FANFIC - PASSADO DISTORCIDO - CAPÍTULO 46

Olá Amores!!! Hoje vamos curtir o 46° capítulo de "Passado Distorcido". Quer acompanhar a história desde o início?Clique aqui.


Um legado deixado em uma carta. Até onde Edward iria para vingar o sofrimento e a morte de Sebastian? Encontrar aquela mulher, Isabella, era o seu objetivo de vida e o destino a entrega de bandeja.

Porém, as verdades absolutas de Edward se rompem quando os caminhos da vida mostram quem é Isabella. E quem Sebastian foi. Afinal, o passado não é, exatamente, aquilo que sempre pareceu ser.


Autora : whatsername
Contato : kellydomingoss (skype)
Classificação : +18
Gêneros: Romance, Universo Alternativo, Hentai, Drama
Avisos: Álcool, Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo




Capítulo 46 - All the things i need, they're right, next to me.



POV Bella



No instante em que Edward me fuzilou com os olhos, eu soube que nada era mais certo que ouvi-lo. Tudo no rosto iluminou-se, o sorriso era algo perto de diamante, brilhava há milhas de distância.



Ele piscou depois, ainda sorrindo e meio trêmulo. “Entre.”



Minhas pernas não me obedeceram, meus pés continuaram cravados no lado de fora do apartamento. Anthony bocejou com preguiça, o que roubou um sorriso genuíno de Edward, mal o vi pegando Thony de meus braços. A distância que existia entre mim e Edward encerrou-se no momento que ele pegou minha mão, puxando-me para dentro. Levando-me para ele. E ele me teve com meu total consentimento.



Nós paramos no meio da sala, mas, um segundo mais tarde, eu já estava sentada no sofá, com Edward ao meu lado. Existiam dois palmos de distância entre nossas laterais, ninguém decidiu encurtá-la.



Os barulhinhos de Thony preencheram a ausência de qualquer voz. Edward ergueu-o pelos braços, sorrindo como nunca. “Filhote, eu tive tanto de você hoje, isso é bom, não acha?”



Um projeto de sorriso desenhou-se no rostinho de Thony, eu tracei as bochechinhas dele, sorrindo como nunca também. “Seria bom fazê-lo dormir primeiro.”



Edward saiu do sofá, ele ajeitou Thony nos braços e ninou-o com insuportável doçura. Os passos eram cadenciados e eles conversavam algo muito baixo. Edward sussurrava pedaços de músicas e o acarinhava nos cabelos loiros. Eu assisti a cena, mas era como ver além. Eu não só enxergava Edward e Anthony, mas sim o começo de um amor puro que, com certeza, iria crescer e sofrer turbulências. Seria o maior amor que Edward poderia sentir, meu filho merecia cada pedaço dele.


“Ele já deve ter dormido.” Falei de qualquer jeito, sentindo meus olhos arderem. “Dê-me o.”



“Vai ser ruim deixá-lo dormir em seus braços, Anthony vai ficar dolorido.” Edward colocou com displicência, perguntei-me como ele conseguia ser tão sabido sobre bebês. “Vou colocá-lo em minha cama.”



Os lábios finos subiram em um sorriso, Edward me olhou com incerteza. “Venha me ajudar a colocá-lo para dormir.”



Eu assenti com demasiada lentidão. Segui os passos de Edward, ele entrou no quarto sem acender as luzes, dando passadas calmas. Thony foi colocado no centro da cama, a delicadeza de Edward não seria encontrada em outras mãos, talvez, nas minhas, mas, para um homem, aquilo já era muito.



“Boa noite, Thony.” A melhor voz calma de Edward soou no quarto silencioso. Os dedos longos pastaram pelas bochechas de Anthony. “Obrigado pelo dia.”



Eu me inclinei para o bebê mais lindo do universo, o cheirinho gostoso me inebriou. “Durma com os anjos, filho. Bons sonhos.” Meus lábios estralaram beijos nas mãozinhas pequenas.



Edward fez um barulho ao meu lado, sinalizando um movimento. Ele caminhou para o armário, mesmo com pouca luz, era fácil perceber que ele procurava alguma coisa entre as poucas roupas. Não ousei perguntar nada, mas Edward soltou um sorriso estranho ao pegar dois papeis velhos e dobrados. Eles foram guardados no bolso antes de qualquer questionamento meu.



Sem minha permissão, Edward enlaçou nossas mãos, me levando para a sala. Eu sempre estava há um passo atrás dele, mas a sensação era de estar ao lado, colada a ele. Depois de semanas, o silêncio já não era pesado, mas existia a obrigação de quebrá-lo.



“Eu abri o envelope, Edward.” Falei. Minha voz, por sorte, foi apenas agradecida.



O corpo alto e forte desestabilizou por completo, Edward olhou para trás, encontrando meu sorriso. Eu vi nos olhos verdes o brilho de sempre, além da curiosidade. Parei meus passos, encarando-o. “Encontraram os corpos de meus pais.”



Não obtive nenhuma palavra, apenas o brilho incontestável. Edward deu um passo para mim, ele se curvou até ter o rosto perto do meu, os olhos eram límpidos e repletos de um sentimento que não pude identificar.



O silêncio ainda imperava. Dei um passo para trás, não era uma esquiva, somente uma maneira de não me afetar tanto com a presença de Edward. “Foi o melhor presente de aniversário.”



E, quando senti os lábios dele em minha testa, eu fechei os olhos, deliciando-me com a sensação. “Você não sabe como estou feliz por você.” Edward disse em um sussurro, os lábios que saíram de minha pele, agora, carregavam um sorriso tímido.



“Obrigada por ter feito o que fez.” Falei baixo, ainda absorta e confusa. “Não sei como agradecer.”



“E há agradecimento maior que a oportunidade que você está me dando?” Edward me perguntou, quase sorrindo, embora eu visse muita inquietude no semblante dele.



Por um breve instante, perguntei-me como Edward conseguia lidar tão bem com aquele momento, eu não estava calma. O nervosismo, mesmo não muito evidenciado, estava me consumindo. Eu queria muito saber o final daquela conversa, entretanto, eu precisava começá-la.



Edward me puxou para o sofá, as mãos seguraram as minhas e os olhos, fuzilaram os meus. “Por que você mudou de ideia? Eu preciso saber.”



A pergunta não tinha uma boa resposta, mas decidi ser sincera com ele. “Edward, você nunca será capaz de sentir a dor que está dentro de mim. Está doendo na alma. Meu coração era seu e você o despedaçou, eu não sou boa em ajuntar os cacos.”



“Tem de tudo, muita raiva, mágoa, decepção, mas eu odeio sentir-me traída. É como olhar para trás e me perguntar se tudo aquilo era verdade ou não.” Falei, antes que as lágrimas aprisionadas descessem por minhas bochechas. Edward me fitava com o rosto ilegível, mas, ainda assim, ele me olhava como um anjo.



Permiti-me sorrir ao olhar para nossas mãos unidas, eu não tinha planos para soltá-la. “E eu sei que tudo que vivemos foi verdade, foi tão real e bom. Você me deu a criança mais perfeita do mundo. Você vai dar uma despedida digna aos meus pais. Você,Edward, me deu a vida que eu sempre sonhei.”



Edward piscou seguidamente, como se não acreditasse na veracidade de minhas palavras. Eu, impensadamente, levei minha mão para a mandíbula dele, acarinhando com as pontas dos dedos. “Eu só mudei de ideia porque era você, o bombeiro que dá a vida para salvar os outros, que nina meu filho sem ficar irritado, que canta e sorri para a pessoa mais importante de minha vida.”



A mão de Edward segurou a minha, mantendo-me o acarinhando. Ele me olhou por uma fração de tempo, depois, ele afagou minha bochecha. “O que eu fiz para te merecer?”



Meu sorriso saiu trêmulo, mas, ainda assim, verdadeiro. “Você sempre está me dando motivos.”



O olhar de anjo não saiu do rosto de Edward, mas a postura dele endureceu-se e ele pensou muito antes de falar. “É estranho, mas nossa história começou muito antes de eu te encontrar.”



Meu corpo também tencionou, as palavras eram cheias de simbolismo e, mesmo que eu tentasse, nada fazia sentido para mim. Edward brincou com os dedos de minha mão, indo até o meu pulso, a pulseira que ele me dera enfeitava a região.



Edward pegou meus olhos, o verde transbordava o medo e a culpa. Eu segurei nossa troca de olhares, nada era mais intenso que aquilo, a corrente indissolúvel nos manteve presos, não só nos olhares, mas também nas palavras que estavam prestes a serem ditas.



“Eu prometo ser sincero com você, Bella. Acredite, isso também dói em mim.” Edward falou não tão baixo, não tão alto. No tom certo, no tom mais sincero que eu ouvi sair dos lábios dele.



“Sebastian foi adotado por meus pais quando ele tinha dois, ele não mentiu quando disse que os pais dele morreram em um incêndio.” Edward falou rápido demais, sem me dar tempo para analisar como o nome fora dito, a princípio, ecoou sem qualquer tipo de emoção.



Meu coração bateu mais forte, ele já subia para a garganta. Aquilo justificava a falta de semelhanças físicas e, talvez, os nomes diferentes. Perguntei-me o levara Sebastian dizer que vivera em orfanatos e não falar nada sobre Esme e Carlisle.



Eu me movi para Edward, colando nossas laterais, nossas mãos enlaçadas descansaram em meu colo. “Ele nunca disse nada sobre Chicago, sobre seus pais, nem mesmo sobre você.”



Edward riu minimamente. “Calma, tem uma explicação. Quando você disse que Sebastian nunca teve uma família, não consegui acreditar, não fazia sentido. Preferi não acreditar em você.”



O passado recente dançou atrás de minhas pálpebras, porque eu ainda conseguia sentir a cotovelada de Edward em minhas costelas. Tão cheia de raiva e irritação. “E você resolveu me bater.”



Arrependi-me um segundo depois, os olhos de Edward caíram à medida que a culpa os preencheram. A mão grande e forte veio para correr minha cintura, os dedos dedilharam minhas costelas. Meu rosto queimava, pois existia muita coisa fora do lugar ali.



“Perdoe-me, por favor?” Edward me puxou pela cintura, meu corpo inclinou para o dele e nossos rostos estavam próximos, a penumbra da sala me permitiu analisar cada pedaço da face bonita. Nem mesmo a dor o deixava menos deslumbrante.



“Continue.” Coloquei depois do silêncio estranho. Edward sorriu, os dentes claros conferiram certa luminosidade para a sala.



“Ele nunca fez nada de ruim comigo, Bella. Sebastian sempre foi um irmão incrível, depois de Carlisle, ele era a pessoa que mais me inspirava.” A voz de Edward saiu cortada e baixa. Ousei levar meus olhos para os dele, eu tremi ao ver a umidade querendo descer.



Edward piscou vagarosamente, ao primeiro sinal de choro, ele levou as costas da mão para secar as lágrimas tímidas. “Quando ele foi embora, o mundo pareceu acabar para mim. E eu me odeio por isso, ele nunca mereceu qualquer sofrimento meu.”



“E, então, ele veio para Nova Iorque e fez tudo o que fez.” A voz cortada prosseguiu. Edward procurou meu rosto. “Ele te ferrou, Bella.”



Restringe-me menear positivamente minha cabeça. “O que te trouxe a Nova Iorque?”



Minha pergunta fez com que Edward puxasse uma respiração longa, quase roubando meu ar. “A notícia do suicídio demorou a chegar, mas vim aqui para pegar as coisas dele, Sebastian sabia que eu era o único que faria qualquer coisa por ele, então me deixou uma carta.”



Era muito fácil perceber que Edward estava lutando contra todos os demônios. O rosto vermelho e a respiração irregular eram os sinais. Sem permissão, minhas mãos migraram para a testa dele, tirando o suor que começara a se concentrar. Eu o olhei de perto, eu não conseguia culpá-lo por gostar de um psicopata, tudo ali dizia que ele também fora uma vítima.



Edward me manteve por perto, com os olhos cravados nos meus. “Ele me deixou uma carta. Uma carta sobre você.”



Um frio horrível atravessou minha espinha, eu tinha plena consciente do chicotear de meu corpo. As palavras me faltaram e o ar também. Edward me olhou com a culpa derramando pelos cílios longos. “Você não precisa ler, Bella.” Ele me disse procurando meus olhos e afagando minha bochecha. “Eu não quero te deixar pior, ele só disse tudo o que você não é.”



“Eu quero, Edward.” Falei em um fio de voz. “Eu preciso saber o que ele disse sobre mim.”



Talvez minhas palavras fizeram-no repensar. Edward contorceu-se para tirar os dois papeis que ele guardara no bolso. Ele me entregou um sem vontade. “Bella, eu realmente acreditei em tudo que estava escrito aí.”



O papel era pequeno e já estava amassado. Desdobrei-o para encontrar a letra de Sebastian. Edward pegava cada reação minha, os dedos tocaram-me no queixo, erguendo meu rosto. “Não leia, por favor?”



Foi quase impossível ignorar a súplica no rosto dele, mas eu neguei qualquer pedido. Ative-me as poucas palavras.



Edward;

Espero que você encontre este rabisco; como já sabe, não estou vivo. A angústia e o sofrimento me fizeram colocar fim em minha vida e, se alguém é culpado por minha atitude, esse alguém é Isabella Marie Swan, minha namorada. A pequena víbora, assim como uma cobra ela te enfeitiça e depois dá o bote. Sei que seu amor de irmão por mim é gigante e sei que você não hesitaria em devolver tudo para Isabella, então peço, machuque o coração da víbora.

Sebastian.





Eu não choraria por aquilo, mas eu estava em um transe qualquer. Eu olhei para Edward e vi um homem ingênuo, capaz de acreditar em palavras tão melodramáticas. Perguntei-me onde estava qualquer cumprimento afetuoso, uma frase dizendo que estava com saudades. Eu reli as palavras e, em um átimo, tudo fez sentido e, então, eu chorei.



Edward me abraçou de um jeito que só ele sabia fazer, me protegendo, me dando carinho. Recebi as mãos em minhas costas, o carinho era recatado, mas alcançava toda a extensão de minha pele. Eu afundei meu rosto na curva do pescoço sem barba de Edward. “Ceús, ele pensou em tudo.” Sussurrei contra a pele de Edward, molhando-o com minhas lágrimas.



“Ele me ameaçou, te trouxe para Nova Iorque.” Falei chorando mais ainda. “Você era o meu pesadelo, Edward.”



Mal vi Edward me levando para o colo dele. Ele pegou como se estivesse pegando Anthony, existia um pouco de ninar. Ele beijou meus cabelos, sem se importar com a invasão. “E eu te conheci, você linda e de preto, Bella, eu juro, você mexeu comigo. Quando tive seu nome, eu quase enlouqueci.”



Um sorriso fraco saiu de meus lábios. “E por isso você foi um estúpido comigo?”



Os olhos verdes me procuraram, existia um misto de culpa e vergonha. “Eu quis te matar, Bella.” Edward deixou que uma lágrima rolasse, ele não a secou. “Eu realmente queria ver você sofrendo, mas eu sempre estava te salvando.”



“Minha cabeça era uma confusão. Eu não conseguia te ver além da descrição da carta, mas você sempre era doce e educada comigo. Bella, você cuidou de mim, mesmo eu agindo como um idiota.” A voz de Edward era baixa, soprando contra meu rosto. As lágrimas o deixavam com semblante triste, perto do melancólico.



“Eu me apaixonei, Bella. Perdidamente. De um jeito que eu nunca imaginei que iria acontecer, você é tudo o que um homem pode sonhar e você me escolheu.” Eu fechei meus olhos para as palavras, sentido-as saírem da alma de Edward.



“Você poderia ter me contato.” Falei baixinho, incerta sobre as próximas palavras. “Teria evitado tanta coisa.”



“Eu não suporto te ver sofrendo, Bella. Olhe como você está! Contar isso a você só iria trazer sofrimento, eu realmente sempre quis te fazer feliz.” Mais uma onda de palavras baixas soprou contra minha pele.



Edward correu os dedos por meu rosto, dedicando-se aos pormenores. Ele traçou minhas sobrancelhas e dedilhou meus cílios, por fim, sorriu. “E eu te levei para a cama.”



“Há um ano.” Coloquei o pequeno detalhe com despretensão.



Edward puxou meu rosto para o dele, colando nossas testas. “Há um ano.” A respiração forte bateu contra minha pele, causando-me arrepios. “E é como se fosse ontem, eu me lembro de tudo, Bella.”



Se o intuito era me fazer corar, Edward conseguira. Eu desviei meu olhar, focando-me em meus pés. “E você foi para Chicago.”



Minha fala causou uma mudança súbita em Edward, tornando-o rígido e com os olhos baixos. Eu me aninhei no peito dele, sentindo um pouco do cheiro de Anthony, eu sorri. “Você está com o cheiro de nosso filho.”



Ele também sorriu, embora mais contido. Edward me acarinhou nos braços, subindo para o meu pescoço. “Eu não queria ter te deixado, Bella. Não há como voltar atrás e foi a melhor coisa que fiz. Eu precisava entender essas contradições todas.”



Fitei-o com curiosidade, mas Edward não me deixou falar. “Meus pais nunca demonstraram qualquer reação à morte de Sebastian, eu nunca entendera, era muita indiferença.”



“O que você descobriu?” Eu perguntei com receio, meus olhos não saíram do par de olhos verdes e marejados.



Edward puxou todo o ar, o peito subiu e desceu abaixo de mim. “Foi como perder o chão.”



Alguma coisa em mim acendeu, talvez fosse a intuição, mas eu sabia que Edward não estava confortável com aquilo. Eu saltei do sofá, incerta. Edward me encarou com surpresa, eu me apressei para tirar a dúvida dele. “Espere um instante.”



Atravessei a sala em passos apressados, eu abri a porta quarto de Edward. Sem acender as luzes, eu tropecei em alguma coisa, possivelmente, em um tênis. Eu não estava muito certa sobre acordar Anthony, mas, intimamente, sabia que Edward precisava dele.



“Amorzinho?” Eu o chamei com a voz baixa, não querendo assustá-lo. O quarto não estava muito escuro, eu pude ver Thony se remexendo.



Eu o peguei, ele estava quentinho e eu sorri, encantada com o biquinho sonolento. “Thony, o papai está precisando de você.”



Minha mão correu sobre a bochecha dele, Anthony abriu os olhinhos, mas não chorou. “Tudo também foi uma droga para ele, bebê.” Confidenciei bem próxima ao rosto dele. “O papai também está sofrendo.”



Anthony só me dava motivos para amá-lo mais e mais. Ele se aninhou em mim e soltou um bocejo longo. “Perdão por ter interrompido seus sonhos, bebê.”



Encontrei Edward na mesma posição, correndo os olhos em outro papel amassado. Eu fiz barulho para ele me notar. Os olhos verdes subiram para mim, quando eu sorri, Edward me deu um semblante confuso, mas ainda existia um sorriso enorme, direcionado a Anthony.



“Ele acordou?” Edward perguntou em um sussurro, ele deu espaço para eu me sentar ao lado dele.



Senti o calor subindo para minhas bochechas, Edward as afagou com delicadeza. “Senti falta desse calor.”



Minha reação foi corar mais, o que fez Edward sorrir. Eu corri meus dedos pelos cabelos de Thony, olhando para qualquer ponto da sala. “Eu pensei que seria bom tê-lo por perto, Anthony sempre me acalma.”



Tudo o que Edward fez foi abrir um sorriso verdadeiro, ele pegou Thony nos braços, brincando com os pezinhos cobertos pela meia. “A mamãe te acordou, filhote?”



Eu sorri para os dois e levei meu corpo para o de Edward, deixando minhas mãos descansar sobre o joelho dele. Edward me olhou de soslaio e sorriu, como nos velhos tempos, quando ele queria me provocar. “Nós somos bons em fazer crianças bonitas.”



“Sim, nós somos. Thony tem muito de você, Edward. É assustador.” Eu falei encarando o rostinho de Anthony, alternei meus olhares entre ele e Edward. Só mudava as proporções, mas tudo era igual.



“Ele tem o seu nariz, talvez o cabelo escureça.” Edward disse no mesmo instante que deixou um beijo na bochecha de Thony, ele me olhou depois, com os olhos queimando contra os meus.



“Quando você disse que me amava, meu coração bateu fora de mim, Bella.” Edward usou um tom desconhecido, perto da nostalgia. “Não sei quando começou, mas eu também te amava, mas não podia continuar tendo as dúvidas que eu tinha.”



“Meus pais também tinham uma carta, também deixada por Sebastian, datada do dia em que ele saiu de casa.” A voz rompeu com o silencio repentino, Edward dedilhou os próprios cabelos. E a única palavra capaz de descrevê-lo seria agonia.



Eu peguei o papel das mãos dele, era maior e com mais linhas. Edward segurou meus olhos, havia uma quantidade imensurável de tristeza. “Eu odeio cada palavra escrita nessa carta, Bella. Eu o odeio.”



Eu pisquei para as palavras, incrédula e curiosa. Olhei para Thony, ele olhava para Edward, quase perdido com a beleza que existia no rosto do pai dele. Dessa vez, Edward não me impediu que eu lesse as palavras de Sebastian, novamente.





Esme e Carlisle,

A melhor sensação do mundo é poder não lhes chamar de pai e mãe, afinal vocês nunca foram minha família. Nunca mesmo, não importa o quanto vocês se dedicaram, vocês nunca seriam meus pais.

Na verdade, eu me cansei dessa vidinha medíocre que vocês me ofereceram. Uma vidinha bem mais ou menos. Carlisle se contentando com aquele emprego de professor e Esme ganhando nada como decoradora, até quando vocês acreditavam que eu agüentaria?

Já estou longe, sem planos para voltar. Melhor, eu nunca quero lhes ver novamente. Eu vou seguir minha vida, fazer o que eu bem entender. Eu nunca fiz parte dessa família patética.

Acreditem, eu tenho um pouco de coração, então não mostrem isto a Edward. Coitado, eu tenho medo das reações que poderia ter. Chorar como um menino idiota? Ou engolir o choro? Meu irmão absurdamente patético! Edward deveria saber que eu me cansei de ser o irmão exemplo, cansei de fingir que ele era um cara legal, aliás, não existe ninguém mais idiota que ele. Alguém que se arrisca para salvar vida de desconhecidos. Absurdamente patético!

Vocês poderiam ter me dado um irmão melhor, mas nem isso conseguiram. Edward e toda sua vontade de salvar vidas, talvez ele devesse saber que o pequeno insuportável Tedy sofreu bastante antes de morrer, que cada golpe representara cada latido infernal.

Eu queria ver a cara dele quando ele ler isto, seria engraçado, no mínimo. Ele estaria chorando ou nervoso? Eu realmente espero que ele nunca leia isto, eu não quero estragar minha representação de irmão perfeito.

Sebastian



O meu soluço foi o sinal de meu choro descompassado. A umidade embaçou minha visão, mas era fácil ver Edward me olhando, com o rosto contorcido de dor. Eu reli tudo, incapaz de acreditar que existia um ser humano tão ruim como Sebastian.



Os olhos verdes fuzilaram os meus e, naquele instante, eu pude sentir a dor de Edward. A dor de uma família, de um irmão que, apenas, amava demais. A culpa me atingiu em seguida. Esme e Carlisle roubaram todas as minhas linhas de pensamento, eles não mereciam um filho daqueles, aquela ingratidão. Eles não mereciam minhas acusações, minha raiva crescente.



Sem pensar, eu abracei Edward. O contato era forte e intenso, Anthony estava em algum lugar entre nós, protegido. Meu choro se confundiu com o de Edward e ele apoiou a testa na minha, deixando que meus olhos vissem a alma dele.



“Eu o odeio, Bella. Por tudo o que ele fez com meus pais e com você.” Edward sussurrou para mim, a respiração cortada bateu como brisa em meu rosto. “Eu o odeio, Bella.”



“Odeie pelo o que ele fez com você, Edward!” Falei baixinho, correndo meus dedos pela têmpora dele. “Ele te deixou tão cego, amor. Você perdeu tanta coisa, nós poderíamos ter dado certo muito antes.”



Edward sorriu fraquinho e inclinou o rosto para o meu, deixando pouquíssimos centímetros de distância entre nós. “Eu tentei me matar, Bella.”



A revelação me atingiu de um modo estranho, trazendo um bolo para minha garganta e muitas lágrimas para os meus olhos. Eu estava em transe, mas, quando voltei para Edward, eu quis estapeá-lo.



“Edward, nunca mais faça uma merda dessas! Você não sabe o que é ver alguém se matando, você não sabe!” Ralhei para ele, com a voz alterada e coração a mil. “O que seria de mim sem você? Você não tem o direito de fazer isto com seus pais, eles te amam, Edward!”



“O que você ganharia com isso? Seus pais iriam morrer junto com você, eu perderia meu chão, Edward. Por favor, nunca seja tão egoísta assim.” Pedi entre minhas lágrimas gordas, colocando muita súplica em cada palavra. “Pense em nós, em Thony.”



Edward subiu a mão, até alcançar meu rosto. Ele me tocou na bochecha, minha pele queimou, nem mesmo as lágrimas esfriaram a região. “Perdoe-me, por favor? Eu odeio te ver triste, dói em mim também.” Ele pediu mais baixo que um sussurro. “Eu sempre quis ser o melhor homem para você, Bella. Dar felicidade, amor, prazer. Não era justo estourar nossa bolha, depois veio Thony, ele nos encheu de alegria.”



“Eu só queria te proteger, te deixar fora dessa bagunça toda, mas, confesso, é muito melhor te olhar sabendo que não te escondo nada.” A voz de Edward bateu contra meus lábios, só então percebi que eu estava muito perto de beijá-lo. Eu sorri e recuei.



“Eu me sinto a pior pessoa do mundo, Edward! Eu te julguei tanto, te tirei de Thony, eu fui tão injusta.” Minha fala saiu sem minha autorização, mas ela vinha da alma, de dentro de meu coração ferido. “Eu fui tão estúpida com seus pais.”



Edward não disse nada, apenas me abraçou, colocando meu rosto contra o pescoço dele. “Chore, Bella. Eu mereço cada lágrima.”



Agarrei-me a ele, Edward ainda segurava Anthony, que dormia como um anjinho. “Eu preciso de seu perdão, Bella.”



“Apenas pare de me machucar, Edward.” Minha voz falhou em todas as palavras, mas isso não tornava o pedido menos intenso. “Eu não aguento tanta dor.”



Senti os dedos longos colocando meus cabelos para trás, nada era mais embolado que eles. Edward me beijou na bochecha, doce e demoradamente. “Eu te peço o mesmo. Por favor, não me deixe longe de vocês, minha felicidade depende disto.”



Abri distância entre nossos rostos, Edward sorriu e secou minhas lágrimas. “Eu sempre estarei aqui para você, pode levar todo tempo do mundo, eu te espero.”



Uma lágrima espessa rolou por minha bochecha, os lábios de Edward a pegaram. O contato repentino e íntimo me fez corar, mas mantive meus olhos abertos, sentindo o calor e a veracidade que saia do meu pequeno mar verde. “Eu te amo.”



Cada centímetro de meu corpo tremeu, as faíscas queimaram contra minha pele, fazendo-me sorrir como uma criança. “Amo você, Edward.”



Como um imã, eu levei meu rosto para o de Edward, minha boca implorou pela dele. Eu parti meus lábios, esperando que Edward fizesse o mesmo. Senti o toque subindo por meus braços e parando em meu pescoço, eu tremia por antecipação.



Edward sorriu perto de minha boca, o hálito bom me fez querer mais. “Você não quer isto, Bella.”



“Uh, eu quero sim!” Lancei para ele, praticamente implorando por um beijo.



O lado mais petulante de Edward floresceu, ele me acarinhou no pescoço, fazendo círculos calmos. Os lábios apenas roçaram os meus e se distanciaram, me deixando com vontade.



Ele sorriu e repetiu o ato, demorando um pouquinho mais. “Vamos com calma,linda.”



A vontade era puxá-lo pela nuca e dar meu melhor beijo a ele, mas eu fiz bem menos. Colei nossas testa e encarei os olhos estreitos. “Como você quiser, Edward!” Falei com diversão, o momento mais calmo da noite. Ele sorriu e tirou a pouca umidade de meus lábios, me dando um sorriso deslumbrante.



“Você está exausta, é melhor descansar um pouco.” Ele disse e saiu do sofá, Edward encarou o rostinho de Anthony. “Ele dorme tanto!”



Minha risada escapuliu, preenchendo, assim, a sala. “Ele tem seus hábitos, Edward. Comer e dormir.”



Edward me deu um sorriso de lado e me pegou pela mão. “Eu levo vocês para casa.”



Eu caminhei um passo a frente de Edward e, mesmo sem ver, sabia que Edward tinha os olhos em mim. Girei-me para ele, antes de sairmos pela porta. “Foi bom te ouvir, Edward. Desculpe por não ter o feito antes.”



“Não peça desculpas, sou quem deve se desculpar, por não ter contado antes.” Edward falou sem inflexão, ele destrancou a porta para mim.



Minha cabeça entrou em espiral, sem saber o que pensar, o que sentir. Perguntei-me qual seria minha reação se eu tivesse descoberto tudo aquilo antes, se eu teria uma postura diferente. Preferi ignorar minha crescente confusão e acreditar que Edward sempre fez o melhor para mim.



“Edward?” Chamei-o no silêncio do elevador. “A gente vai conseguir esquecer isso um dia?”



Ele me estudou por um breve instante, meio confuso, mas, intimamente, certo. Edward desceu os olhos para o garotinho que só sabia dormir e sorriu. “Nós teremos assuntos mais importantes.”



Por reflexo, eu também sorri. “Sim, certamente.”



Eu girei a maçaneta da porta de meu apartamento, encontrando, na sala, o baú aberto e nossa foto em Chicago em cima dos brinquedos. Edward me olhou de soslaio e pegou a fotografia. Ele sorriu abertamente, sem qualquer vestígio de dor ou culpa.



“Parece que foi ontem.” Ele falou com despretensão, colocando muito mistério na fala curta.



Peguei Thony dos braços dele, era estranho ficar muito tempo sem tê-lo comigo. “Uh?” Soltei em dúvida, querendo saber qual ponto discutíamos.



“O inverno já foi há tempos, mas eu ainda me lembro de sua barriga minúscula, de eu te pedindo em casamento...” Edward me explicou em pausas, sem me olhar diretamente. “Desse cachorro irritante.”



A última parte trouxe uma série de risos, acordando, assim, Anthony. Lancei a ele meu melhor pedido de desculpas. “Bebezinho, a mamãe já está te irritando, não é? Toda hora eu te acordo!”



Edward deu passos para nós, parando ao meu lado e se derretendo por causa da caretinha de Thony. “Deixe-me colocá-lo para dormir.”



“Você também está cansado, não é Thony?” A voz entoada roubou suspiros meus. “Bons sonhos, carinha.”



Vi Edward caminhando pelo corredor e tentando abrir a segunda porta. Senti o tradicional calor fluindo para minhas bochechas, eu me apressei para responder. “Anthony dorme comigo.”



Um barulho de surpresa saiu dos lábios dele, mas Edward não parecia triste. Eu daria a ele a chance de mostrar o quartinho azul a Anthony, no entanto, não seria naquela noite.



“Eu vou tomar banho, você pode trocá-lo, se quiser.” Dei-lhe a opção, os olhos de Edward brilharam de um jeito único. Ele estava feliz.



Nós três seguimos para o meu quarto, em um silêncio agradável. Edward dava passos mais curtos, ninando Thony. “Ele acorda muito à noite?”



Eu sorri, porque Anthony realmente gostava de mamar a noite. “Muitas vezes, Edward!”



“Filho, o que eu te disse sobre deixar a mamãe descansar um pouco?” Edward falou baixinho, sorrindo e fazendo caretas estranhas. “Ela precisa de um pouco de sossego.”



Abri os armários para pegar um pijama, Edward sentou na ponta da cama, correndo os olhos por cada canto do quarto. E aquilo foi o suficiente para eu me lembrar de tudo, de cada manhã em que ele acordou ao meu lado, de cada noite em que o chamei para deitar-se comigo, de cada madruga em que nós acordamos apenas para aproveitar um pouco do corpo do outro.



Só vi que mordia meu lábio quando eu senti uma dorzinha chata. Desfiz o trincar de meus dentes e rumei para o banheiro. A água foi um bom paliativo para o cansaço muscular, mas demorei pouco. Eu entrei em meus pijamas e voltei para Thony e Edward.



Eu estaquei na porta do banheiro, a única coisa que moveu foi meus lábios, eles subiram em um sorriso genuíno, porque, ultimamente, a combinação cama, Edward e Thony só me dava cenas felizes. Dessa vez eu tinha um Edward completamente relaxado sobre o colchão, com Thony vestido um macacão de manga longa e, para a minha perdição, Edward beijava os pezinhos chatos de nosso filho.



“Vocês dois derretem meu coração.” Soltei de qualquer jeito, possivelmente, em uma voz arrastada e mole. “Ele te ama, Edward.”



Edward apenas sorriu para mim, se eu não estivesse louca, ele me deixou uma piscadela tímida. “Venha!”



Eu me sentei na ponta de cama, mas Edward me fez deitar. Olhei-o assustada, sem sabe quais eram as pretensões dele. Como resposta, ele sorriu mais ainda. “Nós três nunca ficamos juntos, nós merecemos.”



Desconcertada com as palavras, eu concordei e cheguei mais perto. Sorri para Thony, ele também parecia contente. “Agora seu pai e sua mamãe estão aqui, não é, bebê?”



Thony guiou a cabecinha para o meu lado, procurando a origem da voz. “É a mamãe conversando com você, amorzinho!”



“É engraçado te ver falando amorzinho. Bella, ele é um homem.” Edward colocou depois de sorrir, soou como uma alfinetada.



Eu o olhei, sorrindo de lado a lado. “Você é o meu amor, por que ele não pode ser meu amorzinho?”



Minhas palavras surtiram o efeito espero, pois Edward corou minimamente. “Bom argumento, Bella.”



Ajeitei-me na cama, trazendo Thony para perto de mim. “O dia foi tão longo, parece que não vai acabar nunca.”



“Eu vou deixar vocês dormirem.” Edward saiu da cama, mas eu o puxei pelo braço, o que trouxe a confusão para o semblante dele. “Uh?”



“Fique um pouco mais, senti falta de conversar com você.” Admiti quase inaudível, mas a certeza estava em cada sílaba. “Anthony gosta de sua voz.”



A surpresa tomou cada parte do rosto de Edward, ele piscou e uma onda de brilho e calor chegou a mim, deixando-me imensamente feliz. Existia espaço ao meu lado, mas ele preferiu deitar-se perto de Thony.



Ele me encarou e sorriu, no fim, eu não tinha muito que dizer a ele, mas estava bom tê-lo tão perto. “Eu preciso conversar com seus pais.”



Edward levou os olhos para Thony, depois, traçou padrões no bracinho dele. “Esme e Carlisle vão te entender, não se preocupe.”



“Eu não gosto do sentimento de culpa, eu os machuquei, Edward.” Falei mais baixo, sendo invadida por um sentimento ruim, quase sufocante.



Repentinamente, Edward pegou a ponta de meu cabelo, brincando com os fios embolados. “Minha mãe também se sente culpada, ela realmente acredita que ela errou na educação dele.”



Meu sorriso saiu calmo. “Esme é tão boa, Edward! Aquela mulher não tem defeitos, a culpa não é dela, ele era louco. Ele matou seu cachorro, Edward. Que criança faz isso?”



Os olhos de Edward não saiam de Thony, ele observava o sono tranqüilo dele. Existia um pouquinho de baba no canto do rosto de Edward. “Tedy era um bom cão.”



Eu sentia falta do contato, então peguei as mãos de Edward, eu traçava os nós dos dedos longos, sentindo-os relaxarem com o avanço de minhas investidas. “Isso é tão doentio.”



Edward me deu um sorriso pequeno, mas repleto de brilhinhos. “Não vamos falar dele, Bella, por favor.”



“Oh, certo.” Falei rapidamente. Por um breve instante, o corpinho pequeno e quente de Thony estava sendo um terrível empecilho entre mim e Edward. Talvez ele tenha percebido, pois um sorriso engraçado saiu de Edward, eu corei. “Quer falar sobre o que?”



“Não sei, mas você não acha estranho ter Anthony em seus braços? Sei lá, ele era tão pequeno nas ultrassonografias, você combinava com aquela barriga enorme e agora ele está aqui, isso é confuso para mim.” Edward falou exalando confusão e me fazendo gargalhar baixinho.



“Eu entendo.” Admiti entre risadas. “Às vezes, me sinto meio vazia, era gostoso tê-lo dentro de mim, mas, por outro lado, eu amo passar horas olhando-o e babando na perfeição que ele é.”



Edward apenas derramou um olhar doce para Thony, sorrindo restritamente para nosso filho. Ele procurou meus olhos, perguntei-me o porquê de ele ter as bochechas coradas. “Eu quero ter muitos deles.”



Engasguei-me com meu próprio ar, não acreditei que Edward já tinha planos para mais filhos, aquilo nem passava em minha cabeça. Eu queria muito tempo com Thony, paparicando e amando-o. Quando o ar tornou-se muito necessário, eu tossi, ganhando risadas de Edward.



“Melhor que fazer, é só criar, Bella.” Edward me disse com tom divertido, deixando-me envergonhada, mais vermelha que um tomate. “Uh, você não concorda?”



O calor não dissipou, ao contrário, intensificou-se. “Se você olhar minha barriga, vai ver sobre o que eu estou falando.”



Meu discurso saiu derrotado, eu realmente detestava minha barriga estranha. Edward sorriu de verdade e migrou as mãos para minhas bochechas. “Você não tem noção de quão linda é, não é?”



Eu me sentia vulnerável com o olhar que Edward me dava, ele estava, sem quaisquer dificuldades, vendo minha alma, lendo todos os meus medos, minhas inseguras. O olhar intenso continuou, me fazendo falar. “Eu me sinto feia, Edward.”



Edward moveu-se minimamente, tocando meus pés gelados. Eu ofeguei, saboreando a sensação de tê-lo de um jeito tão íntimo, só meu e dele. O carinho subiu para minha panturrilha, eu fechei os olhos, querendo não perder nenhum segundo daquilo. A mão de Edward estacionou em minha cintura, mas não subiu nem desceu, apenas apertou minha lateral. Um segundo a mais para estar me derretendo por aquele homem.



“Você é a mulher mais linda, mais inteligente, mais sexy que eu conheço. Não se maltrate, não tem nada errado com você.” A voz de Edward só podia ser classificada como muito sincera. “Eu amo você, Bella. Nada mudou, ainda existe a paixão e o tesão de sempre.”



As palavras entraram lentamente em meus ouvidos, quando as assimilei, eu ofeguei baixinho, meu rosto queimou e as mãos de Edward vieram me acarinhar. “Não fique com vergonha, sim? Só estou dizendo que você é estupidamente desejável.”



“Obrigada.” Eu disse na falta de outra palavra melhor. “Você sempre me faz sentir bem.”



Edward saiu e deu a volta na cama, sentando-se ao meu lado. “Eu preciso ficar perto de você.”



A fala me fez sorrir, deixei que Edward sentasse e eu me acomodei entre as pernas dele, colando minhas costas no peito tonificado. Edward circulou minha cintura e apoiou o queixo no topo de minha cabeça. O silêncio foi completamente bem vindo.



Eu olhei para cima e encontrei um olhar intenso e cheio do indecifrável. “Pensando em que?”



“Em como é certo estarmos juntos.” Edward colocou com certa emoção, ainda me fitando. “Eu não consigo me ver sem você ao meu lado.”



Eu não tinha uma boa resposta, mas Edward também estava em todos meus planos. Sorri para ele, dizendo, com o ato, que iria para onde ele me levasse. Deixei meus olhos vagarem pelo rosto bonito, Edward deveria saber que ele era muito bom em deslumbrar as pessoas.



“Quem te bateu, Edward?” Eu perguntei quando meus olhos pararam na pequena marca abaixo dos olhos dele.



Tive um vislumbre de um sorriso, mas Edward parou o ato na metade do caminho. Ele subiu as mãos por meus braços, parando em meus ombros, cobertos apenas pelas alças da camisa de pijama. “Jasper é muito protetor.”



Senti um beijo em meus cabelos, Edward moveu os lábios entre os fios, descendo para perto de minha orelha e plantando um beijo demorado na região. “Não brigue com ele, sim?”



Ignorei as reações de meu corpo, eu deixei que meu toque chegasse acima do joelho de Edward, meus dedos exerceram pressão sobre o jeans. “Ele precisa saber que você teve seus motivos, vou conversar com Alice também. Uh, Rose e Emm sempre souberam?”



Edward voltou a beijar meus cabelos, era possível ouvir os lábios movendo sobre meus fios. “Emm conversou comigo depois de eu ter contato a você, ele e Rose foram excelentes comigo.”



Uma pontada de culpa me consumiu, eu deveria pedir desculpas a meio mundo. Rose tinha estendido a mão a Edward, ela sempre quis abrir meus olhos. “Eu sou tão ridícula, Edward! Eu fiquei enciumada por causa de Rose e você.”



Ele riu baixinho. “Ela é mulher do meu amigo, Bella. Não há a mínima possibilidade.”



Eu também sorri e me lembrei de Carter. Olhei para Edward, ele mantinha os olhos nos meus, quentes e vivos. “Uh, eu bati em Carter.”



Edward não fez questão de disfarçar a felicidade, o sorriso era enorme e satisfeito. “Por isso que te amo.” Ele falou em uma voz enérgica. “O que ele te fez? Por favor, me dê motivos para quebrá-lo ainda mais.”



“Não se preocupe, ele é um idiota, ainda me pergunto como não percebi antes.” Falei em tom de fim de conversa, o melhor jeito de deixar Carter longe era não suscitar nada sobre ele.



Meu bocejo saiu arrastado, eu me amaldiçoei internamente. Edward moveu-se atrás de mim, saindo e me deitando na cama. “Está tarde, preciso ir.”



“Você vem nos ver amanhã?” Perguntei em meio a outro bocejo longo.



Edward inclinou até ter o rosto sobre o meu. “Venho amanhã à noite, voltei a trabalhar durante o dia.”



Antes que ele desse atenção a Thony, eu o puxei pelo pulso, Edward cambaleou e caiu sobre mim. “Eu fiquei orgulhosa pelo o que você fez pelas duas crianças. Você é um orgulho, bombeiro.”



A resposta de Edward foi sorrir e deixar um beijo perto de minha boca, no canto, dando alimento para minha vontade. “Bons sonhos, linda.”



Também sorrir para ele. Meus olhos seguiram os dele, quatros olhos cheios de orgulho pararam em Thony, ele parecia sonhar, pois os cantinhos dos lábios estavam erguidos. Era um sonho bonito.



Edward bicou-o no queixo, sorrindo. “Te amo, filhote. Cuide da mamãe, sim?” Ele disse a última parte me olhando. “Até amanhã.”



Eu recebi um beijo em meu pulso, Edward demorou no ato, os lábios macios e finos queimaram contra minha pele, levando choquezinhos para minha espinha. “Obrigado pelo dia, Bella. Foi memorável.”



Perguntei-me de onde Edward tirara aquela palavra que, com certeza, não sabia o significado, mas era um bom adjetivo. “Não me agradeça por isso.”



Ele me deu o melhor sorriso que tinha. “Eu posso te ligar? Só para saber como vocês estão?”



Não passou despercebida a insegurança de Edward, apressei-me para tirá-la. “Ligue, Thony e eu ficaremos felizes.”



Edward estava inclinado aos beijos em lugares inusitados, mas eu gostei de receber os lábios em meus dedos, Edward bicou os cinco nós. “Amo você.”



As palavras me desestabilizaram, não tentei evitar meu rubor. “Eu também, muito. Até amanhã.”



Anthony recebeu mais beijinhos nas mãos, Edward desligou o abajur e caminhou preguiçosamente para fora do quarto, subitamente, senti um vazio estranho, mas nada tirava a sensação de plenitude. Eu me virei para Thony, ele era a personificação da calma e da doçura.



“Eu não disse que tudo ficaria bem, amorzinho?” Perguntei baixinho, contra o rostinho perfeito. “O papai é demais, não é? Eu não poderia perdê-lo.”



“Perdão por te tirado ele de você, sim? Vocês terão a oportunidade de reverter esse tempo perdido. Uh, seu pai te fez um quarto incrível, ele irá te mostrar. Vou sentir sua falta ao meu lado, bebezinho!” Falei entre um sorriso quente, deixei um beijo na testa de Thony, um hábito de todas as noites. “Amo você.”



Quando deitei minha cabeça no travesseiro, senti o quão exausta eu estava. Além de fisicamente, minha cabeça era um turbilhão, decidi não lutar contra ele, nem contra o sono. Eu cerrei meus olhos e agradeci por tudo, por cada segundo de meu dia.



A linha que separava a realidade da inconsciência era tênue e eu oscilava sobre ela, era como estar andando na corda bamba. Eu puxei o lençol sobre meu corpo no mesmo instante em que uma nova mensagem foi registrada em meu celular.



Eu ainda me pergunto o que fiz para te merecer. Obrigado por ser quem você é. Te amo.

E.



A declaração era nada além de doce, o pequeno recado fez um sorriso brotar em meu rosto. Eu digitei sem controlar a velocidade.



Há apenas um motivo. Você é tudo o que eu quero, amo você.

B.



Eu sabia que Edward não responderia. Disposta a dormir, eu joguei o celular para o lado. Dei uma última olhada em Thony, ele ressonava tranquilamente, com o biquinho fofo enfeitando-lhe os lábios. A imagem me fez sorrir e, segundos depois, ser levada para a inconsciência. Os sonhos foram, em sua maioria, coloridos e cheios de luz e, daquele jeito, eu estava sonhando com Edward

(...)

Pela enésima vez, eu olhei os ponteiros do relógio, eles me diziam que já era noite e que Edward ainda não aparecera em minha casa. Thony, em meu colo, estava concentrado no mundinho dele, mas, ainda assim, os olhinhos cinza cravados nos meus.



“Por onde anda seu papai, eim, Thony?” Perguntei-lhe com falsa tranqüilidade, a verdade era que eu estava ansiosa para ver Edward.



Anthony me deu uma caretinha engraçada, ele torceu os lábios e, seguidamente, chorou. Era baixinho e manhoso; eu sorri, porque ele só estava dizendo que estava com fome. Ajeitei-o em meus braços e abri minha camisa de botões, meu peito absurdamente grande era tudo o que Thony queria.



Eu deixei que ele mamasse por incontáveis minutos, era inegável, aqueles instantes eram os melhores de meu dia, pois nada era mais gratificante que ver Thony crescendo e saber que eu fazia parte daquilo. Ele era um bebê extraordinário, perguntei-me como era possível alguém aprender tanto em apenas três semanas. Anthony só me fazia feliz, de um jeito que não pertencia ao meu entendimento.



Toquei-o na bochecha, sem interromper a sucção. “Amo você, filho.” Sussurrei baixinho, soprando minha fala e meus sorrisos para ele.



Era engraçado como bebês amavam toques e cheiros. Anthony se acalmava com qualquer tipo de contato, era só pegar a mãozinha pequena na minha para ele abrir uma careta feliz. Por vezes, eu o pegava me cheirando, era a maneira dele de sentir-se protegido e amado.



Os cabelos loiros e rebeldes caíram sobre a testa dele, eu tirei os fios, aproveitando para acarinhá-lo mais um pouco. “Com muita fome hoje, bebê?”



Como resposta, Anthony sugou mais e mais, fazendo um barulhinho engraçado e esfomeado. Eu o olhei admirada, sorrindo apenas para ele. “Thony, você me deixa boba.”



Nós nos desvinculamos ao primeiro sinal da saciedade dele. Thony me deu um arroto tímido e eu arrumei minhas roupas. Eu não estava espetacular, mas minhas coxas estavam boas e a saia mostrava muito delas, os botões da camisa vermelha teimavam em desabotoarem, meus peitos exerciam certa força contraria a eles.



Minha audição não era a mais aguçada do mundo, mas, para findar minha espera, eu ouvi duas batidinhas na porta. Sem me importar muito com Thony, corri para a porta, antes de abri-la, encarei o garotinho terrivelmente agitado e bochechudo. “É o papai!”



Eu girei a maçaneta sem disfarçar minha alegria. Meus olhos encontraram um Edward sorridente, meio descabelado e vestido de bombeiro. Permiti-me ofegar por ele. “Oi?”



Ele conseguiu sorrir ainda mais, me deixando deslumbrada. Edward caminhou para mim, a porta foi apenas encostada. As mãos criaram vida e vieram para minha cintura, me afagando com delicadeza. “Como estão?”



Senti o conforto tomando cada parte de mim, ter as mãos de Edward em mim era nada além de íntimo e doce. Eu abri meu melhor sorriso para ele, incentivando-o a nunca parar com aquilo. “O dia foi ótimo, Thony está muito perto de sorrir para nós.”



Edward me lançou um olhar surpreso e peguei o bebezinho de meu colo. O olhar cheio de adoração e amor derramou-se sobre Thony. “Estou ansioso para o seu sorriso, filho. Não demore muito a fazê-lo, sim?”



Eu o puxei pela mão, até sentarmos no sofá. Edward distribuía sorrisos para Thony e, em uma voz entoada e quase de criança mimada, ele contava o que tinha feito durante o dia. “O pai teve um dia ruim, bebê. Muita correria, mas deu tudo certo. Agora eu estou aqui, com vocês.”



A fala me fez sorrir e beijá-lo na bochecha. “Nenhum machucado feio?”



Ganhei um roçar de dedos em minha palma. “Nem mesmo um arranhão.” Edward sorriu ao falar, orgulhoso pelo feito.



Levei minha atenção para Thony e seus olhinhos curiosos. Perguntei-me se ele teria olhos cinza para sempre, pois a cor não mudava. Alternei um olhar entre ele e Edward, no fim, eu sorri. “Ele está cada dia mais espertinho, já percebeu que o pescoço está mais duro, Thony está crescendo, Edward.”



“Isso te assusta?” A pergunta saiu sem aviso, Edward brincou com meus dedos, mas não me olhou. “Eu me sinto feliz por cada coisa que ele descobre e aprende.”



“Oh, sim. Eu também fico orgulhosa, ele será um ótimo garoto, mas é estranho saber que, daqui um tempo, ele não vai mais precisar de mim.” Confidenciei em tom baixíssimo, as palavras simplesmente foram jogadas para fora, com elas, o princípio de um choro.



Ouvi uma interjeição de surpresa saindo dos lábios de Edward, ele, prontamente, pegou meus olhos e me lançou um olhar carinhoso. “Os filhos sempre vão precisar das mães.” Ele fez malabarismo, segurou Thony e, com a outra mão, correu minha a linha de minha mandíbula, me dando um sorriso disfarçado. “Você vai ser tão ciumenta!”



Por mania, corei-me de escarlate. Encarei o bebezinho no colo de Edward, mais bonito que nunca em um conjunto verde, era incondicional o que eu sentia por ele. “Sim, eu vou.”



A risada de Edward me contagiou, eu me inclinei para ele e tracei padrões no antebraço, sobre o tecido grosso do uniforme. “Não seremos pais babões, não seremos?”



Edward foi receptivo ao carinho, pois ele me deu um sorriso atrevido. Migrei meu toque para o pescoço descoberto, a barba dava os primeiros indícios de que logo estaria cobrindo toda pele. Sorri e voltei a trabalhar no antebraço, fora imperceptível, mas o músculo contraiu sob meu roçar de dedos.



“Eventualmente, vai ser bom deixá-lo cair, deixar que ele perceba que tudo tem limite, teremos que repreendê-lo, mas, acredite, nós saberemos educá-lo.” Edward falou baixinho, eu o olhei sem saber em qual ponto estávamos.



Ele riu de mim, sem tentar disfarçar. “Sobre sermos pais babões.”



Antes de minha risada histérica, Thony abriu uma seqüência de barulhinhos de manha. Edward balançou-o e, aos poucos, o bebezinho nos deu expressões felizes. “Você é folgado, Thony! Adoro um colo, ficar balançando...” Edward disse na melhor voz arrastada que tinha, ganhando sorrisos meus.



As bochechas gordinhas pediram por minhas mãos, eu acatei meu próprio pedido. “Claro que é folgado, não é, filhote? Diga ao seu pai que você está guardando energias para quando começar a correr e nos dar as primeiras palavras.”



“Sim, filho. Posso te entender agora, mas isso continua fazendo de você um folgado, mas não se preocupe, sua mamãe adora homens preguiçosos.” Edward falou em tom de falsa prepotência e, apenas para me deixar corada e boba, ele piscou para mim.



Eu sorri, sem tirar meus olhos dos dele, colocando muito significado no ato. “Eu gosto.”



Edward não desviou o olhar, o que me deixou feliz. Ele me deu um sorriso incrível e balançou a cabeça, como se quisesse espantar um pensamento que, aparentemente, não parecia ser ruim.



O rostinho de Thony roubou minha atenção, não era sono, mas ele já mostrava sinais de cansaço. Eu me levantei, fazendo Edward repetir a ação. “Anthony cansou de nossas conversas de família.”



Eu peguei a mão de Edward, minhas mãos eram frias perto das dele, mas a diferença era bem vinda. Nós caminhamos pelo corredor, mas não deixei que Edward abrisse a porta de nosso quarto. Eu tirei uma pequena chave do bolso da saia.



“É para vocês dois.” Falei ao entregar a chave solitária a Edward, existia um chaveiro com o nome de Anthony.



Edward me fitou com crescente curiosidade, mil perguntas dançaram no rosto dele, eu tentei responder boa parte delas. “Eu nunca mostrei o quarto a Anthony, você sabe, eu não estava muito bem com isso tudo.” Comecei calmamente, o aperto em minha mão tornou-se forte e encorajador. “Preferi que você fizesse isso por ele, afinal, tudo aí dentro veio de você.”



Eu apenas senti os lábios movendo em minha testa, doce e ternamente e, talvez, tortuosamente. O pequeno beijo me fez queimar, querer ter o meu Edward de volta. “Obrigado por isso.” Ele disse em um sussurro. “Eu quero fazer isso com você.”



O barulho do destrancar da porta rompeu com minha confusão interna. Eu entrei no quarto azul, tudo estava no mesmo lugar, apenas esperando o dono de tudo aquilo. A mão de Edward não saia da minha, nossos passos eram cadenciados e silenciosos.



“Thony, eu fiz pensando em você.” Edward falou sobre o rostinho de nosso bebezinho meio sonolento. “Espero que goste, tem música, um pouquinho de cor...”



O berço, no centro do quarto, estava intocado, com os mesmos lençóis brancos. Era de partir o coração, mas eu sabia que lá era o lugar de Thony. Sentindo um vazio absurdo, encarei o rostinho de Thony, ele estava perto de dormir. “Vou deixá-lo dormir aqui.”



“Bella, não precisa fazer isto.” Edward me repreendeu, mas sem tom ofensivo. “Ele fica bem ao seu lado.”



Deixei que minha mão subisse para o rosto dele, acaricie-o nas bochechas e perto dos olhos. “Eu estou certa sobre isso.” A voz saiu baixa, mas com a firmeza que queria. “Vai ser bom para todos nós.”



Eu peguei Thony dos braços dele, ninei-o com todo o amor que existia dentro de mim. “Vou sentir sua falta, Anthony.” Sussurrei para ele, incapaz de tirar meus olhos dos olhinhos pesados por causa do sono, eu o beijei na testa. “Amo você. Sonhe com os anjos.”



Edward derramou palavras doces para Thony, os beijos nas mãos se estenderam por minutos. Eu os olhei, feliz por ter-lhes para mim. Nós dois paramos em frente ao berço, Edward circulou minha cintura e eu descansei meu rosto no ombro dele. Senti a tradicional ardência em meus olhos, mas não me permiti chorar. Aquele só era mais um passo que Thony estava dando.



Anthony dormiu sem qualquer dificuldade, ele, com toda fofura que existia, nos presenteava com beicinhos e caretinhas engraçadas. Eu sorria para ele, mas meus olhos estavam em Edward.



Ele também sorriu, também com os olhos. “Obrigado por ele, eu nunca serei capaz de te recompensar.”



Deixei que meu subconsciente registrasse cada palavra, eu enlacei nossas mãos, quase as fundindo. “Eu não o fiz sozinha.” Falei baixo, entre um sorriso envergonhado. “Apenas nos faça feliz, desse jeito, você estará me recompensando a cada dia.”



Edward não piscou durante meu discurso. Ele, no auge da delicadeza, me colocou sobre os próprios pés, causando dois risinhos baixos, aquele gesto era tão Edward. As mãos fortes me seguraram pela cintura e as minhas descansaram no peito dele. Ele nos levou com demasiada lentidão para a sala, no caminho, Edward apenas sorria, me deixando miseravelmente deslumbrada.



Quando os passos cessaram, procurei boas palavras, mas elas não existiam. Eu encarei os olhos verdes, tudo ali era vivo e quente. Edward estava em um transe qualquer, mas, a cada segundo, o rosto bonito estava mais perto do meu.



Minha respiração saiu cortava e tudo piorou quando ele, maliciosamente, me deu uma prévia do hálito fresco. “Senti sua falta.”



Meu corpo tremeu, do melhor jeito possível; eu mirei nos olhos cerrados de Edward, tanto a ele total consentimento sobre qualquer coisa. Ele sorriu de lado e intensificou o aperto em minha cintura, levando meu corpo para mais perto do dele.



Sem saber o que fazer, eu levei minhas mãos para o rosto dele, traçando os contornos perfeitos e dizendo, com os carinhos, que eu também tinha sentido a ausência dele, que nada era pior que tê-lo longe.



Edward inclinou o rosto para mim, com uma lentidão proposital, aquilo só poderia ser classificado como tortura, pois ele sabia que cada célula minha queria aquele beijo. Ele levou as mãos para meu rosto, segurando-o com firmeza e me olhou. Eu me derreti, pois Edward, com os lábios erguidos e olhar quente, só estava dizendo que me beijaria, do jeito dele, com a demora que nós apreciávamos.



Eu sorri, incentivando-o a colocar em prática as intenções que ele tinha. Edward também sorriu e tornou a distância entre nossos lábios nula. A sensação era de êxtase, pois os lábios estavam úmidos macios. Ele me agarrou pela cintura e levou outra mão para minha nuca, mantendo-me presa aos carinhos dele.



Meu lábio inferior recebia mordidinhas tímidas, Edward me explorava com cuidado, mas era fácil sentir a malícia saindo de cada toque. Eu fazia o mesmo com o lábio superior dele, trazendo o corpo másculo para mim, até senti-lo contra cada parte minha.



Ninguém lutava pelo domínio, eu estava rendida a Edward e ele a mim. O beijo aprofundou aos poucos, eu parti meus lábios para receber a língua morna de Edward. O frenesi correu por minha espinha, o contato foi quente e demorado. Apenas para atiçá-lo, mordi-lhe a ponta da língua, com toda a vontade que me consumia.



Edward sorriu no meio do beijo e me deu um olhar atrevido, depois, ele pegou meus lábios com os dentes, ganhando um gemido baixo e arrastado. Eu corei, mas fiz o mesmo com ele. Edward e eu éramos bons em provocações. Eu só pararia quando tivesse o gemido dele.



E ele veio acompanhando de um toque firme em minha cintura. Edward trilhou beijos até minha orelha, lançando respirações quentes e frias contra minha pele. “Isso é jogo sujo.”



A voz arrastada e cheia de provação causou uma série de tremores, eu busquei firmeza nos ombros dele, aproveitando para tocá-lo no pescoço. “Eu sei que você gosta.”



Recebi uma risada baixa e, antes que eu percebesse, os lábios já estavam perto de minha boca. Edward me deu uma mordida forte, que me fez abrir os lábios, dessa vez, a língua serpenteou contra a minha. O beijo tornou-se molhado e sensual, a língua batia na minha, simulando gestos obscenos. Meu corpo virou gosma no instante em que Edward desceu a mão para o meu quadril, indo, libidinosamente, para minha bunda.



Ele me apalpou sem delicadeza, pois sabia que eu amava muito aquele tipo de toque. Meu corpo arqueou e minha resposta foi infiltrar minhas mãos nos cabelos indisciplinados, eu os puxava sem pudor. Edward sorria em minha boca e massageava minha carne. Eu estava a um passo de me esfregar nele.



Edward se tornara bons em ler os sinais, ele deu passos até o sofá, sem tirar os lábios dos meus. Ganhei um beijo doce e calmo ajuntado de um sorriso grande, Edward não disse nada, mas sentou-se e eu me aninhei nele, não era a melhor posição, todavia, me dava espaço para explorar o pescoço dele.



Sendo mais rápido, Edward tomou meus lábios, brincando com minha língua e enrolando meus cabelos. Ele me deu um sorriso completo e me beijou até alcançar minha orelha, meu lóbulo recebeu um par de mordidas e sugadas. “Eu te amo.”



A simples e verdadeira declaração me roubou um sorriso igualmente sincero. Eu, em resposta, o beijei e acarinhei-o no pescoço, dando beijos de boca aberta, depositando muito em cada toque. “Amo você também.”



Deixei que minhas mãos corressem pelos braços fortes, por vezes, meus toques faziam Edward tremer. Eu sorria internamente e levava meus dedos para dentro da camisa dele, os carinhos estendiam para a barriga e para as costas, cada músculo retesava ao primeiro roçar de pele com pele.



Edward, com uma pontada de dúvida, desceu os lábios para minha clavícula. Ele me dava beijos molhados e leves mordidas, meu corpo respondia ao dele com pequenos espasmos e com uma, crescente e tímida, excitação. Eu me movi no colo dele, Edward era um homem esperto e me deixou longe do quadril dele, mas minhas mãos trilharam até a parte baixa da barriga tonificada, meus dedos dançaram sobre o zíper da calça e eu ofeguei ao sentir a ereção descarada pulsando sob meu toque.



Meu gemido saiu estrangulado, mas não ousei tirar minha mão da região, eu não estava certa sobre fazer qualquer coisa para aliviá-lo, eu sabia que Edward estava ciente de minha indecisão, ele, por outro lado, apenas sorriu e me beijou mais, sem qualquer pedido de recompensa.



Os beijos que estavam em minha clavícula, desceram para o topo de meus peitos, as mãos que estavam em minha cintura, subiram para abrir os três primeiros botões de minha camisa. Os olhos de Edward estavam nos meus, mas ele não teve dificuldade em se livrar dos botões.



A exposição me fazia corar, mas também me fazia sentir nas nuvens. Edward sabia exatamente como me fazer sentir desejada. Os beijos eram tímidos no topo de meus peitos e na curva que eles faziam. Edward e eu sabíamos que não iríamos longe demais, nós dois estávamos carentes e só precisávamos de carinho e intimidade.



Edward correu os lábios por cima do sutiã dois números maiores que o normal. Eu amava vê-lo me beijando, os lábios faziam um biquinho pervertido e as mãos faziam minha pele queimar. Eu estava totalmente entregue e minha excitação crescia aos poucos, tornando minha entrada ligeiramente úmida.



Quando os beijos tornaram quentes demais, eu gemi e, para o meu constrangimento eterno, meu peito enguiçou um pouco de leite, manchando minha camisa. Edward apenas continuou me acariciando com os lábios, alheio a qualquer coisa.



“Edward?” Chamei-o em minha melhor voz envergonhada. “Não olhe para baixo.”



Se fosse qualquer outro homem, teria feito o contrário, teria encarado meus peitos, mas como era o meu Edward, ele procurou meus olhos, externando dúvida e culpa. “Está tudo certo, baby?”



Eu quase sorri para ele. “Não olhe para baixo, eu preciso de um segundo.”



Edward fechou os olhos e me deu licença, eu corri para o quarto, praguejando meio mundo. Puxei a camisa para fora de meu corpo, as duas manchas eram grandes, o sutiã também estava molhado e eu decidi por um banho.



Ainda enrolada na toalha, procurei algo para vestir. Teria que ser preto ou branco, optei pela camisa branca e velha, o meu short de pijama não escondia minhas coxas, mas não me preocupei. Eu saí de meu quarto, estranhei não ter Edward parado na porta.



Ele estava na mesma posição, o semblante beirava a curiosidade. Quando entrei no campo de visão, ganhei um sorriso aberto e um tanto infantil.



Retribuí o cumprimento, sem qualquer convite, sentei-me nas coxas dele. “Meus peitos costumam vazar, desculpe.”



Edward não foi discreto ao olhar para meu peito, ele estacionou a mão em minha cintura, ainda sorrindo. “Lógico que vazam, olhe o tamanho deles! Estão enormes!” Edward com uma diversão contagiante, me fazendo sorrir. “Eu gosto deles assim.”



Beijei-o na bochecha, levando meus lábios para a boca dele. “Fique aqui comigo?”



A surpresa atravessou o rosto de Edward. Beijei-o mais vezes, tentando tirar proveito da situação. “Eu não gosto de dormir sozinha, o seu lado da cama está vazio.”



Ele sorriu e aceitou meu beijo, mas o contato durou pouco tempo. “Está me aceitando de volta?”



“Sim.” Falei no ápice de minha sinceridade e anseio. “Eu quero você ao meu lado,sempre.”



Edward ergueu meu rosto, tendo meus olhos nos dele. Existia a corrente de sempre, que me não me fazia desviar o olhar. “Ainda é minha noiva?”



A pergunta fez meus lábios subirem em um sorriso aberto, eu ainda entenderia a fixação que Edward tinha pelo casamento. “Eu ainda sou sua noiva e nós ainda temos uma casa em Chicago.”



A última parte trouxe o brilho descomunal aos olhos dele. Edward selou nossos lábios. “Quer ir mesmo para lá?”



Deixei-me ser beijada por uma fração de tempo. “Claro que quero, estou ansiosa para conhecer nossa casa.”



Ele sorriu próximo de meu rosto e afagou minhas bochechas quentes. “Te amo.”



Sussurrei o mesmo para ele, tirei-nos do sofá, guiando-nos para o quarto. Edward parou ao meu lado, meio hesitante. “Preciso de um banho e escovar meus dentes.”



“Suas coisas estão no mesmo lugar, te espero na cama.” Falei antes de empurrá-lo para o banheiro. Ajeitei os travesseiros e o cheirinho de Thony me preencheu, como boa mãe ciumenta que era, eu corri para o quarto azul.



Entrei nas pontas dos pés, caminhei até o berço. Anthony estava quietinho, com uma respiração agitada, mas ele era sempre assim. Não o toquei, mas lancei o meu mais doce olhar para ele. A resposta foi um beicinho adorável, cheio de sentimento mútuo.



Eu voltei para meu quarto, deitei-me a espera de Edward. Ele saiu do banheiro, absolutamente provocativo na calça de moletom e com o tronco descoberto. Meu sorriso saiu trêmulo e, talvez, acompanhado por alguns ofegos.



Edward sabia me afetar, ele deitou-se ao meu lado, mas rolou até colar o peito em minhas costas. “Está gostoso assim?” A voz soou perto de minha orelha, os lábios correram a região, até distribuírem beijos em minha nuca.



Era de outro mundo senti-lo tão perto, quase uma prolongação de meu corpo. Eu me movi contra ele, mostrando o quanto eu gostava da proximidade. “Uhum.”



Ganhei uma mordidinha de leve, os pelinhos de minha nuca se eriçaram e eu corei, mas Edward abriu certa distância entre nossos corpos. “Eu não estou com pressa, tá? Só gosto de te provocar.”



Eu entendi o ponto, aquilo era sobre nossa intimidade reconquistada. Edward e eu não tínhamos problemas em discuti-la, então me virei para ele, a fim de esclarecer as dúvidas e os medos.



“Eu posso ser um pouco lenta, sim?” Avisei-lhe. “Não estou muito certa sobre meu corpo e ainda tem Thony, eu quero dar toda atenção possível.”



“Bella, minha linda, não se preocupe.” Edward sussurrou para mim e me beijou na testa. “A gente pode ir com calma, é gostoso te provocar, ficar nos beijos, sentir seu toque. Tudo que vem de você me agrada.”



“Prometo ser atenciosa com você, Edward.” Falei com uma pitada de diversão. “Não darei motivos para você procurar prazer em outra.”



Ele sorriu, como um moleque petulante. “Não há mulher mais quente que você, Bella.”



“Oh, sério?” Perguntei com falsa dúvida. “Então você não procurou nenhum buraco quente e molhado para se enterrar nessas semanas?”



A risada de Edward ecoou no quarto, ele brincou com meus cabelos, enrolando-os nos dedos. “Você é engraçada.” Ele disse e aproximou nossas testas. “Eu tive preocupações maiores.”



Implicitamente, ele estava falando sobre mim e Thony, eu o abracei, decidida a recompensar tudo o que ele fizera por mim e por nosso filho. “Eu nunca te agradeci por você ter me ajudado a dar a luz a Thony, eu não sei o que seria de mim sem suas palavras, obrigada de verdade.”



Ele me abraçou mais forte, o gesto era estritamente carinhoso. “Não havia como eu não estar ao seu lado, baby. Você me deu o melhor momento de minha vida.”



“Obrigado por ter sido paciente comigo, por ter aguentado minha estupidez, minha infantilidade.” Confessei por fim, antes de bocejar.



Edward afagou meu rosto, beijando-me no processo. “Não se culpe.”



Sorri em agradecimento, aconcheguei-me nos braços dele, com meu rosto sobre o peito esculpido. O coração batia regularmente abaixo de meu ouvido, eu tracei padrões curtos na pele que recobria a região.



“Seu coração está tranqüilo.” Falei baixinho, quase dormindo. “É música para mim.”



Edward brincou com meus cabelos e também bocejou, ele me abraçou e jogou minhas pernas por cima do quadril dele, o hábito de todas as noites. “Cuide dele, sim? Ele é seu.”



“Uh?” Soltei em dúvida, incapaz de compreender a fala, talvez fosse o sono.



Ele sorriu baixinho, ganhei um beijo em meu pulso. Eu estava muito perto de dormir, mas consegui ouvi a voz rouca rompendo o silêncio do quarto. “Meu coração é seu, cuide dele.”



Permiti-me sorrir de canto a canto, deixei um beijo tímido no peito dele. “Sempre.” Falei baixinho, mas sendo invadida por uma felicidade desconhecida. Edward era meu e eu não sabia o que fazer com tanta felicidade e sorte, decidi não guardá-la apenas para mim. “Você está sentindo o que eu estou sentindo?”



Edward moveu-se minimamente e colocou a mão sobre o meu coração, traçando minha pele com as pontas dos dedos. “Claro que sim, eu também te amo, Bella.”



Mesmo no escuro, peguei os olhos verdes e lá estavam todas as respostas. As emoções dançavam no verde claro, o amor despontou sobre todas as outras. Eu sorri, feliz em saber que estávamos juntos de novo naquela avalanche de sentimentos. Um segurando a mão do outro, nenhum passo atrás ou à frente. Era um jogo de espera e doação e, para nossa sorte, nós éramos bons naquilo e os dois estavam dispostos a se entregarem, mais uma vez.



Continua...


3 comentários:

Val RIBEIRO disse...

que bom tudo na paz agora....na hora da raiva dizemos coisas pra magoar o outro e acabamos magoados

Unknown disse...

Muito lindo...amei tudo.....O carinho ,o amor e a devoção de um para com o outro.
Sempre amor!!!!

Unknown disse...

Nossa que fofo...lindo.... chorei todas!!!

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