FANFIC - O CONTRATO - CAPÍTULO 31

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Um plano mirabolante envolvendo uma jovem pura e um ambicioso empresário. Bella é envolvida em um esquema criado por Edward Cullen acreditando que o mesmo a ama, mas a realidade é muito diferente disso. Edward precisava casar para poder herdar a sua parte que lhe cabe na empresa do pai e, após seduzir Bella fazendo a mesma se casar com ele, mostra sua verdadeira face. Agora, casados, terão de enfrentar um casamento que é uma verdadeira farsa, mas será que Bella poderá transformar seu casamento em algo real e digno de conto de fadas?


Autora : Jacqueline Sampaio
Classificação: +18
Gêneros: Romance
Avisos: Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo




Capítulo 31 


Bella pov’s


Não estava com ânimo para o trabalho. Queria dormir, sumir, tantas coisas! Mas eu sabia que ficar em casa, tendo pensamentos conflitantes, não seria bom. Optei pelo trabalho, como sempre, arrumando-me mecanicamente e pretendendo seguir para lá de moto. Meus planos foram por água a baixo quando me deparei, a alguns metros da minha vaga, com uma baixinha com um vestidinho azul piscina.

–O que está fazendo aqui? –Perguntei, tentando me desviar de sua figura e assim ir embora. Alice deu alguns passinhos, colocando-se diante de mim.

–Falei com seu chefe e, fingindo ser você, disse que não trabalharia hoje. –Sorria como uma criança confessando uma travessura. –Hoje você é minha! –Sua voz cantou.

–Está brincando! –Segui até a minha moto, estacando ao perceber que os dois pneus estavam furados. –QUE PORRA É ESSA?
–Só garantindo que você não fugirá na sua moto. Se for uma boa menina e me seguir, eu pago por pneus novinhos. –Me antecipei e avancei nela, querendo estapeá-la até perder as forças. Desviou, graciosa.

–EU VOU MATÁ-LA! –Ameacei enquanto tentava respirar. Ela era mais rápida do que eu poderia esperar. Alice continuava a sorrir, achando graça da minha raiva e do fato de eu estar cansada com uma pequena corrida.

–Vamos Bella, não seja tão bruaca! Você conseguiu um dia de folga e não pode usar a moto. O que resta a você? Ficar em casa comendo porcaria e lastimando sua vida? Ou sair comigo para nos divertirmos e conversarmos?

–Que tal assim Alice: você cai fora e eu vou para qualquer lugar, até para o inferno, por que é melhor do que sair com você. –Minha fúria parecia diverti-la mais e mais. –Eu não quero nada com você e o seu irmão. Aliás, tem algo que eu quero do seu irmão e conseguirei via litigiosa. Agora eu vou trabalhar.

Pretendia pegar um taxi e seguir para a empresa. Após meu expediente pararia em uma delegacia comunicando o que acontecera a minha moto por culpa de Alice, assim conseguiria fazê-la pagar pelo prejuízo. Alice correu e ficou diante de mim.

–Juro por Deus Alice eu estou prestes a ser presa por assassinato! Já não basta o que você fez nos pneus da minha moto? Rasgou os dois! –Esbravejei, apontando para o seu crime. Ela me olhou tristonha.

–Eu pretendia fazer um furinho, mas não funcionou. Eu compro pneus novos. Eu até deixo você em paz... Se você jantar com o Edward hoje.

–O QUE? –Eu a olhei, atônica. Alice falava sério, pude perceber. Por alguns instantes não consegui reagir, ela nunca havia se metido entre nós antes. Agora...

–Isso mesmo. Se jantar com o Edward eu pago os pneus, até dou uma moto nova. E deixo você em paz para ir ao seu trabalho. Mas se não aceitar eu vou infernizar sua vida! Será algo pior do que furar os pneus de sua moto ou impedi-la de trabalhar! –Seus olhos cor de ocre, iguais aos de Edward, estavam tão ameaçadores que estremeci. Ela não estava blefando, pronta para encher o meu saco e me comprometer no meu trabalho.

–Ainda que eu dissesse sim, jantar com Edward não vai mudar que eu decidi. Eu quero a separação e hoje falarei com o meu advogado para que ele entre com o pedido litigioso. –Alice não parecia afetada com o meu comentário e desconfiei que já soubesse do assunto através de Edward. Ela respirou fundo, parecendo procurar algo para dizer que me convencesse. Enfim encontrou e o sorriso que esboçou não me agradou nenhum pouco.

–Apenas jantar. Se você for, tudo vai se resolver, acredite. Ou Edward vai assinar os papéis do divórcio, ou você vai desistir da separação e voltar para ele.

Suspirei. Só havia uma forma de me livrar dela.

–Se eu disser sim você vai pagar pelos pneus e vai me levar agora para a empresa. –Ela sorriu mais ainda, se é que era possível.

–Certo. Aviso para o Edward depois. Jantar hoje à noite depois do seu expediente. Ele irá buscá-la. Cantarolou enquanto saiamos da garagem do meu prédio, seguindo para o local onde ela havia estacionado seu carro. Percebi a estranheza do momento. Quem nos visse agora pensaria que éramos amigas. Eu não me esquecera do que Alice tinha feito, aceitando meu casamento com Edward sabendo que ele o fazia por interesse, mas a raiva que um dia senti havia amainado. Talvez fosse por que pensei bastante no que ela me dissera ontem, tanto que mal consegui dormir. Refleti sobre minha provável culpa em tudo o que aconteceu e no pedido de Alice para não deixar Edward se destruir.

...

–Aqui está! –Alguma coisa foi lançada para mim, pousando em minha mesa. Olhei o conteúdo antes de verificar quem o havia jogado. Um DVD e pela voz só poderia ter sido dado por Jessica.

–É o que eu estou pensando? Encontrou o DVD onde está gravado a escapulida de Edward ao motel? –Só de falar sobre o assunto eu sentia meu corpo inteiro estremecer. Jessica sentou-se em uma cadeira, dando atenção ao seu celular.

–Encontrei. Vai falar com o seu advogado hoje? –Perguntou mais por educação do que por interesse. Eu assenti, sem saber se ela teria visto o meu ato. Eu deveria falar com o senhor Smith e dar prosseguimento ao processo de separação, mas...

–Falo com ele ao final do expediente. Agora temos que trabalhar, e muito. –Não havia muito trabalho a fazer, mas eu procurei por qualquer coisa que pudesse me distrair até mesmo atividades que não eram da minha ossada. Isso funcionou por algumas horas, mas após o horário de almoço tudo veio a baixo.

Jessica, Ben, Mike e eu estávamos almoçando. Mike conversava com Ben sobre esportes e Jessica me falava de um evento promovido pela empresa que aconteceria na noite posterior.

–Nós precisamos ir! Eu já até providenciei minha roupa e você certamente tem algo muito bonito para vestir.

–Não quero ir Jess. Não estou no clima de festas. –Balbuciei, remexendo em minha comida distraidamente. Eu me perguntava se realmente aconteceria o jantar entre Edward e eu. Também me perguntava o porquê de ter cedido, fora uma burrice.

–Você vai! Eu não tenho companhia então você irá! –Exigiu naquele tom petulante típico de uma criança que odeia ser contrariada. Pensei no que havia acontecido de manhã, eu cedendo ao capricho de Alice, então aceitar o que Jessica propunha não era nada.

–Tudo bem. –E, como imaginei, ela comemorou como uma criança de cinco anos de idade. Acredito que passaria o resto do horário do almoço pensando no jantar e o que esperar dele quando Jessica interrompeu meus devaneios.

–Olha o Jacob! Hei garoto! –Ela o chamou e eu congelei, olhando fixamente para as sobras de comida do meu prato. Meu coração batia descompassado e minha audição pareceu aguçar mais, enquanto ouvia passos na direção da nossa mesa. Houve um pequeno tumulto de todos cumprimentando ruidosamente Jacob após meses de afastamento.

“O que eu devo fazer? ignorá-lo? cumprimentá-lo e fingir que nunca nos desentendemos?” –Protelei o momento de olhá-lo, de fazer qualquer coisa, até ser puxada pelo braço por Jessica.

–Lembra-se da Bella, não é? Ela é nossa colega de trabalho agora. –Dizia enquanto meus olhos encontraram os olhos de Jacob. Por alguns instantes tudo ao meu redor sumiu – amigos e desconhecidos – enquanto eu olhava para ele. Tantas lembranças surgiram! Como nos conhecemos no pior momento da minha vida; Jacob me reerguendo, dando-me vida; quando voltei a amar com sua ajuda; seu rosto desfigurado numa máscara de mágoa ao descobrir que escolhera Edward.

–Oi Bella. Bom ver você. –Sorriu, estendendo a mão para um cumprimento. Eu a aceitei, sorrindo.

–Digo o mesmo Jacob. Bem vindo. –Ele sentou-se a nossa mesa e teve de responder a uma explosão de perguntas sobre o que acontecera a ele durante o tempo em que estivera fora. Eu ouvi a tudo atentamente, feliz por saber que ele aproveitou bastante enquanto esteve em outro país. Mas enquanto falava sobre o que tinha acontecido, volta e meia ele pausava, olhava para mim, e retomava o raciocínio.

Intuitivamente eu sabia que naqueles breves instantes, não captados pelos seus outros ouvintes, ele se lembrava dos momentos tristes que vivera. Eu deveria estar relacionada a eles.

...

–Jacob está gostoso! Hei, ele vai ao evento. Ótima oportunidade para você tentar reavê-lo. –Jessica estava eufórica com a idéia de eu e Jacob voltarmos. Ela achava que isso me ajudaria a passar uma borracha em tudo o que aconteceu comigo nos últimos meses. Não, isso não era possível. Primeiro por que com Jacob ao meu lado eu lembraria ainda mais de Edward e segundo por que eu não voltaria a usá-lo como válvula de escape.

–Deixa disso Jess. Jacob deve me odiar pelo que aconteceu e mesmo que não odiasse eu não teria nada com ele. –Caminhei junto a ela com Ben atrás de nós, falando com Angela pelo celular. Era final de expediente e eu, como estava sem moto, aceitara uma carona oferecida por Jessica. Esse era o combinado, mas tudo se desfez quando vi, do outro lado da rua, um carro preto incrivelmente luxuoso.

–Merda!

–O que disse Bella? –Jessica procurava e sua bolsa as chaves do carro. Ben, acenou para nós enquanto entrava em seu Camaro vermelho.

–Jess eu tenho que fazer uma coisa antes e vou demorar. Irei de taxi para casa. –Minha voz tremia de nervosismo, mas minha amiga não percebeu.

–Ok. Nos vemos amanhã. –Entrou rapidamente em seu carro, dando um tchauzinho antes de sumir em uma curva. Olhei para todos os lados, certa de que algum conhecido estava me observando. Ouvi uma buzina tocar do outro lado da rua, mas ignorei. Comecei a caminhar pela calçada, querendo me afastar da empresa antes de falar com ele. A buzina voltou a tocar, tentando chamar minha atenção, mas ignorei.

Após uns cinco minutinhos, um carro andou lado a lado comigo.

–Bella? Bella, você está me ouvindo? –Era ele, Edward. Olhei para trás e suspirei aliviada ao ver que não havia ninguém me espionando. Edward estacionou no meio fio e fez menção de sair do carro, mas eu o detive impedindo-o de abrir a sua porta.

–Não saia! Não quero que você seja visto! –Esbravejei andando pela frente do carro até a porta do carona. Entrei rapidamente e afivelei o cinto. Naquele momento em que eu estava no interior do carro, eu me perguntei o que me deu para estar ali.

Ligou o carro, calado, e seguiu para a avenida. Quando tive coragem de encará-lo, notei que tinha uma expressão carrancuda no rosto. Não iria perguntar, não queria saber o motivo do mau humor, mas ele se manifestou.

–Por que não quer que sejamos vistos? Tem alguém que não quer que nos veja juntos? –Ciúme, medo e tantas outras coisas eu pude detectar em sua voz. Suspirei, cansada.

–Não começa. –Não estava sendo grosseira nem nada, era mais um pedido do que qualquer outra coisa. –Deixo claro, antes de mais nada, que sua irmã me forçou a estar aqui. –Ouvi seu riso, mas não voltei a encará-lo.

–Eu sei. Ela me deixou a par do que houve. Soube até que deteriorou os pneus da sua moto. Deixo claro que, embora tenha aceitado sua ajuda, não compactuo com isso. –Ele parecia bem humorado, feliz. Aquela era a primeira vez, desde a separação, que conversávamos sem discutir.

–Eu sei. Espero que ela pague o prejuízo. –Não queria encará-lo, não queria que meu coração disparasse ainda mais.

–Ela já providenciou o concerto. Quando chegar em casa sua moto estará nova. Eu prometo.

O silencio que se seguiu não foi desconfortável. Eu realmente consegui relaxar nos bancos de couro do carro, sentindo o perfume de Edward penetrar minhas narinas. Notei então que uma música suave tocava em seu aparelho de som sofisticado: Hallelujah do Jeff Buckley.

–Desculpe por ontem. Ficar bêbado na sua porta... Eu devo ter sido um incomodo e tanto.

–Eu quase liguei para a policia. Você provavelmente teria acordado em uma cela. –Resmunguei.

–E você teria feito isso comigo? –Perguntou com diversão. Eu o encarei, série, e disse algo que certamente o entristeceria, mas era preciso. Ele precisava entender que esse jantar não era uma celebração da nossa reconciliação.

–Eu teria. E será isso o que farei da próxima vez. –E com as minhas palavras o silencio que se seguiu foi, de fato, desconfortável. Tanto melhor, eu não queria clima de romance entre nós.

Eu só percebi para onde nós estávamos indo quando reconheci a entrada da garagem d condomínio onde Edward morava.

–O QUE ESTÁ FAZENDO? DEVERIAMOS IR A UM RESTAURANTE! –Minhas palavras gritadas o espantaram. Ele parou o carro antes mesmo de passar pelos portões da garagem.

–Achei melhor jantarmos em meu apartamento, teremos ais privacidade. Se fossemos em um restaurante nós não teríamos paz. Além disso, você na queria que eu fosse visto com você. Se formos a um local publico não só seremos vistos por conhecidos, como pela imprensa. –Sua lógica, infelizmente, fazia sentido. Relutei em aceitar o convite de qualquer forma, temendo ficar a sós com ele e... Bom...

–Não estaremos sozinhos. Magdalena e Eli estão organizando o jantar e ainda devem estar lá. É isso o que a preocupa? –Estava aborrecido comigo, com a minha falta de confiança, mas não poderia contestar. Depois de atos extremados como me agarrar e aparecer bêbado na minha porta, dar algo como “boa noite cinderela” para mim era fichinha.

–Tudo bem.

Silencio durante todo o trajeto até o apartamento. Quando encontrei Magdalena e sua filha, porém, não pude deixar de sorrir. Fui recebida muito bem por elas e trocamos algumas palavras sobre como eu estava e como elas estavam. Edward ficou nos observando enquanto retirava seu casaco e o meu. Quando sugeriu que sentássemos-nos à mesa de jantar, ricamente decorada para um jantar, as duas saíram em direção a cozinha.

Foi Edward que nos serviu vinho enquanto esperávamos a entrada. Eu deveria apenas bebericar a taça, afinal estava com o estomago vazio e era fraca para beber, mas eu a virei sem dó. Eu estava nervosa e não sabia exatamente o que conversar, por isso eu achei mais prudente ficar o tempo todo bebendo. Edward não falou nada, provavelmente entendera que usava aquele estratagema para me sentir mais a vontade. Ele só resolveu se manifestar após comermos a entrada trazida por Eli, aquela altura eu já havia bebido mais do que o permitido, mas não sentia os efeitos do álcool.

–Aceitou o jantar só por que Alice ameaçou infernizá-la? –Não olhava para mim e sim para a sua taça, quase cheia com o vinho que serviu para nós dois.

–Por que outro motivo eu viria encontrá-lo? Ou você quer falar da separação? –Não pretendia aborrecê-lo, eu só queria que ele me dissesse o que ele esperava desse jantar.

–Quer saber o que eu quero essa noite? –Notei um brilho no olhar, que não ofuscava a tristeza pelas minhas palavras. –Quero fingir, junto a você, um jantar com uma desconhecida. –Sorriu. Uma desconhecida... Ele não queria mágoas, ressentimentos, ódio, nem nada disso. Por alguns instantes... Eu me permitiria isso também? Olhei para sua mão onde repousava o anel no dedo anelar. Eu me perguntei se ele só colocara a aliança para hoje, ou se já a usava a algum tempo.

–Está de aliança. Pensei que havia tirado a sua.

–Eu nunca a tirei do dedo. Fico surpreso por só ter notado agora. –E nossa conversa foi interrompida por Magdalena que trazia o prato principal. Quase me entalei com a primeira colherada de comida quando ela disse:

–Já estamos de partida. Precisa de mais alguma coisa, senhor Cullen? Podemos ficar...

–Não precisa. Eu levo os pratos sujos a pia e os lavo. Pode ir e obrigado pela sua ajuda. A comida está maravilhosa.

–Fico feliz. Até mais Bella. Muito bom vê-la. –Sorriu. Eu acenei para ela e para a filha quando saíram. Um nervosismo sem precedentes me atingiu ante a perspectiva de ficar a sós com ele. Bebi ainda mais, ignorando o fato de que poderia passar muito mal se continuasse a sorver bebida como água. Mal toquei no meu prato, ao contrario de Edward. Trocamos algumas palavras sobre banalidades como o clima, as notícias da cidade e a Cullen publicidade. Levamos a louça suja, após terminarmos, para a cozinha. Edward lavou e eu enxuguei. Finalmente, após falar um pouco sobre a empresa, ele resolveu fazer perguntas sobre mim.

–Como você está? O que tem feito? –Olhava para o prato que estava esfregando. Não olhei para ele por muito tempo, concentrando-me na minha tarefa.

–Trabalhando demais. Sai quando estou com vontade. E você? –Ele me olhou.

–Quando não estou trabalhando eu penso em você, em nós dois. Tem sido um inferno pra mim. Não consigo comer ou dormir direito. –Largou o prato que ensaboava dentro da pia e ficou de frente para mim. –Bella... –Murmurou. Fomos interrompidos pelo toque do seu celular. Ele provavelmente não teria atendido se eu não tivesse incentivado.

–Atenda. Eu vou esperar na sala. –Retirei o avental que havia colocado em mim, seguindo para a ala. Peguei a garrafa de vinho em cima da mesa de jantar e uma taça. Bebi novamente, sentindo os efeitos do álcool e esmagarem finalmente. Relaxei na poltrona da sala sorvendo as ultimas gotas de uma garrafa agora seca. Uma sonolência boa me atingiu e nem percebi que Edward estava demorando mais do que o previsto. Retornou após uns vinte minutos.

–Desculpe a demora. Era Alice. –Não parecia feliz ao falar o nome da irmã. Poderia apostar que discutiram ao telefone.

–O que? –Eu o olhei meio débil. Edward olhou para a garrafa e para mim, entendendo o porquê de eu estar agindo estranho. Aproximou-se, sentando ao meu lado, e retirou a garrafa e a taça das minhas mãos.

–Chega de bebida para você. –Deixou tudo em cima da mesa de centro. O nervosismo pela sua proximidade fez meu estomago dar voltas. Coloquei as mãos na cabeça, sentindo-me desvanecer.

–Está passando mal? –Ele perguntou gentil, tocando meu rosto. Não afastei sua mão. Senti um prazer imenso, lembrando das vezes em que me tocou com aquelas mãos grandes e quentes.

–Bebi demais. Preciso voltar para casa. –Murmurei, encostando-me nele. Edward passou um braço pelo meu ombro, puxando-me para ele.

–Fique aqui hoje. Levo você bem cedo para casa amanhã. –Ele sugeriu. Seus dedos, hesitantes, enrolaram-se em uma mecha do meu cabelo.

–Não. Preciso ir. Vou de taxi. –Cambaleei quando me levantei, mas Edward me firmou. Sustentou a maior parte do meu peso, colocando em mim o meu casaco. Fomos para minha casa no seu carro. O porteiro ficou abismado a me ver entrar, sendo praticamente carregada por ele. Não o barrou. Acompanhou-me até o meu quarto, sentando-me na cama.

–Vou ficar bem. –Minha voz saia enrolada. Foi quando eu o olhei, notando que ele estava inclinado sobre mim, perto demais. Minha respiração cessou e não soube o que fazer, nem mesmo quando, lentamente, ele veio em minha direção, beijando-me.

Nem todo o álcool do mundo amainou aquela sensação do beijo dele, os lábios macios e doces. Fiquei parada, perplexa, até finalmente relaxar. Fechei os olhos, deixando-me ser abraçada por ele, mas não consegui de fato retribuir. A razão veio, insistente, me atormentar. Eu não poderia ceder, ou voltaria a ter todos os problemas de outrora. Eu o empurrei, afastando seus lábios dos meus.

–Não... Vai embora. –Pedi. Edward sentou-se ao meu lado, beijando minha testa.

–Me deixe ficar aqui com você. –Sua voz, baixa próxima do meu ouvido, dizia. Eu me afastei dele, tirando meus sapatos e deitando na minha cama. Eu estava muito bêbada e alheia a tudo. Tanto que não pensei no que estava fazendo ou dizendo.

–Só tenho uma cama. Vai ter que dividi-la comig... –Disse numa voz trôpega, aconchegando-me e um travesseiro.

Eu dormi antes mesmo de saber se Edward havia decidido ficar comigo ou não.



Continua...




2 comentários:

tete disse...

nossa que tormento para esses dois espero que tudo venha da certo agora beijos e uma otima noite para vce

Val RIBEIRO disse...

infelizmente não tem como apagar o passado

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