FANFIC - O CONTRATO - CAPÍTULO 24

Olá Amores!!! Hoje vamos curtir o 24° capítulo de "O Contrato". Quer acompanhar a história desde o início?Clique aqui.


Um plano mirabolante envolvendo uma jovem pura e um ambicioso empresário. Bella é envolvida em um esquema criado por Edward Cullen acreditando que o mesmo a ama, mas a realidade é muito diferente disso. Edward precisava casar para poder herdar a sua parte que lhe cabe na empresa do pai e, após seduzir Bella fazendo a mesma se casar com ele, mostra sua verdadeira face. Agora, casados, terão de enfrentar um casamento que é uma verdadeira farsa, mas será que Bella poderá transformar seu casamento em algo real e digno de conto de fadas?


Autora : Jacqueline Sampaio
Classificação: +18
Gêneros: Romance
Avisos: Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo




Capítulo 24


Bella pov’s


Seu sorriso.

–Acha que esta gravata está boa? –Perguntou para mim naquela manhã de sexta. Eu o olhei.

–Você não precisa pedir minha opinião. Sabe que fica bem de qualquer jeito.

Edward sorriu ante minha resposta.

–Mas eu quero ouvir sua opinião mesmo assim.

Sua voz.

–Eu amo você. –Disse enquanto tomávamos café. Eu o olhei por reflexo. –Diz que me ama? –Pediu.

–Eu am.. v... –Murmurei com a boca cheia de bolo, incompreensível. Edward não se segurou e soltou uma gostosa gargalhada.

Seu abraço...
Puxou-me para o círculo dos seus braços deixando com que os papéis que eu segurava caíssem no chão.

–Edward!Aqui não! Este é um local de trabalho! –Protestei incapaz de me abaixar para pegar os papéis que deixei cair.

Ele não exercia muita força. Eu poderia e livrar facilmente dele, mas... Simplesmente não conseguia.

...E seu beijo.

Ignorando meus protestos Edward puxou-me e me beijou. Eu não gostava desse tipo de comportamento nas dependências da empresa, mas não poderia negar o desejo que pulsava em mim toda vez que ele me tocava. Por isso eu correspondi timidamente ao beijo, apreciando seus lábios, sua língua e seu calor. 

Minha mente continuou a vagar relembrando aqueles poucos dias que passaram desde que confessei a Edward meu amor. Desde então nossa vida tem sido meio cor de rosa. Se antes Edward já era carinhoso, agora estava carinhoso ao extremo. Eu também estava diferente por que eu não conseguia ser indiferente a ele, não depois de Edward saber o que sinto. Eu agia um pouco como a antiga Bella, mas não era ela. Estava tudo bem, porém. Eu gostava dessa Bella mais comedida, que não se derretia por qualquer coisa, ou pelo menos não procurava demonstrar. Tudo estava perfeito. Estava mesmo? Tinha algo que martelava em minha cabeça. Edward nunca me disse exatamente por que me tratou tão mal no passado. Das vezes em que eu perguntei, ele se esquivou.

Por quê?

–Bella? –Edward me chamou. –Você está aqui no seu quarto? –Perguntou batendo em minha porta.

–Sim, eu estou aqui. –Murmurei olhando para minha imagem no espelho do meu quarto.

–Posso entrar? –Pediu já abrindo a porta. Não reclamei. –O que está fazendo?

Pude ouvir seus passos até mim. Eu estava sentada em uma poltrona em frente ao espelho de corpo inteiro do meu quarto. Em momento algum desviei meus olhos de minha própria imagem, nem mesmo quando Edward postou-se atrás de mim, inclinou seu corpo e me abraçou por trás.

–E então? O que estava fazendo? –Voltou a perguntar e seus olhos me sondavam.

–Só estava... Pensando. –Só não diria em que. Nós estávamos em um clima bom e se eu revelasse o que estava me deixando pensativa, Edward perderia a alegria.

–Posso saber em que? Espero que em mim. –Encostou seu queixo em meu ombro e me olhou com diversão, com amor.

Sorri. Ele sempre conseguia me desarmar.

–Espertinho. –Falei tentando soar severa; tudo brincadeira. Levantei-me da poltrona e fui capturada pelos braços de Edward. Relaxei com o seu abraço e o abracei de volta. Quantos dias haviam passado desde que eu disseque o amava? Foram poucos, uns cinco, mas para mim parecia ser uma eternidade. 

–Alice e Jasper estão nos esperando no carro que nos levará ao aeroporto. Não podemos nos atrasar. Vamos. –Pegou minha mão e nos guiou para a saída. Magdalena e Eli não estavam no apartamento, Edward lhes deu folga durante o tempo em que nós viajaríamos.

–Onde estão as malas? –Perguntei olhando para a sala enquanto passávamos por ela.

–Estão todas guardadas no carro. –Dizia enquanto entravamos no elevador.

Eu sempre me sentia incrível quando Edward segurava a minha mão, mesmo que de forma despreocupada. E mesmo com o curto, porém significativo, tempo em que estávamos juntos isso não mudou. Subitamente Edward me puxou para os seus braços abraçando-me apertado.

–Por que tudo isso? –Perguntei após um tempo. Logo as portas do elevador se abririam.

–Alice vai querer ocupá-la com compras e bobagens de mulheres durante esses três dias em que ficaremos na praia. Não teremos muito tempo para nós dois.

Suas palavras me deixaram um pouco desapontada.

–Sei. –Disse sem saber o que dizer além dessas palavras. Senti o hálito de Edward em meu ouvido e um sussurro quase inaudível.

–É por isso que só ficaremos com eles durante três dias. Após isso vamos viajar só nós dois para outro lugar.

–Você ainda não me disse o lugar. Estou curiosa.

–Eu disse ontem. –Edward afastou-se para me olhar parecendo surpreso por eu não saber.

–Quando? Não me lembro. –Perguntei verdadeiramente curiosa. Edward deu um sorriso sacana.

–Disse ontem enquanto nós estávamos juntinhos no seu quarto. E nós estávamos fazendo... –Ele parou sugestivamente. Corei com a lembrança. Claro que eu me lembrava do que havia acontecido ontem. E é por me lembrar de tudo, do modo como Edward me beijou e me tocou que eu não me lembrava de mais nada.

–Agora sei por que eu não me lembro. –Murmurei afastando-me de Edward no momento em que as portas do elevador abriram. Não larguei sua mão. Alice e Jasper estavam próximos ao carro de aluguel, nos viram chegando.

–Até que em fim! Por que a demora? Desse jeito vamos perder o avião e eu não quero ter que recorrer a minha beleza para conseguir outro vôo. Vamos! –Falou animadamente entrando no carro juntamente com Jasper. O carro de aluguel, com motorista e tudo, era grande o suficiente para nós quatro, quase parecendo uma limusine. Edward me puxou para dentro do carro e nós seguimos para o aeroporto em direção a ensolarada Miami.

...

Eu nunca havia entrado em um avião, e na primeira classe então eu nunca sonhei em pisar. Alice havia reservado uma poltrona ao meu lado, mas Edward, com a ajuda de Jasper, conseguiu conduzi-la para outra poltrona. Ele sentou-se ao meu lado todo feliz.

–Alice foi se sentar ao lado de Jasper. Não sei como ela conseguiu reservar uma poltrona ao seu lado, meu amor. –Edward disse passando os braços ao meu redor, puxando-me para ele. Eu estava com sono, havia acordado muito cedo, e já me aninhava em seus braços para um cochilo.

–Ela disse que queria ficar papeando. Não precisava tirá-la daqui. –Murmurei.

–Alice já vai querer manipular todo o seu tempo quando chegarmos a Miami. Não quero perder um tempo sequer. –Beijou minha testa. –Você está cansada, não é? Pode dormir. Eu a acordo quando chegarmos. Acho até que dormirei um pouco com você.

Não sei se Edward dormiu de fato. Eu me deixei levar pelo cansaço e conforto que Edward me proporcionava. Quando eu despertei ainda estávamos dentro do avião e Edward me sacudia com suavidade.

–Bella, nós chegamos. Venha. –Edward ofereceu sua mão e praticamente me içou para ficar de pé. Segui trôpega pelo aeroporto, com ele sustentando meu peso. Havia anoitecido. Alice estava toda serelepe, não parecia que as horas no avião a afetaram; Jasper parecia um pouco cansado.

–Vamos para algum restaurante comer. Depois podemos ir ao shopping e...

–Nem pensar Alice! Vá com Jasper se quiser, mas Bella irá para o hotel dormir. –Disse Edward num tom autoritário. Eu estava sonolenta demais para analisar a discussão que se iniciou: Alice querendo sair com todos juntos, e Edward querendo uma boa noite de sono para mim.

Rapidamente fomos a um resort no litoral. O lugar era lindo, apesar de eu estar cansada demais para notar muito além, e foi Jasper que conseguiu o lugar. O proprietário do local era cliente de Jasper. Iríamos cada um ficar em uma suíte presidencial que ficavam em um único andar. Nossas malas foram levadas por funcionários e assim cada um seguiu seu rumo. Amanhã seria nosso primeiro dia em Miami, muito a fazer. 

–Você está exausta. É melhor ir direto para a cama, ou quer comer? Posso pedir algo para a recepção e...

–Eu quero apenas um bom banho. Depois eu vou dormir. Se estiver com fome pode pedir algo para você. –Sugeri abrindo uma de minhas malas e pegando um pijama de algodão, assim como um roupão e meu kit para higiene pessoal.

–Não estou com fome. Também estou cansado, mas acho que vou tomar um banho. Posso tomar um banho com você?

Ok, nunca nós havíamos tomado banho juntos. E eu nunca pensei seriamente no que faria quando o dia em que Edward me pedisse chegasse. Eu o encarei com estranheza e Edward ergueu as sobrancelhas como que dizendo “qual a sua resposta?”.

-Tá. –Disse. A verdade é que eu queria ter dito não, mas não consegui. Sem dizer mais nada eu fui para o banheiro e acreditem, passei vários minutos olhando a suntuosidade do lugar tentando compreender que aquilo, maior do que o meu quarto na cobertura de Edward, era um banheiro.

Deixei meus pertences em cima da bancada de mármore negro, prendi meus cabelos não querendo molhá-los e fui me despindo deixando minhas roupas e acessórios em cima de uma cadeira. Nua, segui para o chuveiro notando que no Box de vidro temperado havia dois chuveiros. Liguei um chuveiro e entrei nele escolhendo uma água na temperatura ambiente ao invés de morna.

Quando eu terminava de passar sabonete liquido em meu corpo, Edward entrou. Meu corpo ficou tenso e tentei fingir que estava despreocupada, relaxada. Fiquei de costas pata a entrada do Box imersa demais no mecanismo do banho. Edward ligou o chuveiro em frente ao meu. E eu não pretendia puxar assunto, parecia algo estranho nós dois nus conversando no banheiro, mas Edward falou mesmo assim.

–Você deixou uma coisa no chão. –Disse em um tom de voz estranho. Continuei de costas para ele lavando meu corpo e assim retirando os vestígios de sabão.

–E o que seria? –Perguntei com desinteresse.

–Pílulas anticoncepcionais e diafragma. Estavam na mala onde você coloca seus produtos de higiene pessoal.

–Ah, eu devo ter me descuidado. Estava com pressa para tomar banho. Guardo quando acabar daqui.

–Não precisa Bella. Eu já fiz isso. –O tom de voz de Edward ainda era estranho. Não resisti e o olhei. Ele parecia imerso em pensamentos.

–O que foi? –Perguntei fechando meu chuveiro e olhando-o se banhar nas águas.

–Há quanto tempo está tomando anticoncepcional? –Perguntou. Dei de ombros.

–Uns três dias. Fui a uma ginecologista e pedi para que me receitasse. Ela também me passou o diafragma, mas acho que esse eu não irei usar. Meio complicado de colocar. Por quê?

Edward ficou calado por alguns instantes até falar.

–Por que não me contou? –E seus olhos refletiam uma espécie de acusação. Não entendi.

–Não pensei que fosse algo significativo para contar. Eu devo ter me esquecido. Por que está assim? –Tentei tirar uma conclusão de seu comportamento nada simpático através do que via, mas Edward me olhava agora com uma expressão insondável.

–Tudo sobre você é significante para mim. Além disso, quando se trata de proteção num relacionamento intimo o casal deve conversar sobre isso.

–Não há o que conversar Edward. Eu só estou me prevenindo de uma gravidez indesejada. Só isso. Eu pensei nisso por nós dois. Acredito que você não deva estar ansioso para ser pai. –Brinquei, mas meu sorriso morreu ao ver a expressão carrancuda que Edward tinha no rosto.

–Você tirou uma conclusão precipitada. Deveria ter conversado comigo antes. Acho que só eu posso falar por mim, assim você saberia se desejo ter um filho ou não.

Com essa eu tive que me calar. Edward definitivamente não tinha cara de que desejava ser pai, mas o modo como falava me levava a pensar o contrário.

–E você quer ser? Você é meio jovem para isso, não é? Tem vinte e três.

–Eu não sou jovem Bella. Homens se tornam pais aos dezesseis hoje em dia. Vinte três é uma idade perfeita. –Eu nem estava mais concentrada no banho de Edward. Eu não conseguia desviar os olhos de seu rosto, pasma com as declarações feitas por ele naquele momento.

–Mas você já pensou no assunto alguma vez? –Perguntei e, só para acompanhá-lo, liguei novamente o chuveiro e voltei a molhar o meu corpo. Meus olhos ainda o encaravam. Edward pareceu ficar constrangido com a minha pergunta.

–Bom... Eu nunca havia pensado na possibilidade até agora. Mas eu sempre pensei que você queria. Quero dizer você tem aquele estereótipo de mulher que deseja casar e ter filhos então eu pensei que você queria ser mãe.

–Isso não me passou pela cabeça. Não me sinto preparada para ser mãe e você certamente não está preparado para ser pai.

–Não existe isso de estar preparado ou não! Ninguém nasce preparado para ser um pai ou uma mãe. Se tivéssemos um filho eu faria de tudo para ser um excelente pai. Eu iria administrar isso bem. –Falou num tom raivoso. Sua raiva injustificada pelo assunto discutido despertou algo em mim, algo que eu estava tentando suprimir.

–Você mal conseguiu administrar um casamento, que dirá um filho. –Soltei um pouco do ressentimento que ainda havia em mim pelas coisas que passamos logo no inicio do nosso casamento. Não olhei para Edward a fim de saber o que despertei com minhas palavras. Desliguei meu chuveiro pegando o roupão pendurado a poucos metros.

–Vou dormir. –Disse.

–Espera Bella! Olha, não queria aborrecer você. Não queria discutir. Quando sugeri que tomássemos banho juntos eu tinha outra coisa em mente.

Sorri, eu sabia onde ele queria chegar.

–O que tinha em mente? –Perguntei fechando meu roupão; ainda estava de costas para ele.

–Seduzir você e convencê-la a fazer amor comigo aqui antes de dormir. –Falou amuado. Eu me virei e disse num tom brincalhão.

–Um ótimo plano, mas hoje dormirei cedo. –Virei-me pronta para sair do banheiro, ignorando os protestos de Edward, mas algo me impediu de sair de imediato. Os meus pés estavam molhados e descalços e o piso não era antiderrapante. Conclusão: eu escorreguei.

–AI!

...

Tentei não fazer cara de dor enquanto Edward colocava um band-aid no local lesionado, mas foi impossível.

–Deveríamos ir ao médico. Você bateu a cabeça no piso e teve uma concussão. E olha só o galo que ficou na sua testa! –Tocou levemente o galo coberto por um band-aid que ele havia acabado de colocar.

–Edward, não foi algo grave. Felizmente eu amorteci a queda com os braços. Isso não é nada. Um pouco de pomada no local e Tylenol vai resolver.

–Mas Bela não devemos menosprezar o ferimento por menor que seja. E se esse golpe se transformar em um aneurisma ou algo assim? –Olhando para minha expressão incrédula e levemente divertida, Edward parou com o raciocínio sombrio.

–Quer os comprimidos agora? Pego para você. –Mudou de assunto. Mal perguntou e foi saindo de cima da cama. Foi para uma de nossas malas, que ainda não haviam sido desfeitas, e pegou o remédio. Eu esperei na cama vendo-o trazer o remédio e logo depois um copo de água da cozinha de nosso quarto. Após ser medicada me aconcheguei na gigantesca cama king-size de nosso quarto.

Só agora vislumbrei a opulência do nosso quarto, grande demais para duas pessoas e luxuoso demais para uma pessoa como eu. Edward deitou-se ao meu lado cobrindo-nos com o grosso edredom.

–Sabe, acho que você me jogou uma praga por eu não ter cedido no banheiro. Por isso eu caí. –Brinquei sendo puxada por Edward para os seus braços, algo já corriqueiro para nós dois na hora de dormir.

–Credo amor eu jamais faria isso! Eu sei que a palavra tem poder, não falaria algo para prejudicá-la.

–Não acho que a palavra tenha tanto poder assim. Se fosse por isso você não deveria nem estar entre os vivos. –Disse entre risos. Deitei minha cabeça em seu peito e o envolvi com um braço.

–Puxa, você queria tanto assim me prejudicar no passado? –Ele perguntou abraçando-me mais apertado. –Eu espero que você não seja daquelas mulheres que, sem mais nem menos, descarregam a raiva no marido com uma faca enquanto dormem. 

–Não se preocupe... –Murmurei fechando os olhos. –Isso já passou.

–Mas você me perdoou Bella? Pelo que você disse agora a pouco, sobre eu não conseguir administrar o meu casamento... Você não me perdoou, não é?

Eu não sabia o que dizer. Talvez fosse melhor fingir que havia dormido, mas duvidava que Edward engolisse essa. Com um suspiro e sem abrir os olhos, eu optei pela verdade. Eu não conseguia simplesmente mentir. A única vez que menti foi quando fingi não senti nada por Edward.

–Eu não o perdoei. –O corpo de Edward ficou tenso ante minhas palavras. Continuei a falar. –Mas eu escolhi você. No final, é só isso o que importa. Agora vamos dormir.

Pensei que Edward não diria mais nada naquele momento e a beira da inconsciência eu ouvi com clareza sua resposta ao que eu havia dito.

–Eu vou recuperar a sua confiança, ou morrerei tentando.

E eu sabia que Edward faria isso.

...

Batidas soavam longe. Eu não conseguia abrir os olhos, tamanho o cansaço que sentia. Murmurei algo incompreensível para Edward querendo que ele se levantasse e fosse averiguar o barulho. Para a minha profunda alegria eu o senti se afastar de mim e seguir para fora do quarto. Voltei a me aconchegar na cama desejando poder dormir mais.

Vozes soavam na sala de nossa suíte presidencial, uma era de Edward e a outra era uma voz feminina familiar, provavelmente Alice. Os murmúrios duraram apenas alguns instantes e depois cessaram.

Então alguém sentou na cama, próximo a mim, e logo senti dedos acariciarem meu rosto, meus cabelos. Uma voz sedosa, a voz de Edward, soou próxima ao meu ouvido.

–Amor, nós precisamos acordar. –Disse em seu tom amoroso, já familiar para mim. Eu me remexi deitando de bruços na cama e enterrando meu rosto nos travesseiros.

–Me dá mais uns minutos. –Pedi num murmúrio débil, mas Edward entendeu. 

–Não posso. Se não for acordada por mim será acordada por Alice e acredite: não vai querer isso.

Levantei a contragosto e meu mau humor só aumentou quando vi o horário. Seis e meia da manhã.

–Isso só pode ser brincadeira!

...

–Oi Bella e... Nossa! Que galo enorme é esse na sua testa? O que aconteceu? –Alice perguntou enquanto Edward e eu nos aproximávamos da mesa em que ela e Jasper estavam sentados.

–Nós tivemos uma noite e tanto! A minha empolgação fez isso com ela. –Edward brincou e eu o acotovelei na costela. Jasper reprimiu uma risada e Alice olhou com a cara fechada para Edward.

–Vamos tomar café e então iremos às compras. Hoje será o dia de compras. Amanhã e depois de amanhã faremos o que turistas fazem quando viajam. Visitar pontos turísticos, curtir tudo. Você e Jasper podem fazer o que quiser enquanto Bella e eu vamos às compras. –Alice se sentou ao lado de Jasper. Edward me puxou pela mão conduzindo-nos a mesa.

Tomamos um delicioso café e Edward me fez comer o dobro do que eu comeria por saber que passaríamos o dia todo fora. Pelo que ouvi, Alice e eu faríamos compras o dia todo hoje, só amanhã conheceríamos pontos turísticos e aproveitaríamos o resort. Fiquei temerosa com aquilo, eu não queria passar o dia todo caminhando com sacolas nas mãos. Pensei em dizer a Alice que não precisava de roupas, mas sabia muito bem o que aconteceria caso eu dissesse isso: Alice me rebocaria mesmo assim.

Dito e feito. Mandou Jasper e Edward passearem e me levou a todas as lojas de Miami. Não queria comprar nada para mim, mas ela simplesmente escolheu minhas roupas e comprou quando achou que eu não estava vendo dizendo algo como o quanto era importante renovar o guarda-roupa e que isso ajudava a manter o casamento e blá blá blá.

Demorou a eu perceber para onde a conversa estava indo.

–Você e o Edward estão bem. Fico feliz com isso. –Ela disse enquanto estávamos em um restaurante, ao nosso lado um monte de sacolas. Jasper e Edward estavam zanzando pela cidade assim como nós, mas não conosco.

–É. Estamos bem. Melhor do que eu imaginava. –Olhei meu prato sem saber para onde a conversa iria.

–O Edward mudou muito. Eu jamais o vi desse jeito, todo amoroso com alguém. Ele só era assim quando nossa mãe estava viva, mas depois que ela faleceu, ele se fechou para o mundo.

–Acho que ele me disse algo assim certa vez. Mas...

–O Edward está se abrindo para o mundo e acho que logo ele vai despejar em você tudo sobre ele. Ai você vai entender por que ele é estranho. –Algo no que Alice disse me pareceu suspeito, mas deixei para lá.

–O Edward tem os seus defeitos, mas eu reconheço que ele está mudando para melhor. Isso é bom, essa mudança mudou tudo entre nós. –Comentei sem saber se Alice entenderia, mas a julgar pelo modo como ela me olhou ela entendia.

–Acho que vamos ter a oportunidade de nos conhecermos melhor cunhada. –Disse. Eu sorri.

–Também acho isso.

O restante da tarde foi de compras e conversa. Alice me falou muito sobre ela deixando Edward de fora inteligentemente. Acho que ela queria que o próprio Edward falasse sobre sua vida.

Ela me falou da escola só para meninas ricas que estudou. Falou das muitas amizades que até hoje cultivou desde os tempos da escola. O amor pela moda que surgiu através de sua mãe, Esme, e a tristeza que sentiu ao perdê-la. Apesar de falar na morte da mãe, Alice não mostrava tristeza. E eu sabia por que havia superado a perda da mãe e do pai.

–Jasper sempre esteve comigo desde que nos conhecemos. Eu nunca me senti sozinha desde então.

–Como você e Jasper se conheceram? –Perguntei. Alice riu.

–Ele era filho da diretora da escola para meninas que eu estudava. Ele sempre foi bonito (uma beleza meio andrógina) por isso durante muito tempo pensei que ele fosse uma garota. Era estranho um garoto estudando no meio de meninas.

–Nossa, que estranho. –Disse rindo.

–Ficamos amigos por um tempo. Eu gostei dele em segredo. Jasper se confessou para mim e me pediu em namoro no dia em que encontramos minha mãe desacordada no banheiro de casa. Ela só ficou um tempo hospitalizada a então...

Alice pareceu imersa em pensamentos, pensamentos nada felizes pela expressão sofrida que carregava. Decidi tira-la do transe.

–Alice, é melhor continuarmos com as compras. –Levantei. –Logo vai anoitecer. Além disso, os rapazes devem estar preocupados.

–Ah, claro! Eu vou pagar pelo almoço. Você fica aqui e repara as nossas coisas?

–Sim. –Alice foi ao balcão pagar a conta. Olhei para as sacolas pretendendo recolhe-las, mas eram tantas que desisti. Só peguei minha parte quando Alice voltou.

Caminhamos pelo calçadão, despreocupadas, parando quando Alice via algo interessante em alguma butique. A conversa entre nós foi mais descontraída. Conversa vai conversa vem, entre uma butique e outra, algo que eu não esperava aconteceu: eu me perdi de Alice.

–Droga! –Olhei envolta e não vi nada, apenas rostos desconhecidos na multidão. Portanto várias sacolas, eu tentei pegar o meu celular e quando consegui, o celular caiu no chão. Com muito esforço procurei um jeito de pegar o celular para ligar para Alice sem deixar as sacolas caírem. Foi naquele momento que uma mão se antecipou pegando o celular.

Agradecida, peguei o celular ofertado pela mão e olhei para a pessoa que me ajudou. Estaquei. Diante de mim estava...

–Jacob? –Falei num tom surpreso. Ele sorriu.

–Olá Bella.

...

–Então veio representando sua empresa em uma feira de tecnologia?

–Sim. Não sei por que me escolheram. Há tantos funcionários lá. Eu não queria vir.

–Eles escolheram você, Jacob, por que é um ótimo funcionário. –Sorri. 

Após o nosso inesperado encontro, Jacob me convidou para tomarmos um café em uma confeitaria. Eu aceitei por que achei que era o melhor. Eu pensei que o havia perdido após eu me entender com Edward, afinal de contas Jacob se mantinha afastado de mim. E esta foi a minha chance de melhorar um pouco o nosso relacionamento.

–Eu acho que me escolheram por que sou o único que não se nega a esse tipo de coisa. Mas pela primeira vez eu quis negar. Não estava com ânimo para viajar a trabalho. –Notei que sua expressão era preocupada. Algo devia estar acontecendo com ele.

–Você não querendo participar de uma viagem em nome da empresa? Pensei que gostasse disso. –Sorri, mas meu bom humor não o tirou de sua melancolia.

–Meu pai não está muito bem de saúde. Eu estava cuidando dele quando a empresa me impôs essa viagem. Tentei dissuadi-los, mas não consegui. Minhas irmãs têm cada uma sua família, eu sou o filho livre que poderia cuidar do pai, mas com a empresa me requisitando para esses trabalhos fica difícil.

–Sinto muito Jacob. É algo grave? –Senti uma forte aflição com a idéia de Jacob estar perdendo o pai após perder a mãe. Claro que ele tinha as irmãs, Rachel e Rebeca, mas não era a mesma coisa. Jacob percebeu o meu pesar e adiantou-se em esclarecer a situação.

–Não é nada grave, apenas coisa da idade. Não se preocupe, o velho é forte como um búfalo, vai se safar. Eu é que estou muito preocupado com ele. Para dizer a verdade foi ele que me convenceu a viajar. Se eu não quisesse, eu simplesmente não iria, mas ele me chutou para fora. –Um resquício do sorriso de Jacob, já tão familiar para mim, apareceu em seus lábios cheios. Sorri automaticamente. 

–Falando dessa forma fico com uma vontade imensa de conhecê-lo, sabia?

–Você ainda pode conhecê-lo, basta marcar o dia e vamos lá.

Eu estaquei. Não imaginei que Jacob me propusesse isso. Para dizer a verdade eu esperava que quando me encontrasse ele atravessasse a rua. Não, Jacob não é assim. Ele não me trataria tão rudemente, mesmo se eu merecesse; o que é o caso. Então me lembrei de Edward e já até poderia imaginar o que ele me diria se eu sugerisse algo como visitar a família do meu ex.

–Bem, eu... Eu não sei se... –Murmurei embasbacada. O que eu poderia dizer? Não poderia aceitar e terminar por recusar o convite, mas também não poderia dizer não e afastá-lo de mim.

–Ele não deixaria, não é? –Jacob perguntou com brandura, mas ao olhar para seu rosto notei uma expressão dura.

–Ele não ficaria muito feliz, mas eu decido no final então...

–E como vocês estão? –Jacob perguntou sem se importar com a rápida mudança de assunto. –Eu espero que estejam bem, embora eu duvide muito a julgar pela personalidade daquele cara. –Falou áspero.

–Edward mudou e sim, nós estamos bem. –Disse num tom igualmente áspero.

Ficamos nos encarando com raiva e por fim Jacob cedeu. Com um suspiro, encostou-se no assento da cadeira em que estava sentado e voltou a bebericar o café que havia pedido.

–Desculpe. Eu não deveria ter feito isso. –Disse incapaz de me encarar.

–Eu também peço desculpas. Você tem todo o direito de agir assim, ou pior. Eu mereço coisa pior. –Com minhas palavras Jacob me olhou.

–Você é mais uma vitima Bella. Se há um culpado, é somente ele. O que ele fez a você... As coisas que você me contou... Ele pelo menos disse o porquê disso?

Pronto, Jacob havia tocado no ponto fraco de meu relacionamento com Edward. Eu sempre me perguntei o porquê e das vezes em que fiz a pergunta para Edward, eu não obtive resposta. 

–Eu sei o motivo. Ele não soube lhe dar com a instituição do casamento, ficou confuso. Isso acontece. –Falei em favor de Edward, mas eu sabia que a minha justificativa era furada.

–Se essa for à justificativa para o que ele fez a você, então ele é pior do que eu imaginava. Magoar tanto alguém só por que não está preparado para compromisso? Teria sido melhor pedir o divórcio então!

–Jacob, eu não quero falar sobre isso! –Pedi; a voz mais elevada que o normal. Jacob parecia tenso, mas tentou se acalmar.

–Tem razão. Não é um bom assunto após um reencontro. Deveríamos conversar sobre coisas alegres e não sobre... –Um barulho soou cortando o discurso de Jacob. Reconheci a música que era o toque do meu celular. Eu o peguei em minha bolsa e me assustei com o número de chamadas não atendidas nele. Chamadas de Alice e chamadas de Edward. E era o próprio Edward quem me ligava agora.

–Alô? –Atendi.

–Bella, finalmente! Onde você está? Tem idéia do tempo em que estou ligando para você? –Falou alto e quase não entendi o que dizia. Jacob olhava a loja do outro lado da rua, dando-me espaço. Ele devia saber com quem eu conversava ao celular.

–Eu estou indo para o hotel nesse instante. Você encontrou Alice? Eu me perdi dela.

–Sim, Alice está aqui com Jasper. Retornamos ao hotel por que pensamos que você tinha vindo para cá após se perder de Alice. Eu estou com um carro de aluguel. Diga onde você está e eu irei buscá-la agora.

–Precisa ir para casa? –Jacob perguntou. Eu assenti para ele. –Eu levo você. Estou com um carro da empresa.

–Jacob, eu não acho uma boa idéia. –Disse tapando o celular. Edward não poderia ouvir esse nome. Voltei a falar com Edward. –Eu não sei onde eu estou, fica bem afastado do hotel. Eu acho que o nome da rua é...

O celular foi tirado de minhas mãos e Jacob disse a Edward:

–Não se preocupe com Bella. Eu a encontrei e a levarei em segurança para o lugar onde ela está hospedada. –Desligou a chamada e passou o celular para mim. –Vamos. Eu levo você. Agora que ele sabe que você estava comigo, eu acho que você não tem escolha.

Eu estava petrificada com o celular em mãos. Devia estar branca.

–Jacob, não deveria ter feito isso. O Edward vai...

–Não se preocupe. –Disse casualmente levantando-se e deixando na mesa o dinheiro dos cafés. –Ele deve muito a você Bella. Não vai encher. Meu carro está estacionado aqui perto. Vamos.

Eu pensei em ir de taxi, mas ir sem Jacob após o que ele fez só levantaria suspeitas. Mas também eu poderia ligar e pedir para Edward me buscar. No entanto eu tinha certeza que Jacob ficaria aqui e se os dois se vissem... Realmente eu não tinha opções.

...

–Pronto. Chegamos.

–NÃO JACOB! NÃO PRECISA ESTACIONAR... Em frente ao resort. –Disse num tom lamurioso. Ótimo! Edward havia ligado varias vezes para mim enquanto Jacob me levava ao resort e eu não atendi por que estava tentando evitar o que viria a seguir. Ele iria me matar!

–Preciso deixá-la aqui na porta. O que o seu marido vai pensar se eu não deixar? –Olhei para Jake e vi um sorriso sapeca no rosto.

–Você está adorando isso, não está? Tem idéia do problema em que me colocou?

–Eu precisava me desforrar pelo que Edward fez no passado. Diga para ele que eu o mandei se ferrar.

Sai e bati a porta de Jacob com força. Quando ele me chamou eu mandei o dedo do meio para ele. Jacob soltou uma gargalhada gutural com o meu ato.

–Ligo para você para marcarmos a viagem a terra do meu pai. Eles vão adorar conhecê-la! –Falou alto e saiu cantando pneus com o carro que a empresa lhe cedera. Tentando equilibrar as sacolas em minhas mãos, eu dei alguns passos em direção a entrada do resort e me deparei com três pessoas nas escadarias, olhando para mim: Jasper, Alice e Edward.

“Que maravilha! Estraguei a viagem para Edward com toda a certeza.”.

Alice foi a primeira a vir em minha direção acompanhada de seu marido Jasper.

–Bella, fiquei tão preocupada com...

–Eu estou bem Alice.

–Não fiquei preocupada com você e sim com as compras! Sabe quanto custa às peças exclusivas que estão nas sacolas que você carrega? –Tomou as sacolas de minhas mãos sendo ajudada por Jasper.

–Eu posso levá-las para o meu quarto, afinal de contas elas são minhas. –Esbravejei.

–Eu vou levá-las para o meu quarto e depois você as pega. Vai precisar das mãos livres. –Alice me lançou um olhar de alerta e entendi que a situação não estava nada boa. Jasper a acompanhou e enquanto subia às escadas da entrada do resort, Edward descia. E sua cara não estava nada boa.

Fiquei parada, olhando-o, como uma presa incapaz de fugir do predador. Quando Edward estava a apenas alguns passos para mim percebi que era bobagem temê-lo. Eu não tinha feito nada de errado.

–Oi. –Disse e tentei sorrir. Meu sorriso não o alcançou.

–Vamos para o nosso quarto. –Falou num tom frio. Eu assenti. Edward colocou as mãos nos bolsos da calça jeans preta e olhou o tempo todo para frente. Sua expressão era dura, como mármore, e em nenhum momento me olhou. Aquilo me enervou. Eu não tinha feito nada de errado! E mesmo se fizesse algo, ele nem poderia me criticar!

O silencio entre nós durou até a porta do quarto. Quando nós entramos, mal me virei para encará-lo e a torrente de palavras veio.

–O QUE DEU EM VOCE? POR QUE ESTAVA COM JACOB? –Gritou olhando-me furiosamente e segurou meu pulso esquerdo com uma mão.

–Primeiro: pare de gritar. Segundo: me solta! –Afastei-me e Edward me obedeceu, mas eu sabia que sua concessão não duraria muito. –Encontrei com Jacob ao acaso. Nós fomos tomar um café e...

–Passou esse tempo todo tomando café com ele? Sabe que horas são Bella? Sabe há quanto tempo todos nós estamos procurando por você? Por que você demorou a atender? –Apesar da voz polida eu podia ver, pela expressão facial de Edward, que ele não iria controlar a voz por muito mais tempo.

–Eu não ouvi o toque do celular. Quando ouvi eu atendi. –Falei calmamente, mas minha calma parecia enervar ainda mais Edward.

–O que estavam fazendo para você ficar tão absorva a ponto de não ouvir um toque no máximo? –Seu tom de voz era malicioso e rude. Procurei me manter serena, mas sabia que minha calma também iria se esvair.

–Nós estávamos apenas conversando. Perdi a noção do tempo. Não fiz nada demais. Se estivesse fazendo alguma coisa, você não descobriria que estive com ele. –Olhei com fúria para Edward. Eu não queria continuar essa conversa. Se continuasse...

–Ainda sim não deveria ter parado para papear com ele. Ele é seu ex Bella! E ainda por cima ele a trouxe para cá! Não pense que não vi vocês dois chegando! Como acha que eu fiquei quando eu os vi juntos, quando soube que estavam juntos?

Minha calma acabou. Soltei um riso sarcástico.

–Sei muito bem como sentiu. Deve ter sido o mesmo sentimento que o meu. Sabe, eu também não ficava nada contente quando via meu marido para lá e para cá com a secretariazinha que era sua amante. É claro que nem poderia fazer tal comparação visto que eu não tenho nada com o Jacob e você sabe disso, mas na época, comigo, eu sabia exatamente o que você tinha com aquela vadia!

Silencio.

Edward me olhava pasmo. Eu tentava recuperar uma respiração estável. E aquele foi o momento em que tudo veio à tona, de novo. Eu odiava reviver o meu sofrimento.

–Se Alice vier nos convidar para jantar, você pode ir. Diga que eu estou com dor de cabeça e não irei. –Rumei para o banheiro, o único refugio que tinha, e me tranquei lá. Ele não demorou nem cinco segundos para me seguir.

–Bella, abra a porta, por favor? –Pediu batendo suavemente na mesma. Eu me aproximei do balcão de mármore e abri uma das torneiras. Lavei meu rosto.

–Bella, me perdoa. Eu não deveria... Olha, abra a porta. –Bateu novamente.

–Vai à merda! –Gritei e sentei no chão com as costas encostadas na parede. Respirei fundo e contei até vinte na tentativa de me acalmar. Eu sabia que Edward tinha o direito de ficar zangado, mas também sabia que ele tinha o dever de me perdoar.

Seria sempre assim, constatei com pesar. Nós sempre teríamos algo para nos afastar, por que o passado não poderia ser apagado e eu não era tão nobre a ponto de perdoar. Edward sabia disso também, mas estava disposto a lutar por nós dois. Eu sabia disso, mas não tinha mais forças para lutar por nosso relacionamento; minha força se esvaiu quando, após ser tão humilhada durante dois meses, descobri que ele tinha uma amante. 

O silencio perdurou. Talvez Edward tivesse saído do quarto. Levantei do piso, arrumei os cabelos rebeldes com os dedos, e sai.

É claro que ele não iria simplesmente sair do quarto!

Sentado na cama, encarando o chão, estava Edward. Olhou para mim quando sai do banheiro. Sustentou o olhar.

–Pensei que tivesse saído. –Falei num tom azedo.

–Por isso saiu do banheiro? Eu estou mais calmo e não estou mais furioso. –Fazia movimentos circulares com as mãos aparentando nervosismo.

–Claro que não está. Por que estaria? Não tem motivos para estar. –Continuei de pé afastada vários metros dele.

–Realmente não tenho. Você ainda está com raiva de mim? Por que eu quero pedir desculpas, eu... –Falava rapidamente, atrapalhando-se com as palavras. A aflição grasnava nele. Suspirei derrotada.

–Não. Eu é que peço desculpas Edward. Você tem todo o direito de ficar chateado. Desculpe pelo que fiz. Não foi legal ficar conversando com Jacob e aceitar ele vir me trazer. Eu não pretendia aceitar a carona, mas achei que se recusasse você poderia pensar mais mal de mim.

Caminhei até a cama e me sentei ao seu lado. Edward me surpreendeu ficando de pé, logo mais ajoelhado diante de mim. Colocou a cabeça encostada em meus joelhos e suas mãos em minhas pernas. Achei estranha a posição, ele prostrado de joelhos diante de mim.

–Edward, levante-se! –Pedi. Ele não se levantou.

–Me perdoa Bella! Eu sou um idiota que só mete os pés pelas mãos. Eu não mereço nada do que você me dá e aqui estou eu tratando-a com rudeza quando na verdade eu deveria dar graças a Deus por você estar comigo. A única coisa nobre que tenho em mim é o amor que sinto por você! –Seu discurso foi longo e apaixonado. Fiquei muda com suas palavras. Edward estava exagerando, não estava?

–Edward... –Murmurei seu nome sem saber o que dizer. Edward beijou meus joelhos e suas mãos acariciaram minha pele por cima do jeans das pernas até a cintura, mantendo suas mãos lá. Ergueu seu rosto encarando-me por alguns instantes e então se levantou me beijando num átimo. Deitei na cama e seu corpo másculo cobriu o meu. Suas mãos ficaram em cada lado do meu rosto mantendo minha cabeça parada. Inútil fazer isso, eu não iria resistir a ele, evitar seus beijos.

Sua boca devorou a minha e então seus lábios quentes migraram para o meu pescoço, traçando beijos até a clavícula exposta na blusa branca que usava. Suas mãos se infiltraram por baixo de minha blusa e passearam pelas minhas costas enquanto sua boca beijava meu ombro esquerdo. Logo ele retirou minha blusa deixando-me de sutiã. Fechei os olhos e gemi quando seus lábios beijaram meu colo, por cima do sutiã. Suas mãos foram para minhas costas e com isso teve acesso ao fecho do sutiã, abrindo-o. Quando retirou a peça, eu me arrastei de costas indo para o meio da cama. Voltou a me beijar, afoito, e não demorou a distribuir seus beijos e meus seios. Minhas mãos foram para seu cabelo, forçando-o a permanecer ali um pouco mais. Ele não permaneceu; havia muitas outras coisas a serem feitas.

Afastou-se e contemplou meu corpo parcialmente despido. Sua mão foi para o botão de minha calça, ele a retirou junto com a peça de baixo do lingerie; os sapatos foram juntos. Puxou-me pelos joelhos, levando-me a beirada da cama. Fez menção para que eu sentasse e sua cabeça ficou entre minhas pernas. Mesmo sabendo o que faria, ainda foi uma deliciosa surpresa para mim. Não pude ser silenciosa, meus gemidos poderiam ter sido ouvidos fora do quarto e agradeci por Alice e Jasper serem os únicos a ocupar aquele andar.

Gozei para ele, não pude evitar. Edward não parou. Retirou seus sapatos aos chutes e ajoelhou-se na cama puxando-me para acompanhá-lo. Abraçou-me e segurando as minhas mãos passou por seu peito, por baixo da camisa, enquanto sua boca beijava a minha. Entendi o recado e o despi lentamente, apesar da evidente pressa de Edward. Não desgrudamos nossos lábios nem por um instante.

Sua pele estava quente, sua respiração ofegante, seus gemidos mais e mais ruidosos. Edward me queria muito naquele momento, assim como eu o queria. Procurei não me assustar quando, após despi-lo, Edward me jogou de costas na cama. Seu corpo cobriu o meu e logo seu membro viril me invadiu. Protestei um pouco, puro reflexo, mas não tive forças para empurrá-lo. Edward pegou minhas mãos e as prendeu entre as suas, acima da minha cabeça.

Seus beijos agora eram calmos, mas suas mãos exerciam força nas minhas. E então o aperto foi se afrouxando e ele se afastou um pouco de mim, pegando minhas mãos e passando pelo seu corpo.

–Toque em mim Bella. –Pediu. Eu o atendi sentindo tanto prazer em tocá-lo quanto ele. Acariciei seu peito, seu abdômen, em movimentos circulares. Edward gemeu abertamente, excitado só com aquelas poucas caricias. Ousadamente eu continuei meu passeio ora com a palma da mão, ora com a ponta dos dedos. Minhas mãos o envolveram e acabei por arranhar suas costas. A urgência em tê-lo me deixou um pouco mais violenta. Puxei seus cabelos, o arranhei, o apertei mais forte.

Eu o desejava tanto como não desejei homem algum. E naquele momento eu não me importei com o pudor. Ele era meu homem e eu tinha direitos sobre ele, direitos que só agora me eram dados.

Quando nos encaixamos e o prazer foi nos tomando, eu senti vontade de chorar. Não sei por que. Talvez eu esteja tão viciada em Edward e em todas as sensações que ele me proporciona que temo perde-lo. E hoje eu quase perdi. Eu não poderia permitir que o passado nos separasse novamente. Edward estava tentando, eu também iria tentar. Ainda havia força em mim para lutar por ele, constatei com alegria.

Gozamos juntos e eu o abracei apertado quando isso aconteceu. Eu não permiti que Edward saísse de meus braços e ele não se opôs. Ficou com o corpo sobre o meu durante um tempo enquanto nós esperávamos nossas respirações e pulsações se acalmarem. Aconchegou-se em meus braços depositando sua cabeça na curvatura do meu pescoço. Ele logo dormiria. Acariciei as madeixas acobreadas e o seu rosto de querubim.

–Estou cansado. Não sei por que. –Murmurou.

–Você deve ter tido um dia tão cheio quanto o meu. Estou exausta também. Amanhã vou acordar moída. –Eu continuei olhando-o. –O que foi? –Perguntei ao notar o modo como me olhava.

–Estou feliz. Feliz por ter você. Não mereço, mas tenho. –Eu o beijei na testa.

–Não vamos falar mais sobre isso.

–Bella, se você tivesse a oportunidade de voltar no tempo, o que você mudaria? –Edward perguntou. Eu o olhei sem entender. Por que uma pergunta dessas agora? Mesmo sem entender seus motivos, eu respondi com a maior franqueza que pude.

–Eu não mudaria nada. –Disse com os olhos fixos nele.

–Sério? –Edward fechou os olhos e sorriu. –Eu mudaria tudo. Tudo o que fiz. Seria uma vida nova. Por que o passado não pode ser mudado? –Sua voz tinha um tom triste, amargurado.

–Durma. –Pedi não gostando daquela onda de tristeza que parecia invadi-lo naquele momento.

–Eu amo você. –Falou num fio de voz. Eu respondi a altura sentindo a garganta apertada pela emoção.

–Eu também amo você Edward.

Edward pov’s

A felicidade veio para mim. Eu não esperava. Após a morte de minha mãe, eu me habituei a não confiar em ninguém, a tratar mulheres como objetos e homens como inimigos. Eu sabia que pela minha conduta eu estava fadado à infelicidade quando se tratava da minha vida pessoal, mas eu fui abençoado.

Bella... O nome girava na minha cabeça. Eu não conseguia pensar nada além dela, priorizar nada além de Bella. Eu a amava e ela me amava. Ela era minha, entregou-se apesar de tudo o que aconteceu entre nós. E cinco dias se passaram...

–Bella? –Chamei. –Você está aqui no seu quarto? –Bati na porta de seu quarto. Aquele era o único cômodo em que eu não havia entrado para procurá-la.

–Sim, eu estou aqui. –Ouvi a sua voz no interior do aposento. Minha mão foi à maçaneta.

–Posso entrar? –Pedi invadindo seu quarto. Bella estava sentada em uma poltrona, olhava o espelho. –O que está fazendo? –Perguntei curioso com a sua atitude.

Caminhei até ela e me postei atrás da poltrona. Eu me inclinei abraçando-a por trás, feliz por ela não fazer menção de me afastar. Bella havia mudado muito desde que confessou para mim o que sentia. Ela estava mais receptiva ao meu toque e, durante esses cinco dias, permitiu que eu dormisse com ela. Isso era muito comparado ao que eu tive dela desde que nos entendemos.

–E então? O que estava fazendo? –Voltei à realidade e olhei para Bella. Eu ainda estava curioso com o que Bella estava fazendo antes de eu entrar em seu quarto.

–Só estava... Pensando. –Falou extremamente vaga. Alguma coisa dentro de mim me alertou para aquele fato. O que Bella estaria pensando? Seria algo sobre mim? Algo ruim?

–Posso saber em que? Espero que em mim. –Eu a olhei com diversão, encostando meu queixo em seu ombro. A princípio, eu estava tenso com a possibilidade de ela estar pensando em mim de forma negativa, mas bastou ver o seu sorriso para o medo se dissipar. Era muito bom vê-la sorrir.

–Espertinho. –Falou num tom falsamente severo. Levantou-se e eu me apressei em abraçá-la. Eu nunca me sentia cansado de tocá-la, Bella era uma droga que eu sempre precisava de mais. Aspirei seu perfume doce e o desejo tomou conta de mim. Procurei me conter.

–Alice e Jasper estão nos esperando no carro que nos levará ao aeroporto. Não podemos nos atrasar. Vamos. –Peguei sua mão e a guiei para a saída. 

–Onde estão as malas? –Bella perguntou enquanto cruzávamos a sala.

–Estão todas guardadas no carro. 

Seguimos silenciosos até o elevador e quando eu entrei lá voltei a abraçá-la. Eu sabia que Alice iria monopolizá-la durante três dias e nós não ficaríamos muito tempo juntos durante esse período. Bom, essa era a minha desculpa, mas a verdade era que eu gostava de tê-la em meus braços. Compensava um pouco o período em que eu a desejava tanto, mas não poderia tocá-la. 

–Por que tudo isso? –Bella perguntou. Não demorou muito as portas do elevador se abriram.

–Alice vai querer ocupá-la com compras e bobagens de mulheres durante esses três dias em que ficaremos na praia. Não teremos muito tempo para nós dois.

–Sei. – Pela sua postura e tom vocal ela estava desapontada. Isso era bom. Aproximei meus lábios de seu ouvido e sussurrei:

–É por isso que só ficaremos com eles durante três dias. Após isso vamos viajar só nós dois para outro lugar.

Eu havia feito um plano. Queria uma lua-de-mel completa com Bella por isso eu separei os dias de diversão, e agitação, em Miami e prazer, e calmaria, em Vancouver no Canadá.

–Você ainda não me disse o lugar. Estou curiosa. –Com essa eu fiquei surpreso. Ontem eu havia dito para ela, até falei de detalhes de nossa viagem como o local onde ficaríamos hospedados e o que faríamos para nos divertir.

–Eu disse ontem. –Falei confuso.

–Quando? Não me lembro. –Perguntou. Lembrei das circunstancias em que contei para ela e entendi. Soltei um sorriso sacana. De fato ontem a noite não foi um bom momento para contar.

–Disse ontem enquanto nós estávamos juntinhos no seu quarto. E nós estávamos fazendo... –Parei sugestivamente enquanto minha mente completava o que não disse em palavras. Ontem, após assistirmos a um filme de comédia romântica e o mesmo me deixar acesso, fomos para a cama e, definitivamente, não foi para dormir.

–Agora sei por que eu não me lembro. –Murmurou no momento exato em que as portas do elevador se abriram. Uma pena. Só a lembrança do que havíamos feito me esquentou por inteiro. Eu devia ter apertado o botão de emergência e parado o elevador tempo suficiente para uma brincadeirinha com Bella naquele local. 

–Até que em fim! Por que a demora? Desse jeito vamos perder o avião e eu não quero ter que recorrer a minha beleza para conseguir outro vôo. Vamos! –Alice disse naquele seu jeito irritantemente serelepe quando nos viu chegar. Logo mais todos nós estávamos no carro alugado que nos levaria ao aeroporto. 

...

–... Mas eu reservei a poltrona ao lado da Bella por que eu queria...

–Alice, eu vou sentar ao lado da Bella. Você pode fofocar com ela sobre assuntos pequenos depois. –Disse áspero. Alice fez biquinho.

–Mas eu... –Murmurou querendo argumentar. Jasper, que estava ao seu lado, se manifestou.

–Edward quer aproveitar a esposa. Deixe-o com ela, Alice. Vamos, você vai poder monopolizá-la depois. –Jasper puxou Alice para se sentar em uma poltrona ao lado dele, a poltrona que estava destinada a mim. Fui para a poltrona ao lado de Bella, onde Alice sentaria, todo feliz. 

–Alice foi se sentar ao lado de Jasper. Não sei como ela conseguiu reservar uma poltrona ao seu lado meu amor. –Eu disse puxando Bella para os meus braços. Aspirei seu perfume inebriado pelo cheiro bom. 

–Ela disse que queria ficar papeando. Não precisava tirá-la daqui. –Murmurou sonolenta.

–Alice já vai querer manipular todo o seu tempo quando chegarmos a Miami. Não quero perder um tempo sequer. –Beijei sua testa. Eu estava ciente do quanto Bella estava cansada e queria que descansasse. –Você está cansada, não é? Pode dormir. Eu a acordo quando chegarmos. Acho até que dormirei um pouco com você.

Ela me obedeceu. Passados alguns minutos, Bella ressonava tranqüila em meus braços, procurando o calor do meu corpo para aquecê-la. Isso já era corriqueiro. Desde que disso o que sentia por mim, Bella passou a abrir algumas exceções. Durante cinco dias nós dormimos juntos. Bella permitiu que eu a tocasse mais. Ela ainda não era tão carinhosa, mas isso logo mudaria.

Fiquei perdido em lembranças dos cinco dias mais felizes da minha vida. Dias em que Bella me permitiu conversar um pouco com ela, tocá-la, amá-la, fazer dela minha mulher. Ela não voltou a dizer que me amava, mas isso não importava. Eu estava feliz e estava conseguindo fazê-la feliz.

Mas havia uma pendência entre nós. A verdade estava à espreita e mais dia ou menos dia viria à tona. Eu sabia o que deveria fazer, eu deveria contar a verdade a Bella, mas não conseguia. Estávamos tão bem e eu pensava que se contasse a ela, eu perderia tudo. Eu não queria perder o que eu tinha. E enquanto refletia sobre isso, chegamos ao nosso destino.

–Bella, nós chegamos. Venha. –Eu a acordei gentilmente. Bella despertou, mas ainda estava cansada. Tive de sustentar o seu peso durante todo o trajeto para fora do aeroporto. Fiquei surpreso quando Alice veio toda serelepe para o nosso lado. 

–Vamos para algum restaurante comer. Depois podemos ir ao shopping e...

–Nem pensar Alice! Vá com Jasper se quiser, mas Bella irá para o hotel dormir. –Esbravejei. Bella não estava em condições de fazer nada além de dormir. Eu garantiria seu sono. Ignorando os protestos de Alice, seguimos para o resort escolhido por Jasper. Eu resolvi tudo juntamente com Jasper e seguimos para os nossos quartos. Quando eu passei pela porta, eu disse:

–Você está exausta. É melhor ir direto para a cama, ou quer comer algo? Posso pedir algo para a recepção e...

–Eu quero apenas um bom banho. Depois eu vou dormir. Se estiver com fome pode pedir algo para você. –Bella foi até a sua mala pegando o que precisaria para o seu banho. Enquanto eu a olhava, senti algo familiar tomar o meu corpo, o desejo avassalador de tê-la em meus braços e amá-la sem limites. Esse desejo deveria diminuir agora que estávamos íntimos, mas isso não acontecia. Quando mais eu a tinha, mais eu a queria.

–Não estou com fome. Também estou cansado, mas acho que vou tomar um banho. Posso tomar um banho com você? –Pedi. Nunca havíamos feito isso, tomar banho juntos, e eu esperava que isso acontecesse agora. Bella me encarou com estranheza, mas não disse não. Eu a olhei interrogativo.

-Tá. –Disse simplesmente seguindo para o banheiro. Assim que Bella entrou encostando a porta, eu estava retirando minhas roupas. Eu estava apressado, e quase cai por isso, por que temia que Bella mudasse de idéia. Ela ainda era uma caixinha de surpresa.

Peguei um roupão oferecido pelo hotel, ao invés do meu próprio, eu o vesti já despido. Mas quando eu estava a caminho do banheiro, algo no chão chamou minha atenção. Eu me aproximei da bagagem de Bella e peguei as duas caixas. Uma era de pílulas anticoncepcionais e outra de um diafragma.

–Mas o que...? –As caixas ficaram em minhas mãos por alguns instantes. Fiquei surpreso em encontrá-las, Bella nunca falou nada comigo. E também tinha outras coisas que vinham em minha mente. Quando eu conheci Bella, ela tinha aquele estereótipo de mulher caseira que parecia sonhar com casamento e filhos. Agora ela tomava anticoncepcional, mas por quê? Por um acaso não queria mais ter filhos? Mudou de idéia ou o que? Tantas dúvidas em minha cabeça! Dúvidas que me arrastavam para pensamentos nebulosos, idéias nebulosas. Eu tinha dentro de minha cabeça um perfil de Bella, e saber que ela tomara remédios sem me consultar contrariava minha imagem. Será que a Bella... Não queria ter filhos por que... Por que seria comigo?

Eu entrei no banheiro, retirei meu roupão e entrei no chuveiro. Bella estava de costas para mim, imersa no mecanismo do banho. Eu a encarei o tempo todo enquanto ligava o chuveiro e sentia a água morna tocar o meu corpo. Naquele momento desejei poder ler sua mente. Como eu não tinha tal poder, só me restava perguntar.

–Você deixou uma coisa no chão. –Disse.

–E o que seria? –Perguntou com desinteresse. Meus olhos estavam nela, eu queria captar sua reação e estudá-la. 

–Pílulas anticoncepcionais e diafragma. Estavam na mala onde você coloca seus produtos de higiene pessoal. –Eu a olhei atentamente, mas Bella continuava em sua postura despreocupada.

–Ah, eu devo ter me descuidado. Estava com pressa para tomar banho. Guardo quando acabar daqui.

–Não precisa Bella. Eu já fiz isso. –Minha voz certamente revelava meu mau humor. Bella percebeu o tom de voz estranho e se virou.

–O que foi? –Perguntou encarando-me após fechar o chuveiro.

–Há quanto tempo está tomando anticoncepcional? –Perguntei. Bella parecia despreocupada, deu de ombros.

–Uns três dias. Fui a uma ginecologista e pedi para que me receitasse. Ela também me passou o diafragma, mas acho que esse eu não irei usar. Meio complicado de colocar. Por quê?

Então ela havia tomado a decisão há algum tempo e sequer me comunicou. Esse tipo de coisa deveria ser conversado com o parceiro, não é?

–Por que não me contou? –Perguntei num tom acusativo.

–Não pensei que fosse algo significativo para contar. Eu devo ter me esquecido. Por que está assim? –Bella me olhava confusa. Ora, era eu quem deveria estar confuso!

–Tudo sobre você é significante para mim. Além disso, quando se trata de proteção num relacionamento intimo o casal deve conversar sobre isso. –Desabafei sabendo que essa conversa poderia não ter um rumo bom. Durante muito tempo após o nosso casamento eu mostrei desinteresse em Bella e no que fazia. Provavelmente ela jogaria isso na minha cara.

–Não há o que conversar Edward. Eu só estou me prevenindo de uma gravidez indesejada. Só isso. Eu pensei nisso por nós dois. Acredito que você não deva estar ansioso para ser pai.

Naquele momento eu entendi. A imagem que passei não foi uma das melhores e Bella acreditava que eu não queria ser pai. Ela ainda conservava uma imagem nada boa de mim, mesmo com minhas tentativas de convencê-la de que eu havia mudado. Eu precisava desfazer qualquer imagem negativa que Bella tivesse de mim. 

–Você tirou uma conclusão precipitada. Deveria ter conversado comigo antes. Acho que só eu posso falar por mim, assim você saberia se desejo ter um filho ou não. –Para ser sincero nunca pensei em ter filhos, costumava repudiar a idéia. Mas agora... Eu seria favor de qualquer coisa que me atasse ainda mais a Bella.

–E você quer ser? Você é meio jovem para isso, não é? Tem vinte e três.

–Eu não sou jovem Bella. Homens se tornam pais aos dezesseis hoje em dia. Vinte três é uma idade perfeita. –Eu costumava pensar que filhos eram a ultima coisa que um homem deveria ter. Vinte e três, a minha idade, costumava ser o tipo de idade em que você aproveita a sua vida. Eu realmente mudei minha forma de pensar após descobrir que amava Bella. 

–Mas você já pensou no assunto alguma vez? –Bella perguntou sondando-me com o olhar. Tinha que tomar cuidado agora. Não gostaria de confessar que nunca pensei no assunto e até repudiei a idéia, motivo pelo qual não quis fazer sexo com Bella após o casamento.

–Bom... Eu nunca havia pensado na possibilidade até agora. Mas eu sempre pensei que você queria. Quero dizer você tem aquele estereótipo de mulher que deseja casar e ter filhos então eu pensei que você queria ser mãe. –Dizer a verdade me pareceu o melhor. Eu não queria mentir para Bella, já havia mentiras demais nos separando.

–Isso não me passou pela cabeça. Não me sinto preparada para ser mãe e você certamente não está preparado para ser pai.

Ao ouvir as palavras de Bella, algo me ocorreu. Agora ela não pensava em ser mãe, mas houve alguma vez em que pensou? Poderia apostar que a idéia lhe parecia boa quando estava com Jacob.

–Não existe isso de estar preparado ou não! Ninguém nasce preparado para ser um pai ou uma mãe. Se tivéssemos um filho eu faria de tudo para ser um excelente pai. Eu iria administrar isso bem. –Esbravejei surpreso com minha própria cólera. Antes eu daria graças a Deus por Bella pensar em proteção, mas agora... Incomodava-me a idéia de que talvez Bella pensasse que ter um filho comigo era repugnante.

–Você mal conseguiu administrar um casamento, que dirá um filho. –Suas palavras me tocaram como ácido na pele. Era evidente que Bella se lembrava do passado e estava remoendo os fatos. Seria sempre assim. Bella não recuperou sua confiança em mim, embora eu tenha tentado tanto até agora!

–Vou dormir. –Anunciou sem me olhar. Estava irritada. Nossa conversa havia despertado lembranças ruins. Merda! Por que eu insisti em falar de coisas dolorosas?

–Espera Bella! Olha, não queria aborrecer você. Não queria discutir. Quando sugeri que tomássemos banho juntos eu tinha outra coisa em mente. –Ela parou ao me ouvir. Eu sabia para onde a conversa iria chegar; ela também sabia.

–O que tinha em mente? –Bella fechou o roupão. Se eu não me apressasse em falar nossa primeira noite naquele lugar paradisíaco seria um desastre.

–Seduzir você e convencê-la a fazer amor comigo aqui antes de dormir. –Falei tristonho. Bella reagiu ao meu modo infantil de agir com um sorriso.

–Um ótimo plano, mas hoje dormirei cedo. –Bella disse aumentando meu aborrecimento. Seu movimento brusco deixou seu andar instável. Eu sabia o que aconteceria, mas nada pude fazer para evitar. Bella derrapou no chão.

–AI!

–BELLA! –Sai rapidamente do Box para socorrê-la. Bella estava deitada no chão, já se levantava quando a alcancei. –Você está bem? –Perguntei preocupado. Bella tinha o rosto crispado pela dor e uma mão na testa.

–Você se machucou? Deixe-me ver o seu rosto. –Puxei sua mão. O local onde até então Bella cobria com a mão estava vermelho e já inchava.

–Não é nada. Eu não bati a cabeça no piso completamente. Amorteci a queda com os meus braços. –Bella se levantou e eu fiquei preparado para ampará-la caso voltasse a cair. Voltei ao Box do banheiro desligando meu chuveiro e peguei meu roupão.

–Eu vou chamar um médico para olhá-la, ou você quer que eu a leve ao hospital? –Sugeri enquanto a via ir até a sua bagagem. Bella remexeu lá pegando algo, parecia ser um kit de primeiros socorros.

–Não precisa, não foi nada grave. Vou passar uma pomada e cobrir o ferimento com algo e vai ficar tudo bem. –Ela caminhou até a cama deixando o kit de primeiros socorros lá em cima. –Mas acho que antes eu vou trocar de roupa.

Eu acompanhei seus movimentos e logo mais efetuei a mesma coisa. Troquei de roupa, trajando agora um pijama ao invés do roupão. Esperei até Bella estar pronta, ela ainda demorou penteando os cabelos, e fui para o seu lado quando ela sentou na cama.

–Deixa que eu cuide do ferimento. –Pedi sentando-me em frente a ela.

–Eu posso fazer isso Edward. –Protestou. Olhei sua testa, havia um ponto bastante inchado. Aquilo me preocupou. E se o ferimento não fosse insignificante como Bella fazia parecer?

–Eu faço. –Falei num tom decidido. Bella pareceu desistir e ficou quieta enquanto eu massageava a área com uma pomada antiinflamatória. Era obvio para mim que tocar o local lesionado estava causando dor nela, mas Bella procurou disfarçar. Peguei um band-aid e o retirei da embalagem, colocando no local onde havia um galo.

–Deveríamos ir ao médico. Você bateu a cabeça no piso e teve uma concussão. E olha só o galo que ficou na sua testa! –Toquei levemente o galo. Eu temia que algo mais grave tivesse ocorrido e Bella só percebesse isso quando fosse tarde demais. Talvez eu estivesse sendo exagerado, mas não estava disposto a perder Bella por algo tão pequeno.

–Edward, não foi algo grave. Felizmente eu amorteci a queda com os braços. Isso não é nada. Um pouco de pomada no local e Tylenol vai resolver. –Ela tentava me dissuadir a levá-la a um hospital.

–Mas Bela não devemos menosprezar o ferimento por menor que seja. E se esse golpe se transformar em um aneurisma ou algo assim? –Eu a encarei já apavorado com as coisas que surgiam em minha mente. Quando olhei a expressão incrédula de Bella, e divertida pela minha excessiva preocupação, eu parei. –Quer os comprimidos agora? Pego para você.

Eu levantei indo até a mala de Bella em um local onde deviam estar alguns remédios que certamente ela se lembrou de trazer. Não demorei a encontrar o que procurava: uma cartela de Tylenol, remédio para a dor. Dei os comprimidos a ela e trouxe água da pequena cozinha que havia em nosso quarto. Bella tomou sem pressa o remédio e após isso se deitou na cama. Devia estar cansada e os remédios certamente agiriam aumentando o seu sono.

–Sabe, acho que você me jogou uma praga por eu não ter cedido no banheiro. Por isso eu caí. –Bella disse num tom brincalhão enquanto eu deitava ao seu lado. Eu a puxei para mim. Era bom poder tocá-la com certa liberdade, bem diferente de antes. Bella já não via o ato e tocá-la como um desrespeito. Aceitava com naturalidade isso.

–Credo amor eu jamais faria isso! Eu sei que a palavra tem poder, não falaria algo para prejudicá-la. –Falei entre risos, maravilhado por ela estar brincando comigo. Apesar de nos entendermos, ela não era de brincadeiras.

–Não acho que a palavra tenha tanto poder assim. Se fosse por isso você não deveria nem estar entre os vivos. –Disse enquanto ria. Deitou sua cabeça em meu peito e me abraçou com um braço. Meu corpo inteiro relaxou com o seu toque despreocupado.

–Puxa, você queria tanto assim me prejudicar no passado? Eu espero que você não seja daquelas mulheres que, sem mais nem menos, descarregam a raiva no marido com uma faca enquanto dormem. –Tentei brincar com o assunto, mas a verdade era que aquela conversa estava trazendo algo à tona, e eu não gostava disso. 

–Não se preocupe... Isso já passou. –Bella falou com suavidade, mas eu não acreditei. Se já havia passado a raiva então por que ela volta e meia ficava na defensiva e jogava na minha cara tudo o que houve entre nós? Lembrei do que ela havia dito sobre eu não conseguir administrar o meu casamento. Era a mais pra verdade, mas ainda sim fiquei mal por ouvir suas palavras.

–Mas você me perdoou Bella? Pelo que você disse agora a pouco, sobre eu não conseguir administrar o meu casamento... Você não me perdoou, não é? –Bella ficou tensa com minha pergunta. O silencio dominou o ambiente e achei que não me responderia.

-Eu não o perdoei. –Sua resposta me pegou desprevenido. –Mas eu escolhi você. No final, é só isso o que importa. Agora vamos dormir.

Então era isso. Bella não me perdoou, ela apenas me aceitou ao seu lado. O fato de ela não me perdoar seria um grande problema para nós dois. Eu me perguntei freneticamente se ela continuaria comigo se soubesse o real motivo das coisas horrendas que fiz a ela no passado. Eu poderia apostar que não.

–Eu vou recuperar a sua confiança, ou morrerei tentando. –Murmurei para uma Bella já adormecida.

Eram em momentos como esses que eu refletia sobre contar ou não a verdade a Bella. Oportunidades surgiram, mas eu sempre desistia. Eu pensava: posso contar amanhã, só mais um dia! Mais um dia para ter uma Bella simpática e receptiva a mim!

O dia nunca chegava. A verdade parecia mais e mais distante de ser revelada. Alice me recriminaria pela minha lerdeza e ela tinha razão. Se eu quisesse ter um futuro saudável com Bella, eu deveria contar sobre o contrato. O problema era que contando a verdade, eu poderia não ter o futuro ao lado dela como almejo.

Essa confusão mental perdurou durante vários minutos até que me entreguei ao cansaço e dormi abraçado a Bella.



–Bella, eu cheguei. –Anunciei enquanto passava pela porta do nosso apartamento e a trancava. –Bella?

Olhei em volta. As luzes do apartamento estavam apagadas. Eu não conseguiria enxergar se não fosse o fato das cortinas que cobrem as persianas estarem abertas e o brilho mortiço da Lua adentrar.

Caminhei pelo apartamento retirando o pesado casaco que usava e deixando-o em cima do sofá juntamente com minha pasta. Olhando para o extenso corredor que dava acesso aos demais cômodos da casa, notei que a luz do quarto de Bella estava acessa.

–Bella? –Continuei a chamá-la. Estranhei ao notar que não havia ninguém em seu quarto embora as luzes estivessem acessas. Olhei para o piso e visualizei um papel. Caminhei até lá pegando o papel e lendo-o.

Era o testamento do meu pai, aquele que tinha a clausula que me obrigou a me casar apenas para receber a parte de minha herança. O que o contrato estava fazendo ali? Não deveria estar guardado em um cofre nas dependências da empresa? Será que Bella...?

Eu não tive tempo para me desesperar. Pela visão periférica captei a luz do banheiro acessa com a porta entreaberta e algo deitado no piso.

Como em um filme de horror, eu me movi bem lentamente, como um velho, enquanto os olhos captavam melhor a imagem. Meu coração batia acelerado e minha respiração estava insuportavelmente ofegante. Minhas mãos trêmulas alcançaram a maçaneta e empurrei completamente a porta.

Bella estava ali, linda se não fosse à palidez excessiva do seu rosto que tinha uma expressão lívida. Embaixo do pescoço havia uma profunda laceração feita com algo afiado. Sangue por todo o lado manchando sua bonita camisola branca. Cai de joelhos, catatônico com a cena. Uma de minhas mãos foi ao seu pulso, mas nada senti. Ela estava imóvel, fria, não se mexia. Bella estava morta. Bella se matou. Tudo por culpa do contrato, por minha culpa. 



–Ah! –Meus olhos se abriram encarando o teto do quarto onde estava hospedado. Meu coração dava pulos e minha respiração estava tão ofegante quanto no pesadelo que eu tive. Alguém murmurou em meus braços. Bella estava profundamente adormecida, aninhada em meus braços.

Minha mão tocou a pele abaixo dos olhos e senti a umidade lá. Eu estava chorando e fiquei chocado com essa constatação. Meu pesadelo infelizmente estava vivido em minha mente. Pensar nele e compreende-lo era atordoador. No meu pesadelo Bella descobria sobre o contrato... E se suicidava.

...

Batidas soavam na porta. Resmunguei. Não queria de jeito nenhum me levantar, havia conseguido minutos atrás. Mas também não queria que Bela acordasse. Levantei seguindo para a porta, sabendo muito bem quem batia àquela hora da manhã.

–Bom dia! –Alice me cumprimentou radiante. Eu a olhei de testa franzida.

–Está muito cedo. –Resmunguei já fechando a porta na sua cara. Ela me impediu de fazer isso colocando o pé na porta.

–Não seja chato! Jasper e eu estamos esperando por vocês. Acorde Bela e diga para ela descer.

–Por que só a Bella? E eu?

–Só me interessa que Bella esteja pronta. Hoje é o dia das compras, um programa de meninas. Você pode fazer o que quiser, até passar o dia de pijama comendo porcaria e assistindo jogo na TV. –Alice me deu língua e saiu saltitando pelo corredor. Fechei a porta.

Eu poderia ignorá-la, voltar a dormir aconchegado a Bella. Porém eu sabia o quanto Alice era insistente e o quanto sua insistência era incomoda. Por isso voltei ao quarto, me sentei na cama e, gentilmente, despertei Bella. Acariciei seu rosto com ponta dos dedos, me inclinei e sussurrei em seu ouvido:

–Amor, nós precisamos acordar.

Bella remexeu-se deitando de bruços, mas não me atendeu.

–Me dá mais uns minutos. –Pediu.

–Não posso. Se não for acordada por mim será acordada por Alice e acredite: não vai querer isso.

Claro que Bella já conhecia a teimosia sem limites de minha irmã. Levantou-se amuada.

–Isso só pode ser brincadeira! –Resmungou. Acredito que seu resmungo foi por que ela viu o horário no relógio no criado mudo e concordou comigo. Estava muito cedo.

...

–Oi Bella e... Nossa! Que galo enorme é esse na sua testa? O que aconteceu? –Alice perguntou enquanto nos aproximávamos. Resolvi me aproveitar da situação para provocar Bella.

–Nós tivemos uma noite e tanto! A minha empolgação fez isso com ela. –Levei um golpe na costela, nada doloroso. Bella me olhou irritada. Ela ficava linda com aquela expressão no rosto.

–Vamos tomar café e então iremos às compras. Hoje será o dia de compras. Amanhã e depois de amanhã faremos o que turistas fazem quando viajam. Visitar pontos turísticos, curtir tudo. Você e Jasper podem fazer o que quiser enquanto Bella e eu vamos às compras.

Eu sabia que os planos desagradariam Bella. Ela nunca foi o tipo mulher compulsiva em comprar como minha irmã. Essa sem duvida era uma grande qualidade, seu desapego a coisas materiais. Se bem que... Atualmente eu queria poder agradá-la e gostaria que Bella aceitasse presentes meus. A única coisa que aceitou foi o vestido e os sapatos usados certa noite em um jantar na casa de Alice. Lembrei daquele dia com felicidade, o dia em que Bella confessou me amar.

Tomamos café tranquilamente. Pelo visto o dia seria de Alice e Bella, eu teria que fazer algo com Jasper para me divertir. Procurei não me aborrecer com a idéia. Seria bom fazer algo com Jasper, estávamos um pouco afastados devido aos compromissos de trabalho.

“Eu preciso dar um espaço para a Bella. Não quero sufocá-la forçando minha presença para ela o tempo todo. Não preciso me preocupar, ela só vai ficar fazendo compras com a Alice”.

...

Concentrei-me no movimento e com uma tacada certeira coloquei minha bola no buraco mais a frente. Jasper caminhou até ficar ao meu lado, deu um tapinha no meu ombro.

–ótima tacada! E você dizendo que não pratica há muito tempo. –Brincou. Dei de ombros.

–Não jogo golfe desde o colégio. Eu parei com tosas as minhas atividades quando me formei e assumi um cargo na empresa de meu pai.

–Vamos. Já está tarde. Vamos almoçar no restaurante do resort. 

Guardamos nossos equipamentos e seguimos em um carrinho de golfe até o prédio. Passamos boa parte do nosso dia assim, jogando golfe com alguns amigos de Jasper, a maioria clientes dele. Aceitei apenas por não ter nada melhor para fazer. Ante, eu aceitaria apenas para conhecer pessoas importantes e certamente os clientes de Jasper eram pessoas assim. Agora eu já não me importava muito com isso. Parece que realmente eu havia me tornado mais humano, tudo isso graças a Bella.

Deixando os amigos de lado, Jasper me acompanhou até o restaurante. Durante vários minutos não falamos nada, concentrados apenas em comer. Quando fomos degustar a sobremesa, Jasper se manifestou.

–Então como está a sua vida, Edward?

–Tenho certeza de que você está a par de tudo. Alice deve ter contado.

–Sim, ela contou. Ainda sim gostaria de ouvir de você. Espero que esteja tudo bem com Bella e você. –Jasper sorria, parecia feliz por mim. Ele sempre foi um cara legal.

–Está tudo bem. Bella está tentando fazer isso funcionar a maneira dela. Eu estou tentando ao máximo. Ela é muito importante pra mim.

–Eu sei. Eu posso ver isso. Fico feliz com todas as mudanças positivas que aconteceram em sua vida. Alice sempre se preocupou com você. Ela não concordava com sua inteira dedicação ao trabalho menosprezando sua vida pessoal. Seu pai pensava da mesma forma.

–O que? Vai dizer agora que o meu pai fez essa clausula no testamento por que queria me ajudar? –Perguntei com sarcasmo. Jasper assentiu.

–Não parece obvio? Seu pai passou por momentos difíceis. Ele se dedicou demais ao trabalho, não ligou para a vida pessoal e... –Jasper parou. Ele sabia que falar sobre meu pai e minha mãe não era o meu assunto preferido.

–Acho que sei aonde quer chegar. Não sei se essa era a intenção do meu pai quando estipulou essa clausula. Desde a morte de minha mãe nós não nos dávamos bem. Acho mais provável ele ter feito isso por vingança. –Comentei com um riso sarcástico no rosto.

–Não acho que é esse o caso. Eu converso muito com Alice sobre a família e minha teoria, e teoria da Alice, é que ele fez isso para que você não cometesse o mesmo erro.

–Eu não sei se essa era a intenção do meu pai quando teve essa idéia louca, mas sou grato por essa clausula. Sem ela eu nunca teria conhecido a Bella e... Bom... Eu passei por maus bocados, mas tudo é valido. Eu passaria de novo se tivesse que chegar ao agora. Eu estou muito feliz com a Bella.

Desabafar com outro cara sobre minha vida não era o que eu tinha em mente quando decidi viajar com a família, mas me senti bem com isso. E Jasper não era como Alice, ele não me criticava. Pelo menos não exteriorizava suas criticas. Passamos a conversar sobre temas mais leves quando alguém liga para Jasper.

–Alô? Oi amor!

–Diga para a Alice para dar um tempo nas compras, Jasper. Bella não está acostumada a passar o dia caminhando. –Pedi enquanto eu o olhava. Jasper parecia estar concentrado na conversa e tinha uma expressão preocupada.

–Alice, eu estou aqui no resort. Eu vou ver se ela está aqui. –Ele se afastou do celular para falar comigo. –Alice se perdeu da Bella. Ela está ligando para o celular dela, mas ninguém atende.

Quando ele terminou de falar, eu já estava de pé caminhando para o prédio principal do resort com o celular nas mãos. Não havia ligação alguma no meu celular. Se Bella estava perdida na cidade, ela deveria me ligar, não é? Disquei seu número. Ninguém atendeu. Tentei ligar enquanto seguia para a recepção, mas ninguém atendeu.

–Com licença, você viu a minha esposa por aqui? Senhora Isabella Cullen. –Perguntei a atendente.

–Não senhor Cullen. Eu não a vi. Eu vou perguntar aos demais funcionários, tudo bem?

–Faça isso, por favor. Eu vou ao meu quarto. Talvez ela tenha passado e ninguém percebeu. Ligue para o meu quarto se tiver noticias. –Pedi. A atendente sorriu e assentiu.

Tentei entrar em contato com Bella enquanto seguia para o quarto, mas nada consegui. O fato de ela não estar com Alice e não atender o celular não era nada bom. E para aumentar a minha preocupação, Bella não estava em nosso quarto.

“Será que aconteceu alguma coisa? O que não faltam são bandidos espreitando turistas. Talvez Bella tenha sido roubada...” –A aflição grasnava em mim de forma nauseante. Procurei manter a tranqüilidade. Quando recebi uma ligação da recepção informando que ninguém viu Bella, resolvi descer. Encontrei com Alice no hall de entrada com Jasper ao seu lado.

–Alice, onde está a Bella? –Perguntei em uma voz raivosa. Jasper me olhou com cara feia, mas eu ignorei.

–Eu não sei! Nós estávamos fazendo compras e então eu não a vi mais. Estou tentando ligar para ela, mas ela não me atende. –Alice falava apressadamente, em pânico. Procurei me acalmar. Duas pessoas a beira de um ataque não ajudariam muito.

–Jasper, você pode arranjar um carro com motorista? Para o caso de termos que sair.

–Claro. Eu vou ligar para um serviço de locação. –Jasper sacou o seu celular do bolso. Afagou com meiguice o rosto da esposa que parecia querer chorar. Eu sabia que Alice não era a culpada, mas a minha vontade de esganá-la não passava. Jasper pareceu captar meu estado de espírito, deve ser por isso que não desgrudou de Alice.

–Alice, por que você não foi mais cuidadosa? –Enquanto falava com ela, discava para Bella. –Essa é a última vez que deixarei Bella sob seus cuidados. –Prometi mais para mim mesmo. Ela não olhou para mim, fitou o chão, cheia de culpa.

–Eu estava sendo cuidadosa, mas aí eu vi um par de sapatos de couro e...

–Alice, se você continuar falando, eu vou acabar cometendo um crime aqui. –Minha voz deixava claro que eu não estava brincando. Jasper se colocou entre mim e Alice.

–Um carro com motorista está vindo. Edward acalme-se. Raiva injustificada não vai ajudar. –Disse em um tom profissional, usando sua persona “eu sou um advogado fodão” para conter os ânimos exaltados.

–Então vamos procurar por Bella pelas ruas. Não adianta ficar aqui. Nem adianta ligar para ela.

Foi naquele momento. Não imaginei que Bella atenderia. Ela atendeu.

–Alô? –Era ela e não parecia estar em apuros. Suspirei aliviado.

–Bella, finalmente! Onde você está? Tem idéia do tempo em que estou ligando para você? –Falei alto e certamente ela teria dificuldades em me entender. Alice e Jasper me olhavam ansiosos ávidos por noticias. 

–Eu estou indo para o hotel nesse instante. Você encontrou Alice? Eu me perdi dela.

–Sim, Alice está aqui com Jasper. Retornamos ao hotel por que pensamos que você tinha vindo para cá após se perder de Alice. Eu estou com um carro de aluguel. Diga onde você está e eu irei buscá-la agora. –Disse. Bella ficou quieta por alguns instantes, mas logo falou.

–Eu não sei onde eu estou, fica bem afastado do hotel. Eu acho que o nome da rua é... –E outra voz falou em seu lugar.

–Não se preocupe com Bella. Eu a encontrei e a levarei em segurança para o lugar onde ela está hospedada. –E a ligação foi interrompida.

Encarei o aparelho atônico. Eu realmente ouvi bem? Um homem se apoderou do celular de Bella? E a sua voz... Eu conhecia a sua voz, infelizmente.

–Isso só pode ser piada! –Tentei ligar para ela. Ninguém atendeu.

–O que aconteceu? Bella está bem? –Alice perguntou.

–Aparentemente sim. Alguém está vindo com ela. –Falei entre dentes. Eu agora reconhecia a voz, mas não queria aceitar. Não era possível ele estar aqui e por que Bella estaria com ele?

–Quem vem trazê-la? –Jasper perguntou.

–Não sei ao certo. Vou esperá-la na porta. –Falei enquanto já caminhava para a entrada. Eu não queria que Jasper e Alice viessem comigo, mas eles o fizeram. Enquanto os minutos se passavam, eu rezei para tudo ser um engano. Mas e se não fosse? E se realmente a voz fosse de Jacob? O que Bella...?

–Um carro parou. –Jasper anunciou. Olhei atentamente para o carro do topo da escadaria. O carro era branco e tinha um logotipo da empresa em que Jacob trabalhava. Após alguns instantes Bella saiu.

–Ih rapaz! –Alice falou e reprimiu uma risada. Eu queria empurrá-la da escadaria, mas meus olhos não se desviavam de Bella. Ela saiu batendo a porta com força. Um vidro foi aberto e uma voz masculina a chamou. Bella não se virou, mandou o dedo do meio. Uma gargalhada saiu de dentro do carro. Bella veio caminhando pelas escadas tentando segurar uma porção de sacolas. Foi só então que ela nos olhou. 

Alice desceu ladeada por Jasper. Falou algo com Bella e pegou as sacolas. Falou algo para Bella, não pude ouvir, e subiu as escadas com Jasper ajudando-a. Eu desci a escadaria enquanto Bella caminhava timidamente os degraus. Bella parou quando estávamos próximos, não demonstrava nada.

–Oi. –Disse e um pequeno sorriso brotou nos seus lábios. Não me comoveu.

–Vamos para o nosso quarto. –Disse num tom frio. Eu queria gritar, fazer um escândalo, mas me contive. Inferno! O que ela estava fazendo com Jacob? Por que não atendeu a porcaria do celular? Por um acaso isso tudo foi uma tentativa de se vingar? Eu não duvidava, Bella demonstrou seu rancor por mim.

Seguimos silenciosos até o quarto. Eu evitei tocar nela. Quando a porta se fechou, eu explodi.

–O QUE DEU EM VOCE? POR QUE ESTAVA COM JACOB? –Gritei segurando-a pelo pulso. Bella se assustou com minha atitude.

–Primeiro: pare de gritar. Segundo: me solta! – Bella me afastou e eu acatei sua ordem. –Encontrei com Jacob ao acaso. Nós fomos tomar um café e...

–Passou esse tempo todo tomando café com ele? Sabe que horas são Bella? Sabe há quanto tempo todos nós estamos procurando por você? Por que você demorou a atender? –Procurei manter a voz baixa, mas estava sendo difícil. Só de pensar em Jacob tocando o que era meu, eu sentia a raiva me tomar.

–Eu não ouvi o toque do celular. Quando ouvi eu atendi. –Falava calmamente. Suas desculpas estavam me enervando mais e mais.

–O que estavam fazendo para você ficar tão absorva a ponto de não ouvir um toque no máximo? –Dizer era pior do que pensar. Minha imaginação brincava com a minha razão. O ciúme me tomou de uma forma perigosa.

–Nós estávamos apenas conversando. Perdi a noção do tempo. Não fiz nada demais. Se estivesse fazendo alguma coisa, você não descobriria que estive com ele. –Ela me olhava com fúria. Definitivamente era eu que devia estar furioso!

–Ainda sim não deveria ter parado para papear com ele. Ele é seu ex Bella! E ainda por cima ele a trouxe para cá! Não pense que não vi vocês dois chegando! Como acha que eu fiquei quando eu os vi juntos, quando soube que estavam juntos? –Desabafei deixando claro o quanto a idéia dela junto com Jacob me deixava doente. Para a minha surpresa Bella sorriu de forma sarcástica.

–Sei muito bem como sentiu. Deve ter sido o mesmo sentimento que o meu. Sabe, eu também não ficava nada contente quando via meu marido para lá e para cá com a secretariazinha que era sua amante. É claro que nem poderia fazer tal comparação visto que eu não tenho nada com o Jacob e você sabe disso, mas na época, comigo, eu sabia exatamente o que você tinha com aquela vadia!

Eu me calei. Eu tinha que me calar. Bella tinha razão, claro. Eu não poderia colocá-la contra a parede, não depois de tudo o que eu fiz com ela. Ela sabia de Tânia. Eu já imaginava, mas foi difícil encarar aquela situação com Bella dizendo na minha cara. 

–Se Alice vier nos convidar para jantar, você pode ir. Diga que eu estou com dor de cabeça e não irei. –Rumou para o banheiro e eu poderia apostar que se trancaria. Não fiquei parado ruminando os últimos acontecimentos. Fui até a porta e bati.

–Bella, abra a porta, por favor? Não respondeu. Continuei a tentar. –Bella, me perdoa. Eu não deveria... Olha, abra a porta. –Bati novamente.

–Vai à merda! –Gritou.

A raiva que antes me tomava estava esquecida. Bella não mentiria para mim. Certamente encontrou ao acaso com Jacob e conversaram. Ela era certinha, apesar de eu merecer uma falha da sua parte. Nem mesmo quando se envolveu com Jacob ela falhou. Ela não estava me traindo, estava apenas tentando ter uma vida normal, ser feliz.

Sentei na cama e esperei. Ela sairia mais cedo ou mais tarde. Procurei não fazer barulho para Bella acreditar que eu saí e sair também. É claro, antes eu teria de bolar o meu discurso, mas não sabia o que falar. Não havia o que dizer. Agora, mais do que nunca, eu não poderia dizer a verdade. Bella ainda estava muito ferida, ressentida. Falar a verdade poderia piorar tudo. Ela certamente acreditava que o motivo de eu tê-la destratado era por que tinha uma amante. Se ela soubesse a verdade...

Quando Bella saiu do banheiro, eu encarava o chão. Eu a olhei cheio de culpa.

–Pensei que tivesse saído. –Disse e sua voz mostrava sua irritação.

–Por isso saiu do banheiro? Eu estou mais calmo e não estou mais furioso. –Eu estava nervoso. Contar ou não a verdade?

–Claro que não está. Por que estaria? Não tem motivos para estar. –Continuou afastada de mim. Estava irada e tinha seus motivos.

–Realmente não tenho. Você ainda está com raiva de mim? Por que eu quero pedir desculpas, eu... –Eu não sabia o que dizer. Eu não queria remoer o assunto de minhas escapadas do casamento. A verdade só alimentaria sua ira.

–Não. Eu é que peço desculpas Edward. Você tem todo o direito de ficar chateado. Desculpe pelo que fiz. Não foi legal ficar conversando com Jacob e aceitar ele vir me trazer. Eu não pretendia aceitar a carona, mas achei que se recusasse você poderia pensar mais mal de mim.

Bella estava se desculpando? Por quê? Sou eu que deveria estar de joelhos e pedir perdão! Ela caminhou até mim sentando ao meu lado. Não resisti e fiquei de é, logo mais me ajoelhei diante dela encostando minha cabeça em seus joelhos.

-Edward, levante-se! –Bella pediu, mas eu a ignorei.

–Me perdoa Bella! Eu sou um idiota que só mete os pés pelas mãos. Eu não mereço nada do que você me dá e aqui estou eu tratando-a com rudeza quando na verdade eu deveria dar graças a Deus por você estar comigo. A única coisa nobre que tenho em mim é o amor que sinto por você! –Falei emocionado. Era o mínimo que eu poderia fazer; pedir perdão e nada mais.

–Edward... –Murmurou meu nome com delicadeza. Soube naquele instante que a raiva por mim havia se dissipado. Beijei seus joelhos enquanto minhas mãos a acariciavam. Quando a encarei, encontrei seus olhos magoados e amorosos. Como Bella estava ferida com o que eu fiz no passado! O que eu não daria para mudar tudo isso!

Eu me levantei e a beijei impetuosamente. Deitamos na cama e, temendo que a raiva ainda a domasse e Bella se afastasse de mim, prendi sua cabeça entre minhas mãos enquanto a beijava.

Desejar Bella era uma constante para mim. Apenas olha-la era o suficiente para inflamar meu corpo. Quando o desejo vinha, eu tinha que me satisfazer. E naquele momento eu precisava demais dela. Meus beijos foram migrando para o seu corpo enquanto minhas mãos a tocavam intimamente excitando e preparando seu corpo para se unir ao meu. E quando os beijos e toques não bastaram, eu me apressei em despi-la.

Primeiro me desfiz das peças que a cobriam da cintura para cima e apreciei o sabor de sua pele e de seus seios expostos. Logo mais a despi do restante de suas vestimentas e a beijei em sua feminilidade para apreciar seu sabor único.

Ouvir os gemidos de Bella era o frenesi. Sempre me estimulava a prosseguir até nossos corpos alcançarem o extase, o cansaço. E quando ela gozou para mim, eu não pude mais esperar para me unir a ela.

Retirei meus sapatos, ajoelhando-me na cama em seguida e puxando Bella para mim. Peguei sua delicada mão e a coloquei em meu peito, estimulando-a a me tocar. Eu a beijava e esperava que Bella captasse a mensagem. Ela entendeu. Me despiu lentamente, apesar da minha evidente pressa, enquanto sua boca movia-se juntamente com a minha num beijo sofrego.

Eu não conseguia me conter, difenrentes sensações me tomavam enquanto Bella me tocava. Meus gemidos ficavam mais e mais ruidosos a medida em que Bella se tornava mais ousada em suas caricias. Perdendo o controle, eu a joguei na cama e a penetrei. Antes que Bella pudesse reagir, me afastar, segurei suas mãos acima de sua cabeça.

Procurei beija-la com calma enquanto a mantinha minhs prisioneira. Mas não demorou as minhas mãos acariciarem seu corpo, apreciando a textura de sua pele perfeita. Então fiz o inverso fazendo-a tocar em mim.

-Toque em mim Bella. –Pedi. Para minha profunda satisfação Bela atendeu ao meu pedido. Senti suas mãos passeando pelo meu corpo me fez enlouquecer. Era maravilhoso sentir seu toque sem que eu a compelisse a tal.

Bella também estava mais afoita e logo as caricias se transformaram em machucados. Ignorei. Eu estava mergulhado demais no prazer de sentir seu corpo me envolver, me abrigar, que esqueci o resto. Aumentei o ritmo de meu corpo contra o dela, feliz por ela estar entregue ao prazer como eu. E por alguns instantes, enquanto nossos corpos chegavam ao máximo do prazer, eu me sentir perder dentro dela. Eu não sabia quem era, o que fazia, nada. Tudo o que eu sabia era que eu pertencia a ela e queria sempre ser dela.

Cansados, mas contentes, ficamos abraçados enquanto nossos corpos se recuperavam do prazer. Não permiti Bella se afastar então me aconcheguei em seu corpo inalando seu delicioso permufe ainda mais intenso com o suor. Senti nos cabelos, enquanto fechava os olhos, o passeio de seus dedos.

Minha, Bella era minha. Eu já tinha tudo o que alguem pode desejar, mas por quanto tempo seria assim?

–Estou cansado. Não sei por que. –Murmurei. Era estranho. Geralmente faziamos amor mais de uma vez.

–Você deve ter tido um dia tão cheio quanto o meu. Estou exausta também. Amanhã vou acordar moída. –Bella me olhava e sentiu algo em mim. –O que foi?

–Estou feliz. Feliz por ter você. Não mereço, mas tenho. –Confessei. Claro que ela não entenderia a extensão de minha felicidade. Ela me beijou na testa.

–Não vamos falar mais sobre isso. –Pediu. Mas eu tinha algo para falar.

–Bella, se você tivesse a oportunidade de voltar no tempo, o que você mudaria?

–Eu não mudaria nada. –Pude sentir sua sibnceridade. Fiquei feliz com sua resposta. Pensei que diria: gostaria de nunca tê-lo conhecido.

–Sério? –Fechei os olhos. –Eu mudaria tudo. Tudo o que fiz. Seria uma vida nova. Por que o passado não pode ser mudado? –A tristeza me tomou.

Por quanto tempo a felicidade duraria? O ditado “mentira tem perna curta” se cumpriria para mim?

–Durma. –Sua voz soou longe. O cansaço estava me tomando. Isso era bom, eu não queria ter de pensar nas mentiras que eu mantinha oculto dela.

–Eu amo você. –Confessei.

–Eu também amo você Edward.

E eu me perguntei: até quando você dirá isso pra mim, Bella?




Continua...



Ps : Como já felei na fic 'QMSE' ontem tava mega complicado pra mim postar em tão a cara de pau aqui vem mais uma vez pedir mil desculpas pelo atraso do cap.. Até mais nos coments Bjks




2 comentários:

Val RIBEIRO disse...

tudo bem.....sim mentira tem perna curta

Unknown disse...

Isso n vai prestar.... Escondendo segredos, Edward....

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