu.”



Fiquei sem respondê-la, afinal era tanta coisa para ser esclarecida. Eu não sabia por onde começar. Cerrei meus olhos, e, em alguma hora, dormi.



Não foi um sono revigorante, acordei ainda no sofá. O relógio de parede marcava mais de meia-noite. Subi para meu quarto, era bom estar nele. Tomei o banho mais mal tomado de minha vida e apaguei de novo. Melhor que estar em meu quarto, era estar sempre dormindo. Era um ótimo refúgio da realidade.

(...)

Era nostálgico, apenas. Eu sentia as mãos correndo por minhas costas e, às vezes, por meus cabelos. A canção de ninar soava baixo. A presença de meu pai era discreta, ele enrolou meu cabelo em seus dedos e depois sorriu. Meus pais sabiam que eu não estava bem, era sabido também que eles estavam apreensivos e preocupados.



“Eu me sinto como um garoto de oito anos.” Falei apenas para eles ficarem cientes que eu acordara.



Ambos riram, embora eu ainda sentisse o clima denso. “Isso me lembra quando Tedy morreu.” Meu pai disse baixinho, alguma coisa diferente em sua fala soou desconhecida.



Lembrei-me de Tedy, o filhote de labrador. A pelagem preta que chegava a brilhar, sim, cachorros eram inteligentes e o meu era o mais esperto de todos. Sorri quando me lembrei o quão difícil foi ter aquele bichinho de estimação. Meus pais tinham relutado, mas, depois de muita insistência, o bichano corria e destruía a mobília de casa. Eu tinha exatamente oito anos, as imagens eram embaçadas, ponderei sobre eu começar a ficar sem memória. E quando eu o encontrei morto perto do pé de maçã, meu mundo pareceu desmoronar. O filhote tinha duas marcas na cabeça, pareciam feitas com pedras ou madeiras. Eu demorei um tempo para perdoar os vizinhos sem coração, tudo bem que Tedy latia demais, mas, oras, cachorros latem, porra.



“Nós nunca mais tivemos cachorros.” Falei e me virei para eles, eu encontrei dois pares de olhos me encarando docemente.



O quarto tornou-se silencioso. Nós nos olhávamos, eu queria falar tudo, eu só precisava de um empurrão. Esme pairava seu olhar de anjo sobre mim enquanto meu pai analisava minhas poucas reações.



Eu deveria admitir, nada era mais apaziguador que ter meus pais por perto. Eu não estava sentindo falta de nada. Nada mesmo. Bella estava em minha cabeça, mas eu não queria que ela presenciasse aquela situação. E mesmo estando em família, também não senti falta de Sebastian. E isso era, de algum modo torto, perturbador.



Ergui meu corpo para ficar sentado na cama, meus pais estavam sentados ao meu lado. Carlisle caia um pouco.



“Eu me sinto um pouco cego.” Falei e esfreguei meus olhos, os óculos estavam em algum lugar que eu não me lembrava.



Rapidamente, eles foram colocados em meu colo. Esme desamassou meu rosto. “Quer conversar, Edward?”



Eu fechei meus olhos antes de acenar positivamente. Eu ignorei o pequeno queimor em meus olhos, era estranho a umidade causar ardência. “Eu fodi com tudo, mãe.”



Esme acarinhou minha bochecha, mas não disse nada e então eu continuei. “Eu a amo, mãe. Eu amo Bella mais que tudo, chega a doer de um jeito bom, é como se não fosse caber em meu peito.” Falei e não me importei por estar chorando tão desesperadamente, valia a pena chorar por ela.



Por um breve instante abri meus olhos, meus pais tinham os olhos brilhando. Eu poderia presumir que eles estavam completamente felizes.



“Fale isso para ela.” Meu pai disse calmamente, aquilo não parecia muito óbvio saindo pelos lábios dele.



“Não é tão fácil, eu não a mereço.” Falei cortado, embora aquela premissa já fizesse parte de qualquer pensamento meu.



“Edward, seja sincero conosco, nós somos seus pais.” Esme disse baixo, os olhos tinham uma seriedade assustadora.



Era vergonhoso dizer tudo, externar o porquê de eu ter ido para Nova Iorque, aquela carta. A última me causava mais medo. Eu tinha trazido-a, mesmo não sabendo como abordá-la.



“Vocês vão me odiar.” Minha voz saiu embargada novamente.



Minha mãe ergueu meu rosto, os dedos pastaram para secar minhas lágrimas. “Nós jamais te odiaríamos, nunca Edward, não existe essa hipótese.”



As palavras me encorajaram, preferi começar do fim. “Uh, nós fomos para a cama.” Era completamente desnecessário dizer aquilo, meu rosto esquentou minimamente.



Ninguém disse nada, agradeci por aquilo. “E então eu fui canalha o suficiente para deixá-la.”



Esme me olhou complacente, mas eu sabia que ela estava decepcionada comigo. “Não me olhe desse jeito, mãe.”



“Edward, você sabe o quão quebrada Bella está agora, certo?” Meu pai foi o primeiro a se pronunciar.



“Eu sei exatamente como ela está.” Lembrei-me dos olhos marejados, o beijo sofrido.



Por um momento imaginei o que aconteceria se eu contasse tudo, tinha merda muito pior que aquela, muito pior mesmo. E então eu decidi contar tudo.



“Eu realmente gosto dela, sei lá, é uma vontade absurda de proteger, de amá-la sem restrições.” Falar aquelas coisas me fazia bem, era uma maneira de me lembrar de Bella.



“Você não sabe o quanto eu fico feliz em ouvir isto, eu pensei que você nunca abriria os olhos!” Esme me abraçou, as mãos afagaram meus cabelos embolados.



“Uh, ela também disse que gosta de mim!” Eu disse sorrindo, era difícil usar a palavra ama.



“Eu ainda não entendo o porquê de você está complicando tudo.” Carlisle disse pensativo, eu tremi por antecipação.



“Tem algo que eu preciso contar a vocês.” Minha voz falhou miseravelmente, a lágrima salgada ardeu quando tocou meu lábio ressecado.



“Conte-nos.” Meu pai disse ainda sem inflexão.



Puxei todo o ar, até preencher toda a capacidade de meus pulmões. “Eu não fui para Nova Iorque por causa da transferência, uh, eu pedi para ser transferido.”



Esme assentiu timidamente, um dia eu ainda eu iria descobrir como as mães descobrem tudo sobre seus filhos. “E isso tem a ver com Bella.” Ela não perguntou, saiu completamente certo.



“E com Sebastian.” Saiu abafado, não ousei olhar para nenhum dos dois.



Um silêncio desconhecido preencheu o quarto. Meus pais se olharam, mil palavras foram trocadas sem efetivamente uma sílaba ser dita. Meu peito torceu me causando dor. Senti cada parte meu corpo sendo esmagada por aquele silêncio.



“O que ele fez com ela?” Esme perguntou apreensiva, eu via a tristeza escorrendo pelos olhos claros.



Puxei mais uma respiração e sai da cama, a carta estava perfeitamente dobrada em um dos bolsos da mochila. Dobrei-a ainda mais, voltei para cama, mas não escorreguei para debaixo do cobertor.



Olhei para os meus pais por uma fração de tempo, eu sabia que todas as respostas seriam dadas dentro de instantes. E, por incrível que pareça, aquilo não me atiçou. Minha intuição, que eu desconhecia até aquele momento, dizia que eu odiaria saber a verdade sobre meu irmão.



“Ele destruiu a vida de Bella.” Falei baixinho, as lembranças vieram com tudo. Ela me contando o que ele tinha feito com ela, cada marca, cada dor, cada pedaço que ele usurpou.



“Edward, me diga tudo.” A voz de minha mãe saiu dura, quase impaciente. O semblante denunciava uma pontada de medo.



Não me importei em expor Bella daquele jeito, meus pais a adoravam, aquela história já não era só dela. “Sebastian esteve esse tempo todo em Nova Iorque.”



A informação pegou meus pais de surpresa, os olhos de Carlisle prenderam aos de minha mãe. Uma lágrima tímida desceu pelo rosto de Esme. O que me fez chorar um pouco mais.



“Ele conheceu Bella e começaram a namorar.” Eu não era bom com detalhes, mas tentei deixar aquilo bem claro.



“Bella ainda era uma menina!” Carlisle disse enfático, talvez, exasperado.



Eu não disse nada, apenas continuei. “Os dois não se davam muito bem, Bella sempre quis terminar, mas ele era um tanto possessivo.”



Era difícil começar narrar aquilo que eu não entendia, o que não fazia sentido. O estupro, o assassinato de Charlie e Renée, eu ainda queria acreditar que meu irmão nunca seria capaz de comentar tais atrocidades.



“Edward, não nos esconda nada, por favor!” Minha mãe pediu e me puxou para seu colo, as unhas curtas traçaram um padrão em meu couro cabeludo.



“Mãe, eu não consigo acreditar que ele possa ter feito que ele fez, eu simplesmente não posso.” As duas lembranças vieram juntas, Bella e Sebastian.



Carlisle nem Esme disseram nada, eles me olhavam aflitos. “Ele abusou dela.” Falei sendo completamente eufemista, decidi poupar meus pais dos detalhes.



Quando ouvir um gemido baixo, olhei para o rosto de minha mãe. O choro era sofrido e contido, Carlisle também tinha um tanto de emoções em seus olhos. Eu fiquei feliz quando ele secou o rosto de minha mãe.



“Não é culpa sua.” Meu pai disse baixinho para minha mãe, mas alto o suficiente para eu ouvir.



Guardei aquela fala, sequei também os meus olhos sem saber como continuar. Dentro de mim, nada era pior que saber que meu irmão tinha tirado os pais de Bella, não que eu não me importasse com Bella e com tudo que meu irmão fez com seu corpo, mas eu sentia uma dor fodida quando me lembrava que os pais dela tinham ido, Bella não tinha ninguém para receber conselhos ou conversar. Sabia que Alice tinha tomado o posto de mãe, mas nada era comparado a uma mãe de verdade.



“Edward, pare de chorar, você está me assustando.” Minha mãe secou meu rosto úmido, engoli o choro, literalmente.



“Sebastian matou os pais dela, mãe!” O soluço deixou a declaração cortada, meu coração já batia na boca, minha cabeça rodava um pouquinho também.



Primeiro eu vi o tom escarlate cobrindo o rosto de meus pais, aquilo era raiva. Depois, minha mãe agarrou-se ao meu pai e chorou no ombro coberto pela camisa verde. Eu me assustei quando vi meu pai chorando timidamente, era um sinal que a situação estava fora de controle.



Talvez já estivesse muito óbvio, mas ainda merecia ser registrado. Remexi minha cabeça no colo de minha mãe, eu queria terminar rápido com aquilo. “Ele se matou na frente de Bella.”



Os dois soltaram uma respiração pesada, eu via nos olhos dos dois, eles me escondiam alguma coisa, eu poderia arriscar e dizer que eles queriam me proteger dessa tal coisa.



“Onde você entra nessa história?” Esme perguntou depois de secar suas lágrimas.



Meu corpo tremeu, a carta já estava amassada em minha mão. Sem olhar, abri minha mão, o papel estava completamente destruído, mas eu sabia que as palavras ainda estavam ali.



“O que é isso, filho?” Meu pai perguntou e pegou a carta.



Sentei-me na cama, minhas costas encostadas na cabeceira e cabeça tendendo levemente para a esquerda. “Eu encontrei quando fui pegar as coisas de Sebastian em Nova Iorque.”



Meu pai desdobrou cuidadosamente, suas mãos tremiam a cada gesto. Os olhos de Esme não saiam das palavras que eram relevadas aos poucos.



Carlisle ergueu o papel para que os dois lessem juntos, eu não conseguia prestar atenção nas reações dos dois, minha cabeça estava em parafuso. Os pensamentos desconexos vinham e iam com uma velocidade absurda.



Fechei meus olhos enquanto meus pais liam, eu estava tão envergonhado, me sentido o pior dos homens. Eu tentei expulsar os pensamentos ruins que me assolavam, talvez eu merecesse a morte. Era isso, eu tinha que morrer, desse jeito eu pararia de estragar a vida de todos que me amavam.



“Edward, como você pode acreditar nessa carta, nessas palavras?” Meu pai perguntou de um jeito duro, impassível.



“Ele é o meu irmão, oras!” Falei e deixei escapar um sorriso debochado.



Esme tomou a carta das mãos de meu pai. “Edward, isso é ridículo. Eu não posso acreditar que você acreditou nisto.”



Eu não estava com raiva, mas eu estava prestes a explodir. Eu precisava saber que raios existia entre meus pais e Sebastian. “Pai, por favor, me fale o que há de errado com meu irmão.”



Acredito que eles não me ignoraram, mas não me responderam. Minha mãe leu novamente a carta, eu via seus olhos endurecendo a cada linha.



“Edward, leia esta carta!” Esme jogou o papel para mim, não precisava relê-la, eu já conhecia todas as letras escritas naquele papel.



“Diga-me Edward, mostre-me em que parte seu irmão diz que sente nossa falta, cadê um pedido de desculpas por ter sumido sem deixar pistas, mostre-me as palavras doces, onde está falando que ele nos ama?” Minha mãe disse chorando e quase gritando. Eu via de tudo nos olhos dela.



Eu estava completamente sem ação, a obviedade fez-me sentir o último dos tolos. Eu era tão cego assim? Quando a realidade me assolou, minha cabeça bateu contra a cabeceira. Eu não poderia acreditar.



As mãos de Esme não tremiam, elas seguravam a carta firmemente. Ela me deu a carta ainda entre soluços. “Leia, Edward.”



Corri meus olhos pela carta, sendo completamente analítico. E então eu percebi que eu tinha feito tudo errado, não existia o mínimo de sentimento naquela carta, nenhuma palavra bonita. Nenhum um gesto que representava o amor que ele sentia pela família que o acolheu. Minhas piscadelas fizeram as lágrimas descerem por meu rosto.



Era como se sentir enganado, vivendo uma mentira. Preocupando-me com alguém que não merecia nada. Simplesmente nada.



Lembrei-me, então, de Bella. De todas as vezes que eu gritei, que a deixei com medo, as vezes que pensei que ela estava mentindo. Ele sempre disse a verdade, sempre. Meus músculos tencionaram quando calculei o mal que eu tinha feito a ela. A distância, a indiferença. Lembrei que eu nunca estava perto quando ela precisava de mim. Eu estava fugindo. Sempre.



“Mãe, por que ele fez isso conosco, por quê?” Perguntei meio exasperado, eu precisava de respostas.



“Edward, me responda apenas uma coisa, sim?” Minha mãe segurou o olhar no meu.



Não disse nada, esperei pela pergunta. “Você realmente ama aquele menina, não ama?” Esme disse sorrindo. “Qual é a intensidade?”



Não vi fundamento na pergunta, mas não pensei para responder. “Amo muito, muito mesmo! É diferente, não do jeito que eu amo você e Carlisle, mas ainda assim é muito forte. Eu quero tê-la para sempre comigo, passar pelos problemas juntos, ter tudo com ela.”



Antes que eu terminasse, meus pais se olharam, passaria despercebido por qualquer um, mas não por mim, eu vi os dois assentindo sobre um assunto desconhecido. Eles me olharam, era um misto de alívio e apreensão.



“Nós precisamos lhe mostrar algo.” Meu pai disse calmamente, embora seu semblante fosse de alguém visivelmente nervoso.



Eu tinha algumas perguntas, mas não deu tempo para eu fazê-las. Meu pai saiu do quarto, ainda assim eu ouvia os passos rápidos no corredor. Esme permaneceu ilegível ao meu lado. O silêncio não incomodava.



Meu pai voltou repentinamente, assustei ao ver um envelope em suas mãos. Ele apenas passou o envelope para mim. Eu não sabia o que fazer com ele.



“Edward?” Minha mãe chamou ao meu lado, eu não gostava do olhar que ela me dava.



“Você talvez fique com raiva, mas temos um motivo para só estarmos fazendo isto agora.” Carlisle disse ao invés de minha mãe. Ele tinha a mão sobre a de Esme.



“Leia.” Minha mãe disse quase inaudível.



Meus dedos vacilaram ao abrir o envelope, o papel era grosso e eu odiava cortes por causa de papel. Dentro, um papel de carta estava perfeitamente dobrado.



O tremor ruim correu minha espinha, eu tinha medo que ler o que continha naquela carta. Mais uma. Lentamente, abri o papel azul. Meu corpo chicoteou quando eu reconheci a letra.



Esme e Carlisle,

A melhor sensação do mundo é poder não lhes chamar de pai e mãe, afinal vocês nunca foram minha família. Nunca mesmo, não importa o quanto vocês se dedicaram, vocês nunca seriam meus pais.

Na verdade, eu me cansei dessa vidinha medíocre que vocês me ofereceram. Uma vidinha bem mais ou menos. Carlisle se contentando com aquele emprego de professor e Esme ganhando nada como decoradora, até quando vocês acreditavam que eu aguentaria?

Já estou longe, sem planos para voltar. Melhor, eu nunca quero lhes ver novamente. Eu vou seguir minha vida, fazer o que eu bem entender. Eu nunca fiz parte dessa família patética.

Acreditem, eu tenho um pouco de coração, então não mostrem isto a Edward. Coitado, eu tenho medo das reações que poderia ter. Chorar como um menino idiota? Ou engolir o choro? Meu irmão absurdamente patético! Edward deveria saber que eu me cansei de ser o irmão exemplo, cansei de fingir que ele era um cara legal, aliás, não existe ninguém mais idiota que ele. Alguém que se arrisca para salvar vida de desconhecidos. Absurdamente patético!

Vocês poderiam ter me dado um irmão melhor, mas nem isso conseguiram. Edward e toda sua vontade de salvar vidas, talvez ele devesse saber que o pequeno insuportável Tedy sofreu bastante antes de morrer, que cada golpe representara cada latido infernal.

Eu queria ver a cara dele quando ele ler isto, seria engraçado, no mínimo. Ele estaria chorando ou nervoso? Eu realmente espero que ele nunca leia isto, eu não quero estragar minha representação de irmão perfeito.

Sebastian



A carta estava datada, exatamente no dia que ele saiu de casa. Eu nunca me esqueceria daquele dia. Míseros fodidos quatros anos se passaram para, agora, descobrir que tudo que eu acreditei não se passava de uma mentira. Um teatro.



Eu não estava chorando, tão pouco, engolido o choro. Eu estava vazio, assim como qualquer parte de mim. Eu não sentia nada, absolutamente nada. Deus era fodidamente sábio. Meu corpo estava paralisado, completamente anestesiado. E, se eu não estivesse dessa forma, eu estaria sentindo dor. A pior dor do mundo. Aquilo era o inferno.



Deixei meus olhos vagarem pelo papel novamente, eu estava odiando cada palavra que eu lia, aquilo não era sobre mim. Eu odiava o jeito que ele se referiria aos meus pais, as melhores pessoas do mundo, as duas pessoas por quem eu morreria e mataria.



Eu via Esme e Carlisle me analisando, eles queriam alguma reação. Repassei todas as informações que eu tinha, elas faziam todo sentido, elas se completavam.



“Por que você não me mostrou isso antes?” Perguntei com a voz falha. “Afinal, quando vocês encontram essa carta?”



Minha mãe puxou uma respiração pesada, meu pai fez o mesmo. Minha mãe me deu um olhar apologético antes de começar.



“Foi logo depois de ele ter ido embora, estava entre algumas coisas que ele deixou para trás.” Esme disse sem tirar os olhos dos meus. “Edward, eu te conheço, você sempre o amou, ele era seu herói, eu tinha medo de você fazer uma besteira.”



As palavras foram calmas, eu sabia o que tinha por de trás daquela fala. Então pensei em como eles conseguiram viver com aquilo, ninguém merecia aquelas palavras, principalmente, ditas por um filho.



“É por isso toda aquela indiferença?” Perguntei apenas para confirmar.



“Edward, você sabe que eu nunca fiz diferenciação entre vocês, eu sempre o amei como filho, mas eu odeio ingratidão.” Esme disse quase envergonhado pela confissão, Carlisle tinha o mesmo semblante.



“Eu acho que posso entender.” Falei sem vontade, minha cabeça voltou a entrar em parafuso, eu ainda não estava acreditando naquela situação.



“Vocês nunca iriam me mostrar?” Falei e senti as mãos de minha mãe correndo por minha bochecha.



“Edward, você é teimoso! Se fosse anos atrás, você falaria que essa carta é uma farsa, você o amava demais para acreditar nessas palavras.” Minha mãe disse docemente, era um som apaziguador.



“Eu consigo acreditar nessas palavras agora...” Soltei e aconcheguei meu rosto na mão delicada.



“Você ama outra pessoa agora!” Esme sorriu. “Não que seu amor foi substituído, mas, pelo menos, agora você sabe quem seu irmão foi.”



Eu não queria medir o que eu estava sentindo naquele momento, o vazio ainda persistia. Eu tinha medo sobre o que poderia acontecer quando eu voltasse a pensar coerentemente.



“Eu amo vocês, sim?” Falei com mais energia, meus pais sorriram. “Mais que tudo!”



“Nós sabemos, Edward!” Carlisle veio para me abraçar.



Minha cabeça poderia ser classificada como um tumulto, Bella sempre aparecia. Meu coração doeu quando me lembrei dela. Eu tinha a machucado tanto.



“Eu acho que fiz o que Sebastian tanto queria.” O nome saiu com uma entonação estranha.



Esme arqueou a sobrancelha em curiosidade, dei seqüência então. “A carta pedia para eu quebrar o coração dela, acho que eu fiz pior.”



“Não foi consciente, Edward. Você precisa concertar o estrago que fez.” Minha mãe disse docemente, eu sabia que aquilo seria difícil.



“Eu não entendo o porquê dele ter feito isso com ela, esse pedido...” Coloquei vagamente, eu ainda procurava as respostas.



“Se ele fez isso com a própria família, não me surpreende o que ele fez com Bella.” Ela disse meio nervosa. “Eu estou tão envergonhada.”



“Por que, mãe?” Perguntei por reflexo.



“Edward, eu criei vocês para serem homens dignos, honrados. Eu preciso saber o onde foi que errei com Sebastian, quando ele começou a ser tornar esse monstro.” Esme não chorou, embora os olhos denunciassem um pouco de umidade.



“A culpa não é sua mãe, não é de ninguém!” Falei para tirar aquele incomodo dela. “Ele era doente, sádico, psicopata, sei lá.”



“Você precisa voltar para Bella!” Minha mãe disse antes de sair da cama. “Você tem contar toda a verdade para ela.”



“Eu não vou conseguir mãe, eu sei que não.” Falei e afundei minha cabeça no travesseiro.



“Você vai ter que conseguir, Edward.” A voz veio puramente cheia de certeza. “Bella merece a verdade.”



Eu não respondi, eu me conhecia o suficiente para saber que eu não conseguiria dizer a Bella que eu era o irmão do cara que destruiu toda sua vida.



“Você vai ficar bem, Edward?” Minha mãe disse perto da porta, pronta para sair.



“Eu vou.” Eu não tinha certeza nenhuma.



Antes de rolar para o lado, peguei as duas cartas e guardei-as em minha mochila. As duas malditas cartas. Em algum momento da manhã voltei a dormir. Eu ainda gostava de meu pequeno refúgio, embora ele fosse apenas momentâneo.



POV Esme



Eu conhecia meu filho, eu sabia interpretar cada reação. E todas as esboçadas pela manhã diziam que ele ainda não tinha percebido o quão grande era a situação que ele se encontrava.



Eu me via nos olhos de Carlisle, neles eu via a apreensão, o medo, a sensação de estar fazendo tudo errado. O tempo tinha sido benéfico, eu conseguia lê-lo apenas com um olhar. Carlisle permaneceu calado ao meu lado, nós esperávamos qualquer barulho suspeito oriundo do andar de cima.



Dó era uns dos sentimentos que eu não gostava. Não era bom senti pena das pessoas, mas era exatamente assim que eu me sentia. Eu estava do dó de Edward, a vida pregava peça e ela estava sendo demasiada rude com meu filho.



A vida estava sendo rude com todos nós. Eu tinha aprendido não pensar em Sebastian, o primeiro dia foi o pior de todos, era um vazio sem igual. Ver Edward perdido dentro dessa casa, Carl sem saber o que fazer. E, quando eu encontrei aquela carta, aprendi que nem sempre existirá mutualidade, reciprocidade. Eu tinha feito tudo por ele, mas ele escolheu não fazer nada por nós. E quando ele morreu, meu coração acalmou. Ele não faria mais ninguém sofrer. Eu estava enganada sobre a última parte.



“Vou fazer alguma coisa para ele comer.” Falei e segui para a cozinha, Carlisle veio atrás de mim.



Preparei tudo que Edward gostava, café, suco de laranja, bacon, ovos, panquecas. Não me importei com o teor calórico que aquilo tinha. Movi para pegar uma bandeja, sorri quando a encontrei nas mãos de Carlisle.



“Quer vir comigo?” Propus enquanto me dirigia para o primeiro degrau da escada.



“Eu vou limpar a bagunça que você fez!” Ele disse sorrindo, mas não foi o suficiente para formar as ruguinhas nos cantos dos olhos.



Subi os degraus calmamente, preocupada em não derramar as bebidas. O corredor tinha as lâmpadas acesas. A porta do quarto de Sebastian estava trancada, tinha tempo que eu não entrava naquele cômodo, todavia meus planos de mudança ainda estavam borbulhando. Lembrei-me de quando Edward trouxe Bella para ficar conosco, todas as perguntas que ele me fez e não pude responder, as fotos tinham sido jogadas fora. Eu só queria que Edward desvinculasse da imagem do irmão, praticar o desapego. Era engraçado como as coisas aconteciam, não tinha as fotos e Bella veio nos visitar, meu time nunca fora tão bom. Tentei não pensar na reação de Bella quando ela descobrir toda a verdade, eu não queria mais sofrimento, não por agora.



Antes de abrir da porta do quarto de Edward, meus pensamentos vagaram para ele e Bella. Não existia casal mais bonito que eles, eu tinha plena consciência que eles não sabiam dessa parte. Bella era perfeita para o meu filho, eu amava aquela menina como uma filha, era estranho, no entanto. Era fácil imaginar meus netos, eles seriam lindos com certeza. Talvez uma garotinha de olhos marrons, ou um garotinho de cabelos dourados. Um casal de gêmeos seria o ideal.



Meu sorriso se esvaiu quando eu abri a porta, toda recente felicidade foi pelo ralo quando eu vi Edward no meio do quarto com aquela arma apontada para a própria cabeça.



Um pequeno filme passou por minha cabeça, tudo que Edward tinha acabado de descobrir, o suicídio de Sebastian. Eu não poderia estar vendo aquilo. Era a visão do inferno.



“Edward!” Eu gritei antes de jogar a bandeja no chão, os passos de Carlisle foram ouvidos também.



Meu filho permaneceu imóvel, ainda com aquela arma nas mãos. Edward tinha um olhar vago, ele parecia sem pensamentos. Eu não gostava daquilo, eu odiava aquilo.



“Não faça isso, por favor!” Tentei manter a calma, mas era impossível. Permaneci onde eu estava, nenhum passo para frente ou para trás.



Sem eu perceber, Carlisle se posicionou atrás de mim. Ele soltou uma respiração pesada quando viu a cena lamentável.



“Edward, solte essa arma agora.” Carlisle pediu firme, mas eu sentia o desespero em sua fala.



O silêncio de Edwar me deixava em pânico. Segurei o olhar dele, ele deveria entender que não se pode fazer aquilo com uma mãe.



“Eu não mereço ninguém, mãe.” A voz cortou o silêncio, a entonação era fria e seca. Vazia.



Concentrei-me nas mãos de Edward, ele não poderia fazer aquilo comigo. Eu não poderia perder mais um filho. O gatilho moveu-se minimamente e eu então eu decidi que eu não poderia deixar Edward fazer aquilo, eu não iria perder mais um filho.



Usando uma velocidade que eu desconhecia, fiz com que Edward largasse aquela arma, ela caiu em qualquer lugar. Sem saber como, joguei o corpo de Edward contra a cama, ele relutou e se debateu, mal vi Carlisle o imobilizando pelas mãos.



“Edward, me escute!” Eu gritei lutando contra as lágrimas. “Você não é igual a ele, você não é louco!”



“Eu sou pior mãe, eu sou um monstro! Bella vai me odiar!” Ele também gritou e chorou, eu sabia que ele precisava se livrar daquilo de algum jeito.



“Fiz tanto mal a ela, Bella precisa de alguém melhor que eu!” Edward disse sem fôlego, quando ele relaxou na cama, Carlisle soltou suas mãos.



“Edward, promete para mim e para seu pai que nunca mais vai fazer isso, por favor!” Falei antes de afagar-lhe na bochecha. “Eu não admito te perder desse jeito.”



As lágrimas de Edward desceram mais rápidas, eu não gostava daquela falta de certeza. “Edward, faça isso por Bella, ela precisa de você.”



O nome o fez chorar ainda mais, embora um brilho novo dançasse nos olhos verdes. “Por favor, Edward?” Falei por fim.



À medida que Edward ia acamando, o sono o aplacava novamente. Quando ele dormiu soluçando, deixei meu corpo cair ao lado do dele. Permiti-me não dormir, velei o sono perturbado de Edward, eu queria desfazer todas as ruguinhas que estragavam o rosto bonito.



Carlisle permaneceu imóvel na ponta da cama, fiz sinal para que ele viesse para mais perto, ele não relutou.



“Eu vou jogar essa arma fora.” Ele disse baixinho, completamente culpado.



“Apenas guarde-a em um lugar não tão óbvio.” Falei e me movi para pegar sua mão. “É melhor tirarmos as bebidas de Edward daqui, ele está meio vulnerável.”



Carlisle entendeu meu ponto. Edward nãos sabia esconder nada, desde quando ele tinha dezesseis eu sabia que guardava as garrafas na parte de cima do armário. Carlisle as desceu e as esvaziou no banheiro, depois ele puxou a primeira gaveta do criado. O pequeno saquinho com uma quantidade mínima de maconha estava no fundo da gaveta, eu também sabia daquela parte. Lembrei-me de quando Edward disse que tinha fumado, uns três anos atrás, eu não poderia crucificá-lo, eu já tinha feito as mesmas coisas.



Carlisle apenas colocou o saquinho dentro do armário, eu tinha certeza que Edward não iria procurar aquele tipo de escape.



Horas mais tarde, movi-me para fora da cama sendo seguida por Carlisle. Quando passei pela porta, gravei a imagem de meu filho dormindo. Fiquei feliz quando não vi as ruguinhas de preocupação no rosto bonito.



POV Edward



Eu tinha a impressão que os dias passavam mais depressa em Chicago, já fazia seis dias que eu estava com meus pais, seis dias completamente tristes.



Calculei mentalmente o quanto tinha sido descontado em meu salário, seis dias correspondiam a uma boa quantia, pensei sobre ligar e explicar meu sumiço, mas decidi não fazê-lo.



Minha cama não tinha tanta graça, meu quarto estava escuro por causa do blackout na janela, mas já se passava das três da tarde. Minhas roupas estavam grudadas em meu corpo e eu me recusava a tomar banho. Minha mãe vinha me ver, ela perguntava se eu precisava de alguma coisa e eu sempre respondia que precisava ficar sozinho.



Rolei no colchão para clarear as idéias, meus pensamentos rondavam Bella, eu precisava encontrar uma maneira em dizer a verdade para ela, dizer que eu era irmão de Sebastian e até explicar sobre a carta, mas minhas idéias não pareciam plausíveis. Todas elas terminavam com Bella chorando, ainda mais machucada.



Eu queria um novo começo com ela, fazer tudo certo. Fazê-la ter orgulho de mim do mesmo modo que eu me orgulhava dela. Um namoro saudável, passar algumas noites juntos e, em outras, apenas conversar sobre nossos dias. Acordá-la com beijos e cócegas e manhã após manhã repeti as palavras mais doces do mundo. Eu te amo, Bella.



A porta de meu quarto rangeu baixinho, Esme sorriu antes de entrar. “Milagre te encontrar acordado!”



Ela sentou-se ao meu lado e correu os dedos por meu cabelo oleoso. Depois, ela dedilhou a parte abaixo de meus olhos.



“Seus olhos estão fundos e você emagreceu muito.” Ela disse com pesar, a verdade era que eu vivia chorando e quase não tinha comido.



“Vou tomar banho.” Falei antes que minha mãe continuasse.



Tomei um banho demorado, a água quente me fazia bem. Quando voltei para o quarto não encontrei nenhum vislumbre de Esme.



Procurei no armário uma bermuda, minhas opções de roupas estavam acabando, me contentei em vestir um calção de banho e ficar sem camisa. Era a segunda vez naquele período de tempo que eu descia para a sala. Os olhos de meu pai saltaram quando ele me viu.



“Você está horrível, Edward!” Meu pai disse surpreso, perguntei-me se era sobre meu físico esquelético ou sobre minha bermuda de listrinhas.



Segui para os fundos da casa, minha mãe olhava alguma coisa em seu jardim, meus olhos brilharam quando vi a piscina cheia. Aquilo parecia uma ótima ideia.



Agradeci minha escolha de bermuda, quando eu estava a um segundo me pular dentro d’água, minha mãe berrou meu nome. Olhei para trás assustado, pensando o pior.



“O que aconteceu, mãe?” Perguntei realmente confuso.



Minha mãe me olhou envergonhada, eu procurei um bom motivo para aquilo. Olhei novamente para minha mãe e depois para a piscina. E então eu ri, coisa que eu não fazia há um bom tempo.



“Mãe, eu não estou tentando me matar, aliás, eu nado bem pra caralho!” Eu não gostava de usar meu humor negro, mas aquele era o único que eu tinha naquele momento.



“Eu ainda estou assustada, Edward!” Esme disse alto ainda analisando as flores.



Aquilo me fazia sentir culpado, eu não sabia o que tinha dado em mim para fazer aquela burrice, não fazia sentido acabar com minha vida.



“Desculpe por aquilo, por favor?” Pedi também alto e, principalmente, sincero.



“Sempre.” Minha mãe disse acompanhada de um sorriso aberto.



Eu cai dentro d’água logo depois, eu gostava daquela piscina. Ela me lembrava Bella e seus beijos quentes, seus gemidos baixos. Expulsei os pensamentos bons, eu não precisava de uma ereção naquele momento, não com minha mãe tão perto.



Nadar me deixava meio exaurido, mas era bom. Meus braços pediram folga quando terminei meu décimo quinto ciclo, o sol causava um reflexo bonito. Minha mãe já não estava em meu campo de visão.



Encarei a piscina, ela tinha me dado bons momentos e eu queria mais deles, com Bella, de preferência. Decidi que eu deveria lutar por nós dois, eu correria atrás de Bella, eu me humilharia por aquela menina. Eu daria o mundo para ela, eu daria o meu mundo para ela. Eu não me preocupava se seria árduo ou não, mas eu iria até o fim. Não existia outra possibilidade, eu lutaria por nós. Eu ainda estava quebrado, mas eu poderia juntar os cacos e tentar de novo.







Porque eu estou acabado

Me acalme

Me cale

Eu vou me acalmar

E vou me entender com você









Continua...









4 comentários:

Anônimo disse...

nossa lindo amei agora e so emoçoes no recontro dos dois e muito amor pela frente estou anciosa por mais um capitulo beijos e uma noite perfeita para vce

Val RIBEIRO disse...

que monstro....força EDWARD

Unknown disse...

Nossa..coitado do edward tomara que de tudo certo entre ele e a bella

Anônimo disse...

NOSSA MEU CORAÇÃO FOI A MIL COM O EDWARD COM A ARMA ....FORÇA EDWARD CORRA ATRAS DA BELLA

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