FANFIC - PASSADO DISTORCIDO - EPÍLOGO

Olá Amores!!! Hoje vamos curtir o Epílogo de "Passado Distorcido". Quer acompanhar a história desde o início?Clique aqui.


Um legado deixado em uma carta. Até onde Edward iria para vingar o sofrimento e a morte de Sebastian? Encontrar aquela mulher, Isabella, era o seu objetivo de vida e o destino a entrega de bandeja.

Porém, as verdades absolutas de Edward se rompem quando os caminhos da vida mostram quem é Isabella. E quem Sebastian foi. Afinal, o passado não é, exatamente, aquilo que sempre pareceu ser.


Autora : whatsername
Contato : kellydomingoss (skype)
Classificação : +18
Gêneros: Romance, Universo Alternativo, Hentai, Drama
Avisos: Álcool, Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo




Epílogo - Para não dizer que não falei das flores.





POV Edward



A manhã de outono estava fria, então puxei as cobertas para mim, deixando Bella sem qualquer proteção, eu sorri, pois aquilo era tão corriqueiro entre nós. Moldei nossos corpos, não só para aquecê-la, mas para também ter um pouco de pele com pele.



Ela, ainda dormindo, se aninhou a mim. Meus dedos se fecharam nos cabelos castanhos, em uma tentativa frustrada de cafuné. Quando Bella começou a murmurar coisas desconexas em meu pescoço, soube que ela estava acordando. Eu sorri, ansioso em ter um pouco dos olhos marrons.



“Continue.” Bella sussurrou, a voz saiu embolada e com uma pontada de deleite. “É gostoso ser acordada assim.”



“Bom dia, baby.” Falei baixinho, ganhando, em troca, leves arrepios dela.



Bella sorriu e, um instante mais tarde, abriu os olhos. O marrom estava cheio de brilho e, claro, de sono; sorri para ela, perguntando-me se existia homem mais feliz que eu. Ajeitei-nos na cama, Bella sorriu e puxou os cobertores. “Você ainda vai me deixar morrer congelada!”



Eu toquei os pés gelados e delicados, Bella abraçou minha cintura e correu as mãos por debaixo de meu agasalho. “Você é tão quente, como consegue?”



Sorri contra o rosto dela, minha resposta foi migrar minhas mãos para o quadril convidativo que, infelizmente, estava coberto pelo short de pijama. “Quer dormir mais? Anthony ainda vai demorar a acordar.”


A menção de nosso filho bochechudo fez Bella me dar um olhar doce, puramente maternal. Ela rolou para cima de mim, beijando-me no queixo e bagunçando meu cabelo. “Thony dormiu durante toda noite, nem posso acreditar.”



Deixei que ela me beijasse, Bella me acarinhou na nuca, as unhas curtas levaram tremores para minha espinha, perguntei-me se Bella estava disposta a ter um pouco de prazer matinal. Talvez ela tenha captado meus sinais, Bella me olhou sob os cílios, sorrindo de maneira atrevida. “Não teve o suficiente, amor? Não acha que fizemos muito barulho essa noite?”



Eu sorri como idiota, as palavras de Bella me fizeram beijá-la, nem mesmo o mau hálito me faria parar. Apenas para provocar, mordi-a nos lábios, demorando muito. Movi meu quadril para o dela, mostrando, descaradamente, minha excitação. Bella me deu um ofego baixo e saiu de meu beijo, meio corada e arfante.



“Você acordou tarado!” Ela falou antes de me dar um último beijo. “Vou ver se Thony precisa de mim.”



Não deixei que ela saísse de meus braços, Bella merecia uns minutinhos a mais de descanso. “Ei, deixe comigo, sim?”



Bella abriu a boca para refutar, mas calei-a com meus lábios. “Hoje é domingo, fique o quanto quiser na cama, posso trazer seu café também. Eu cuido de nosso bebê, eu tive muito pouco de Thony essa semana.”



“Obrigado, papai do ano!” Bella disse entre sorrisos abertos. “Quer tentar um pouco de purê de maça com ele?”



Anthony, com cinco meses recém completados, estava descobrindo o quão divertido era levar tudo a boca, desde os pés aos objetos mais impróprios, o controle da TV e os celulares viviam cheios de baba. Ele também estava absurdamente aberto a novos sabores, nosso bebê realmente gostava de sucos e frutas amassadas.



Antes de ir para Thony, preferi estar apresentável para ele. Minha mãe não tinha economizado o meu dinheiro na decoração de nossa casa, pois, agora, Bella e eu tínhamos um closet e uma suíte. A parte da banheira era agradável, pois Bella gostava foder dentro d’água, por outro lado, eu ainda tinha dificuldades elementares em encontrar minhas roupas. Tudo era mais fácil quando elas estavam empilhadas dentro do armário e quando não existiam sapatos de salto para todos os lados.



A imagem de Bella dormindo novamente me fez dar passos curtos e silenciosos. Eu tranquei a porta atrás de mim e caminhei para quarto de Thony. Apesar de maior, o cômodo era idêntico ao de Nova Iorque e, no centro dele, estava o bercinho branco.



Existiam sons baixíssimos, estranhei o fato de Anthony acordar antes das oito, então, para tirar a dúvida, aproximei-me. E lá estava o garoto bochechudo e de cabelos indisciplinados, Thony mantinha os olhos fixos no móbile e no abajur ao lado do berço. Como Bella sempre dizia, era assustador ver muito de mim em nosso filho, o par de olhos verdes estava lá para nos assustar ainda mais.



“Anthony?” Chamei-o baixinho, nada era melhor que vê-lo procurando minha voz, eu, aos poucos, entrei no campo de visão dele e ganhei um rostinho feliz e um sorriso de anjo.



“Bom dia, filhote! Você acordou tão cedo.” Continuei com minha voz baixa, também sorrindo. Anthony, apenas para me alegrar mais, ergueu os bracinhos, pedindo meu colo.



Anthony sabia me amolecer, eu sorri e o peguei, sentindo o calor gostoso e cheiro de bebê. Ele já estava completamente desperto, os olhinhos eram expressivos e Anthony fazia bolinhas com a própria saliva, molhando meu moletom.



Eu o troquei sem dificuldades, Thony era um bebê calmo e sorridente, o pequeno coelho de pelúcia era uma ótima distração para os primeiros sinais de irritação. O macacão azul clarinho era uma graça, mas como era domingo, meu filho merecia roupas mais bonitas.



“Thony, daqui a pouco vai ter neve, sua mãe adora, tenho certeza que você vai gostar também.” Falei enquanto o vestia com o suéter vermelho, a calça de moletom cinza pareceu combinar com o agasalho.



Com Thony no colo e com o coelho de pelúcia na mão, desci as escadas. Era estranho ter tanto espaço, Bella e eu estávamos acostumados com um apartamento de dois quartos e, agora, nós tínhamos não sei quantos cômodos. Nós tínhamos uma casa e eu filho e, de algum modo, aquilo era tudo o que precisávamos.



O carrinho de Anthony estava na sala, eu o coloquei sentado, as almofadas conferiram apoio à cabecinha dele. Eu nos levei para a cozinha, Anthony detestava ficar ocioso, então coloquei o coelho no colo dele, sabendo que aquilo era pouco, peguei copos de plásticos também.



Eu me lembrava do purê de maças. Peguei as frutas e tudo o que eu precisava para fazer o café meu e de Bella. Dei uma olhada para Anthony e sorri ao vê-lo mordendo a borda do copo. “Bebê, você é tão inteligente! Só pode ter puxado sua mãe.”



Minha voz causou uma gargalhada em Thony, por um breve instante, ignorei as maças e o liquidificador, eu queria ficar o resto do dia vendo Anthony sorrir. Não era uma risada contida, era cheia de barulhinhos e olhos felizes.



Anthony também se cansava rápido, morder a borda do copo já não era tão interessante, então, o bebezinho esperto jogou o copo não chão. Anthony também era um garoto autocentrado, pois morria de rir das coisas que ele fazia.



O barulho do liquidificador não o assustava, Anthony mantinha os olhos no chão, segui o olhar e percebi que ele sentia falta do copo. “Esse copo é tão legal assim, filhote?”



Entreguei o recipiente nas mãos dele, mas, quando eu voltei a me dedicar em meu café da manhã, ouvi o barulho do plástico tocando o piso branco. “Oh, certo! Está querendo brincar, não é, bebê?”



No mundinho de Thony, a coisa mais divertida era ver qualquer pessoa pegando as coisas que ele jogava no chão. Eu peguei o copo e entreguei a ele. “O pai está tentando fazer sua comida, filhote.”



Dessa vez, Thony jogou o copo longe, roubando risadas minhas. “Qual é a graça em fazer o papai de bobo? Eu quero ver quando você tiver que guardar seus brinquedos.”



“Vocês são engraçados!” Bella disse atrás de mim, abraçando minha cintura. “Está tudo certo?”



Dei espaço para ela, Bella estava com os cabelos presos no alto e dentro de um jeans justo demais, revelando-me as curvas que eu gostava. O suéter também era vermelho e os peitos dela saltariam a qualquer momento. Eu tinha certeza que Bella vira meu olhar indiscreto, ela sorriu e ergueu os pés, até estar na altura de meu rosto.



Uma lufada de ar bateu contra minha pele, depois, um beijo curto fora depositado em meus lábios. “Você continua tarado esta manhã.”



Ela não me deu direito de resposta, Bella deu total atenção a Thony, o bebezinho ergueu os braços para Bella, existia um semblante feliz no rosto dele. “Bom dia, amorzinho!” Bella o beijou nas bochechas e bateu o nariz no nariz pequeno de Thony. “Dormiu bem, filhinho? Está tão frio, não está? Olhe, estamos usando a mesma cor hoje.”



O discurso animado de Bella fez Thony emitir um barulho engraçado, algo perto de um ba, ele, ultimamente, estava se dedicando a nos dar sons de consoantes e eles vinham, por vezes, acompanhados de gestos com as mãozinhas.



Bella estacionou ao meu lado, observando minhas manobras com a faca. “Nós vamos almoçar com seus pais? Vou fazer alguma coisa para levarmos.”



Acariciei-a na bochecha e, depois, imitei o ato em Thony. “Isso seria bom, Anthony precisa sair de casa, daqui a pouco vai ter neve, não é justo ele ficar preso aqui.”



Minhas palavras fizeram sentido, pois Bella concordou e levou nosso café para a mesa. Dirigi o carrinho de Thony até ele estar ao lado de minha cadeira. “Vamos lá, filhote? Comer um pouco de maça?”



A bagunça era inevitável, nem mesmo o babador era páreo para a pasta doce. Anthony comia com preguiça, mas também não rejeitava. Quando pouca quantidade restou na tigelinha, decidi que ele já estava satisfeito. Bella sorriu e limpou a boca e as bochechas de Thony.



“Você realmente está abandonando o leite da mamãe, bebê? Eu não posso acreditar!” Bella falou efusivamente, nosso filho, em resposta, abriu um sorrisinho pequeno e uma seqüência de gritinhos.



Depois de terminar o café, peguei Thony e o coelho de pelúcia. “Filho, o que pensa sobre apelidar seu bichinho? Ele seria mais feliz se tivesse um nome.” Falei com uma voz entoada demais, perguntei-me se eu estava exigindo muito para um bebê de cinco meses.



Anthony, pelo jeito, gostava de nossas conversas, pois ele me dava gritinhos e sorrisos fáceis. Eu me sentei no sofá, rodeado por bloquinhos grandes e coloridos. Bella sentou-se ao meu lado, ainda com um copo de suco na mão.



Ela deitou a cabeça em meus ombros e eu afundei meu nariz nos cabelos castanhos. Bella sorriu timidamente e pousou a mão em meu joelho, mas ela carregava um sorriso bonito direcionado a Thony. “Ele cresceu tanto, já tenta falar, fica sorrindo toda hora...”



Delicadamente, escovei meus lábios nos cabelos de Bella, ela ergueu o rosto para o meu. Nossos olhares se cruzaram e ela sorriu, meio envergonhada. “Você deve ficar irritado comigo, não é? Anthony aprende tudo tão rápido que me assusta.”



Eu a beijei superficialmente, Bella assustou-se com meu ato, mas não me impediu. Anthony, em meu colo, deu um gritinho e puxou minha camisa a aquilo me fez sorrir. “Bella, nosso filho só é espertinho, isso é bom.”



Bella infiltrou os dedos em meus cabelos, sem puxar, apenas correndo os dedos. “Sim, isso é bom.” Ela repetiu minhas palavras e pegou Anthony, erguendo-o no alto e ganhando uma gargalhada contagiante.



“Eu te amo tanto, filhote!” Bella falou pertinho do rosto de Anthony, os cílios longos e escuros bateram perto dos olhos verdes. “E há como não amar um bebê tão bonito e inteligente?” Ela terminou com mais animação ainda, bicando os lábios pequeninos de Thony.



Os olhinhos de Anthony correram para mim, eu sorri e repeti o ato, Bella bagunçou ainda mais meus cabelos e saiu do sofá. “Bebezinho, fique com seu pai, sim? Vou fazer doces para seus avôs.”



Antes que Bella saísse, peguei Thony dos braços dela. Eu o fitei, encantado com tanta agitação. “Nós vamos brincar agora, não é, filhote?” Coloquei-o no chão, em cima do tapete limpo, joguei os bloquinhos coloridos para ele.



Anthony ainda estava preguiçoso com a parte de ficar sentado, mas ele era, de fato, bom em rolar e arrastar. Não que eu fosse um pai chato, mas joguei os bloquinhos para longe, apenas para ele tentar alcançar. Sorri para a determinação dele, pois Anthony se esforçou para pegar o bloquinho vermelho, mas, como ele também era um bebê preguiçoso, ele parou na metade do caminho.



Dei-lhe meu melhor sorriso de incentivo quando ele mirou meus olhos. “Nada mal, eim, filhote?” Falei quase cantando. Sem ele perceber, coloquei o bloquinho vermelho a um palmo das mãozinhas dele. Eu não pude descrever o quão grande foi o sorriso desdentado que Anthony me deu ao pegar o bloquinho com as mãos.



Ele vocalizou qualquer coisa, os lábios fizeram um beicinho fofo e Anthony abriu os olhos em surpresa, o verde clarinho era como um farol em noite escura. Contagiado, me sentei com ele no chão, abri meus braços e Anthony fez o mesmo. “Venha no colo do pai, bebê!”



Meu colo não parecia ser a coisa mais legal do mundo, Anthony levou o pé à boca, eu não consegui parar de sorrir para a agilidade dele. Bella caminhou para nós, segurando uma colher suja de chocolate.



“Bebê, você está tão risonho!” Bella enrolou os cabelos de Anthony e o beijou na bochecha. “O que te deixa tão feliz assim?”



Eu a puxei para o meu colo, Bella caiu com o rosto perto do meu e foi inevitável não roubar-lhe um beijo. O doce do chocolate me fez aprofundar, minha língua provocou a dela, mas não aprofundamos, o gritinho de Thony soou ao meu lado, estridente e feliz. “Ele tem uma mamãe linda e doce, como não ser feliz com você ao lado, Bella?”



Bella correu os dedos por meus lábios e sorriu. “Amo você, Edward.” Ela disse baixinho perto de meu ouvido. “Estou fazendo torta gelada, o que pensar sobre?”



“Você está guardando essas receitas?” Perguntei, procurando os olhos marrons, Bella acenou positivamente, ainda segurando meu olhar. “Sua loja de doces ainda existe em seus projetos, estou certo?”



Minha pergunta a fez ponderar, Bella abriu um sorriso minúsculo. Eu me perdi na beleza do rosto delicado, poderia passar anos, mas ela sempre teria aquele efeito hipnotizador sobre mim. Bella, tirando-me de meu transe, me beijou.



“Uh, claro que existe! Não tenho pressa, posso esperar Anthony crescer um pouco, eu não conseguiria ficar longe dele.” Bella disse ainda com os lábios sobre os meus, o contato era íntimo e doce.



Beijei-a mais, disposto a ter os ofegos dela. Bella me aceitou entre sorrisos, ela entreabriu os lábios, me convidando. Nossas línguas se uniram e embolaram e, rapidamente, minha mão foi para a base da coluna dela. Eu diminuí o ritmo do beijo, mordendo e sugando os lábios vermelhos.



“Amor?” Ela me chamou baixinho, selando nossos lábios úmidos. “Você ainda vai me deixar louca.”



Minha risada foi alta, eu a apertei nas coxas cobertas pelo jeans escuro. “Esse é o propósito, linda.”



O gritinho de Thony roubou nossas atenções, ele gesticulou e pediu o colo de Bella. “Anthony, está com ciúmes, bebê?” Bella perguntou enquanto escovava os dedos na bochecha dele. “A mamãe sabe amar todo mundo, sim? Não precisa ficar enciumado.”



Anthony fez um biquinho, Bella não hesitou em pega-lo no colo. “Cansou do papai, bebê? Quer ver a mamãe cozinhar?”



Bella o colocou no carrinho e os levou para a cozinha. Eu puxei uma cadeira para mim e me permiti levar todos os meus olhares para Bella. Ela era linda. O tédio não existia quando eu a olhava.



Os olhos marrons piscaram ao se encontrarem com os meus. “Pare de olhar desse jeito!”



“Não posso te admirar?” Devolvi sorrindo, levando o rubor para as bochechas dela.



O rosto ficava mais bonito quando tingido de vermelho, eu me levantei e distribuí beijos na face corada e quente. “Você já deveria ter se acostumado, eu amo ter meus olhos em você.”



Recebi um carinho em meu queixo. “A torta só precisa gelar, vou me arrumar para irmos ver seus pais. Está muito frio para eu dar banho em Thony.”



Encarei o bebê sentado no carrinho, ele nos observava e dava gritinhos. “Você pode querer um gorro e um par de meias, não é, Thony?”



Bella nos levou para as escadas, eu subi os degraus segurando Anthony e enfeitiçado pelo balançar do quadril em minha frente, mantive minhas mãos para mim, porque, se não, eu não demoraria dois segundos para apalpar a bunda de Bella.



Eu peguei o primeiro gorro que vi, era de lã e tampava as orelhinhas de Thony. Antes mesmo eu colocar o adereço sobre os cabelos loiros, Anthony deu espasmos, sinalizando que não gostara da novidade.



“Filho, eu ainda sei o que é bom para você, sim?” Falei baixinho, beijando-o na testa e colocando o gorro nele. “Lá fora está frio, Bella e eu não queremos que você fique doente.”



Minha explicação não surtiu efeito, Thony fez um barulho de protesto. “Uh, venha ver como você fica bonito.”



Espelhos também era a nova paixão de meu filho, levei-o para o meu quarto. Bella trocara de roupas e, agora, estava com uma blusa de manga longa, o tom era perto de um azul açucarado e a calça era justa demais, mas nada estava fora do lugar, eu, com certeza, estava babando por ela.



“Por que meu garotinho está mal humorado?” Bella perguntou a Thony, fazendo graça para ele sorrir.



Guiei-nos para o banheiro. O espelho era grande e dava uma visão de corpo inteiro, Bella me abraçou pela cintura e sorriu para o nosso reflexo. Anthony sorria para a imagem dele no espelho, eu balancei as orelhas do gorro, ganhando a atenção de Thony. “Está vendo, filhote? Você está uma graça, sua avó vai pirar quando te ver.”



Bella beijou as mãozinhas de Thony e pegou as minhas. “Vamos?”



Foi eufemismo dizer que estava apenas frio, estava úmido e com ventania também. Nós estávamos na cidade dos ventos, então aquilo não era novidade. Eu me descobri um ótimo piloto de carrinhos de bebês, Anthony adorava sair de casa e observar o movimento das ruas, ele também apreciava os mil brinquedos que dividiam espaço com ele.



Uma rajada de ar rompeu contra nós, Bella apertou o enlace de nossas mãos e fez uma careta de desgosto. “Para que tanto frio?”



Eu a puxei para mim, colando nossas laterais. “É para você e eu ficarmos debaixo dos cobertores, fazendo aquilo o que a gente faz muito bem.”



Fora imperceptível, mas Bella deixou escapar um ofego. Ela me olhou sob os cílios, com o rosto todo corado, mas meus olhos não perderam a malícia despontando nos traços bonitos. “Amor, você está me confundindo, o que nós fazemos tão bem?”



E ela também sabia ser malvada com as palavras, eu sorri e deixei minha melhor piscadela. “Eu vou te mostrar na primeira oportunidade.”



Ela bateu o quadril no meu e sorriu, as ruginhas foram tímidas perto dos olhos. “Convencido!”



Deixei-a sem resposta, a casa de meus pais não estava tão longe. Dei uma olhada em Thony, ele observada tudo, com os grandes olhos verdes varrendo cada detalhe. Bella balançou um chocalho para ele, o barulho estridente despertou a curiosidade de Anthony.



A única coisa que eu não sabia sobre carrinhos de bebê era como subir degraus. Bella pegou Anthony nos braços e eu joguei o carrinho para dentro da sala de meus pais. Talvez eu fosse uma pessoa sem educação, pois não bati na porta, mas, de qualquer modo, aquela casa ainda era minha.



Minha mãe, que estava fazendo qualquer coisa na cozinha, olhou para nós e abriu um sorriso incrível. “Oh, Deus! Meu neto consegue ficar mais fofo a cada dia.”



Bella abriu um sorriso incrível também. “Meu filho vai ficar pior que o pai se continuar recebendo tantos elogios.”



Esme beijou a bochecha de Bella e me abraçou. “O almoço está quase pronto, Carlisle deve estar em algum lugar do jardim.”



“Eu trouxe torta de brigadeiro.” Bella disse enquanto tirava a mão de Thony dos cabelos dela. Eu sorri e tirei as mãozinhas dele dos cabelos castanhos. “Bebê, isso dói, sim?”



Quando meu pai entrou pela porta da cozinha, Thony soltou um gritinho feliz e uma gargalhada. Carlisle fez o mesmo, ele caminhou para nós, mas só tinha atenção para o bebezinho de risada contagiante. “Garoto, como consegue ser tão fofo?”



Eu não me importava muito com o fato de meus pais estragarem Thony, os dois viviam com ele no colo e não permitiam nem mesmo o início de um choro. Anthony, apesar da pouca idade, sabia que conseguia persuadir meus pais. Esme se esquecia da vida quando pegava meu filho, ela fazia careta e falava com voz arrastada, só então percebi que ter um filho em casa era como voltar a ser criança, era o único momento em que se podia ser palhaço sem a menor culpa.



O único choro que ninguém conseguia evitar era o de fome. Continuava sendo baixinho e manhoso, nós tínhamos trazido boas opções para Thony, existia suco de cenoura com laranja e um pouco de pudim de leite.



Depois da bagunça e caretas de desgosto. Bella pegou Anthony, ela sorriu e ele sorriu, então tudo estava dito. “Você quer o leite da mamãe, não é, amorzinho?”



No momento em que nos levantamos para subirmos para o meu quarto, o cachorro hiperativo pulou em minhas pernas, lambendo e abanando rabo. “Ei, campeão!”



Flip continuava com a mesma agitação, as orelhas estavam atentas e dei minha mão para ele lamber. Bella abriu um sorriso feliz. “Ele ainda nos reconhece.”



Não que a sensação de uma língua áspera me lambendo fosse boa, mas abaixei-me para estar na altura do cachorro de pelagem amarela. Flip estava realmente ambientado com a casa de meus pais, ele nem mesmo corria atrás de mim quando Bella e eu íamos embora. “Você ainda é o meu cachorro, certo?”



Bella gargalhou ao meu lado. “Por que a gente não o leva conosco?”



A colocação dita em voz animada me fez olhá-la, Bella nunca tinha exposto tal interesse, mas parecia certo fazê-lo. “E Anthony?”



“Uh, os dois vão se acostumar. Se o seu cachorro machucar nosso filho, eu o castro.” Bella falou em tom de ameaça, mas também afagou o cachorro com as mãos.



“Campeão, você vai para casa conosco, sim? Está vendo esse bebê gorducho? Pois é, ele é meu filho, então nada de machucá-lo, certo?” Expliquei-lhe com voz firme, contrariando minhas vontades, ele latiu e pulou em mim.



Anthony esqueceu a fome, pois nada era mais divertido que ouvi Flip-flop latindo. Ele sorria e vocalizava barulhos alegres. Peguei Thony em meu colo, com cuidado de outro mundo, levei a mãozinha dele para o dorso de Flip. “Filhote, esse é o nosso cachorro, tá?”



Bella também se agachou, brincando com as orelhas de Flip. “Cãozinho, eu gosto de você, mas, por favor, seja doce com Thony, sim? Meu filho não é um cachorro, ele nem engatinha ainda.”



Antes que aquele discurso confundisse a minha cabeça, decidi encerrá-lo. “Anthony está com fome, quer amamentar lá em cima?”



“Pode ser.” Bella falou rapidamente, ela lavou as mãos na cozinha e pegou Anthony no colo.



“Eu preciso mostrar uma coisa a vocês.” A voz de minha mãe soou perto de nós, Bella arqueou a sobrancelha, eu também estava da mesma forma, completamente curioso.



Esme caminhou em nossa frente, em direção à escada. “É aqui em cima, espero que gostem, fiz pensando em vocês dois.”



A fala longa não tirou metade de minha curiosidade. Meu quarto continuava sendo o último do corredor, bem ao lado, estava a porta do quarto de Sebastian, eu aprendera não me afetar mais com aquilo. Minha mãe descansou a mão sobre a maçaneta, deixando-me confuso.



Com certeza, ela percebera minha inquietude, pois o toque maternal em minha bochecha me trouxe a calma. “Ainda sente falta de seu piano?”



A menção do instrumento me fez sorrir, se passara muito tempo desde a última vez que eu tocara piano, antes que minha mãe abrisse a porta, segurei na mão de Bella, ela carregava um sorriso engraçado, cheio de curiosidade. Os olhos verdes de Anthony estavam lá, grandes e emoldurados por cílios longos.



Eu não acreditei na cena que se desenhou em minha frente. Minha mãe abriu o quarto com extrema lentidão, não existia atmosfera ruim. Apenas um cômodo absurdamente iluminado e com meu piano velho no centro. Tudo era branco e refletia a luz, eu pisquei de surpresa e, claro, pelo incômodo repentino. Toda via, o quarto era bonito e se me perguntassem onde eu queria estar naquele exato momento, eu responderia com total franqueza que era ali. No quarto branco, com Anthony e Bella.



“Oh, Deus!” Bella exclamou ao meu lado, irradiando felicidade. “É lindo, Edward!”



Trouxe-a para mim, abraçando a cintura delgada. “Não se sente estranha?” Perguntei na defensiva, querendo uma resposta sincera.



Bella não pensou para responder, ela sorriu para mim e me beijou no peito, sobre meu moletom. “Claro que não, estou bem. Muito feliz.”



Meus lábios me moveram sobre os cabelos de Bella e minhas mãos migraram para o pulso dela, traçando o padrão qualquer. “Thony vai gostar de piano, quem toca primeiro? Você ou eu?”



Anthony balbuciou baixinho, ele olhou para mim e eu entendi aquilo como um pedido. “Ok, filhote. Eu vou tocar para você!” Falei no mesmo tom e me surpreendi ao perceber que ele não tirava os olhos de meus lábios se mexendo. “Você está a fim de conversar, não é, Thony?”



Ele balbuciou mais, emitindo uma enxurrada de sons engraçados, Anthony, gostando de nossas reações, nos deu barulhinhos e bolinhas de saliva. “Isso é nojento, filho! Fique apenas com as palavras, sim?” Falei enquanto limpava a boca dele.



“Amor, Thony só está aprendendo.” Bella disse ao meu lado, tirando a baba de minhas mãos. “Amorzinho, peça para o papai tocar para gente. Estou ansiosa para vê-lo fazendo isso.”



Olhei-a de soslaio. “Muito ansiosa, Bella? Não sei lidar com pressão!” Brinquei com ela e me sentei no banquinho, Bella sentou-se em minhas coxas com Anthony no colo.



A sensação era engraçada, eu me sentia enferrujado. Meus dedos se moveram com hesitação, mas sorri ao perceber que a escala musical preencheu o quarto. Quando meus movimentos cessaram, Anthony nos deu um pequeno escândalo, cheio de resmungões de protesto.



“Filho, o papai não pode tocar o dia inteiro!” Bella falou sorrindo e me olhando. “É, eu sei, ele é bom em tudo!”



Não perdi a oportunidade de beijá-la, ela levou a mão para minha nuca e puxou os cabelos da região. “Sou bom em tudo, baby?” Perguntei perto da boca dela, meus olhos se estreitaram e ela mordeu meu lábio.



“Sim, você é. Bom em me fazer feliz.” Ela disse me olhando sob os cílios e, mesmo com os olhos cerrados, eu vi nos olhos de Bella tudo o que eu precisava. A verdade estava em cada fração do marrom chocolate.

(...)

POV Bella



“Alice, estou pensando em ficar loira, o que acha?” Perguntei-lhe enquanto colocava Thony sentado no tapete, ele, com um sorriso engraçadinho, bateu o óculos de Edward no chão.



“Anthony?!” Eu exclamei um pouco mais alto, causando uma careta assustada no bebezinho loiro. Agachei-me e me sentei ao lado dele. “Amorzinho, não é brinquedo, sim? Pegue estes.” Dei-lhe os objetos coloridos e de plástico.



“Bella?” Alice me chamou do outro lado da linha, sem esconder a risada. “O que Anthony fez?”



Eu analisei os óculos de Edward, não estava em estado crítico. “Por que os bebês só brincam com o que não é brinquedo?” Falei para Alice, mas meus olhos correram para Thony, que engatinhava pela sala.



Anthony era único, na falta de outra palavra. Ele me fitou com os grandes olhos verdes e sorriu, mostrando dois dentinhos branquíssimos. Eu sorri também, admirada por eu ter feito um filho tão bonito.



“Uh, onde estávamos? Ah, claro! O que pensa sobre eu ficar loira?” Refiz minha pergunta inicial, olhando para o meu cabelo. Eu realmente estava querendo algum tipo de mudança.



Alice fez um ruído engraçado. “Acho que vai ficar bom.”



Era óbvio que alguma coisa estava errada, Alice nunca me daria aquele tipo de resposta. No mínimo, ela me sugeriria os mil tons que combinavam comigo, perguntei-me o motivo de eu não ter ligado para Jake.



“Alguma coisa errada, Alice?” Fiz a pergunta com receio, em um tom abaixo do normal. “Eu te chateei? Sei que estou meio ausente, mas não é fácil ter um garoto de oito meses pegando em tudo.”



“Oh, Bella.” Alice disse entre fungadas. “Desculpe, não quero ser chata com você. As coisas estão loucas por aqui.”



Aquela ligação estava um degrau acima de estranha, Alice parecia triste e confusa. “Alice, converse comigo, sim?” Pedi em meu melhor tom sincero. “O que há?”



Ela tomou uma respiração longa, o barulho da expiração fez cócegas em meu ouvido. Alice fez uma pausa longa, aproveitei-a para abrir a porta para Flip entrar, o início de noite se aproximara e Edward nunca permitiria que aquele cachorro dormisse no relento.



“Eu me sinto estranha, deslocada e Jasper está sempre me irritando.” Alice soltou baixinho, lutando contra as lágrimas. “Minha cabeça dói e tudo sempre está girando.”



As palavras me deixaram confusa, mas não eram distantes. Encarei Thony engatinhando atrás de Flip, minha risada roubou atenção de Thony, que me olhou e piscou. Eu, em resposta, mandei-lhe um beijo soprado.



“E eu comprei um teste de gravidez, Bella!” A voz de Alice saiu mais alta, capturando toda minha atenção. “Estou esperando dar os cinco minutos.”



E naquelas horas eu me sentia a pessoa mais inarticulada do mundo, procurei palavras em cada pedaço de mim, mas eu nunca conseguiria transmitir a felicidade que me consumia. Eu olhei para Thony, ele brincava amigavelmente com o cachorro amarelo, mas foi impossível não me lembrar de quando ele vivia dentro de mim, sendo uma prolongação minha. Alice merecia aquele sentimento bom.



“Eu estou feliz, Alice! Muito feliz por você.” Falei por fim, me amaldiçoando pelas palavras batidas.



Alice chorou baixinho, levando-me junto. Eu peguei Thony do chão e o sentei no sofá, ao meu lado. Impulsivamente, bati meu nariz no dele, ganhado palavras em um idioma desconhecido. “Já deu o tempo, Alice?”



O silêncio foi dramático, meu alento era a mãozinha de Anthony brincando a minha. Alice gaguejou antes de me responder, eu dei tempo a ela. “Positivo.”



Minhas lágrimas assustaram Anthony, ele abriu uma caretinha e chorou também. “Deus, Alice isso é tão bom! Como se sente?”



“Eu me sinto importante!” Ela falou no meio de uma risada engraçada. “Muito importante, Bella.”



Eu também sorri e peguei Anthony em meu colo, os olhinhos cheios de lágrimas me fitaram e eu sorri, deixando claro que eu estava muito feliz. “Jasper vai ficar tão feliz, não demore a contar a ele.”



“Ele deve está quase chegando, eu não sei como fazer isto.” A voz de Alice passou a ser de dúvida. “Seria bom eu fazer uma surpresa?”



“Você vai saber lidar com isso.” Falei com minha voz mais quente. “Alice, eu não poderia estar mais feliz por você. Não me deixe fora disto, sim?”



E, mesmo sendo por uma ligação, eu senti uma parte do que Alice sentia. Era fácil imaginar a energia que saia dela. “Como te deixar fora, Bella? Você é a única mãe que eu conheço, vou te ligar a cada duas horas.”



“Certo, Alice.” Eu lhe disse entre risadas e lágrimas. “Eu preciso desligar.”



“Bella?” Alice chamou mais alto, com a típica animação. “Não fique loira.”



Minha risada saiu alta, olhei para o meu cabelo e decidi que ele estava bom daquele jeito. Anthony desceu de meu colo e voltou a brincar de encaixar as peças coloridas. “Tchau, futura mamãe.”



No momento em que joguei meu celular para o lado, Anthony pediu minha atenção, ele derrubou a pilha de bloquinhos sobre o tapete, assustando Flip. “Thony?” Chamei-o e nada era melhor que vê-lo me olhando com curiosidade. “A mamãe está tão feliz, vai chegar mais bebê, sabia?”



Os olhinhos verdes piscaram, ele balbuciou e me deu uma peça colorida e grande. “É para eu brincar com você, filho?”



Anthony abriu um sorriso grande, eu me ajeitei ao lado dele e montei uma pilha de blocos verdes. “O papai deve está quase chegando, amorzinho.” Avisei-lhe ao olhar o relógio da sala. Se existia uma premissa que fazia Anthony sorrir, era, com certeza, qualquer uma que envolvesse papai.



A coordenação motora de Thony me surpreendia, ele se apoiou no sofá e ergueu-se. “Filhote, você está querendo andar, não é? Você vai deixar a mamãe louca!”



Eu segui o olhar dele, Thony mirava a porta, quase esperando que ela se abrisse sozinha. Barulhinhos de protesto saíram da boca dele, o biquinho era de quem estava ansioso. Deixei que ele se expressasse, mas era muito fácil interpretar as vontades de meu filho, ele só queria ir lá para fora e esperar Edward chegar.



Levantei-me com dois blocos na mão. “Amorzinho, vamos lá ver se o papai chegou?”



Dei dois passos e olhei para trás, querendo saber se ele engatinharia ou tentaria andar apoiado nos móveis. Anthony também pareceu ponderar, mas ele estava certo sobre tentar a segunda opção. Não intrometi nas tentativas dele, os pezinhos eram hesitantes, mas meu filho estava determinado a ir até a porta. Quando o sofá acabou e não existia mais nada para ele se apoiar, Anthony fez uma careta engraçada, indignado por ter que engatinhar.



Eu me abaixei, até ter meus olhos nos dele. Pastei meus dedos na bochecha saliente e recebi um sorriso tímido. “Não se envergonhe, sim? Você já deu um tantão de passinhos hoje, andar cansa, bebê.”



Abri a porta da sala para encontrar a grama verde e limpa, Anthony desceu os dois degraus com insuportável doçura, eu sorri ao vê-lo sentando na grama e limpando as mãos na calça de moletom.



Quando o Volvo dobrou a esquina, eu encarei Thony e me assustei, pois os olhinhos não saiam de mim. Eu sorri para ele e vi Edward estacionando na calçada, não demorou dois segundos para Anthony balbuciar a dar gritinhos de alegria.



Edward ainda estava de uniforme, mas os cabelos pareciam alinhados. Ele carregava um sorriso iluminado, direcionado a mim. Anthony procurou apoio em minhas pernas e se levantou. Não havia como eu me mover, mas peguei na mão de Anthony e o fiz dar passinhos trôpegos.



“Meu filhote já está andando?” Edward perguntou antes de pega-lo no colo. A risada de Thony ecoou no início de noite. Eu recebi um beijo caloroso, a mão de Edward desceu para o meu quadril e traçou a barra de meu short. “Senti sua falta, como foi o dia?”



“Bem, seu filho é a criança mais animada que conheço, brincou o dia inteiro.” Falei enquanto despenteava os cabelos de Edward, causando risos em Thony, que observava a conversa adulta. “Edward, é serio, ele não vai demorar a andar, já está apoiando em tudo.”



Anthony recebeu um beijo na testa. “Você está crescendo, não é, Thony?” Edward falou baixinho, batendo os cílios na bochecha de nosso filho. “Não quer me mostrar uns passinhos, não?”



Eu coloquei Thony no chão e, de frente para ele, segurei-o pelas mãozinhas. Ele, com uma dúvida de outro mundo, deu projetos de passinhos. Edward estava absorto, muito perto de entrar em transe, mas conseguiu sorrir de lado a lado. Anthony abriu uma risadinha, ele se sentou e brincou com a grama e, depois, para derreter meu coração mole, bateu palminhas desengonçadas.



Edward o acompanhou e foi impossível não fazer o mesmo. E, de repente, três risadas se juntaram e eu realmente não me importei em estar fazendo meu filho sorrir, joguei para o lado o fato de eu estar descabelada, com um short curto demais e atraindo atenção de meus vizinhos curiosos.



Ganhei um aperto em minha cintura. “Hora de entrar.” Edward falou perto de meu ouvido, a voz era doce, mas me fez tremer.



A noite sempre era preenchida por atividades mais calmas, um modo de preparar Anthony para o sono. Edward não perdia a oportunidade de dar banho e colocá-lo para dormir. Nós não poderíamos querer um filho mais calmo, Thony já conseguia dormir sem pedir colo e não exigia leite, que também já estava perto de acabar.



Não estava muito tarde, perto das nove e Anthony estava em sono pesado no sofá. Edward levou-o para o quarto, dando passos calculados para não acordá-lo. Eu o acompanhei, percebendo, então, o andar manco.



Regulei a luminosidade de quarto e liguei o abajur, Thony sempre ficava mais calmo com a luz baixa. Edward afagou as bochechinhas dele e sussurrou algo indecifrável. Eu repeti o ato, desejando bons sonhos ao garotinho vestido de amarelo.



“Tenho uma novidade.” Falei depois de fechar a porta atrás de mim. “Alice está grávida.”



Edward parou ao meu lado, ele abriu um sorriso genuíno e me beijou delicadamente. “Isso é tão bom, Bella! Eles ficarão tão felizes.”



Acariciei-o na face, Edward beijou meus pulsos, causando sorrisos em mim. “Claro que ficarão. Alice está tão feliz, mal posso vê-la barriguda.”



Minha fala levou as mãos de Edward para dentro de minha camisa, ele rolou os dedos sobre a pele que cobria meu estômago e desceu os lábios para meu pescoço. “Saudade de quando você estava grávida.”



Eu sorri, perguntei-me se Edward tinha fetiche por mulher grávida. Meu beijo foi repentino, mas fui aceita de bom grado; Edward colou o corpo ao meu e me encurralou contra a parede, abrindo minhas pernas com a dele. O ar tornou-se escasso e, infelizmente, o beijo bom encerrou-se.



“Machucou o pé?” Perguntei e corri os dedos pelo colarinho do uniforme, Edward tremeu e eu beijei a pele coberta de barba.



“Só torci, estou bem.” Ele me respondeu sobre meus lábios, assaltando-os. As mordidas não eram delicadas, Edward subiu a mão por minhas costas e dedilhou o tecido de meu sutiã. O aperto em minha cintura intensificou-se e eu agradeci por Edward ter uma pegada tão gostosa.



Rendi-me a ele sem dificuldades, espalmei minhas mãos no peito tonificado e, em troca, recebi uma sugada em meu pescoço, seguida por uma mordida que deixaria marcas. “Bella.” Edward falou arrastado no mesmo instante em que pressionei a ereção crescente.



Moldei meu corpo ao dele, sentindo o calor e o volume vibrando contra minha barriga. “Por que a gente não toma um banho juntos?” Perguntei antes de morder-lhe o lóbulo molhinho. “E depois ficarmos a noite inteira acordados?”



Edward sorriu e simulou uma estocada, os dedos brincaram com o cós de meu short, minha pele queimou com o simples contato. Senti os lábios correndo em meu pescoço, Edward desabotoou meu short e a mão serpentou para minhas dobras. Ele traçou a pele úmida e quente, sendo, propositalmente, muito lento.



Meu corpo tremeu ao sentir os dedos indo fundo em minha fenda encharcada, busquei apoio nos ombros de Edward, ele sorriu e levou minha blusa para o chão. Minha insensatez ia a níveis desconhecidos quando Edward me provocava, nós dois gemíamos na boca do outro e eu lutava para abaixar a calça infeliz.



Eu enrolei meus dedos na extensão rígida, minha boca encheu d’água, eu queria cada pedaço dentro de mim, me levando ao céu, me enchendo de prazer. Os dedos de Edward continuaram ágeis, o gozo se formava em meu baixo frente e minhas pernas tremiam ao passo em que ele se alojava em minha entrada.



Edward me ergueu no momento em que a umidade escorreu por minhas pernas. Os olhos verdes estavam divertidos e cheios de vontade, eu sorri e o beijei, mordendo e provocando-o com minha língua. A falta de preliminares não me preocupava, eu só queria ele que metesse até o fim, roubando meus gritos. Edward se desvencilhou da calça e da cueca, o sorriso era nada além de pervertido.



Suprimi um gemido ao sentir a glande inchada estimulando-me, Edward esfregava em meu ponto sensível e em minhas dobras, misturando nossos fluídos. Ele me penetrou com lentidão, tirando meus peitos do sutiã e beijando-os. A falta de palavras era excitante, não havia o que ser dito, nossos corpos sabiam que aquela era a melhor maneira de nos comunicarmos.



Com certeza, eu estava machucando Edward, fechei meus dedos nos cabelos dourados, puxando-os com o tesão que me consumia. Edward gemia meu nome de um jeito baixo, quase como uma prece, proclamando cada letra com intensidade. Os beijos eram safados e nossas línguas brincavam fora de nossas bocas, as mãos estavam em cada parte de meu corpo, apertando minha cintura, segurando minhas coxas, apalpando minha bunda, tirando os cabelos que teimavam em cair em meu rosto.



Os olhos de Edward pegaram os meus, o verde fitou minha alma e eu amoleci, vendo ali tudo o que eu precisava. Aquele homem me amava, de alma, corpo e coração. Edward sorriu e investiu o quadril contra o meu, cerrei meus olhos e gemi qualquer coisa, sendo atingida por ondas quentes e furiosas. Nós dois, suados e contra uma parede, éramos o retrato de dois corpos se fundindo. Eu o apertei e ele se libertou, com os olhos nos meus e com o suor escorrendo por nossos rostos.



Ele foi o primeiro a sorrir, mas não disse nada. Edward beijou meu pescoço, os lábios moveram-se com maestria, umedecendo minha pele salgada. “Eu amo você.”



Um sentimento bom me aplacou, eu dei mais espaço para ele me beijar, minhas mãos correram pelas costas largas. “Não mais que eu.”



Edward procurou meus olhos, o verde sorria para mim. “Não fale besteiras.”



Beijei-o delicadamente, Edward levou os dedos para o meu rosto, acarinhando-me com uma quantidade imensurável de malícia. Eu o olhei com curiosidade, Edward apenas me colocou no chão e se posicionou atrás de mim, deixando-me ciente da melhor parte dele.



“Ficar a noite inteira acordados?” Edward falou antes de rodopiar a língua na parte de trás de minha orelha. Meu gemido saiu arrastado e meu corpo ficou mole.



Eu abri a porta de nosso quarto, a cama saltou aos meus olhos e eu quis muito fazer as piores sacanagens em cima dela. “A noite inteira, Edward.”

(...)

“Sério, Thony? Como isso foi acontecer?” Edward falou com energia, com a expressão curiosa e interessada. “Conte-me mais, filhote!”



Anthony balbuciou coisas indecifráveis e pegou o coelho de pelúcia. “Na...” Edward encarou o bichinho e sacudiu as orelhas enormes. “O que aconteceu com o Na?”



A confusão atravessou o rostinho de Thony, ele também bateu nas orelhas do coelho e abriu um sorrisinho. “Nana.”



As conversas entre Edward e Anthony sempre rendiam bons frutos, eu me juntei a eles. Edward abriu os braços e eu me sentei no colo dele. “Thony, amorzinho, o que aconteceu com o Nana?



Ele pulou em meu colo e enrolou os dedos em meus cabelos, eu tinha certeza que ele aprendera o ato com Edward. Eu sorri e distribuí beijos estralados na bochecha dele, Anthony apenas nos deu palavras jogadas, uma combinação aleatória de vogais e consoantes.



“Ele se esforça tanto.” Falei baixinho no ouvido de Edward. “De onde veio essa determinação?”



Minha pergunta levou um sorriso verdadeiro para o rosto de Edward. “Ele quer ser independente, pedir tudo o que quer, correr para todo lado.”



Os passos de Anthony, a cada dia que passava, estavam mais firmes. Os tombos sempre aconteciam, mas Thony não era um garoto que chorava, apenas ficava com cara feia e, um segundo mais tarde, já estava de pé e tentando fazer tudo de novo.



Tirei os cabelos dos olhinhos de Thony, ele me deu um beicinho engraçado e um projeto de palavra desconhecida. “Amorzinho, temos que cortar seu cabelo.”



Edward me olhou com a sobrancelha arqueada e carregando um sorriso engraçado. “Não está tão grande, linda. Pode esperar mais.”



Era óbvio que ele estava sem as lentes e os óculos, a cabeleira loira e rebelde de Anthony caia sobre a testa dele, quase tampando os olhos verdes. “Amor, olhe para nosso filho, ele tem um ninho de passarinho na cabeça.”



A risada de Edward preencheu a sala, ele bagunçou os meus cabelos e os de Thony. “Você vai deixar a mamãe falar assim de você, filho?”



Thony sorriu para nós, os dentinhos brancos enfeitavam o sorriso aberto. Ele desceu do sofá e começou a brincar com Flip-Flop, a doçura daquele cachorro me instigava, pois ele parecia cuidar de Thony, ele nem se importava com o fato de Anthony sempre atrapalhar-lhe o sono.



Edward levou as mãos para os meus ombros, tirando os pequenos nódulos de tensão. Eu relaxei com o toque preciso e aceitei os beijos em minha pele exposta. “Edward?”



“Hmm?” Ele respondeu baixinho, ainda explorando meus ombros, eu quase me esqueci que ponto discorreria.



“Estava pensando em alguma coisa para o aniversário de Anthony, chamar todos de Nova Iorque... Não sei, fazer uma festa é um exagero, mas seria bom comemorar de algum jeito.” Coloquei com despretensão, querendo um bom posicionamento.



“Nós temos dois meses para pensar, Anthony merece um bolo e presentes, não precisa ser nada muito grande.” Edward falou com a mesma displicência, beijando perto de minha nuca.



Levei meus olhos para Anthony, ele ainda brincava com o cachorro, alisando o dorso de Flip com suavidade. “Bebê, a mamãe vai subir antes que seu pai deixe-a louca.”



Dei um salto do colo de Edward, sem olhar para trás, caminhei para a escada, a fim de ir tomar banho. Ouvi a risada gostosa de Edward, mas não me virei para ele. Eu subi os degraus com muita preguiça.



“Mamãe?” Eu tropecei em meus pés, o chamado estridente e agudo levou ardência para os meus olhos. Como uma tartaruga, eu olhei para trás e encontrei Thony me encarando, realmente pedindo por mim. “Mamãe?”



Meu corpo idiota não saiu do lugar, Edward também me fitava, os lábios seguravam um sorriso assustado. Os olhinhos de Thony estavam cheios de doçura, ele não parou de me olhar e eu corri para ele, incapaz de parar de chorar e sorrir.



Eu o peguei no colo, beijando cada pedacinho do rostinho branco. “Oi, filhote!”



Thony sorriu de lado e aceitou meus carinhos. “Nana.” Ele me deu o coelho de pelúcia e balbuciou mais um pouco.



“Você quer mostrar o Nana para a mamãe?” Perguntei, pedindo para que ele me chamasse mais uma vez.



As mãozinhas pequenas pastaram em meu rosto, eu as beijei com delicadeza. “Você me fez a mulher mais feliz do mundo, obrigada, filhinho.”



Edward saiu do sofá e só então me lembrei dele. Ganhei um beijo na bochecha, agradeci por ele não está enciumado. “Meu coração está na garganta.”



Peguei a mão de Edward e coloquei-a sobre meu coração, o trepidar era insano. “Eu não estou pensando direito.” Confessei baixinho.



“Eu também quero sentir isso.” Edward falou e afagou as bochechinhas de Anthony. “Cada coisa em seu tempo, certo, bebê?”



Sem eu perceber, Edward me abraçava. Ele rolou os dedos para minhas costas e tudo o que ele fazia era estritamente carinhoso. Os beijos se espalharam pelo topo de minha cabeça e palavras doces saiam dos lábios finos.



“Nunca exigi isso de Thony, foi tão natural.” Falei enquanto me agarrava à camisa de Edward. “Ele pediu por mim.”



“É claro que ele quer a mãe dele por perto, quem não te quer?” Edward falou em voz arrastada e, ao mesmo tempo, levou os olhos para os meus. O brilho me queimou e sorrisos se desenharam em meu rosto.



Meus lábios pediram pelos dele, o contato foi doce e demorado. Um gritinho de Anthony nos interrompeu. Edward beijou-o na testa. “Também está querendo o pai?”



“Papai?” Anthony estava decidido a me fazer desmaiar, minhas pernas tremeram e Edward estagnou ao meu lado. Fora também agudo e natural e, para nos deixar babando, veio acompanhado por um sorriso pequenino.



Edward piscou com lentidão, o vermelho subiu para o rosto bonito, não era vergonha, ele só estava emocionado demais. Edward bicou o queixo de Anthony, agradecendo-o intimamente.



“Sou eu, Thony. O papai.” Edward falou entre sorrisos grandes, os olhos estavam límpidos e transbordando amor. “Seu pai.”

(...)

“Por que você saiu da cama tão cedo?” Edward perguntou depois de me abraçar por trás, colocando meus cabelos para o lado e beijando minha nuca. “A cama fica ruim sem você, linda.”



Aquele Edward galante me deixava derretida, inclinei-me para ele e pousei minha mão sobre a dele, intensificando o aperto em minha cintura. Nosso reflexo no espelho era engraçado, eu toda descabelada e Edward apenas com o short de pijama.



“Hoje é o aniversário de Thony, está calor, pensei em levá-lo para passear.” Coloquei encarando-o pelo espelho. “Todos vão chegar durante a tarde, teremos tempo.”



“É para dar os presentes agora?” Edward perguntou com evidente curiosidade.



Perguntei-me o que Edwar tinha comprado para nosso filho, preferi descobri junto com Anthony. “Ele já deve ter acordado, vamos lá pega-lo”



Edward me colocou sobre os próprios pés e nos levou para o quarto de Anthony. “Há um ano você estava puta comigo.” Ele falou antes de abrir a porta, o tom não era amargo, mas também estava longe de ser feliz.



Levei as pontas de meus dedos para a bochecha dele. “Eu estava dando a luz ao nosso filho, isso é mais importante.”



“Sim, certamente.” Edward falou um tom abaixo do normal, o sorriso despontou nos traços viris. “Obrigado por ele.”



Deixei-o sem resposta, apenas com meu sorriso sincero. Eu empurrei a porta e, para minha surpresa e início de desespero, Anthony estava tentando sair do berçosozinho.



“Anthony?” Chamei-o em tom aparentemente calmo, ele cessou a tentativa e me olhou. Os olhinhos só estavam curiosos.



“Não faça mais, sim? Você vai se machucar.” Falei antes de pega-lo em meus braços. Edward enlaçou minha cintura e deixou um afago na bochecha amassada de Thony. “Bom dia, filhote!”



Thony abriu os braços para Edward. “Papai?” Ele pediu depois de bocejar. A palavrinha foi o suficiente para fazer Edward sorrir de felicidade. Entreguei Anthony a ele, mas fiquei feliz por meu filho continuar me olhando.



“Hoje é um dia especial, amorzinho! Seu aniversário, um tanto de gente que você não se lembra vai vir te ver, sim?” Expliquei-lhe em minha voz arrastada. “O que pensa sobre sair de casa um pouquinho?”



Abri meus braços para ele. “Deixe a mamãe te arrumar?” Pedi com energia. “O papai vai preparar sua comida.”



Ele abriu um sorrisinho, idêntico o sorriso de Edward e aquilo me fez sorrir também. “Vamos tomar um banho e fazer aquela bagunça que você gosta?”



E, depois de muita bagunça e risadas, Anthony estava vestido. A camisa pólo verde combinava com o jeans, mas eu sabia que o tecido era muito quente para o sol que estava fazendo, então coloquei um short azul escuro.



Anthony realmente estava empenhado em andar, ele se apoiou nas paredes e fez uma careta ao ver a escada. “É muito para você, não é, amorzinho?” Falei depois de segurar a mãozinha dele.



A cozinha estava com um cheiro bom, Edward andava de um lado para o outro, aparentemente, procurando alguma coisa. Puxei uma cadeira para mim e deixei Anthony no chão, brincando com colheres de alumínio, o barulho que se formou não permitiu que eu conversasse decentemente com Edward.



“Aonde você vai nos levar?” Perguntei bem mais alto, roubando a atenção de Edward e um pedaço de laranja também.



Edward me estudou, existia certa inquietude no semblante dele. “Não sei, em algum lugar para Thony brincar?”



Levantei-me e o abracei. “Nós vamos adorar, sim? Vou tentar ficar linda para vocês.” Falei risonha, causando o mesmo efeito em Edward.



Sair com um bebê não era uma tarefa fácil, ainda mais quando colocava um cachorro na equação. Anthony já não sabia viver sem o cachorro agitado, nem sem oNana. O coelho estava sujo e velho, mas nada tirava o bichinho das mãos de Anthony.



“Fiiip.” Anthony falou de maneira arrastada e iniciando um choro de manha. “Fiiip,mamãe.”



“Oh!” Exclamei com energia. “Você quer o Flip, Thony?”



“Fiiip.” Anthony pediu mostrando-nos os dentinhos. Ele deu passinhos desengonçados até se sentar ao meu lado, eu coloquei o cachorro no colo dele e, como agradecimento, ganhei um olhar cheio de diversão.



Edward alisou o as orelhas de Flip. “Eles se gostam.” Ele falou baixinho, contra meu pescoço. Eu me aconcheguei ao peito dele, inalando o cheiro bom.



O sol da manhã incidia sobre minhas pernas despidas, Anthony e Edward usavam bonés, eles pareciam alheios ao calor. Por vezes, Thony juntava as letras e falava algo muito perto de água e eu sorria para ele, feliz por ele se esforçar e por segurar o copinho de plástico.



“Vou fazer bolo para Anthony, precisamos de velas.” Falei depois de um silêncio longo, perguntei-me se Edward estava dormindo sobre a grama do parque.



“A última coisa que ele vai fazer é assoprar.” Edward respondeu com diversão, beijando meus cabelos, inclinei-me e ofereci-lhe meus lábios. Ele sorriu antes de me beijar, nossos lábios se moveram com lentidão e a língua contornou meu lábio inferior e, depois, brincou com a minha.



Também não dava para ficar beijando por muito tempo, pois aquilo envolvia manter os olhos fechados e tudo o que eu precisava era manter os olhos em Anthony. Edward me deu um último beijo e pousou os olhos em Thony, ele brincava com as pecinhas coloridas e que faziam barulho.



“Thony.” Edward o chamou em tom amoroso. “Eu tenho uma coisa para você.”



Meu cérebro fez um clique e eu me lembrei dos presentes. “Eu também tenho, filhote.”



No auge da elegância infantil, Anthony deu passinhos curtos para nós. Os olhinhos verdes estavam fixos nos embrulhos que Edward e eu segurávamos. Eu o puxei para mim e salpiquei beijinhos no rosto dele.



“Hoje o dia é só seu, tá, Thony?” Falei pertinho do rosto dele. “Papai e eu estamos orgulhosos de você. Você é um filho incrível, continue sendo, sim?”



Anthony bicou meu queixo e deu um sorriso para Edward. Não demorou em ele estar sentado nas pernas de Edward. “Nós temos presentes para você, são coisas que você vai gostar. Aproveite.”



Os dois embrulhos coloridos fizeram Anthony se esquecer do mundo, nós não abrimos para ele, mas, minutos mais tarde, os presentes se revelaram. Thony nos olhou e tudo o que eu enxerguei foi uma criança feliz e nada era mais bonito que aquilo.



Meu presente era simples, um cachorrinho de plástico com uma cordinha para puxar, não existia semelhança entre o presente e Flip-Flop, mas foi impossível não sorrir ao ver Thony alternando olhares entre os dois. Também existia um livrinho de páginas rígidas, Edward sorriu ao meu lado. “Esse menino vai acabar sendo veterinário.”



Olhei para o livro, existiam texturas e cores e tudo era sobre as diversas raças de cães. “Ele pode ser tudo, menos bombeiro.”



Edward estreitou os olhos, mas ele não estava irritado. Eu o atropelei para me retificar. “Você já me deixa ansiosa demais, eu vou me descabelar se meu filho passar por tudo o que você já passou. Eu não teria a coragem de Esme.”



“Eu posso te entender.” Edward sussurrou para mim, batendo o nariz no meu. “Ele vai saber o que é bom para ele.”



Anthony realmente fez manha e um pequeno escândalo quando começamos a nos organizar para irmos embora. Relutante, ele me ajudou a guardar os poucos brinquedos na caixa de plástico. Thony fez mágica e conseguiu segurar o Nana, o livro e o cachorro de plástico.



Eu já estava acostumada a dirigir pelo centro de Chicago, Edward sentou-se no banco do carona e não deixou que Flip me importunasse. Anthony, na cadeirinha, folheava de qualquer jeito o livro dado por Edward.



“Uh, eu comprei balões.” Falei antes de abrir a porta da sala. “Fique com Thony lá em cima enquanto arrumo tudo, vou fazer o bolo.”



“Certo, ele vai querer dormir um pouco.” Edward falou a um passo dos degraus das escadas. “Eu venho para te ajudar.”



Edward e eu éramos bons em decoração infantil, nossa sala estava cheia de balões e brinquedos para Anthony. O bolo estava na geladeira, eu pedi para que todos ficassem satisfeitos com o bolo de leite condensado.



Esme e Carlisle foram os primeiros a chegarem, os pais de Edward varreram os olhos pela sala e eu sorri para eles. “Thony deve está quase acordando.” Falei com um balão branco nas mãos.



Talvez fosse coisa de mãe, mas subi para o quarto de Thony. Eu abri a porta sem fazer ruído e encontrei meu bebezinho conversando com o coelho de pelúcia. “Oi, aniversariante, sabia que você estava acordado.”



Anthony pediu meu colo e afundou a cabeça em meu pescoço, eu o acarinhei nas costas. “Acordou mal humorado, filho? A vó e o vô vieram te ver.”



Ele soltou uma respiração pesada, evidenciando o humor estranho. Eu arrumei os cabelos dele, tentando deixá-lo mais animado. “Vamos levar o Nana conosco? Ele vai adorar os balões azuis.”



Meu discurso fez com que brotasse um sorriso pequenino nos lábios de Thony, ele esfregou o próprio rosto e deitou a cabecinha em meu ombro. “Mama?”



“Sim, amorzinho?” Respondi baixinho, olhei-o e dei tempo para ele me responder.



Anthony soltou uma enxurrada de sons incompreensíveis, eu sorri e afaguei a bochecha amassada. “O papai está lá embaixo de esperando, quer ir lá vê-lo?”



“Papai?” Ele repetiu com mais entusiasmo e aquilo foi o suficiente para eu descer as escadas com ele no colo. O sorriso de Esme e Carlisle refletiu no sorrisinho de Anthony. Ele abriu os braços para Carlisle, que não hesitou em balançá-lo no alto.



“Acordou aborrecido, garoto?” Ele perguntou no meio de um sorriso verdadeiro, Anthony deu-lhe um olhar engraçado, ainda de sono.



Esme correu os dedos pelas têmporas de meu filho, sendo estritamente doce. “Feliz aniversário, Thony! Trouxemos coisinhas para você.”



Eu sorri para o eufemismo, pois ela e Carlisle estavam cheios de sacolas e de lá saíram bolas coloridas, carrinhos e coisas que faziam barulho. Anthony estava encantado, a bola azul cheia de estrelinhas era o bem mais precioso que ele tinha naquele momento. O brinquedo novo jogou o mau humor para longe.



Edward saiu do sofá para atender a porta. Eu, a priori, não vi pessoas, apenas caixas e embrulhos coloridos. Dei minha mão para Thony e nos levei para a porta, eu pude deixar de sorrir ao vê-los.



Rosalie estava mais loira e Emmett era uma pilha de músculos. Os olhares dos dois caíram sobre Anthony e ele me olhou assustado, quase me perguntando que eram aquelas pessoas, eu sorri para ele. “Bebê, eles vieram te ver, hoje é seu dia, lembra?”



“Esse é o Thony?” Emmett perguntou com inquietude. “Deus, ele está grande!”



Minha risada saiu alta, eu peguei Anthony em meu colo. “Bebê, você vai sorri tanto hoje!”



Sem minha permissão, eles entraram em minha casa. “Bella, sua casa é... é tão sua cara!” Rosalie exclamou com diversão. “É tão bonita!”



Eu soltei um projeto de obrigado, mas Alice, em minha frente, não deixou que eu desse atenção para mais nada. Ela estava tão bonita, com a felicidade nos olhos. Eu a puxei para um abraço. “Como você está?”



Alice retribuiu o carinho, ela se desvencilhou e pegou na mão de Jasper. “Estou ótima!” Com uma lentidão desnecessária, ela tirou a caixa da frente do corpo, me relevando uma barriga saliente, saliente demais para quatro meses de gestação.



“Bella, são três.” Alice disse com energia, segurando meus olhos. “Três menininhas.”



Edward apertou minha cintura e aquilo evitou que eu caísse de alegria. “Oh, Deus.” Soltei com entusiasmo, sentindo a umidade acumulando em meus olhos. “Isso é mágico.”



Jasper abriu um sorriso enorme, um sorriso que nunca vi no rosto dele. “Nós estamos tão felizes!”



Ainda absorta, dei passagem para eles. Alice, no caminho, apertou as bochechas de Anthony. “Garoto fofo, você cresceu tanto! Cada dia mais parecido com seu pai.”



“Uh, onde está Jake? Eu o convidei também.” Coloquei com displicência, depois de não ver mais ninguém na porta.



“Ele perdeu o vôo, deve vir no próximo.” Rosalie falou ao meu lado, olhando para os olhinhos verdes de Anthony. “Ele é tão fofo!”



Eu sorri verdadeiramente. “Ele é.” Afirmei enquanto olhava para o rostinho de anjo. “Só está um pouco mal humorado.”



Anthony realmente não estava disposto a se socializar, ele sorria e brincava com os brinquedos novos. Por vezes, ele pedia por mim e por Edward, as palavrinhas doces faziam todos naquela sala sorrirem e se derreterem.



“Filhote, venha mostrar o Nana para Emmett.” Edward pediu com um sorriso enorme. “Sabia que ele adora bichinhos?”



Meu filho abriu um sorriso engraçado, ele realmente gostava de ostentar o bichinho encardido e velho. “Nana... Nana.”



Emmett também sorriu e levantou Thony no alto, os olhinhos verdes piscaram e barulhinhos engraçados saíram dos lábios de Anthony. “Bella, eu vou roubar o filho de vocês!”



Eu dei um tapa no ombro de Emmett e Edward usou muito mais força que eu. “Faça isso e você será um homem morto.” Edward falou em tom de brincadeira.



Rosalie e Alice vieram brincar com Thony, as duas o acarinham no cabelo e falavam baixinho com ele. Era fácil saber que Anthony estava começando a se familiarizar com os rostos novos, também era fácil ver que ele adorava aquele tipo de atenção.



Os dedos de Rose corriam pelos cabelos loiros de Anthony, eu não perdi a aliança no anelar dela. “Uh, Rose, você se casou?”



Ela ergueu os olhos para mim, o azul piscina era límpido e eu ouvi a risada de Emmett. “Foi semana passada, em Las Vegas.”



O choque correu por meu rosto, eu os olhei com incredulidade. Edward soltou uma risada engraçada e me olhou de soslaio. “Uh, vocês são impulsivos.”



Emmett beijou a bochecha de Rose, demorando muito e irritando-a. “Agora só falta você e Edward.”



O calor que foi para o meu rosto não permitiu que eu articulasse nada, o sorriso ainda existia no rosto de Edward e ele não fez nada para me ajudar, ao contrário, apenas me mostrou os dentes brancos, o semblante estava carregado de presunção. “Bella não gosta de compromisso.”



Eu o olhei e, depois, para Anthony. Meu sorriso cresceu e preferi deixá-lo sem resposta, pois não existia aliança maior que nosso filho.



No meio da tarde, antes do tradicional parabéns, Jake bateu em minha porta, ele me abraçou e me tirou do chão. “Bella, você está tão bonita!”



“Obrigada?!” Respondi-lhe com uma pergunta vaga. “Pensei que não viria.”



Jake não perdeu tempo me respondendo, ele correu para Anthony, agachando-me ao lado dele. “Eu trouxe isso para você, bebê gigante.”



Os olhinhos de Anthony brilharam com a cor da caixa, era vermelha com listrinhas azuis e de dentro dela saiu um barco de madeira. A minúcia do presente me encantou, não era pesado, pois Thony conseguiu tirá-lo da caixa, mas era uma réplica perfeita de um barco a vela. O presente roubaria boas horas de distração quando Anthony estivesse na piscina com Edward.



Antes que noite chegasse, minhas visitas se despediram. Anthony deu um aceno tímido para eles, o tchauzinho foi atrapalhado, mas ele também parecia triste por todos terem ido embora.



Edward estava esparramado no sofá, comendo um pouco de bolo. Anthony não hesitou em sentar-se na barriga dele e amassar o bolo com as mãos, Edward continuou comendo, sem se importar com o último ato de Thony.



“Vou comprar massinha de modelar para ele.” Falei antes de me sentar no sofá. Não existia muito espaço para mim, então deixei que Edward descansasse a cabeça em meu colo, meus dedos correram os cabelos dourados. O par de olhos verdes subiu para mim, cheios de felicidade.



Anthony me deu o mesmo olhar, eu abri meus braços e ele veio para mim. “Mamãe?”



“Venha cá, amorzinho.” Nós nos ajeitamos, Anthony deitou ao lado de Edward e eu também o acarinhei nos cabelos. O sono já o aplacava, o dia fora cheio para ele.



Edward ninou-o com delicadeza e com uma música cantarolada em tom baixíssimo. Não demorou em Anthony ressonar calmamente. Eu ainda entenderia como Anthony era completamente receptivo aos cuidados de Edward.



Eu peguei Anthony nos braços, subi as escadas com lentidão, embalando o bebê que acabara de completar um ano. Edward, ao meu lado, abriu a porta do quarto de Thony, eu sorri ao ver o coelho de orelhas grandes na mão dele.



“Amanhã dou banho nele.” Falei baixinho e tirei o short que Anthony vestia. Eu o posicionei no berço, com o Nana debaixo do bracinho curto. “Boa noite, Thony.” Sussurrei e beijei-o na testa. “Sonhe com os anjos.”



Meus pés saíram no chão e foram para em cima dos de Edward. Ele me enlaçou e bicou meus lábios. “Foi um dia bom.”



Soltei uma respiração curta, o ar quente fez Edward sorrir. “Os dias são sempre bons, não posso reclamar.” Confidenciei contra a boca dele. O beijo que se seguiu foi lento e sem qualquer segunda intenção. Edward apoiou a testa na minha, fitando, além de meus olhos, minha alma.



O olhar penetrante era bom, não me assustava, apenas me mantinha presa. Edward não desviou, mas conseguiu abrir a porta de nosso quarto. “Seu aniversário está chegando, o que vai querer?”



Eu sorri timidamente e corri meus olhos até a cabeceira da cama, o apanhador de sonhos estava lá, movendo-se preguiçosamente. “Eu já tenho dois homens incríveis em minha vida, não preciso de mais nada.”



Edward nos tombou na cama, ele rolou até ter o corpo sob o meu, mesmo que parcialmente. “Uh, você é pesado.” Falei enquanto saia debaixo dele. “Tem que parar de ficar malhando.”



Ele sorriu e me colocou por cima, cada perna minha foi para um lado do tronco definido. Edward estacionou uma mão em minha nuca e a outra passeou em minha cintura. “Já te falei o quanto você está bonita hoje?”



“Não.” Respondi-lhe em tom baixíssimo, antes que Edward falasse qualquer coisa, eu rocei nossos lábios, o doce do bolo ainda existia. “Pode falar agora.”



Ganhei um sorriso atrevido e uma mordidinha de leve. “Linda. Linda em todos os sentidos.”



Com delicadeza, aprofundei o beijo e nos virei na cama, Edward abraçou minha cintura e jogou minhas pernas em cima do próprio quadril. Do beijo molhado saiam sons abafados e gemidos sofridos. Nós sabíamos que não iríamos muito longe, era só um namoro gostoso, um dando carinho para o outro.



Edward jogou o quadril para mim e eu rolei minha mão para dentro da camisa azul, ele sorriu em minha boca e, quando o ar tornou-se necessário, eu o beijei o caminho que me levava para a orelha dele.



Lancei uma respiração quente contra a pele sensível. “O que você quer de aniversário?” Perguntei em um sussurro, não era um tópico importante, mas eu queria ouvir a voz rouca.



“Será daqui três meses, você está muito adiantada.” Edward falou entre uma risada gostosa, ele se moveu, dando mais espaço para eu brincar com o lóbulo molinho.



“Não há nada que você queira muito?” Perguntei indo para o pescoço sem barba. “Não se faz vinte e oito anos todo dia.”



Ouvi outra risada contagiante, Edward saiu de meus carinhos e pegou meu rosto com ambas as mãos. “Eu só quero uma coisa, claro, além de passar o resto da vida com você.”



A afirmação roubou minha atenção, eu procurei os olhos verdes, pois eles eram uma maneira eficaz de ver as intenções de Edward. E ali eu vi muita seriedade. Muita mesmo.



“O que você quer?” Eu perguntei, assustada com meu tom, ele era receoso, mas aflito pela resposta.



Edward segurou nossos olhares, não ousei piscar. O verde queimava contra mim, eu tremi por antecipação e o fogo, que estava nos olhos verdes, veio para mim, aquecendo meu corpo e, lentamente, aquecendo minha alma. A mão de Edward tocou-me na bochecha, o contato também era quente e Edward sorriu, como poucas vezes vi. Era mais que bonito, uma mistura perfeita de felicidade a amor.



“Mais um bebê.” Edward me respondeu, baixinho e arrastado. Os olhos estavam e mim e, com certeza, ele percebeu meu choque.



As palavras faltaram no momento em que todo meu sangue foi para o meu rosto. Um leve tremor correu minha espinha, mas, apesar das reações adversas e idiotas, eu me sentia bem, nas nuvens.



“Oh, Edward!” Eu exclamei, a hesitação estava nas duas pequenas palavras. “Isso é sério?”



Ele afagou minha bochecha e deitou meu rosto no peito dele. “Anthony é a melhor coisa que me aconteceu, eu o amo de todo coração. Dá vontade de sentir tudo aquilo de novo, ver sua barriga crescendo, te paparicar, comprar as coisas...”



O discurso me fez lembrar os nove meses que Thony ficou dentro de mim, foram longos e bons meses de mimo, com Edward fazendo minhas vontades e adorando minha barriga gigante. Eu senti saudades de tudo aquilo.



A ideia não era ruim, eu realmente queria dar irmãos a Thony, mas ele ainda era um bebê e eu não estava muito certa sobre ter outro tão cedo. “Nosso filho acabou de completar um ano, não é muito cedo?”



Edward fez cafuné em mim, os dedos correram meu couro cabeludo, indo até a nuca. “Eu quero ter filho por atacado.” Ele falou, a risada foi baixíssima. “Anthony não pode crescer sozinho e eu quero passar muito tempo com meus rebentos, então quando antes, melhor.”



Levei meus olhos para os dele, com o intuito de ele ver todas minhas intenções também. “Eu gosto da ideia. Anthony já cresceu tanto, sinto falta de ele em meu colo, enrolado nas mantas.”



“Eu sei que isso é egoísmo de minha parte.” Edward colocou com despretensão, ainda me acarinhando.



Eu não entendera o ponto, então procurei os olhos verdes. “Por quê?”



“Bella, tudo isso é mais fácil para mim, só preciso gozar no dia certo e pronto, você está grávida. Não dói, meu corpo não muda. Tudo isso é sobre você, sua barriga vai crescer, suas emoções vão virar uma bagunça, você vai gritar igual a uma desesperada para colocar nosso bebê para fora.” Edward pontuou com calma, eu queria beijar cada pedacinho dele, eu nunca encontraria homem tão doce.



“Edward, amor, é bom passar por tudo isso, ser mãe é a melhor coisa do mundo e eu sei que posso amar mais uma vidinha, só preciso pensar.” Coloquei com a mesma calma, um bocejo se fez e Edward também abriu a boca.



“Isso é um sim? Nós vamos ter mais um filho?” Ele perguntou depois de um breve silêncio.



Aconcheguei-me a ele. “Você está disposto a ter uma mulher louca dentro de casa? Que vai gritar e chorar por tudo? E que, principalmente, vai te deixar na mãosempre?”



Minha risada se misturou com a dele, Edward abraçou minha cintura e deixou um beijo em minha bochecha. “Você vai brilhar, então tudo estará certo.”

(...)

POV Edward



Eu ignorei os degraus da entrada de nossa casa. A varanda estava sem os tradicionais brinquedos espalhados, mas Flip estava em cima do tapete. Ele abanou o rabo e pulou em minhas pernas. “Ei, campeão! Bella não te colocou para dentro?”



Antes que eu abrisse a porta por completo, o cão embolou em minhas pernas e entrou na casa quente. Eu o entendia, o início outono estava rigoroso demais para ele ficar do lado de fora. Meus passos me levaram para dentro, o aquecedor foi completamente bem vindo, eu tirei os tênis e procurei por Bella e Thony.



Os dois estavam na cozinha, Bella tirava alguma coisa da geladeira e Thony puxava a barra da saia dela, pedindo colo com certeza. Ela o olhou com os olhos quentes. “Amorzinho, não dá para mamãe te pegar agora, eu já disse. Espere um pouquinho, sim?”



“Mamãe?” Anthony falou em protesto, o tom era de uma manha sobrenatural. “Mamãe?”



Bella era uma mãe calma, ela se abaixou e deu um pedaço grande de frango a Thony. “Filho, está gostoso, não está? Então, eu preciso fazer um tanto desses para seu pai e para mim.”



Eu fiz barulho para eles me notarem, Bella girou e sorriu ao me ver. “Oi, amor!”



Thony abriu os bracinhos e se levantou, os passos já eram mais firmes, mas ele caiu antes de chegar até mim. Eu estendi minha mãe para ele, um sinal de que aquilo não era errado. Cair era normal e eu estava lá para ajudá-lo. “Como está, filhote?”



“Papai?” Ele se agarrou em minhas pernas e eu preferi pegá-lo. “Pango!” Anthony disse sem regular o volume da voz, ele praticamente colocou a carne dentro de minha boca.



“Certo, filhote!” Falei antes de morder a carne com tempero bom. “Mais uma palavra para você.” Elogie-o e aproveitei para afagar as bochechas salientes. “O pai está comendo frango, não é?”



“Pango!” Ele repetiu, sorrindo de felicidade.



Antes de colocá-lo no chão, subi a calça de moletom dele até os joelhos, seria mais fácil para ele andar. “Flip também gosta de frango, quer dá um pouco para ele?”



Anthony fez um biquinho engraçado, ele caminhou segurando nas paredes até encontrar o cachorro debaixo da mesa de jantar. Eu sorri ao vê-lo jogando o pedaço de carne para Flip.



Sem tirar os olhos de Thony, eu caminhei para Bella. Ela me ofereceu os lábios e eu não pensei antes de beijá-la. Bella me envolveu pelo pescoço e mordiscou meu lábio, ganhando minhas respirações irregulares.



Colei nossos corpos e Bella sorriu, os olhos subiram para os meus. O marrom estava cheio de divertimento. “Eu preciso terminar o jantar.”



Soltei uma respiração longa e medi-a de corpo inteiro. O aquecedor era realmente bom e Bella estava apenas de camiseta, o branco contrastou com a alça vermelha do sutiã e eu procurei por mais, sorri ao ver que tinha muita renda na peça. A saia longa varria o chão, mas era de um azul intenso, parecido com o mar. Perdi-me no pedaço de pele que existia entre o cós da saia e a barra da camisa. A barriga lisinha estava lá apenas para me deixar sem juízo.



“Você é tão descarado!” Bella me tirou de meus pensamentos sujos, ela bateu em meu ombro. “Muito trabalho?”



“As pessoas acordaram mais responsáveis hoje, correu tudo bem.” Dei-lhe um relatório rápido de meu dia. “Tudo certo com você e Thony?”



“Oh, sim. Dois tombos lá fora e ele realmente adora falar pango.” Ela me disse antes de dar atenção para as panelas. “Quer dar banho nele? A sopinha que ele gosta está quase pronta.”



Eu procurei Anthony pela casa, ele estava debaixo da escada arrancava as folhas das plantas que estavam ali. “Filho, vamos parar de puxar essas folhas? Sua mãe gosta desses matos, vou te dar uns jornais para você rasgar.”



Anthony era um bom garoto, mas, antes de vim para o meu colo, ele puxou mais folhas, deixando o pequeno arbusto sem qualquer ponto verde. “Hora do banho, certo? Deixe a planta quieta.”



Ele me deu resmungões e projetos de choro, mas tudo se dissipou quando ele percebeu para onde estávamos indo. Meu filho realmente adorava água e bagunça que ele fazia na banheira. Anthony era bom em relacionar o que eu dizia com as partes do corpo. Ele soltava sorrisos fáceis ao me mostrar onde era o umbigo e o joelho.



Vesti-o com o pijama de frio, o fundo azul dava sustentação para mil carrinhos. Anthony sorriu para ele no espelho. “Bonito igual ao pai, não é?”



Ele deu um sorriso engraçado e coçou o nariz, pedi para que gesto não significasse um resfriado idiota. “Sua mamãe linda deve estar nos esperando, não é bom deixar mulheres esperando, sim?”



Nós descemos a escada em uma conversa em latim, ou em qualquer língua morta. Anthony estava apelando para os gestos e eu entendi que ele queria pegar o bichinho que canta. Dei o boneco na mão dele, Bella estava terminando de preparar o jantar e eu preferi comer na mesa da cozinha mesmo.



Bella colocou Thony no caldeirão, eu enchi meu prato com os pedaços de frango, ela, ao contrário, serviu-se das coisas verdes e cruas. A sopa de ervilhas de Thony tinha uma aparência boa, eu dei-lhe uma colher de plástico e, depois de muita bagunça, ele conseguiu dar algumas colheradas e, no fim, ele já parecia entediado com a refeição e satisfeito.



“Amorzinho, você vai dormir a qualquer momento!” Bella falou arrastado, pegando Thony nos braços. “Vamos lá folhear o livrinho que você gosta?”



Thony tombou a cabeça no ombro de Bella, com os olhinhos pesados. “Quer que eu te ajude?” Perguntei antes de ela subir o primeiro degrau da escada.



O característico rubor tingiu as bochechas dela, Bella entreabriu os lábios, buscando as palavras. Eu foquei no contorno da boca bem desenhada, mas, meus olhos quiseram os dela e eu não lutei contra aquilo e, para minha felicidade, Bella me deixou uma piscadela quente pra caralho, cheia de maldade. “Me espere na cama.”



Engoli em seco, as palavras me fizeram sorrir para Bella. Ela subiu com Anthony logo depois, deixando-me preso em meus pensamentos sujos. Eu contei quinze minutos no relógio, quando o tempo esgotou-se, fui tomar banho. Olhei para a banheira, ela não parecia uma boa pedida. Eu estava certo sobre usar o chão, as paredes com Bella aquela noite.



Eu gostava de provocar, então me sentei na ponta da cama, com a toalha enrolada na cintura. A água escorria por meus cabelos e molhava o lençol, coisa que Bella detestava. Pensamentos aleatórios atravessavam minha mente, não nada de importante, mas todos eles foram para o inferno no momento em que Bella entrou no quarto. Ergui meus olhos e encontrei um rosto corado e surpreso.



“Já está aqui?” Bella perguntou com a voz cortada, os olhos estavam fixos em mim, eu realmente queria dizer que ela também não era discreta.



Meus lábios subiram em um sorriso, eu fiz sinal para ela vim para mim. Bella caminhou com graça, no caminho, ela prendeu os cabelos e mordeu os lábios, deixando-me em êxtase e fazendo o calor se concentrar no meio de minhas pernas.



Ela parou entre minhas pernas, Bella inclinou até segurar meus olhos. “Vou tomar banho, ainda estou com cheiro de frango.”



Deixei minha mão corresse pela lateral dela, meus dedos levaram a barra da camisa branca. Eu, segurando nossos olhares, tirei o tecido inútil do corpo dela. O sutiã vermelho e de rendas delicadas era transparente, dando-me uma visão privilegiada dos seios volumosos e rijos, pedindo minhas mãos.



Os mesmos dedos brincaram com a saia azul, meu aperto foi firme no bumbum empinado. Eu levei a saia para os pés dela, Bella pisou para fora e eu puxei o corpo proporcional para mim.



Ela não tinha cheiro de frango. Bella estava cheia do cheiro dela, doce e de mulher. Beijei-a na barriga, abusando da lentidão e de minha língua, meus lábios subiram para os peitos aprisionados pelo sutiã, mas Bella me freou, puxando meus cabelos.



Os lábios vermelhos e cheios estavam tremendo, os olhos eram penetrantes e o rubor estendia-se para o pescoço. Bella estava excitada, muito perto de gemer meu nome. “Vou tomar banho, não demoro.”



Saí de minha posição sentada, nossa diferença de tamanho era gritante, Bella ergueu o rosto para me fitar. Eu levei meus dedos para as costas dela, dedilhando a pele macia e clara, depois de tentativas frustradas, a peça de renda caiu no chão. Bella soltou um ofego baixíssimo, acompanhado de um leve chicotear.



Eu colei meu corpo ao dela, nada era mais gostoso que sentir a pele quente queimando contra a minha. Bella ficou na ponta dos pés e me beijou, com fúria e lentidão, a combinação parecia impossível, mas ela existia para nós.



A calcinha pequena era nossa última barreira, Bella tirou-a com calma, agoniando-me. A sorte me amava, pois mulher nenhuma era mais quente que a minha. Bella me lançou um sorriso quente e quebrou o quadril, esfregando-se timidamente em minha ereção protegida pela toalha.



Meus olhos memorizaram cada centímetro da nudez esplêndida. Eu sabia que meu olhar era de fome, cada parte minha pedia por uma foda bem dada, com gritos e sacanagens. Bella me deu uma risada melodiosa, o que me fez sair de meus pensamentos pervertidos. Senti os dedos curtos correndo logo acima do nó da toalha. “Não brinque sozinho, eu volto logo.”



Bella realmente estava disposta a me deixar louco, ela me deu as costas e rebolou até o banheiro, eu, tentando me controlar, olhei para a pilha de roupas no chão. Branco, azul e vermelho combinavam.



Todos os motivos do mundo me fariam ir tomar banho novamente, mas o clima de mistério era bom, eu estava ansioso para saber como ela sairia daquele banheiro, rezei para que fosse sem nada.



Não sei quando, mas um clique me trouxe a realidade. Minha Bella caminhou para mim, desfilando malícia e charme, eu parei em pé, babando por cada curva, por cada pintinha milimetricamente disposta na pele alva.



Sem querer esperar mais, enlacei-a com toda possessão que existia em mim, Bella espalmou as mãos em meu peito, sorrindo com inocência. “Te fiz esperar muito?”



Escorreguei minha mão para a cintura fina, pressionando nossas partes quentes e, então, percebi que a toalha estava sendo um empecilho imenso. “Você vai saber recompensar cada minuto.”



Bella me olhou sob os cílios, tão ingênua e maliciosa. Ela levou a mão para a toalha, deslizando-a para o chão e fazendo meu pau duro bater contra o baixo ventre dela. “Eu quero cada gota, sim?” Ela falou perto de minha orelha, o tom era baixo e atrevido.



Apenas Bella conseguia me afetar daquele jeito, ela distribuiu beijos em minha mandíbula, mas nunca assaltava minha boca. Os lábios eram quentes e derramavam luxuria. A lentidão angustiante, Bella demorou em meu pescoço e tudo o que eu sentia era os mamilos dela roçando em meu peito.



O suor fez uma poça em minha nuca no mesmo instante em que Bella resolveu jogar minha educação para o ralo, ela mordiscou minha barriga, a língua corria sobre as marcas dos dentes, fazendo-me tremer e tornando minha excitação algo dolorido.



Ela estava muito perto de cair de joelhos para mim, mas, mesmo que a posição tornasse-a rendida a mim, o rendido era eu, Bella tinha total controle, ela me tinha nas mãos, do melhor jeito que poderia existir.



A palma quente me envolveu e um palavrão baixo saiu sem minha permissão, fazendo Bella sorrir e procurar os meus olhos. “Não me diga que você é um certinho corrompido!”



Minha risada saiu arrastada, eu sabia que Bella esperava minhas palavras sujas, ela realmente gostava daquela parte. Uma respiração quente, seguida de uma fria bateu contra minha ereção e eu senti tremores leves correndo minha espinha. Bella começou lambendo a extensão de meu eixo, tendo como melhor aliado os lábios úmidos.



Eu nunca iria me acostumar com a sensação da boca molhada e quente, investi meu quadril contra a boca dela, mas Bella sorriu e me freou. Ela dançou os lábios em minha cabeça inchada, o pré-gozo que estava ali foi sugado com maestria, o barulho era quase melhor que a visão. “Porra, Bella.”



Minha vocalização preencheu o silêncio do quarto e foi minha morte, pois Bella me abocanhou por completo, levando para o calor e para a umidade. Os movimentos eram lentos e longos, os lábios corriam por minha extensão e tudo era revertido em tremores e em uma vontade insana de meter naquela boca quente.



Bella gostava de controlar, ela segurava meu quadril, impedindo-me de fodê-la. Aos, poucos, ela me libertava e, quando ela me olhou sob os cílios, ainda mamando em minha glande, eu soube que era a minha vez de fazer tudo.



Antes de ela me dar o controle, lambidelas longas assolaram minhas bolas roxas de tesão. A língua pastou até voltar para o meu membro e, lentamente, Bella me teve novamente e, com um simples aperto em minhas coxas, ela disse que eu podia me acabar na boca dela.



Talvez, fosse realmente coisa de homem, mas segurar Bella pelos cabelos era excitante de um jeito diferente. Era como ter poder e direitos, aquela mulher era minha e eu era o único a tê-la daquele jeito. Eu joguei meu quadril sem qualquer formalidade, Bella relaxou a garganta e me engoliu, ela repetiu o ato até eu estar muito perto da borda, quase caindo.



Quando eu caí, ela teve cada gota. A queda fora alta, pois eu gemi de um jeito desconexo e meu corpo movia-se sem padrão. Senti meu jato correndo minha extensão e morrendo no fundo da boca quente. Bella continuou me sugando, apenas com minha cabeça na boca, as mãos ágeis batiam uma punheta boa pra caralho no resto de meu pau.



“Você é tão bom!” Bella falou enquanto salpicava beijos em minha extensão, olhando-me de forma penetrante e intensa. “Eu nunca vou ter o suficiente de você.”



Eu a puxei para mim, sem dar chances para ela dizer qualquer coisa, beijei-a, sentindo meu gosto na língua dela. Bella gemeu baixinho e eu nos levei para chão, eu precisava dela rebolando muito em cima de mim.



A falta de conforto não era ruim, tudo era bom quando Bella ficava por cima. Ela sorriu e tirou o suor de meu rosto, a boceta melada e quente roçou em minha extensão, convidando-me.



Bella aproximou-se de meu rosto, o beijo foi lento e ela pegou meus olhos. “Não tomei a pílula hoje.”



Eu a olhei e bufei, perguntei-me o que Bella tinha na cabeça para me falar sobre controle de natalidade quando eu estava prestes a me enterrar nela. “Baby, deve ter camisinha no banheiro.”



Ela me beijou mais uma vez, agora, perto do queixo. Bella friccionou nossos sexos, levando-me a loucura, mas não me deixou penetrá-la. Os olhos marrons miraram os meus, eu me assustei ao ver uma avalanche de bons sentimentos.



Bella me deu um beijo breve e seguiu para minha orelha. “Não tomei hoje e não pretendo tomar tão cedo.”



Antes que eu compreendesse o significado daquilo, Bella sentou-se em mim, a umidade me recebeu e nós dois gememos, mas, ainda assim, concentrei-me nas palavras ditas por ela, sorri quando as entendi. Meu sorriso cresceu e eu iria explodir de felicidade a qualquer momento.



“Estamos encomendando um filho?” Perguntei baixinho, fazendo-a rebolar em meu pau. Bella moveu-se sem inibição e buscou a apoio em meu peito.



Os lábios escovaram os meus e uma mordida forte fora deixada no canto de minha boca. “Sim, nós estamos.”

(...)

Tentei não fazer barulho, mas minha tentativa findou quando abri a porta do quarto com muita falta de jeito. Eu não gostava de plantões noturnos e tudo ficava pior quando o frio castigava lá fora. Bella dormia sob os cobertores grossos. Antes de me juntar a ela, fui ver o sono de Anthony. Ele também estava aquecido e o Nana era o mais novo travesseiro dele.



Só me preocupei em entrar em meu moletom velho e em escorregar para debaixo do edredom e, ao contrário do que imaginava, Bella estava acordada e se aninhou a mim. “Oi, baby. Volte a dormir.” Falei baixinho, acarinhando-a nas costas.



Bella afundou o rosto em meu pescoço, a inspiração fez cócegas e foi impossível não sorrir. Ela rolou para mim, parando sobre meu corpo. “Não está machucado?”



“Sem qualquer arranhão.” Disse-lhe em tom baixo, tentando niná-la.



Ela apertou minhas costas e eu colei nossos corpos, beijei-a na testa e, gradualmente, me entreguei ao sono.



“Edward?” Bella chamou-me contra meu pescoço, sussurrei qualquer coisa, apenas para ela saber que ainda ouvia. “Feliz aniversário, te amo.”



Meu sorriso escapuliu, eu a abracei e beijei os cabelos castanhos. “Obrigado, te amo mais.”



Dois corpos estavam sobre o meu. Um era grande, mas não muito pesado. Outro era pequenino e me beijava na bochecha. Relutante, abri meus olhos e encontrei dois sorrisos enormes, os sorrisos que faziam minha vida ter sentido.



Bella vestia meus moletons, Anthony estava em um conjunto azul marinho, eu realmente achei o capuz de orelhinhas uma fofura. Sentei-me encostado na cabeceira e os olhei, perguntando-me o motivo de eles estarem animados. Repassei os últimos fatos e soltei um barulho estranho. “Não tem uma festa lá em baixo, não é?”



O sorriso de Bella causou ruginhas tímidas nos cantos dos olhos. “Feliz aniversário!” A voz soou quente, Bella, não sei como, me estendeu um bolo azul com velinhas.



Anthony pulou em meu colo, ele era um garoto agitado no final da manhã e eu tentei pegar um pouco daquela energia. “Bom dia, filho! Seu pai está ficando velho.”



Ele puxou meus cabelos e sorriu para mim. “Papai?” Anthony falou animado. “Mamãe... Boulo!”



Foi impossível não beijá-lo na testa. “A mamãe fez bolo?” Repeti para ele e ganhei um sorrisinho de lado. “Você sabe como ela fez o bolo para o pai?”



A resposta foi uma longa colocação de palavras indecifráveis, mas algumas já eram conhecidas e, toda vez que Anthony falava aua, já era certo que ele queria água ou suco.



“Vamos lá beber água, filhote?” Saí da cama e ajudei Anthony a fazer o mesmo. Bella ainda segurava o bolo, não hesitei em beijá-la com vontade. Ela me aceitou, acarinhando-me na nuca, o beijo se encerrou com uma seqüência gostosa de selinhos.



“Feliz aniversário.” Ela disse baixinho, quase envergonhada. “Não tenho presente dessa vez, desculpe-me.”



Beijei-a um par de vez. “Não falei besteira, você me dá motivos para ser feliz, isso já basta.”



Bella bateu o nariz no meu. “Esme ligou e pediu para irmos almoçar lá, eu disse que iríamos.”



“Oh, certo!” Exclamei ao lembrar-me de meus pais e toda a tradição de meu aniversário. “Deve ter um bolo de cenoura me esperando.”



O abraço dado por Esme quase machucou minhas costelas. O bolo estava bom, como sempre esteve nos últimos vinte e oito anos. Anthony, Bella e eu estávamos embolados no sofá, sob uma manta fina.



“Cacaa?” Anthony chamou na melhor voz pedinte. “Cacaa?”



Meu pai sorriu e o pegou no colo. “Quer ir lá fora, garoto? Congelar um pouco?”



Eu ajeitei o capuz sobre os cabelos loiros. “Seu avô Carl vai lá te levar, sim? Chame sua avó Esme também.”



Anthony levou os olhos para Esme e sorriu. “Vó Mesme?”



Os três saíram para o frio, eu me agarrei à Bella e ela passou as pernas sobre meu quadril. Não demorou em nós estarmos respirando a expiração do outro. Meus dedos rolaram para debaixo do suéter azul, a pele estava quente e eu quis mais.



Bella sorriu em minha boca e dedilhou o colarinho de meu uniforme de frio. Os lábios roçaram timidamente em meu pescoço. “Já disse que detesto quando você trabalha à noite? Estou com saudades.”



Eu sabia qual ponto discutíamos, sorri de lado, puxando-a para mim. Bella e eu não funcionávamos quando ficávamos sem qualquer tipo de contato e, infelizmente, Anthony era agitado demais durante o dia, impossibilitando qualquer investida.



Levei meus dedos para o botão do jeans dela, Bella soltou um gritinho engraçado. “Edward?!” Ela me parou, mas morrendo de vontade de continuar. “Seus pais e Anthony estão aqui.”



“Eles estão lá fora, é diferente.” Falei e voltei a trabalhar no botão. “Eu ainda tenho um quarto aqui.” Convidei-a descaradamente, fazendo Bella abrir um sorriso atrevido.



“Eu aceito uma rapidinha com você.” Ela falou antes de me beijar. Não querendo perder tempo, levei-nos para o meu quarto e praguejei por aquele cômodo não ter aquecedor.



Eu nunca perderia a chance de tirar-lhe as roupas, minhas mãos foram ágeis e as peças logo ficaram perto da porta. Bella se importou apenas com minha calça, abaixando até meus joelhos.



Nós também não poderíamos fazer barulho, então, quando me enterrei na boceta carente e molhada, Bella abafou os gemidos no travesseiro, os meus foram abafados no pescoço dela. As marcas roxas seriam as provas do crime.



Meu corpo batia contra o dela, trazendo nosso fim. Bella se segurava na cabeceira, com os olhos fechados e mordendo os lábios. Ela me apertou com violência, fazendo meu pau pulsar e se libertar.



Deixei que meu peso caísse sobre ela, duas respirações irregulares encheram o quarto. Bella moveu-se abaixo de mim, mesmo não querendo, rolei para fora dela. “Satisfeita?”



Ela me deu um beijo longo e abotoou minha calça, os dedos tentaram arrumar meus cabelos. “Vou querer mais, mas posso esperar a madrugada.” Bella falou enquanto vestia as próprias roupas. “Você precisa ir trabalhar.”



Eu saí da cama e levei Bella comigo, ela corou ao ver meus pais e Anthony no chão da sala. “Linda, eles nem desconfiam, não se preocupe.”



“Edward, você está descabelado e com as roupas tortas.” Bella falou perto de minha orelha, sorrindo.



Deixei Bella e seus pudores e fui me despedir de Thony. Ele já entendia que eu voltaria para casa, então os choros se tornaram escassos. “Quando eu chegar, vou lá ver se você está dormindo, tá, filhote?”



Ganhei um tchauzinho mais coordenado, Bella selou nossos lábios e afagou minha bochecha. “Cuide-se, amamos você.”



Dei-lhe o mesmo tipo de carinho. “Te amo, fiquem bem.” Disse antes de bicar os lábios em Anthony.

(...)

A escuridão me fez tropeçar, a falta dos óculos também não ajudava. O caminho do banheiro para a cama fora tortuoso, mas consegui voltar para o aconchego das cobertas quentes.



Bella estava de costas, então a girei para mim, a insônia da madrugada era menos insuportável quando eu a olhava. Com delicadeza, deixei nossos rostos próximos e, sem qualquer aviso, meu corpo tremeu. Esfreguei meus olhos, tentando ter mais nitidez. Alisei as bochechas de Bella, sentido o calor e vendo o brilho incontestável. Sorri feito bobo, pois, no meu mundo, quando Bella brilhava, só significava que ela estava gerando uma vida nova.



Como imã, minha mão foi para a barriga lisa. Não existia ondulação, ergui a camisa e vi mais brilho, ofuscando-me e deixando o quarto mais iluminado. “Nenenzinho?” Chamei calmamente. “Você está aí?”



O trepidar de meu coração estava na garganta, certa ardência estava em meus olhos. Fiz círculos calmos no ventre de Bella, apaixonando-me pelo pequeno serzinho que Bella nutria.



“Baby?” Era errado, mas precisava acordá-la. “Bella?”



Bella moveu-se, resmungando e se aninhando nas cobertas. “Hmm?”



Pousei meu rosto sobre o dela, Bella abriu os olhos devagarzinho. Raios de luz queimaram contra mim e Bella nunca esteve mais bonita. Beijei-a suavemente e levei uma mão para a bochecha amassada, a outra parou sobre o ventre branquinho.



O marrom chocolate estava preso em meus olhos, Bella parecia confusa, sorri para ela, acalmando-a. “Você está grávida.”



Bella me deu um sorriso engraçado e puxou meu rosto, beijando-me com a mesma delicadeza. “Você é louco, volte a dormir, amor.”



Peguei o rosto em minhas mãos, ele era o meu pedaço de sol na terra. Bella bocejou e não permiti que ela dormisse. “Linda, você está brilhando e isso está me deixando mais cego, tem luz saindo de você. Eu tenho certeza, tem uma vidinha a mais para nós e eu estou muito feliz por isso.”



“Oh, Deus.” Ela soltou antes de me abraçar, Bella me deu lágrimas tímidas, mas elas eram felizes. A mão de Bella escorregou para a própria barriga, acarinhando nosso novo neném. “Eu posso sentir.” Ela falou entre lágrimas. “Tem alguém querendo nosso amor e proteção.”



“E ele terá, Bella.” Sussurrei para ela, ignorando minha lágrima solitária. “Nós somos bons em dar amor, ainda existe muito dentro de mim.”

(...)

Deixei meu último rabisco na porta da geladeira, bem abaixo da ultrassonografia de três meses de nosso bebezinho, Anthony também deixou a marca dele. Eram traços imprecisos, mas eu o elogiava, dizendo que o novo bebê iria amar.



“Oi?” Ele falou baixinho, concentrado em rabiscar as folhas brancas que eu havia lhe dado.



Meus olhos varreram a porta de geladeira, aquele era o único eletrodoméstico que Bella e eu fizemos questão de trazer para Chicago, ainda tinha as coisas que eu escrevi durante a gestação de Thony. Meu novo bebê merecia a mesma recordação.



“Papai? Uh?” Anthony me chamou de novo, eu me abaixei até sentar no chão frio da cozinha. Os olhinhos verdes estavam nos meus e eu quis ter aquele olhar doce para sempre, perguntei-me como ele era tão esperto com um ano e seis meses.



“Bebê novo?” A voz aguda foi música para mim, Thony apontou para o emaranhado de rabiscos.



“Está desenhando para seu irmão?” Perguntei-lhe com animação. “Ou para sua irmã?”



Ele jogou os papeis e os gizes de cera para o lado. “Qué mamãe!”



Meus lábios subiram em um sorriso quente. “Vamos lá, acordá-la com um tanto de beijo?”



O sorrisinho de Anthony também foi engraçado, ele correu até o início da escada, mas parou e encarou a árvore de natal que montamos. “Cadê Noel?”



Dei-lhe minha mão, ajudando-a a subir as escadas. “Mais tarde ele vai te dar um presente, a neve está atrapalhando-o.”



Anthony olhou pela grande janela da sala, a grama estava coberta por uma espessa camada de neve, ele me olhou assustado e apontou para a rua. “Fliiip?”



Foi impossível não sorrir, meu filho amava muito aquele cachorro. “Ele está quentinho, depois você o procura no tapete da sala.”



Realmente estava frio e as tempestades de neve eram constantes, mas eu abri a porta do quarto e encontrei a personificação do sol. Bella ainda dormia, Anthony não hesitou em pular na cama cheia de cobertas.



Bella acabara de entrar no terceiro mês, então dormir era, de fato, a atividade preferida dela. Anthony deitou-se sobre os travesseiros e enrolou os dedos nos cabelos castanhos.



“Papai?” Ele me chamou mais alto, ainda com um giz na mão. “Qué bebê!”



“Eu também quero, filhote.” Devolvi com a mesma energia. “O pai está louco para saber se vai ser menino ou menina, pegar no colo...”



Anthony levantou a blusa de Bella, ele estudou o morrinho minúsculo, com muita curiosidade no olhar. Eu tracei círculos calmos na pele clara e quente, perguntei-me com quem aquele serzinho iria se parecer. Se fosse uma cópia de Anthony, eu ficara feliz.



“Uh, a mamãe está linda, não está?” Perguntei-lhe e, depois, deitei-me ao lado dele. As cobertas nos protegeram do frio estúpido.



Minha mão migrou para a barriga de Bella e meus lábios foram para os dela. “Linda?”



Bella soltou um barulho engraçado, mas não demorou a abrir os olhos. “Bom dia, meninos.”



Deixei um sorriso para ela. “Tudo bem com vocês? Sem enjôos?”



Ela afundou os dedos em minha nuca e deixou um afago nas bochechinhas de Thony. “Eu sonhei com você, amorzinho! Você sorria tanto para o bebê que a mamãe carrega.”



A fala longa foi muito para Thony, ele nos olhou confuso e empoleirou em meus braços. “Noel, mamãe.”



Bella sentou-se e pegou Anthony no colo. “É natal, filho! Vamos brincar na neve, tá?”



Os olhinhos verdes brilharam, Bella pegou minha mão e colocou-a sobre o ventre branquinho. “Bebê, o papai está absurdamente bonito hoje, você vai amar conhecê-lo.”



Enquanto Bella conversava com Anthony, eu desci meu rosto até estar bem perto de meu bebezinho, meus lábios correram perto do umbigo bonitinho de Bella. “Bom dia, nenenzinho. Está tão frio aqui fora, mas a mamãe te protege, não é? Hoje é natal e seu irmão está realmente animado.”





Recebi um carinho gostoso em meu cabelo, Bella sorriu e ergueu a camisa ainda mais. “Amo você, neném. Mal posso esperar para ter conhecer.”



O corpo de Bella mudava aos poucos, os cuidados ainda existiam e eu estava entendido sobre estrias e celulites, não as encontrei em lugar nenhum. Os peitos cresciam aos poucos, o cabelo parecia seda e a pele de Bella era tão boa quanto à de Thony.



“Amor?” Bella me chamou, subi meu rosto para o dela e encontrei duas bochechas coradas. “Tem sorvete ainda?”



Beijá-la era inevitável, mas o roçar foi discreto. “Não está muito frio? Quem sabe com calda quente?”



Ouvi um gemido de deleite. “Sim, com muita calda!”



Eu a tirei da cama, Bella tirou os moletons e analisou a barriguinha no espelho docloset. Anthony observava os sorrisos de Bella e sorriu também. Ele deu passinhos calmos e puxou os pares de sapato de Bella.



“Filho, não faça bagunça.” Pedi sem mudar o tom, uma advertência sutil.



Anthony bateu um salto no outro, gerando um som agudo. “Meu!”



Aquela palavrinha era mágica e causava a discórdia. Anthony só conhecia os pronomes possessivos da primeira pessoa. Bella abaixou-se e, com delicadeza de mãe, pediu para que Thony parasse com o barulho. “Amorzinho, vai estragar os sapatos, lá embaixo tem um tanto de brinquedo, estou indo brincar com você, sim?”



Uma caretinha surgiu no rosto amassado de Thony, mas ele não reclamou. Enquanto Bella terminava de se vestir, ele arrumava os sapatos por cores. “Filhote, dê-me um pouco de sua inteligência?”



Ele abriu um sorriso agradecido, existiam mais dentinhos para serem expostos. Anthony me puxou pela mão, levando-me para dentro das roupas de Bella, a curiosidade era a maior qualidade de meu filho.



“Bella?” Falei mais alto. “Nós podemos tentar tirar as fraldas de Thony, ele ficou seco essa noite.”



Ela deu passos apressados e tirou Anthony do chão. “Sério, filhote?” Bella perguntou enquanto bagunçava os cabelos cortados dele. “Está ficando grande, não é?”



Thony beijou-a perto do queixo. “Gande!”



Eu me aproximei dos dois, minha mão enlaçou a cintura alargada de Bella, a pele despida foi como brasa para os meus dedos. “Baby, você está tão linda!”



Bella me beijou delicadamente, as unhas brincaram sobre a pele que cobria minhas costelas. “Sabe o instinto de mãe?” Ela colocou com despretensão. “Bom, eu já sei se é um garoto ou uma garota.”



Senti tremores bons correrem por mim, abri meus olhos e peguei os olhos marrons, eles estavam cheios de felicidade. “Por favor, conte-me.” Pedi, sem medo de parecer desesperado pela resposta.



Ganhei um sorriso incrível, Bella apoiou a testa na minha, mas olhava para Thony. “Posso fazer surpresa? Pense, eu nem descobri que estava grávida, foi você quem me disse. Faz parte a mãe fazer alguma surpresa para o pai.”



Era um bom argumento, mas decidi persuadi-la mais. “Eu quero fazer um quarto incrível, Thony e eu precisamos saber o que comprar. Se vai ser tudo rosa ou azul.”



Ela me deu um beijo rápido. “Nós vamos confirmar no próximo mesmo e você não vai comigo, certo?”



Aquilo era golpe muito baixo. Eu não admitiria perder qualquer consulta de Bella, ainda mais com o obstetra jovem e sem aliança na mão.



“Você não vai ao médico sozinha.” Coloquei e pedi para que ela entendesse que eu estava irredutível sobre aquilo.



“Amor, Dexter é um bom médico, sim? Foi recomendado pelo Dr. Jeremy e ele também cuida de sua mãe.” Bella usou o mesmo tom, o fato de aquele cara ser o médico de minha mãe não ajudava.



“Cadê Nana?” Anthony rompeu com nossa conversa adulta. “Nana.”



Eu procurei o coelho no berço de Anthony, o bichano estava no meio da manta quentinha. “Filhote, aqui está.” Falei-lhe enquanto Bella dividia o sorvete com ele.



“Bigadooo” Ele me respondeu depois de engolir. “Bigadooo, papai.”



Minha resposta foi afagá-lo nos cabelos, Bella fez o mesmo, sendo mais lenta e doce. “Fale obrigado mais vezes, amorzinho! As pessoas vão te amar ainda mais.”



“Bigadooo.” Anthony repetiu e eu interpretei aquilo como um agradecimento ao conselho de Bella.



“Tem problema se eu não fizer nada de legal em nosso natal?” Bella perguntou, as bochechas vermelhas evidenciaram o constrangimento. “Nosso neném está irritado, nada quer parar em meu estômago.”



Levei meu toque para debaixo do agasalho, Bella sorriu ao sentir meus dedos pastando no meio da barriga pouco volumosa. “Baby, não se preocupe, sim? A gente fica um pouco na neve com Thony e depois trocamos nossos presentes, comprei uma coisinha para nosso bebê.



“Obrigada por isso, Edward. Vou ligar para Alice e saber como as meninas estão.” Bella falou com um sorriso genuíno. Lembrei-me das três garotinhas loiras, Alice havia incorporado Jane Austen e colocara nomes bonitos nas meninas de olhos claros. Mary, Lydia e Catherine.



Anthony correu atrás de Bella, ela abriu os braços para ele. Anthony sorriu e puxou o capuz para tampar-lhe a cabeça. Eu sorri para dois, feliz por Bella carregar nossosfilhos.

(...)

Eu, normalmente, não era uma pessoa concentrada, mas tudo realmente ficava ruim quando a ansiedade me assolava. Verifiquei meu celular mais uma vez, querendo uma mensagem ou uma ligação. Eu precisava saber se eu teria uma garota ou outro garoto. Minha mente vacilante não era muito certa, por vezes, imaginava-me carregando mais um garotinho loiro, mas, em outras, a imagem de uma menininha de cabelos escuros roubava toda minha atenção.



Não me importei em estar em horário de trabalho, quando o relógio marcou dez da manhã, eu liguei para Bella. Os três toques demoraram uma eternidade.



“Oi, amor.” Bella me atendeu com o tom doce de sempre, ao fundo, eu ouvi a voz aguda de Thony. “Não deveria estar trabalhando?”



Soltei uma risada calma, Bella só estava me enrolando. “Baby, por favor, deixe-me saber!”



Ela também sorriu, mas, uma respiração depois, Bella fungou baixinho. “Não há ninguém mais feliz que eu, Edward! Eu sempre estive certa.”



“Bella, eu posso morrer de curiosidade, sim?” Lancei-lhe, tentando comovê-la. “Anthony já sabe? Deixe-me conversar com ele, aposto que ele contará.”



“Edward, não seja dramático!” Bella disse com mais energia, mas ainda chorava timidamente. “Thony pareceu gostar, volte para casa e você vai descobrir.”



“Você sabe que não há a mínima possibilidade de eu conseguir trabalhar.” Soltei com um sorriso despontando em meu rosto. “Estou indo para casa.”



A risada de Bella foi como música. “Estamos te esperando, nós três te amamos.”



Guiei meus passos para fora do batalhão. Liguei o rádio do carro apenas para mascarar o nervosismo. Bella me esperava na varanda, sentada na espreguiçadeira e Anthony brincava de embaraçar os cabelos longos e castanhos.



Eu pulei os dois degraus que existiam, Bella se levantou e me abraçou. A barriguinha redonda bateu na minha e foi impossível não sorrir e pegar o olhar quente que Bella me lançava.



Minha mão buscou espaço entre nossos corpos, eu a toquei perto do cós da saia longa. Anthony veio para nós, sorrindo como um anjinho. “Quer contar, amorzinho?” Bella perguntou-lhe. “O papai está morrendo de curiosidade sobre nosso bebê.”



Anthony me deu um olhar cheio de alegria. “Mamãe fala.” Ele disse mais baixo, dando atenção a Flip.



“Ele realmente só tem um ano e sete meses?” Bella falou olhando para nosso filho. “Fala mais que nós dois juntos.”



“Só sei fazer filho inteligente.” Sussurrei para ela. “Eu estou tremendo, acabe com minha curiosidade.”



Bella me deu um beijo, demorado e lento. Calmamente, ela ergueu a camisa de manga longa, revelando a pele branca e esticada, eu acarinhei a região, derramando amor sobre aquele serzinho inocente e meu. A mão de Bella pousou sobre a minha. “Uh, essa coisinha aqui não é tão exibicionista como Thony.”



Eu me ative às palavras e às lágrimas de dela. Eu as sequei com meus lábios e aproveitei para beijar todo o rosto corado. “Teremos um bebê tímido?”



Uma piscadela se juntou a um sorriso grande. Bella procurou meus olhos, não ousei desviar. A corrente indissolúvel se formou, mantendo-nos presos a uma bolha de emoções grandes e bonitas. “Edward, você será papai de uma menininha.”



A primeira parte a fraquejar foi meus joelhos, mas me livrei da queda. Minha respiração tornou-se curta e tudo o que eu imaginei foi uma garotinha com os traços de Bella, de bochechas coradas e com os cabelos escuros. Ela era linda, risonha e alegre. O vestidinho era branco e o laço vermelho enfeitava os cabelos ondulados.



“Oh, Deus! Bella, estou tão feliz.” Joguei as palavras, tentando fazer uma colocação melhor. “Ela vai ser linda, baby! Parecida com você. Céus, terei problemas!”



Bella correu os dedos por minha bochecha, fazendo o contorno. “Está feliz mesmo?”



“Claro que estou, linda! Eu aprendi a ser pai de um garoto, agora vamos cuidar de uma princesinha.” Falei com energia e seriedade, cada célula minha estava disposta a fazer tudo por minha filha.



Sem eu perceber, Bella sacou uma foto pequenina. “Ela estava sorrindo hoje.” Foquei em cada detalhe do rosto perfeito, eu sorri ao ver que o nariz era arrebitado e o sorriso era tímido, quase sem querer.



Meus dedos trêmulos registraram todos os traços da face redondinha. Bella me beijou e pegou meus olhos. “Ela é linda!”



“Ela é.” Devolvi, sentindo as palavras faltarem. “Obrigado por ela.”

(...)

A primavera trouxe, além do calor e flores, uma Bella animada, barriguda e bonita pra caralho. Bella combinava com o brilho ofuscante, era ruim ficar longe dela, a vontade era de abraçar e beijar a cada instante.



Anthony também parecia contente, aquele garoto gostava de falar e Bella gostava de escutá-lo. Os dois estavam na borda da piscina e eu jogava água neles. Meus pés tocavam o fundo e, por vezes, eu atravessava a distância em braçadas precisas.



“Papai?” Anthony me gritou no momento em que mergulhei, eu bati meus pés e minha audição estranhamente aguçada ouviu os gritos e choros. Eu cortei a superfície de água, colocando meu rosto para fora.



O rostinho de Anthony era nada além de vermelho, os olhinhos estavam cheios de lágrimas. “Papai!”



Bella me deu um sorriso mal humorado e deitou o rosto de Anthony no colo. “Amorzinho, seu pai não vai embora, sim? Ele só está nadando, não quer entrar na água com ele?”



Thony procurou por mim, eu saí da piscina e me sentei ao lado deles. “Filhote, eu não quis te assustar. Estou aqui.”



Ele me abraçou apertado e subiu em meu colo. “Não sumiu?” Thony perguntou olhando dentro de meus olhos. O verde reconheceu o verde.



“Não sumi, não.” Falei no ouvido dele. “Nunca.”



A mão de Bella pastou em minhas costas molhadas, eu aceitei a carícia e olhei-a. O brilho se juntou ao do sol e eu me perdi em tanta luz. “Está especialmente bonita hoje.”



Ela sorriu e moveu para o meu colo, Anthony ainda estava agarrado em meu pescoço. “Nossa filha está me chutando, ela consegue ser pior que Thony.” Bella falou e levou minha mão para a região em que nossa bebê chutava-a.



A sensação era de outro mundo, eram batidinhas vigorosas e seguidas. Bella fazia caretinhas, mas sorria abertamente, aproveitando a sensação. “Filhota, você não sabe o quanto eu quero te conhecer, só faltam três meses. Já está tudo pronto para você.”



Anthony prestou atenção em minhas palavras, com certeza, ele me achara louco por conversar com a barriga de Bella. “Filho, venha cá, converse com sua irmãzinha. Ela adora nos ouvir.”



Ele era o retrato da hesitação, Anthony colocou as mãozinhas sobre o umbigo saliente de Bella. “Uh, fale que você me ajudou a fazer o quartinho dela, os desenhos que você fez. Conte sobre Flip, sobre o seu Nana.”



Como incentivo, Bella enrolava os dedos nos cabelos loiros de Anthony. Eu fiz o mesmo nos cabelos dela, estendendo os carinhos para o pescoço e para os ombros. Eu brinquei com o biquíni azul e Bella soltou um ofego baixinho.



“Quando poderei ver o quarto de minha filha?” Ela perguntou antes de bicar meus lábios. “É injusto você me deixar curiosa de novo.” Bella fingiu indignação e correu as mãos pela barriga grande. “Filha, o papai está sendo chato, não está?”



Eu sorri e me lembrei do quarto cor de rosa. Tudo era aconchegante e os desenhos imprecisos de Thony conferiam certa fraternidade, as fotos estavam lá. Os sorrisos felizes de Bella e as caretinhas de Anthony. Era injusto não comprar tudo novo, então Bella escolhera o berço mais pomposo que existira e, realmente, nós tínhamos comprado muitas roupas cor de rosa e lilases.



“Eu sinto falta de um nome.” Coloquei com falsa displicência. Bella e eu tentávamos encontrar um bom nome, mas nada parecia bom para nossa garotinha.



Bella tirou os olhos de Thony e me olhou. “Eu me sinto péssima por não consegui dar um nome para minha filha.”



Não era tristeza, poderia ser classificado como incômodo. Bella deitou a cabeça em meu ombro e respirou contra minha pele. “Eu a amo com toda minha alma, queria o nome mais bonito do mundo para ela.”



“Ei, nós vamos encontrar.” Tirei aquela insegurança, beijando-a na testa. “Temos um trimestre para isso.”



“Ela também vai ser de julho.” Bella falou enquanto se aconchegava em mim, Anthony ainda papeava com a irmãzinha dele. “Vai ser tanto calor!”



Antes que eu a respondesse, Anthony caminhou na beira da piscina, saí de meu lugar e acompanhei-o. Ele, apenas de short, caminhou até o jardim; as flores estavam desabrochando e Thony pegou um bocado delas. Eram de todas as cores, desde o branco pálido até o rosa intenso das azaléias. Ele correu com elas nas mãos e quase caiu ao tentar parar ao lado de Bella.



“Mamãe?” Ele chamou com uma felicidade contagiante.



O mesmo sentimento tomou os olhos de Bella. “Sim, amorzinho?”



Anthony abriu um sorriso grande, os lábios finos subiram e desenharam um semblante alegre. Os olhinhos verdes estavam fixos na barriga de Bella. “Mamãe... Flooor!”



“Oh, obrigada, filho.” Antes que Bella pegasse-as, Anthony, em um acesso de sorrisos e felicidade, jogou as flores na barriga de Bella, ganhando risadas minhas e dela.



“Mamãe.” Ele falou, pedindo atenção. “Flooor!” A fala arrastada me fez olhá-lo e Thony segurou o olhar curioso que eu lançava para ele. “Flooor, papai!”



Bella não tirou os olhos de nosso filho, eu o peguei, até ele estar na altura de meus olhos. “Flooor!” Ele repetiu mais uma vez e os olhinhos se umedeceram.



O sorriso de Bella passou de assustado para incrível. Ela ficou de pé e pegou Thony. Eu realmente não entendi quando Bella soltou lágrimas tímidas. “Amorzinho, você quer que ela se chame Flor?”



Anthony secou os olhinhos e afundou o rosto no pescoço de Bella. “Flooor, mamãe.”



Bella me puxou pelo pulso, enxuguei as lágrimas que desceram até a metade da bochecha. A emoção era boa, eu gostava do nome e parecia certo deixar que Thony escolhesse. “Eu gosto, é bonito.”



Ela me abraçou, a barriga não permitia muito contato, mas consegui correr os dedos nas costas dela. Bella sorriu timidamente. “O que pensa sobre Florence?”



Meu sorriso brotou e foi impossível desfazê-lo, era muito fácil imaginar minha garotinha atendendo pelo nome bonito. Eu afaguei a barriga de Bella e senti um chute firme. “Florence?”



Bella me deu um sorriso perfeito e Anthony também parecia feliz. “Ela também adora sua voz.” Bella disse entre lágrimas e mais um chute fora sentido. “Não é, Florence?”



“Flooor?” Anthony soltou com agitação, sorrindo também.



Eu sorri para ele. “Flooor.” Falei arrastado, em uma imitação barata de Thony. “Sua irmã.”

(...)

A perna de Bella estava sobre a minha, o calor era absurdo e nós suávamos como sedentários ao final de uma maratona. Anthony estava dormindo, o cochilo sagrado da tarde. Os dois anos foram comemorados durante a manhã, com um bolo de chocolate, o máximo que Bella conseguira fazer.



Aumentei a intensidade do ar, Bella estava perto de dormir. O rosto estava exausto e aquele último mês fora cansativo, então eu não hesitei em tirar minhas duas férias atrasadas. Voltei a me moldar contra as costas dela, Anthony dormia do outro lado, em sono profundo.



“Estou suando nas pernas.” Bella falou já letárgica, lutando contra o sono.



Sorri sobre os cabelos castanhos. “Você é bizarra.”



Mandei minha perna para se entrelaçar com as de Bella, senti a umidade que ela falava. Desci meu olhar por curiosidade e eu simplesmente esqueci como respirar. Tudo estava molhado, tudo mesmo. “Baby, isso não é suor. Floresce está nascendo!”



Bella abriu os olhos, mas não estava nervosa; eu, ao contrário, não sentia minhas pernas. “Oh, Deus! É hoje, Florence?” Ela perguntou encarando a barriga enorme e a água sobre os lençóis. “Acho que tem um pouco de contração, amor.”



As palavras me fizeram agir, eu nunca saberia dizer como consegui colocar Bella e Anthony no carro, ele ainda dormia e eu me certifiquei de levar o Nana conosco. Peguei a bolsa de Florence e o presente que, supostamente, ela daria a Anthony.



“Está insuportável, Edward.” Bella gemeu de dor, antes de chegarmos ao hospital. A interjeição acordou Anthony e eu não soube lidar com o choro desesperado dele.



“Amorzinho, a Flor vai te conhecer daqui a pouquinho, sim? A vó Esme vai ficar com você.” A voz de Bella acamou-o, mas não tirou o semblante confuso.



Eu detestava ver a dor no rosto de Bella, tentei convencê-la sobre a epidural, mas ela estava certa sobre querer menos interferência possível. Dexter monitorava a dilatação, ele me olhou de lado e sorriu, quase me parabenizando. “Hora de fazer força, Isabella.”



Bella era a mulher mais forte do mundo. Ela gritava e mordia minha mão, mas ela fazia de tudo para dar a luz à nossa menina. “Baby, estamos quase, sim? Só mais um pouco.”



O sorriso de Bella cresceu e migrei para ver minha filha nascendo. A coxa pulsava em um ritmo louco, um sinal claro do esgotamento físico. Acarinhei-a, dando minhas forças para ela. Talvez surtira efeito, pois, lentamente, minha menininha veio para nós. Os cabelos escuros, idênticos ao de Bella, me fizeram abrir um sorriso genuíno. Ela estava assustava e chorona, mas era linda e perfeita e eu só não flutuei porque o choro desesperado me prendeu à terra.



Eu estava indo para dar um umbigo feio à minha filha, minhas mãos tremeram e eu pincei o cordão e ela chorou mais, os olhinhos cinza se abriram, agradecendo-me pela vida. “Bem vinda, Florence!”



Coloquei-a sobre o peito de Bella, o suor estava em cada parte. “Mais bonita, impossível.” Falei baixinho, escovando meus lábios nos dela. “Obrigado, te amo demais.” A declaração saiu no instante em que minha lágrima gorda rolou até o rostinho vermelho de Florence.



“Thony?” Chamei-o tranquilamente, ele ergueu os olhinhos e sorriu. “Oi, papai.”



Peguei-o em meu colo, era perto das dez e eu conseguira autorização para levá-lo para ver Bella. Ele estava com sono, mas segurava um olhar curioso. Meus dedos correram os cabelos loiros. “Lembra da Flor?” Perguntei com meu melhor sorriso. “Você já pode conhecê-la. A mamãe está cansada, então não pode fazer barulho, sim?”



Ele concordou com a cabeça, quase dormindo. Eu abri a porta do quarto e encontrei Bella babando em nossa garotinha, vestida com minhas roupas amarelas. Ela abriu um sorriso perfeito. “Oi, meu amorzinho.”



Fiquei feliz por ele não pedir o colo de Bella. Anthony ignorou o chamado de Bella e procurou meus olhos. “Cadê a Flooor?”



A pergunta me causou uma risada baixíssima, dei a volta na cama e sentei-o perto de Florence. O olhar de Anthony era de encanto, o verde brilhou e eu quis chorar ao perceber que ele também já amava a pequena irmãzinha. A lágrima transbordou do olho de Bella, mas o sorriso era puramente feliz.



“Florence tem um presente para você, filho.” Peguei o embrulho e de lá tirei um estojo cheio de gizes e canetas coloridas. “Para você continuar desenhado para ela.”



Anthony pegou o embrulho e fez um biquinho, perguntei-me se aquele hábito nunca morreria. “Fale obrigado, filhote.”



Ouvi um fungar de Bella, os olhos marrons estavam marejados e ela segurava minha mão com muita força, eu sorri apenas. Thony abriu um sorriso pequeno. “Bigadooo, Flooor!”



Baguncei os cabelos dele, Anthony, em resposta, me estendeu o coelho sujo e quase perdendo uma orelha.



“Quer mostrar o Nana para Florence?” Disse encarando-o, o verde clarinho tinha um brilho diferente. Anthony negou com a cabeça e deixou o bicho perto da mãozinha de Florence.



“Nana pra Flooor.” Ele falou quase sussurrando, eu pisquei de incredulidade. Não poderia acreditar que Thony estava dando o mascote dele para Floresce. “Pra Flooor mimir.”



O choro de Bella saiu baixinho, ela se moveu para afagar as bochechinhas de Thony. “Amorzinho, você quer dar o Nana para a Florence?”



“Pra Flooor.” Ele disse mais uma vez, resoluto. Thony deu um risinho para Bella. “Flooor.”



Eu peguei Florence em meus braços, a boquinha minúscula abriu um pouquinho e eu me derreti. Anthony abriu um sorriso engraçado, impressionado por aquele ser pequenino fazer coisas extraordinárias, ele tocou a bochecha da irmã, com suavidade e medo, querendo saber se ela era de verdade. Bella sorriu para nós e eu olhei para os três. Eu os amava incondicionalmente, parecia não caber em mim, para extravasar, eu sorri. Thony e Bella fizeram o mesmo. Florence se remexeu. Talvez eu não merecesse, mas eles eram o melhor presente que a vida havia me dado.




Continua...





PS : Calminha amores que ainda teremos 2 Outtakes... Aí sim a história terá acabado :'( Até mais nos coments Bjks




5 comentários:

Unknown disse...

Muito lindo....amei esse fim....Parabéns!!!!!!!

Unknown disse...

Amei tudo.....Obrigada!

Unknown disse...

Ai que lindo .mal posso pensar que ja esta acabando... ja estamoa ha 48 dias lendo essa .fic..... sou apaixonada por ela.!

Val RIBEIRO disse...

ki lindo simplesmente perfeito

Bells disse...

Ameiii
Q lindo

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