FANFIC - O CONTRATO - CAPÍTULO 15

Olá Amores!!! Hoje vamos curtir o 15° capítulo de "O Contrato". Quer acompanhar a história desde o início?Clique aqui.


Um plano mirabolante envolvendo uma jovem pura e um ambicioso empresário. Bella é envolvida em um esquema criado por Edward Cullen acreditando que o mesmo a ama, mas a realidade é muito diferente disso. Edward precisava casar para poder herdar a sua parte que lhe cabe na empresa do pai e, após seduzir Bella fazendo a mesma se casar com ele, mostra sua verdadeira face. Agora, casados, terão de enfrentar um casamento que é uma verdadeira farsa, mas será que Bella poderá transformar seu casamento em algo real e digno de conto de fadas?


Autora : Jacqueline Sampaio
Classificação: +18
Gêneros: Romance
Avisos: Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo





Capítulo 15



Bella pov’s

Um gosto amargo em minha boca. Meu corpo estava moído, como se eu tivesse apanhado. Confesso que temi abrir os olhos, eu havia bebido até cair em um bar desconhecido. Onde eu poderia estar? Em algum motel com o barman? Tremi só de pensar. Fiquei surpresa quando, ao abrir os olhos, reconheci meu quarto.

–Mas como eu...? –Perguntei-me enquanto sentava na cama. Notei que estava seminua e que meu edredom cobria meu corpo.

–Edward. –Constatei com os dentes cerrados. Só poderia ser ele e não era a primeira vez que ele cuidava de mim após uma bebedeira tirando minhas roupas. Eu deveria estar agradecida pelos seus cuidados, mas não conseguia me sentir assim. Eu me sentia irada por ele demonstrar um pouco de preocupação comigo agora que eu o desprezava.

“Você vai me pagar caro Edward!” Pensei enquanto levantava-me.

...

Comia a comida ofertava por Magdalena sem sentir o gosto. Eu estava pronta para ir ao trabalho e eu iria, mesmo querendo desesperadamente passar o dia deitada pela ressaca que sentia. Coloquei os fones do meu Ipod e tentei me desconectar de tudo com a música lenta que tocava.

Eu pude sentir quando Edward veio para a sala de jantar onde o café era servido. Era como se a atmosfera antes tranqüila do espaço em que eu estava mudasse para algo tenso, insuportável. Fixei meus olhos no prato.

–Bom dia. –Ele disse numa voz gentil. Aquilo me enervou ainda mais. Fiquei calada. –Pode pelo menos bancar a educada ou é pedir demais? –Notei a frustração em seu tom. A música que tocava era baixa, eu poderia ouvir com absoluta clareza a voz de Edward, mas fingi não ouvir. Então tive os fones arrancados com certa rudez por Edward.

–HEI! –Esbravejei encarando-o.

–Eu acho que mereço o mínimo de respeito já que eu cuidei de você ontem! –Edward disse. A cara que fazia somada as suas palavras me deixou atônica por alguns instantes. Acabei rindo.

–Deus, você é muito patético! Acha que vou agradecer e tratá-lo como um rei pelo que fez por mim? Eu não mel membro de ter pedido sua ajuda colega! –Falei com desdém. O rosto de Edward ficou vermelho de raiva.

–Eu não espero ser tratado como um rei, eu só quero... –Antes que ele terminasse de falar levantei da mesa pegando minha bolsa. –Aonde vai? –Perguntou.

–Trabalhar. –Disse seguindo para a saída.

–Eu levo você. –Ele murmurou. Virei para ele.

–Agradeço a oferta, mas não to a fim de sua ilustre companhia. –Foi tudo o que disse antes de sair.

...

–O Jacob me disse o que aconteceu. Ele até me pediu o seu número para pedir desculpas. –Jess dizia. Eu estava atenta ao meu trabalho.

–Diga a ele que não foi nada. Eu estava mesmo a fim de ir embora, estava cansada. Não saí por causa da minha conversa com o seu amigo no terraço. Nem me lembro direito do que falamos. –Falei com descaso, mas a verdade é que eu me lembrava.

Isso depende. O problema é tirar o cara do coração, ai o casamento acaba.

Eu sei que eu não tenho nada haver com isso, mas parece que você está infeliz com esse casamento. Eu fui um pouco intrometido e perguntei a Jessica qual era o problema. Ela não disse nada, mas imagino que deva ser... Sabe... Ele deve traí-la.

Olha não fica chateado comigo, mas sabe, aproveitando que eu já estou ferrado com você por ter tocado em um assunto desses, esse tal Edward Cullen é um babaca.

–... SENHORA CULLEN? –Uma voz feminina me despertou. Olhei para Jess achando que era ela, mas não era. Voltei meu olhar para o meu lado e vi Tânia de pé olhando-me com uma raiva contida. Fechei a cara. Eu odiava aquela mulher!

–Sim?

–O senhor Cullen deseja falar com a senhora. –Ela disse e saiu rapidamente, o seu salto batendo com força no chão produzindo um barulho chato.

–O que o seu marido quer? –Jessica perguntou. Dei de ombros.

–Me encher após o tratamento que dei a ele antes de vir para o trabalho com toda a certeza. Eu vou ver o que aquele babaca quer. –Levantei sem nenhuma vontade e rumei para a sala de Edward. Eu não o havia visto desde a hora que cheguei à empresa. Eu entrei sem me anunciar. Ele estava sentado em sua poltrona atrás de sua mesa. Largou seu lap top assim que me viu passar pelas portas.

Ele tinha uma expressão cansada e frustrada no rosto. Eu não me comovi. Por mim poderia ir para o inferno!

–O que quer senhor Cullen? Estou trabalhando. É algo relacionado ao trabalho? –Perguntei cruzando os braços em frente ao corpo.

–Não. –Foi tudo o que Edward disse.

–Então eu me retiro. Não é do meu feitio resolver questões pessoais em ambiente de trabalho.

–Eu quero me entender com você. –Edward falou. Eu estaquei com suas palavras sem necessariamente virar para olhá-lo.

–O que? –Perguntei sentindo meu coração martelar no peito.

–Eu quero que tenhamos uma boa convivência. Sem brigas nem nada disso. O que você acha? Eu sei que esta situação desagrada tanto a você como a mim.

Soltei uma risada curta.

–Por que está rindo? Não estou contando nenhuma piada. –Ele falou com a voz claramente indicando sua irritação.

–O modo como eu o estou tratando pode desagradá-lo, mas a mim agrada, e muito. Eu gosto de tratá-lo como o lixo que você é. –Falei e fui embora sem ver a expressão hilária que deveria estar em seu rosto. Uma pena.

Eu estava determinada a feri-lo de alguma forma, mas não iria mais atingir a mim mesma para prejudicá-lo. Eu não me entregaria a consolos vazios como a bebida como tenho feito desde que descobri estar sendo traída. Nunca mais Edward me veria fraca, caindo de bêbada, como tem me visto. Eu iria mostrar para ele que até uma sem noção como eu costumava ser poderia ser boa em executar uma vingança.

“Você vai pagar caro, vai implorar pelo meu perdão!”.

E então os dias foram passando, mais precisamente um mês desde que descobri que Edward me traia. Durante este tempo eu fui rude, fria, indiferente, sarcástica. Um mês tratando-o do mesmo modo que fui tratada durante os dois meses anteriores a minha mudança. Eu saia quase todas as noites com Jessica, e Angela. Às vezes apenas dormia no meu antigo apartamento, agora ocupado por Jessica, só para não ter que ir para casa. As meninas estavam por dentro de tudo o que acontecia, mas eu não dizia tudo. Não dizia a elas, por exemplo, que doía tratá-lo mal, mesmo Edward merecendo. Eu não o traí também, não conseguia ficar com outra pessoa e nem procurei. Eu não iria me rebaixar como Edward, ele não merecia tanto.

Naquele dia estávamos fazendo três meses de casados

–Alice está preparando um jantar hoje à noite. Ela nos convidou. –Edward disse. Eu olhava para o meu café da manhã.

–Ela me ligou ontem à noite avisando, eu disse que não iria. –Falei com descaso. Eu odiava quando Edward puxava papinho comigo, algo que se tornou freqüente.

–Qual é o problema de irmos? –Edward perguntou com rudeza.

–Eu não to a fim de ir com você. Ponto. Respondi a pergunta ou está com atraso mental e não entende? –Eu o olhei com a expressão fria. O rosto de Edward estava vermelho de raiva.

–Que inferno! Eu não estou sendo mal educado com você! Dá para agir como um ser humano civilizado? –Ele esbravejou. Bocejei.

–Você tem sorte de eu olhar pra sua cara. –Falei pegando minha bolsa. Edward nem contestava quando eu saia dispensando sua carona, virara rotina. Assim como virou rotina eu tratá-lo como um João ninguém. Eu tinha que admitir que eu esteja bem pior do que antes e isso em pouco tempo.

Mais um dia na empresa. Minha mudança de visual mudou o modo como todos olhavam para mim. Agora eu era uma figura popular não com as outras funcionarias (elas morriam de inveja de mim), mas dos funcionários.

–Bom dia Isabella! Linda como sempre! –Um funcionário me cumprimentou. Eu sorri e acenei.

–Oi Bella. –Outro homem me cumprimentou.

–Olá Jared. –Eu disse e continuei a seguir para o meu local de trabalho sempre sendo simpática. Encontrei com Jess em nossa divisória. Ela dormia em cima de sua mesa. Eu a cutuquei de leve.

–Acorde Jess. –Falei num tom brincalhão. –Bom dia.

–A, oi amiga. –Ela disse junto co um bocejo. Olhou-me dos pés a cabeça. –Nossa você levou a sério mesmo esse negocio de vir produzida para cá.

Eu olhei para mim mesmo: calça jeans preta justa, sapato de salto alto preto, uma camisa branca colada ao corpo e um cachecol xadrez preso no pescoço.

–Não estou vendo nada demais na minha produção. –Falei enquanto sentava.

–Isso é por que você está habituada a se vestir bem agora. Quem está assessorando você nessa parte?

–A Alice me dá uns toques de vez em quando. –Falei enquanto ligava o computador. Jess ficou calada por alguns instantes.

–Olha o Edward chegou. Reparou que de uns tempos pra cá ele não pára de olhar para você?

–Eu nem noto a existência deste ser, Jess.

–É estranho. Ele te ignorava e agora, nesse ultimo mês, não pára de olhar você. Ele está olhando nesse momento enquanto segue para a sala dele.

–Pare de olhá-lo. Não quero que ele pense que eu mandei você fazer isso! –Disse áspera.

–Ok. Novo assunto: hoje a noite Angela e eu vamos em um barzinho que inaugurou recentemente. Dizem que o lugar é ótimo. Quer vir? –Jess convidou. Eu não sei por que ela perguntava se eu iria. Até agora eu não recusei um convite dela.

–Claro. Após o trabalho? –Perguntei.

–Sim. Vamos primeiro pegar o Mike, Jacob e o Ben na empresa e seguimos.

–Tudo bem. –Concordei.

Na hora do almoço comi no refeitório com as meninas e tivemos um papo animado sobre nossos planos para a noite. Angela parecia mais tranqüila com relação a mim, ela andou preocupada com minha súbita mudança de temperamento. Agora que as coisas pareciam tranqüilas até mesmo para mim Angela não fazia perguntas sobre se eu estava bem.

Eu estava entorpecida com tudo, agindo ou com um sorriso ou com uma carranca, mas de forma superficial. Eu não agia mais como Isabella e isso me preocupava. Eu queria ter uma vida normal, mas ainda não tinha. Parece que a única forma de conseguir tal coisa era me divorciar de Edward, mas sempre que eu pensava nisso repudiava a idéia. Eu não tinha me vingado completamente, ele ainda tinha que pagar.

Conversei com Alice no telefone. Ela tentou me convencer a ir para o jantar, mas eu recusei o convite. Eu não iria sair ao lado de Edward posando como a esposa feliz. Ele que fosse sozinho!

Após terminar os meus afazeres eu segui para pegar carona com Jess no novo bar. Jess estava em seu Mercury branco e nos conduziu para a empresa que ficava a algumas milhas do nosso trabalho. Os rapazes já estavam em frente ao luxuoso prédio, naturalmente. Contei as vagas no carro e conclui que eu teria de sair, ou eu ficaria cercada por casais apaixonados.

–Hmmm eu acho que vou de ônibus. Passe-me o endereço Jess? –Perguntei já saindo do carro.

–Não precisa Bella. Tem uma vaga ainda. –Angela disse. Olhei com desgosto para o espaço disponível bem ao lado do casal Angela e Ben.

–Ainda sim eu prefiro... –Murmurei, mas fui interrompida.

–Vem comigo na minha moto. –Jacob se manifestou. Eu o olhei. Ele estava montado em sua moto preta cuja marca não identifiquei. Era bonita. Quando a olhei me remeteu a época em que eu tinha uma moto há muito tempo. Quando meus pais morreram tive de vendê-la para o pagamento de dividas. Ainda fiquei de pé sem ter certeza se deveria subir.

–Vamos, eu serei bem cauteloso com a moto, ou você não quer bagunçar o cabelo no vento? –Perguntou com deboche. Peguei o capacete ofertado por ele e subi na moto enlaçando sua cintura.

–Se quer saber eu tenho carteira para dirigir uma belezinha destas. –Falei enquanto Jacob ligava a moto.

–Então me perdoe senhora. –Falou divertido.

–Não sou senhora, sou senhorita. –O corrigi enquanto começávamos a sair da calçada.

–Mulheres casadas são chamadas de senhora. –Ele retrucou.

–E quem disse que eu sou casada? –Disse num tom frio. Jacob não falou mais depois dessa.

Chegamos rapidamente ao barzinho. O lugar estava lotado, mas não tivemos dificuldades para encontrar uma mesinha para nós seis. A principio fiquei um pouco retraída, mas logo participei ativamente da conversa. Falávamos principalmente sobre os podres da empresa, ou melhor, os demais falavam, eu e Jacob tentávamos falar sobre o trabalho em si. É claro que logo todos ficaram entediados com o papo e decidiram dançar na pista de dança, todos menos Jacob e eu. As musicas tocadas no bar eram lentas, se não fosse pela conversa eu não teria ficado lá. Agora que eu não estava entretida com o papo com os amigos, o som doce dos cantores incomodava.

–Quer dançar? –Jacob disse e só então notei que ele estava de pé com a mão erguida em minha direção. Fiquei embasbacada com seu ato.

–Dançar? Eu? Com você? Mas eu não sei dançar! –Disse nervosa. Jacob sorriu.

–Também não sou um pé de valsa. Não é preciso saber danças, basta balançarmos para lá e para cá. O que me diz?

Eu poderia dizer não, afinal a ultima vez em que dancei foi em meu casamento, ou seja, nada de recordações boas. Mas também uma dancinha não mataria ninguém, pelo menos eu poderia me distrair ao invés de ficar ligada na letra das musicas e nos casais que me rodeavam.

–Tudo bem. –Disse levantando-me e aceitando a sua mão. Jacob nos guiou até o centro do salão próximo de Mike e Jess e Angela e Bem e começamos a dançar. A principio fiquei dura como um pedaço de pau sem saber onde eu deveria colocar a mão. Jake riu de mim, lógico, e colocou minhas mãos em seus ombros. Suas mãos enlaçaram-me pela cintura puxando-me para mais perto. Rubra, virei meu rosto para o outro lado. Até então eu nunca estive tão próxima de um homem, que não fosse Edward, sóbria. Balançamos para lá e para cá.

–Você dança bem. –Jacob disse.

–Obrigada pelo incentivo, mas sei que sou um horror dançando. Não levo jeito para a coisa. –Comentei vermelha como um pimentão.

–Pra mim você está dançando bem. –Ele disse e arriscou me rodopiar. Felizmente seu ato não nos derrubou. Voltamos à posição original dançando bem próximos um do outro.

–Eu sei que estou atrasado, mas lembra-se da festa na casa da Jess?

–Lembro sim e Jacob eu não tenho que perdoar nada. Você não fez nada. –Disse.

–Tudo bem então. É que eu sou assim mesmo, quando estou pensando algo ponho para fora. Não meço as conseqüências do que digo. –Jacob dizia enquanto dançávamos. Dei de ombros.

–Acho que prefiro alguém como você, que diz o que pensa. 

–Que bom por que eu sou muito impulsivo. Então será que posso me redimir pela minha falta daquele dia?

–Jacob, não precisa se redimir de nada.

–Mas eu quero. E não aceitarei uma negativa sua. –Jacob disse ente risos. Bufei.

–Venho que não adianta dizer não então como pensa em se redimir? –Perguntei curiosa com o rumo de nossa conversa.

–Pensei em um jantar, algo assim. O que você quiser.

–Que tal um cinema? Faz tempo que não vou e tem um filme que quero assistir. –Disse e infelizmente me lembrei da época em que estava com Edward, antes do casamento. Das cosias que fazíamos juntos...

–Tudo bem, cinema. Hoje é quinta, que tal amanhã à noite. Eu pego você no seu trabalho.

–É, pode ser.

–Mas o seu marido não vai se importar? –Ele perguntou trazendo a tona todo o mau humor que tentei reprimir.

–Não e preocupe com aquele ali, ele não ligaria nem se eu estivesse morta, que dirá um cinema com um conhecido. –Falei com aspereza.

–Você não gosta do Cullen, não é?

–Percebeu isso só agora Jacob? –Falei com sarcasmo.

–Eu já tinha percebido antes, mas... Você ainda está casada com ele? –Ele perguntou sem parecer notar o quanto me desagradava ficar falando no dito cujo.

–Estou só no papel. Mas isso não importa, não quero falar disso. Então a que horas vai me buscar na empresa? –Perguntei querendo que Jacob parasse de falar sobre mim.

–Que tal as sete? Ou está muito tarde?

–Não, pra mim está ótimo. As sete em frente à empresa onde eu trabalho. E por favor, vamos assistir a um filme de comédia ou ação, mas nada de romance! –Exigi. Jacob riu.

–Ok, o que você quiser. –Jacob afastou-se um pouco e me encarou. Pareceu achar a expressão facial que encontrou em meu rosto divertido. Fiquei sem graça e desviei o olhar. Então naquele momento fiquei hiperconsciente de Jacob bem próximo de mim. De seu corpo quente, suas mãos firmes na base da minha costa, a macies da sua pele...

Afastei-me. Não gostava do rumo que minha mente estava seguindo.

–Estou um pouco cansada. Acho que vou sentar e relaxar. –Disse para Jacob.

–Boa idéia, eu também.

Assim sendo Jacob sentou-se ao meu lado em nossa mesa. Não ficou muito próximo nem fez perguntas sobre meu relacionamento. Ao invés disso perguntou sobre meu trabalho na empresa, se eu gostava de ser contadora, em que universidade eu me formei. Fui respondendo as suas perguntas sentindo-me absorva de tudo. Ele era divertido, arrancou gargalhadas minhas facilmente enquanto contava situações engraçadas da empresa. Não sei por quanto tempo conversamos, mas logo o bar foi esvaziando e os casais felizes que vieram conosco cansaram de dançar.

–É, acho que por hoje chega. Melhor nós irmos. Tem trabalho amanhã. –Angela disse. Eu concordei.

–Nem me lembre que amanhã tem trabalho! –Jess resmungou enquanto seguíamos para a saída. Como não estava muito sóbria, Mike a ajudou a entrar no carro e assumiu a direção.

–Levo todos vocês e durmo com a Jess. –Ele disse. Angela e Ben foram para os bancos de trás. Eu acenei para elas e logo éramos só nos dois, Jacob e eu.

–Então eu levaria você para casa. –Anunciou sentando na moto e passando meu capacete. Subi sem hesitar desta vez. Foi bem rápido. Jacob dirigiu acima da velocidade permitida, mas isso não me incomodou. Deixou-me em frente ao meu condomínio.

–Obrigada pela carona e pela dança. –Disse enquanto lhe entregava o capacete.

–Não precisa agradecer. E o encontro está marcado. –Jacob disse.

–Ah, claro. E será que poderia me dar o numero do seu celular? Para o caso de acontecer algo. –Disse. Jacob apalpou os bolsos da jaqueta de couro que usava e tirou um cartão. No cartão estava seu nome (Jacob Black), informações como e-mail e numero de telefone e sua função na empresa concorrente que era de designer gráfico.

–Pronto. Espero que não precise ligar avisando que não poderá ir ao encontro.

–Isso tudo vai depender do que for acontecer amanhã, mas caso isso aconteça marcamos outro dia. –Disse e isso pareceu deixar Jacob feliz.

–Certo. Boa noite princesa. –Falou enquanto ligava a moto. Acenei e logo entrei no prédio.

A noite havia sido boa. Pela primeira vez não fui e me diverti para atingir Edward, para provar que eu poderia seguir adiante como tenho feito no ultimo mês. Eu realmente me diverti com meus amigos e com o meu mais novo amigo (se é que posso chamá-lo tão prematuramente assim) Jacob.

Olhei o relógio em meu pulso, eram duas e quarenta da manhã. Agora que estava em casa poderia sentir o cansaço me abater. Retirei os sapatos no elevador e o segurei com uma mão. Fechei os olhos recostando-me na parede de vidro do elevador. Após alguns instantes o elevador pára. Eu saí rapidamente do mesmo querendo chegar o quanto antes no meu quarto, deitar e só acordar amanhã.

Ao sair do elevador e dar os primeiros passos para as portas que me levariam ao apartamento de Edward, senti alguém atrás de mim. Parei e virei. Assustei-me ao notar Edward parado a poucos metros de mim. Olhava-me com uma expressão estranha.

–O que está fazendo ai? –Perguntei com rudeza.

–Sou eu que deveria perguntar onde estava. Eu já estava pronto para procurá-la. –Ele falou numa voz rouca. Edward estava muito estranho. Ignorei.

–Você não precisa se dar ao trabalho e antes que diga algo, um sermão, saiba que eu sou dona do meu nariz. Chego a hora que me der na telha! –Falei a centímetros do seu rosto. Virei-me pronta para partir. Edward segurou minha mão.

–Não encosta em mim. –Disse irritada. Livrei-me de sua mão com um safanão.

–Houve uma época em que você implorava pelo meu toque e agora, simplesmente, não tolera o meu toque, nem me olha. Posso saber o motivo da mudança?

–Não te interessa. –Falei.

–Tem haver com o que eu vi lá embaixo? Com aquele cara?

Congelei. Edward me viu com Jacob?

–Agora deu para me espionar? Não imaginei que se rebaixaria tanto!

–Quem era ele Bella? A sua nova forma de me atingir? –Ele voltou a segurar o meu braço.

–Eu não sou baixa como você. Não estaria com alguém para atingi-lo. Agora ao invés de me encher por que você não vai gastar seu dinheiro com as suas prostitutas? –Eu o empurrei e voltei-me para o apartamento.

–É por isso que tem agido assim? Acha que eu a traio? –Ele perguntou. Eu ri.

–Eu to pouco me lixando para o que você faz! Eu ajo assim por que quero e não por que quero que pague por ter me traído. –Menti. Não era assim, eu agia de forma ríspida para fazê-lo pagar, mas Edward não precisava saber disso. Ouvi Edward murmurar algo, mas segui apressada para o meu quarto e fechei a porta assim que passei por ela.

A convivência com ele estava a cada dia mais insuportável. Embora Edward estivesse mais manso que nos dois primeiros dias de casamento, ele ainda me incomodava profundamente.

Pouco a pouco a Bella que um dia fui morria dando lugar a este novo ser que eu admirava e temia. Isso era apavorante.

Edward pov’s

Não consegui dormir bem, de novo. Preocupei-me. Será que dormir mal por causa da Bella seria uma constante em minha vida? A cada dia a mudança de Bella me afetava. O pior foi o que aconteceu ontem, aquele beijo impensado.

Eu procurei não pensar no beijo nem antes de dormir, nem agora quando estou acordado para mais um dia de trabalho; impossível. Enquanto levantava, tomava meu banho, escolhia a roupa que iria usar e conseqüentemente a vestia, eu só pensava em Bella.



Não era apenas arrepender-me pelo beijo, era também sentir arrependimento pelo que eu havia feito a ela. Eu poderia ver o que Bella estava fazendo com ela mesma. Vê-la sozinha bebendo compulsivamente no bar, destruindo-se, mexeu comigo de uma forma intensa. Aquela foi a primeira vez que eu vi, após a mudança de Bella, o estrago que fiz. Eu nunca estive tão ciente do dano que causei a ela como ontem. E eu não poderia voltar atrás, não dava. O que eu poderia fazer agora era apenas tentar ser gentil na tentativa de amainar os atritos entre Bella e eu.



“Vou tentar ser mais simpático. Quem sabe assim ela não fica um pouco mais calma?” –Pensei positivamente enquanto saia do meu quarto. Passei no quarto de Bella, ela não estava lá. Segui para a sala de jantar e a encontrei lá comendo.



Quando eu me aproximei de Bella eu a vi ficar imediatamente tensa embora tentasse disfarçar. Respirei fundo. Eu tinha que melhorar o clima entre nós.



–Bom dia. –Disse numa voz anormalmente gentil. Bella ficou calada. Aquilo me enervou. –Pode pelo menos bancar a educada ou é pedir demais? –Pedi frustrado. Bella continuou a me ignorar. Notei que usava fones de ouvido, provavelmente não me ouviu. Num surto de raiva arranquei os fones dos seus ouvidos.

–HEI! –Bella esbravejou.

–Eu acho que mereço o mínimo de respeito já que eu cuidei de você ontem! –Disse irado. Bella ficou atônica por alguns instantes antes de rir com vontade.

–Deus, você é muito patético! Acha que vou agradecer e tratá-lo como um rei pelo que fez por mim? Eu não me lembro de ter pedido sua ajuda colega! –Falou com desdém. A raiva me tomou. Eu sabia que não tinha o direito de exigir nada, mas exigi mesmo assim.

–Eu não espero ser tratado como um rei, eu só quero... –Eu a vi se levantar. –Aonde vai? –Perguntei.

–Trabalhar. –Disse já se dirigindo a saída.

–Eu levo você. –Murmurei sabendo o que ela diria.

–Agradeço a oferta, mas não to a fim de sua ilustre companhia. –Foi tudo o que disse antes de virar as costas e partir.

–Inferno! –Murmurei colocando minha cabeça entre as mãos. Sentia a dor de cabeça se formar. Eu estava perdido com essa mulher!

...

Cheguei bufando no escritório. Tânia veio me beijar quando adentrei minha sala, mas quando viu minha cara de poucos amigos, parou.

–O que foi? –Perguntou enquanto eu me sentava.

–Nada. Passe minha agenda. –Disse. 

–Por que tá assim? Tem haver com a sua esposinha e o desvio comportamental dela? –Tânia perguntou com aspereza.

–Não me aborreça Tânia! –Esbravejei. –Não é por que você é minha amante que pode agir desse jeito. Ponha-se no seu lugar como minha secretária! –Despejei em Tânia todo o veneno que colhi com o tratamento desdenhoso de Bella. Tânia calou-se finalmente amordaçada. Passou a agenda para mim em silencio. Eu não iria pedir desculpas, eu estava certo. Ela fez seus afazeres amuada, eu a ignorei. Havia algo que eu precisava fazer e não tinha nada a ver com Tânia.

Enquanto mexia em meu computador, eu disse:

–Tânia, chame Bella para mim.

–Como é que é? Quer que a tal Bella...

–Você me ouviu Tânia? Disse para chamá-la! –Disse num tom ríspido, amordaçando-a novamente antes que Tânia fizesse algum protesto. Ela se calou e seguiu para a saída. Esperei pelo momento em que Bella entraria com certa tensão. Logo ela entrou, pude sentir pela subida carga elétrica que tomou conta do ambiente. Eu larguei o lap top e a olhei sem poder conter minha frustração.

–O que quer senhor Cullen? Estou trabalhando. É algo relacionado ao trabalho? –Perguntou em uma posição arrogante, os braços cruzados em frente ao corpo.

–Não. –Falei sem saber o que dizer em seguida. Era difícil pensar com coerência quando Bella tratava-me de forma hostil. Eu nunca fui tratado assim por mulher nenhuma.

–Então eu me retiro. Não é do meu feitio resolver questões pessoais em ambiente de trabalho. –Disse curta e grossa. Eu tinha que dizer algo, mesmo que o “algo” fosse de certa forma humilhante pra mim. Não importava.

–Eu quero me entender com você. –Falei enquanto Bella já projetava seu corpo em direção a saída. Bela parou, mas não se virou.

–O que? –Perguntou com a voz falha. Poderia ser apenas impressão minha, mas entendi que minhas palavras a afetaram.

–Eu quero que tenhamos uma boa convivência. Sem brigas nem nada disso. O que você acha? Eu sei que esta situação desagrada tanto a você como a mim. –Expliquei querendo que Bella entendesse minha lógica, percebesse que o melhor para nós dois era chegarmos a um acordo. Ouvi sua risada. -Por que está rindo? Não estou contando nenhuma piada. –Falei irado.

–O modo como eu o estou tratando pode desagradá-lo, mas a mim agrada, e muito. Eu gosto de tratá-lo como o lixo que você é. –Falou e saiu sem olhar para mim. Eu fiquei parado, sem saber que reação deveria ter. Acabei não reagindo. Estranhamente ser chamado de lixo por Bella incomodou mais do que deveria. E eu sabia que só estava sentindo incômodo por que era com ela. Se fosse outra pessoa, outra mulher, não teria incomodado tanto.

Era só o começo.

“Isso vai passar, não pode ser permanente!” –Pensei. Eu queria acreditar nisso, eu precisava para manter minha sanidade. E eu esperei...

Esperei...

Esperei...

Duas semanas, três semanas, um mês...

Um mês sendo destratado de uma forma pior a cada dia. As peças do meu desconforto, de minha tristeza pelas atitudes de Bella foram se colocando num quebra-cabeça bizarro. E quando mais a verdade vinha para mim, mais eu entrava em desespero. Por que eu nunca imaginei em meu plano genioso que chegaríamos a uma situação limite, ainda mais em um tempo tão curto. Três meses de casamento e um mês desde que Bella mudou para este novo ser que não conheço. E eu tentei ser simpático quando minha paciência não se exauria. Tentei. Mas sempre Bella vinha com aspereza.

Eu não conseguia me segurar, era rude também. O que fazer? O que dizer a ela?

Naquela manhã eu estava com espírito renovado. Após um mês sendo chutado com palavras por Bella, eu estava disposto a tentar mais uma vez. Tem sido assim na última semana e eu ainda não havia desanimado.

Eu a encontrei naquela manhã tomando seu café. Dei bom dia, mas Bella não respondeu. Procurei ignorar. Sua atitude desrespeitosa já era algo rotineiro. Em um dado momento eu me manifestei lembrando-me de uma ligação que recebi de Alice um pouco antes de vir tomar o meu café.

–Alice está preparando um jantar hoje à noite. Ela nos convidou. –Disse. Bella nem se deu ao trabalho de me olhar, subitamente concentrada demais no que comia. Não achei que me responderia na certa me ignoraria como sempre. Para a minha surpresa ela respondeu.

–Ela me ligou ontem à noite avisando, eu disse que não iria. –Falou com descaso. Eu tinha que me sentir grato, era muito difícil Bella falar uma frase completa para mim que não viesse com xingamentos. Estupidamente pensei que isso poderia ser um indicio que ela estava cedendo.

–Qual é o problema de irmos? –Perguntou rude. Bella sempre recusava os convites de Alice, pelo menos em jantares em que eu deveria estar presente. Ela olhou para mim com raiva e entendi que viria uma torrente de insultos antes mesmo de ouvi-los.

–Eu não to a fim de ir com você. Ponto. Respondi a pergunta ou está com atraso mental e não entende? –Falou. Senti meu rosto esquentar pela raiva. Afora os momentos em que a própria Bella me provocava, eu era educado. Será que ela não poderia ser igualmente educada, mesmo que soasse como algo falso?

–Que inferno! Eu não estou sendo mal educado com você! Dá para agir como um ser humano civilizado? –Perdi o controle. Bella bocejou.

–Você tem sorte de eu olhar pra sua cara. –Falou já se levantando, pegando sua bolsa e partindo. Eu não ofereceria uma carona, era certeza de que recusaria. 

A situação estava realmente insustentável.

Enquanto seguia de carro para a empresa, fiquei a meditar. Bella parecia me desprezar profundamente, mas até agora não pediu divorcio. O que ela estava esperando? Mas a pergunta mais importante era: se Bella pedisse o divorcio, o que eu faria? Eu e deixaria ir? O antigo Edward de um mês atrás não pensaria duas vezes, adoraria que Bella fizesse tal coisa, mas agora...

E como se não bastasse eu ser tratado por Bella como um cachorro, sua mudança de visual começou a chamar a atenção. Eu havia notado como os funcionários do sexo masculino a olhavam; eu poderia até imaginar os pensamentos lascivos com relação a ela. Eles a cumprimentavam e soube pelos bastidores que alguns, mesmo sabendo que Bella era casada comigo, se atreveram a convidá-la para sair. Bella recusou, mas tenho certeza que fez isso por eles e não por achar que deve me respeitar. Ainda sim, para os casos confirmados de flerte, eu não deixei passar. Demiti sem dó nem piedade aqueles que a convidaram para sair. Eu nunca contei tal atitude para ninguém, nem mesmo para Tânia, mas Alice percebeu que o quadro de funcionários estava diminuindo significativamente. Cheguei amuado como em todos os outros dias, Tânia já nem se surpreendia com o meu humor negro.

–Bom dia. –Tânia disse num tom estranhamente profissional. Murmurei algo parecido com um bom dia e segui para meus afazeres.

Outra cosia que havia mudado eram minhas farras. Eu não me encontrava mais com garotas de programa e meus encontros com Tânia estavam a cada dia mais escassos. Isso a incomodava, mas ela temendo uma reprimenda não me questionava. A verdade era que a atração física que eu sentia por Tânia estava diminuindo a cada dia. Se às vezes eu me envolvia fisicamente com ela, era por pura necessidade (não dava para fugir das necessidades do corpo). Eu me perguntava por que essa mudança, por que nenhuma mulher parecia me saciar e estremecia quando a provável resposta vinha em minha mente.

Mesmo não querendo ir sozinho jantar com Alice e ser bombardeado por perguntas sobre Bella, eu liguei confirmando o jantar. Queria evitar Bella, conseqüentemente evitando aborrecimentos.

–Edward, hora do almoço. Melhor comer. Tem uma série de reuniões após esse horário. –Tânia avisou. Levantei de minha mesa e segui para a saída. Iria almoçar em meu restaurante favorito. Outra pratica que adquiri e que muito me incomodava era olhar para o local onde Bella trabalhava. Era algo compulsório, eu não conseguia não olhar. A colega de Bella, Jessica, pareceu perceber minha atitude e certamente contou a Bella.

Além disso, existia um sentimento, algo em meu peito, que me oprimia.

...

–Meu amor, eu vou me recolher agora. –Jasper disse beijando Alice nos lábios. –Até mais Edward. Obrigado por sua visita Edward. Eu espero que Bella venha da próxima vez. –Disse e seguiu para a escadaria que o levaria aos quartos. Acenei. Alice e eu estávamos agora, sozinhos, na sala de visita sorvendo um licor qualquer trazido por uma das empregadas. Durante todo o jantar, desde que Alice me viu chegando sozinho, ela me olhou de forma especulativa. Agora que Jasper havia se recolhido as perguntas começariam. Afrouxei a gravata deixando o copo o copo vazio de licor em cima da mesinha a minha frente. Recostei-me no sofá fechando os olhos e tentando relaxar.

–Bella sempre recusa meus convites quando você está no meio. –Ela comentou com deboche.

–Não enche Alice. –Resmunguei. 

–Você está um trapo irmãozinho! Eu me pergunto o que está deixando você assim, mas só consigo pensar em um nome: Isabella Maria Swan... Cullen.

–Anda me espionando Alice? –Perguntei com desdém. Nem precisava abrir os olhos para vê-la dar de ombros.

–Não preciso recorrer a isso. Está visível até para um cego. Eu não entendo. Bella claramente despreza você e o evita, você deveria estar feliz.

–Eu sei, mas com toda a sinceridade não estou. –Confessei.

–E por que não está feliz, Edward? –Alice perguntou. Sorri.

–Você deve saber o porquê, você sempre foi bem intuitiva.

–Bem... Eu tenho minhas teorias sobre tudo isso, mas eu mesma não acredito nelas. Quero dizer foi tão rápido!

–E que teoria é essa que você custa a acreditar Alice? Agora fiquei curioso. –Disse abrindo os olhos e fitando minha irmã que agora tinha um semblante perversamente feliz.

–Acho que ao invés de fazer a pergunta eu prefiro afirmar.

–E a pergunta seria...? –Eu a instiguei já sabendo o que Alice diria.

– Edward, você está apaixonado pela Bella. Sabe disso, não é? –Ela falou e ficou me observando, esperando por algum sinal de mentira. Eu suspirei pesadamente e voltei a minha posição anterior; olhos fechados recostado confortavelmente no sofá.

– Sim, eu sei. –Admiti sem me importar com o que Alice diria.

–Nossa, pensei que negaria.

–Você saberia se eu estivesse mentindo irmãzinha e jogaria na minha cara a farsa. Além disso, eu já neguei durante um mês. Estou cansado até disso. –Abri os olhos e fitei o teto.

–É, você está em maus lençóis. Deve ser a primeira vez que você sente algo por alguém e justo por alguém que o odeia. Muito embora o fato de Bella não ter pedido o divórcio seja um indicio de que ela deve sentir algo.

–Acha isso? –perguntei sentindo uma pontada de esperança.

–Quem sabe? Pode ser isso o que a prende a esse casamento falido, ou pode ser outra coisa. Bella está diferente, é difícil saber o que ela fará. Ainda sim eu sinto, quando converso com ela, que a Bella de antigamente vive dentro dela.

–Se aquela Bella vive, eu não sei Alice, mas não há como ela voltar a como era, não por mim. Eu a perdi. –Senti um aperto ao pronunciar estas palavras. Alice levantou-se de onde estava sentada e veio se sentar ao meu lado.

–Sinto muito. Eu não posso ajudar. Só você pode reverter se desejar.

–Como posso reverter Alice? Eu já fiz a besteira! Bella nem me olha na cara! Ela me despreza e eu... –Suspirei colocando minha cabeça entre as mãos. –O piro de tudo é que você sabia que isso aconteceu por isso aceitou Bella.

–Pois é eu soube assim que a vi que Bella conseguiria degelar seu coração. Fico feliz que ela tenha conseguido. Mas com toda a sinceridade, como você pôde perceber o sentimento que nutre por ela quando já era tarde? Você já estava com ela há dois meses com ela antes de casar. Deveria ter notado Bella antes que ela mudasse. E por Deus Edward! Por que tem de bancar o superficial? Bastou Bella colocar roupas bonitas e maquiagem que...

–Escute aqui Alice eu já estava sentindo algo antes da Bella se embonecar! Então não me venha com esse papo de superficialidade! Ainda que Bella voltasse a se vestir mal não mudaria minha atual condição a respeito dela! –Quase gritei ficando ainda mais raivoso por Alice sorrir abertamente.

–Viu? Você está admitindo abertamente o que sente. Deveria dizer a ela, quem sabe assim vocês dois não têm um casamento de verdade?

–Acha mesmo que se eu esclarecer o que sinto a Bella vai voltar atrás? Fala sério Alice! Até um cego vê que Bella não vai me aceitar!

–Olha Edward para você só existem dois caminhos: perder Bella ou tentar conquistá-la. Qual você escolhe? –Alice me olhou com uma sobrancelha arqueada.

–Não é do meu feitio entregar os pontos sem antes lutar. –Disse com um sorriso travesso nos lábios. –Mas uma ajudinha da irmã seria muito boa.

–AH VÁ SE FUDER EDWARD! –Ela gritou levantando-se. –Eu não vou ajudar! Até por que meu lado feminista quer que você se ferre! Eu acabaria apoiando Bella e não você.

–É bom saber que posso contar com você! –Falei com deboche. Levantei-me. –Preciso ir. Acho que, se pretendo conquistar minha mulher, eu não posso perder tempo com alguém que claramente não irá me ajudar.

–Tem toda razão irmão. Vá logo! Ah e quanto a Tânia? –Ela perguntou enquanto me acompanhava a porta.

–O que tem ela?

–Edward, eu ei que tem um caso com ela. Não ouse tentar se acertar com Bella dormindo com Tânia! Caso o contrário eu melo seus planos!

–Não sou idiota, claro que acabarei com o relacionamento com Tânia. Se você quer saber eu já não durmo com ela a uma semana.

–Surpreendente! Já é um grande passo. Agora vá e salve o seu casamento.

–Alice? –Perguntei de costas para ela.

–O que?

–Você me apóia em minha decisão?

Silêncio.

–Sou sua irmã. Eu quero que seja feliz, principalmente se a escolhida for a Bella. Ela é fantástica!

–Ela costumava ser. Eu me pergunto se posso fazer com que volte a ser como era... –Refleti.

–Isso eu já não sei. –Alice disse antes de fechar a porta atrás de mim.

...

Bella não estava em casa, isso era algo comum. Ainda sim não encontrá-la sempre me deixava tenso.

“Ela deve ter saído com as amigas. Logo estará aqui. Tem se comportado até demais, não a peguei mais alcoolizada.” –Pensei enquanto seguia para o meu quarto. Apesar de minha conversa com Alice e da decisão que tomei, eu não começaria com meus planos ainda não elaborados naquela noite. Tomei um bom banho e vesti roupas confortáveis. Mesmo que minha conversa definitiva não ocorresse, ainda sim eu iria esperá-la.

Eu esperei durante minutos... Horas... E Bella não chegou.

Olhei o relógio enervado. Bella DEVERIA estar em casa. O fato de estar apaixonado por ela e de saber disso fez com que minha preocupação triplicasse. Andei de um lado para o outro durante algum tempo olhando para meu celular. Eu poderia ligar, mas Bella não me atenderia.

“Talvez ela tenha ido para algum lugar próximo daqui.” –Fiquei a especular. Eu queria acreditar que Bella estava tendo uma diversão saudável.

Mas minha mente agia e os pensamentos que me tomavam não eram nada bons. Agora que Bella estava linda, não seria difícil encontrar alguém e do jeito que Bella estava com raiva de mim...

Peguei as chaves do meu carro. Vesti uma jaqueta qualquer (eu ainda não havia vestido roupas para dormir) e segui para fora.

“Por onde eu devo começar a procurá-la?”.

Eu não sabia, mas não ficaria esperando. Não era do feitio de Bella demorar tanto, ela havia abolido isso assim como as bebedeiras. Mas pensar nela com outra pessoa era algo que não dava para digerir. Acho que mesmo quando Bella ainda era submissa a mim eu não aceitaria que ela tivesse outro, imagina agora que eu estava louco por ela?

Segui pelo elevador até o térreo e teria seguido para as escadarias em direção ao estacionamento, mas eu a vi em frente ao prédio. Estaquei e a olhei enquanto eu absorvia a cena. 

–Mas o que... –Murmurei escondendo-me, meus olhos nela próxima a um rapaz. Eu não o reconheci, mas ao que tudo indicava ela tinha vindo para cá com ele de moto. Eles ficaram conversando... E então eu vi. O sorriso de Bella que desejei durante um mês ser direcionado a mim era direcionado para outro homem. E eu que pensei que nunca mais Bella iria sorrir, para aquele estranho parecia tão fácil! Aquilo me deixou irado de uma forma que nunca senti antes. Eu nunca havia sentido ciúmes, nunca! Enfiei minhas unhas na palma das mãos. Eu logo saberia quem era aquele sujeito e por que Bella estava com ele. Eu saberia tudo e iria...

Vi Bella se afastar e vir para minha direção. Corri para o elevador e consegui entrar antes que Bella me visse. Eu estava bufando de raiva!

–MALDIÇÃO! –Bati meu punho no espelho do elevador. Encostei minha cabeça no vidro tentando raciocinar. Quem era aquele cara? O que eu havia perdido? Bella estaria...

“Respire Edward! Está tudo bem!” –Tentei me consolar. Cheguei ao meu andar e me escondi perto do elevador esperando pelo momento em que Bella chegaria. O momento não demorou. 

“Eu não posso fazer isso. Tenho que fingir que não vi nada. Não posso exigir nada!” –Minha consciência gritava, mas quem disse que eu consegui me mover? E quando eu a vi sair despreocupada saindo do elevador eu não pensei em nada. Ela pareceu notar minha presença, virou-se.

–O que está fazendo ai? –Perguntou raivosa como sempre.

–Sou eu que deveria perguntar onde estava. Eu já estava pronto para procurá-la. –Disse e pude sentir a minha língua cheia de veneno causado pelo ciúme. Bela certamente perceberia como eu estava diferente. Ela virou-se e, a centímetros de mim, disse:

–Você não precisa se dar ao trabalho e antes que diga algo, um sermão, saiba que eu sou dona do meu nariz. Chego a hora que me der na telha! –Falou e virou-se. Segurei sua mão sem pensar.

–Não encosta em mim. –Disse irritada. Livrou-se de minha mão.

–Houve uma época em que você implorava pelo meu toque e agora, simplesmente, não tolera o meu toque, nem me olha. Posso saber o motivo da mudança? –Quando falei eu me arrependi. O que eu estava fazendo, queria que Bella me odiasse mais do que qualquer outra coisa?

–Não te interessa. –Falou. Eu certamente estava pisando em campo minado. Eu não poderia dizer nada sobre o que vi, mas...

–Tem haver com o que eu vi lá embaixo? Com aquele cara? –Minhas palavras a despertaram.

–Agora deu para me espionar? Não imaginei que se rebaixaria tanto!

–Quem era ele Bella? A sua nova forma de me atingir? –E era possível, muito embora fosse improvável afinal se o objetivo fosse me atingir ela ficaria com ele diante de mim.

–Eu não sou baixa como você. Não estaria com alguém para atingi-lo. Agora ao invés de me encher por que você não vai gastar seu dinheiro com as suas prostitutas? –Ela me empurrou e desapareceu dentro de nossa casa, certamente se trancaria no quarto. Suas palavras me despertaram para duas coisas:

1º - Ela sabia de alguma forma que eu a havia traído;

2º - Bella não estava com ninguém, ainda.

–É por isso que tem agido assim? Acha que eu a traio? –Perguntei. Bella riu com vontade.

–Eu to pouco me lixando para o que você faz! Eu ajo assim por que quero e não por que quero que pague por ter me traído. –Ela disse raivosa. Estava confirmado, Bella sabia que eu a havia traído. Tai a explicação para os seus atos. Pelo menos ela não sabia do contrato.

–Eu estou apaixonado por você. –Murmurei baixinho, Bella não deve ter me ouvido. Eu a vi entrar em seu quarto e fechar a porta. 

Eu estava perdido. Ela me odiava e eu estava apaixonado por ela.

Pergunto-me: Como se pode reaver o que você mesmo fez questão de perder?




Continua...




2 comentários:

tete disse...

amei mas ja chega acho que esta na hora deles se aproximar e da uma chance ele tem que coquistar ela logo estou anciosa para ver os dois juntos logo beijos e uma otima noit para vce

Val RIBEIRO disse...

como eu sempre disse um completo idiota...agora vai sua r a camisa pra conseguir o perdão mas pelo menos ele ja admitiu a paixão e ja tomou a decisão acho que ele poderia começar com a verdade...e sempre um bom começo

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