FANFICTION - EM NOME DO AMOR - CAPÍTULO 3

Olá Amores!!! Hoje vamos curtir o 3° capítulo de "Em nome do Amor". Quer acompanhar a história desde o início? Clique aqui.

Capítulo 3 - BEGINNING

Pelo amor de Deus, como um homem consegue ser tão lindo?

Parei um minuto para observar a expressão de seu rosto enquanto digitava o e-mail absurdamente grande que pedi que pasasse. Era concentrada, linda, focada... Às vezes parava e puxava o cabelo de um jeito sexy, encarava o monitor para revisar seus erros e prosseguia numa velocidade eficaz. Que droga, não dava para repreendê-lo!

Engoli a respiração quando Edward suspirou e abriu o primeiro botão da camisa. Estávamos apenas nós dois ali na sala; a mesa dele no outro cômodo, mas onde me oferecia uma visão perfeita de sua localização e a dele também podia captar a minha. Suspirei quando vi uma gotinha de suor descendo por sua testa, que foi rapidamente limpa com um lenço azul... E ele me olhou. Fiquei vermelha e desviei o olhar na hora, fingindo que estava procurando um papel.

Bella: já acabou Edward? – comecei a digitar no notebook também, dando uma de quem estava ignorando sua presença – preciso dessa resposta o quanto antes!

Por certo eu poderia ter facilitado o lado dele e escrito toda a carta no computador, mas não... A vida dele comigo não iria ser fácil!

Edward: terminei senhorita – pasma, encarei enquanto se aproximava de minha mesa e parava perto dela – já enviei o e-mail e salvei-o caso queira revisar. Está aqui – colocou um pen drive prata sobre minha mesa – agora, se me permite, é meio dia e acho que é meu horário de almoço. Me dá licença?

Olhei o relógio e eram onze e cinquenta e sete. Encarei-o novamente e dei de ombros.

Bella: espere três minutos, aí sim será sua hora – voltei a digitar. Pude ouvir um risinho baixo, quase desacreditado, e esperei ansiosa sua resposta mal educada para arrumar uma briga linda e demiti-lo com umas horinhas de trabalhos.

Edward: como quiser senhorita - acompanhei Edward voltar a sua mesa e se sentar mexendo no notebook. Respirei fundo irritada com sua atitude! Porque não me enfrentava? Ok. Vamos ver quanto tempo isso vai durar... Meio dia.

Bella: pode ir agora – sorri para ele meio ironizando a situação. Antes de sair, Edward piscou em direção a mim de um jeito sexy.

OMG!

Edward POV

Alice: ela está arrancando seu coro?

Rose: está te torturando, garanto!

Emily: no mínimo já te pediu pra ligar pra Rainha da Inglaterra...

Edward: não, nada disso... – sorri para as meninas sentadas ao meu redor na mesa do almoço – apenas me pediu para digitar um e-mail gigante, e quando digo gigante é de quase vinte páginas só de manuscritos em letra mínima. Mas tudo bem, não tenho do que reclamar. Pensei que fosse pior.

Emily: OMG! Essa mulher é perturbada!

Começaram a cochichar tudo de novo! Enquanto falavam entre si, comi a comida que estava muito boa pensando em algo, em minha opinião, importante. Melany. Do nada o nome dela surgiu em meio à história.

Rose: fico feliz que ela tenha se recuperado... A menina é um anjinho e tem como mãe o capeta em pessoa – a loira, sentada a minha direita, parecia saber bem do que estava falando.

Alice: ai Edward, nem sei como agradecer o fato de você não ter falado para a poderosa que fui eu quem causou o acidente da menina – choramingou.

Edward: mas não foi sua culpa Alice! Porque ainda insiste nessa história?

Alice: foi sim... Se tivesse olhando a menina como ela me pediu...

Emily: pode parar por ai! Ser babá da filha dela não está incluso no seu currículo...

De repente o refeitório todo ficou caladinho. O clima que antes era de pura descontração e amizade agora estava pesado, carregado. As meninas ao meu redor se separaram numa fração de segundos, cada uma sentando em sua própria cadeira, com postura. Olhei para as outras mesas e o comportamento era o mesmo. Virei-me e quem estava passando entre os funcionários?

Não. Não era a poderosa. Era um cara todo metidinho, rebolando até o que não tinha. Usava uma roupa colorida e fashion, totalmente por dentro da moda. Aproximou-se exatamente da minha mesa e tirou os óculos que usava.

Pierre: olá meninas lindas... – cumprimentou as garotas, que responderam juntas um "oi" bem humorado.

Alice: há quanto tempo, Pierre! Você nunca desce aqui no bandejão... Que milagre é esse? – era impressão ou o tal Pierre não tirava os olhos de mim? Engoli a comida até mais rápido, querendo rir.

Pierre: ai querida, estou por dentro das fofocas e vim conferir com meus próprios olhos o que está na boca de todo mundo dessa empresa... Então você é o novo secretário da Rainha da Delux? – olhei para ele limpando a boca, assim que terminei de comer – sou Pierre, um dos estilistas da marca.

Edward: prazer, Pierre. E sim, sou eu. Meu nome é Edward.

Pierre: claro que sei disso – piscou mordendo os lábios –  Bella falou de você.

Edward: quer dizer a senhorita Swan?

Emily: ai Edward, pelo amor de Deus! Senhorita Swan é só na frente dela... Todo mundo tem vários apelidinhos para a patroa – riram, e Emily colocou uma das mãos em meus ombros.

Edward: algo antiético – relembrei olhando para Pierre – então a chefe anda falando de mim... – dei de ombros – mal, com certeza...

Pierre: é, ela te odeia... E pra falar a verdade... – me deu uma encarada que secou até minha alma. Engoli em seco – não sei o que ela vê de tão ruim em você, querido. Ao contrário dela, só vejo coisas boas... – mordeu os lábios e fiquei de pé meio assustado.

Edward: bom, acho que está na minha hora – peguei a bandeja, mas as meninas se oferecerem para levar – se chego um minuto atrasado é capaz da senhorita Swan ficar irritada. Não quero causa problemas. Com licença meninas, com licença Pierre. Foi um prazer.

Pierre: o prazer foi todo meu, gato. Bem vindo ao clube!

Quando me afastei o ouvi dizer algo para as meninas e a palavra delicia estava no meio; elas pareciam concordar. Desci para o banheiro masculino e fui escovar os dentes, ainda cercado de cumprimentos e boas vindas. Olhei a pia e pensei no tombo de Melany. Pensei na minha promessa de ir vê-la. Pensei em seu sorriso. Pensei em sua mãe...

Pensei que apesar de ser marrenta, a danada era linda. Podia não ter a beleza mais exótica e estonteante das outras garotas, como Rose, Emily e Alice... Mas chamava a minha atenção de um jeito que nenhuma delas fazia. Não sei se pelo rosto delicado, por suas expressões que falavam por si só... Por seu gênio forte, pelo jeito como me tratava no chinelo, como me pisava, como era superior a mim... Cada vez que fazia isso a Rainha da Delux me fazia pensar em várias maneiras de agarrá-la, de beijá-la, de fazer com que fizesse minhas vontades. Era pervertido? Sim. Era sujo? Sim. Era errado? Talvéz... Ela era minha chefe! Mas como não pensar nisso? Como um homem pode estar perto de uma mulher como ela e não pensar em reverter à situação?

[...]

Quando voltei a minha sala ela não estava, havia terminado o expediente mais cedo. Porém, me deixou tanto trabalho que poderia passar as horas sem notar sua presença. Fiz tudo do melhor jeito que pude, dando atenção aos detalhes, revisando milhões de vezes cada partezinha...

Cinco horas. Fechei o escritório, guardei as coisas como Alice havia me orientado. Saí e levei a chave, já que disseram que deveria ser minha responsabilidade. Isso implicaria chegar todos os dias mais cedo que a senhorita megera.

Alice: já vai Eddie? – me barrou no elevador.

Edward: já terminei tudo e está na minha hora... – sorri – e ai? Melhor do que ontem?

Alice: muito melhor! O problemão agora é todinho seu meu amigo – nós rimos juntos.

Edward: ela não ficou no escritório a tarde – dei de ombros – nem me perturbou muito.

Alice: a Rainha da Delux ausente do seu trono? – ironizou quando descemos juntos no térreo – que milagre é esse?

Edward: não sei, deve ter sido reunião. Tinha uma às três horas – aproveitei o momento – será que faria mal passar na casa dela pra ver a Melany?

Chegamos à conclusão de que se a reunião era as três, agora Bella não estaria em casa. Decidi por eu mesmo passar lá brevemente para cumprir minha promessa para com Melany, e matar a curiosidade que tinha de saber um pouco mais de minha intrigante chefe. Com o endereço da casa dela que peguei no escritório, segui para o bairro de luxo onde morava, me deparando com um apartamento maravilhoso, porém modesto perto do que ela poderia possuir.

Apertei a campainha e esperei que desse tudo certo.

Bella POV

Saí cedo da reunião praguejando. Deixei os estilistas decidindo sozinhos os toques finais no modelo primavera-verão, mas fora necessário! Já eram cinco e meia da tarde e Melany precisava de mim! Corri para casa tentando ligar, mas fora em vão. Mel não atendia o celular e o telefone apenas chamava, chamava... Assim que estacionei, notei um carro diferente parado perto de casa. Como assim? Desci, abri a porta...

Bella: Amber? – a babá de Melany, que agora devido ao tombo estava afastada da escola, apresentava-se sentada na sala folheando uma revista e com fones no ouvido – cadê a Mel?

Amber: olá senhorita Swan! – com os olhos maiores do que o rosto e muito surpresa em me ver, a garota ruiva jogou para o lado a revista, tirou os fones e ficou de pé em um pulo – a Mel está bem, ela está no quarto com... – olhou brevemente pro corredor – aquele homem. Você sabe...

Pelo modo como seus olhos brilharam, sua boca repuxou, mordeu os lábios e colocou o cabelo atrás da orelha não precisei nem perguntar quem era o tal homem. Suspirei fortemente.

Bella: como é que você deixa a minha filha ficar sozinha com ele? – questionei indignada, cruzando os braços – já falei que ninguém entra nessa casa quando não estou, Amber!

Amber: desculpe senhorita, mas foi a Mel quem disse que a senhorita permitiu a visita do Edward! E como ela não costuma mentir pensei que fosse verdade. Desculpe, não vai se repetir.

Enquanto olhava a garota me lembrei perfeitamente de mim permitindo que Melany recebesse a visita de Edward. Olhei a garota e saí andando em direção ao quarto de minha filha, confabulando as mil e umas idiotices que diria a Edward. E a Melany também. Fui devagar para ver o que faziam, e assim que parei na porta...

Melany: só mais uma, por favor!

A frase veio seguida por risadinhas baixas e lindas; risadas de Mel. Parei na porta onde não pudessem notar e me deparei com Edward sentado no pé da cama de Mel, com os pés sobre a cama também, mas cruzados para fora e segurando um violão sobre o colo. Ele olhava para ela, sentada com a perna imobilizada sobre um travesseiro, usando um vestido e uma faixa florida no cabelo, como se a minha filhota fosse a coisa mais fofinha do mundo. Havia carinho em seu olhar, e Melany parecia estar encantada com a música que fazia, parecia feliz demais na presença dele.

Edward: só mais uma... Porque tenho mesmo que ir – ela sorriu lindamente.

Melany: posso escolher dessa vez? – disse persuasivamente.

Edward: uhm... Pode – piscou e posicionou-se de modo correto com o violão.

Melany: quero aquela do Dirty Dancing! – sorri silenciosamente, pois sabia que o maior amor de Mel era assistir aquele filme meloso.

Edward: a do final? – chutou erguendo uma sobrancelha.

Melany: é, a do final... É a música favorita da mamãe! – Edward, que afinava as cordas, olhou para Mel lentamente.

Edward: é? – ela assentiu sorridente – sua mãe gosta de filmes de amor? Não acredito! Cabe amor naquele coração de pedra? – voltou a afinar o violão. Cruzei os braços.

Melany: mas é claro que cabe! – sorri para o modo como me defendeu. Vi suas bochechas corando – minha mamãe é uma pessoa sensível também, apesar de aparentar ser mau, ela é na verdade muito boa. Muito!

Edward não respondeu, apenas trocou um breve olhar com Melany e começou a canção. OMG! Edward. Tocando. Minha música favorita.

With my body and soul

I want you more than you'll ever know

So we'll just let it go,

Don’t be afraid to lose control, no

Yes I know it's on your mind,

When you say "Stay with me tonight”

Com meu corpo e alma

Eu te quero mais do que você jamais saberá

Por isso vamos nos soltar,

Não tenha medo de perder o controle, não

Sim eu sei que está na sua mente,

Quando você diz "Fique comigo esta noite"

O modo como as cordas deslizaram por seus dedos me deixou hipnotizada. O jeito como ele tocava, – lentamente, com delicadeza, como se o violão fosse parte de seu corpo – como cantava... Sim, ele tinha uma voz maravilhosa... Grave, vibrante, ecoando pelo quarto e chegando a mim como ondas de calor.

I've had the time of my life

No I've never felt this way before

Yes I swear it's the truth,

And I owe it all to you

Eu tive as melhores horas da minha vida

Não, eu nunca me senti assim

Sim eu juro é verdade,

E devo tudo a você

Melany: já pensou em ser cantor profissional? – Edward gargalhou abaixando o violão.

Edward: muitas vezes... Na verdade, odeio tudo o que faço. A música é a única coisa que me mantém vivo – respondeu de forma singela.

Melany: Você tem filhos Edward?

Edward: não – fez um bico engraçado – mas adoraria ter – seus olhos vagaram por Melany de um jeito meigo - se tivesse uma filha, tenho certeza que ela seria assim, como você...

Melany: assim como? – riu baixinho, envergonhada.

Edward: bonequinha, olhos verdes, educada, meiga, apaixonante... Baixinha e pentelha! – Mel, que até agora estava corada, jogou um travesseiro nele. Edward agarrou no ar e riu piscando – tenho que ir agora, melhor amiga...

Melany: espera aí melhor amigo! – seu tom autoritário o fez olhá-la – eu disse tudo sobre mim... Que não tenho papai, apesar de todas as crianças terem um – gargalhou – que minha mãe é boazinha, apesar de aparentar ser mauzona – Edward gargalhou – e que não tenho irmãos... Apesar de ser louca pra ter uma irmã. E o senhor – apontou para ele de forma ameaçadora – não me disse nada! Os amigos contam as coisas, sabia?

Edward: ok então... – colocou o violão no colo de novo e a encarou de forma relaxada. Linda. ARG! – o que quer saber, melhor amiga?

Melany: sei lá... Deixa eu ver... Se tem uma namorada? – apoiou a mão no queixo de forma confusa. Instintivamente me interessei, chegando mais perto.

Edward: uma não – Melany pareceu indignada quando respondeu. Edward ria da carinha dela.

Melany: que coisa feia! Mamãe disse que só podemos ter um namorado... Ou seja, você só pode ter uma namorada, não várias! – repreendeu-o.

Edward: mas não tenho várias – explicou – elas acham que são minhas namoradas; eu tenho certeza de que sou solteiro! – deu de ombros e recebeu outra almofadada de Mel. Os dois riram; os dois me olharam quando entrei no quarto e peguei a almofada que caiu no chão.

Bati palmas brevemente, encarando os dois pares de olhos verdes surpresos sobre mim. O gesso de Mel estava assinado com o nome dele.